A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 21
Luz.




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Amaldiçoado se escondeu na árvore do sol, se sentando bem no centro do desenho.

Toda a gentileza que havia existido no seu amigo azul se esvaiu numa só flechada. Ela escorria para o chão em forma de sangue, e se espalhava pelo som na forma de um berro.

O monstro que antes se chamava Lázaro tentava, a todo custo, destruir a árvore onde estava Amaldiçoado. Mas, nos primeiros minutos, quando percebeu que a árvore era forte, deixou seu plano de atacá-la de lado e se contentou em ficar rondando-a até a noite...

Amaldiçoado não conseguia dormir de tanto medo. Seus incríveis sentidos lhe diziam que seu predador estava bem ali, sentado a poucos metros da sua árvore. Imóvel, atento, insone e paciente.

Todo o seu sangue vermelho, vivo, já tinha se espalhado pelo chão. Agora, tudo o que deveria ter sobrado era o sangue negro e maligno, que toda criatura infernal possui: Sangue de piche.

Amaldiçoado fechou os olhos. Sentia que merecia morrer por tudo o que havia feito, mas seu medo natural de perder a esperança surgiu como uma flor no meio do deserto.

"Você é jovem ainda." ecoou a voz de Adilson, em alto e bom som, apesar da memória não ter sido bem assim. "Vá, vá viver. Longe dessa cidade de muros."

"Onde?" perguntou Amaldiçoado. "Onde eu posso viver, longe dessa cidade de muros?"

Com medo, continuava perguntando aquilo, sem parar. Sem parar. Sem parar. Sem parar. Sem parar.

Mas, de repente, o meio monstro foi agraciado por uma luz quente e confortável. Um calor que nunca havia sentido, em quinze anos de existência.

Seus ouvidos captaram os passos apressados de Lázaro fugindo. Não abriu os olhos. Teve medo de ver o que estava acontecendo, apesar de sentir que era bom para ele. Então um de seus olhos lhe traiu e espiou o que estava acontecendo.

O traço do desenho brilhava como uma lâmpada, jorrando um calor agradável e alegre. O que quer que aquilo fosse ou significasse, Amaldiçoado sabia que podia ser tudo, menos maldição.


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