Too Soon escrita por Nyh_Cah
Quando chegamos fomos dar um passeio à beira-mar. Estava muito calada e ele notou isso.
- Estás muito calada Lice! – Disse ele.
Era agora! Tinha de lhe dizer.
- Tenho de te contar uma coisa Jasper.
- Ok… - Disse ele com receio. – O que me queres dizer?
- Como é que eu hei-de dizer… Lembras-te da noite quando fomos a Seatle?
- Sim, mas não estou a ver onde queres chegar…
- É que… - Estava-me a faltar a coragem. – É que… Eu…
- Lice, estás-me a deixar nervoso!
- Pronto… Estou grávida. – Disse estas palavras tão rápido que acho que ele não percebeu o que eu disse.
- O quê? – Perguntou Jasper estupefacto.
- Foi o que ouviste. Estou grávida.
- Como?
- Então… naquela noite tu não usaste preservativo…eu não tomo a pílula…
- Eu pensava que tomavas a pílula por isso não usei preservativo! – Disse ele bruscamente.
- Estás a dizer que a culpa é minha?
- CLARO! – Gritou ele fulo.
Nunca tinha visto o Jasper assim. Estava a magoar-me. Doía-me o coração. Ele estava a despedaça-lo.
- Nunca pensei que não tomasses pílula! Todas as raparigas com a tua idade tomam! – Continuou ele ainda com brusquidão.
- A culpa não é só minha! – Disse eu tristemente.
As lágrimas estavam a lutar por cair dos olhos mas eu não iria permitir ele ver-me chorar.
Não conhecia aquele Jasper, nunca pensei que ele reagisse assim.
- Estás a pensar fazer o quê? Um aborto?
- Um aborto? Eu não vou fazer um aborto nenhum! – Disse eu espantada com a pergunta que ele me fez.
- Então estás a pensar ter esse bebé? – Riu-se. – Eu não quero responsabilidades por isso…
- Está a dizer que não queres saber deste bebé? - Perguntei eu indignada.
- NÃO! – Gritou ele. – Se queres esse bebé cria-o tu, eu só muito novo para ter essas responsabilidades!
Eu não estava a acreditar no que estava a ouvir. Não podia ser verdade. Nunca tinha visto esta faceta do Jasper. Estava frio, egoísta…estava a magoar-me muito. Ele era muito novo para ter estas responsabilidades e eu?
Não disse mais nada com medo que as lágrimas começassem a escorrer pela cara. Estava a fazer um esforço enorme para não chorar.
Como não dizia mais nada, Jasper foi-se embora deixando-me ali sozinha.
Sentei-me na areia, encolhi-me toda abraçando os meus joelhos.
Agora sim, cai em fraqueza, comecei a chorar. Acho que nunca tinha chorado tanto na minha vida. Ainda bem que tinha a minha família o que eu iria fazer sem ela?
Continuei ali deixando o tempo passar. Queria estar sozinha. O peito doía-me tanto… nunca pensei que pudesse ficar assim por causa de um rapaz!
Fiquei ali…horas…e horas… até o meu telemóvel tocar. Era o Edward.
“ – Estou, Alice onde estás? – perguntou Edward preocupadamente.
Olhei para o relógio, eram nove da noite. Nem dei pelo tempo passar.
- Alice estás a ouvir?
- Sim… Estou bem…Estou na praia de La Push, podes vir-me buscar? – Perguntei eu sem sentimento na voz.
- Ok… Fica aí, vou-te aí buscar.
- Ok.
- Até já.
- Até já.”
Desliguei o telemóvel.
Passado um quarto de hora Edward chegou. Fui ter com ele e entrei no carro.
- Alice, estás bem?
Afirmei com a cabeça.
- Ok.
Passei a viagem toda em silêncio. Chegamos a casa e dirigi-me logo para o meu quarto. Não dirigi a palavra a ninguém. Deitei-me na cama em silêncio e assim fiquei. Ouvi lá em baixo a falarem.
“- O que é que a Alice tem? – Quis saber a minha mãe.
Notava-se no seu tom de voz que estava seriamente preocupada.
- Não sei… Fui busca-la à praia e não disse nem uma palavra a viagem toda. Não sei o que se passou! – Respondeu Edward.
- Vou lá falar com ela. Pode ser que me diga algo. – Disse a minha mãe.”
Ouvi a minha mãe subir as escadas e de seguida ouvi-a bater à porta.
- Posso entrar? – Perguntou docemente.
- Podes… - disse tão baixinho que deve ter tido dificuldade em ouvir.
Ela entrou e veio-se sentar ao meu lado, na cama.
- O que se passa querida? - Inquiriu a minha mãe.
Queria-lhe dizer o que se passava mas simplesmente as palavras não saiam.
- Ele… Ele deixou-me! – Ao dizer isto desatei a chorar. Agora que deitei isto cá para fora é que percebi mesmo que ele me tinha deixado sozinha com este problema.
- Quem é que te deixou querida?
- Jasper…
- O quê? O Jasper deixou-te?
- Sim… - Disse entre soluços. – Eu disse-lhe que estava grávida e ele simplesmente disse que a culpa era minha e que era muito novo para ter estas responsabilidades.
- Anda cá. – Disse ela abraçando-me e dando um beijo na minha bochecha.
- Podes-me deixar sozinha agora?
- Claro, querida. Boa noite. – Beijou-me a testa.
A minha mãe saiu do quarto e eu tentei dormir um pouco.
Versão Edward
Ai! A minha mãe nunca mais se despachava. Queria saber o que se passava com a Alice.
Fiquei a olhar para a televisão sem prestar atenção nenhuma ao que estava a dar, os meus pensamentos estavam redireccionados para a Alice.
Passado uns minutos ouvi a minha mãe a descer as escadas.
- Então? O que se passa com ela? – Perguntei eu.
- Tu não vais acreditar… Coitada, não é para admirar ela estar assim.
- O que é que aconteceu? – Perguntei eu impacientemente.
- Ela esta tarde foi contar ao Jasper que estava grávida e ele disse-lhe que a culpa de estar grávida era dela e que não queria ter responsabilidades como aquela!
Eu não queria acreditar no que estava a ouvir. O Jasper não era capaz de fazer aquilo…
- Tens a certeza?
- Sim, tenho. Via-se no olhar dela que estava muito magoada e triste. Quando me contou desatou a chorar. Nunca a vi chorar tanto.
Via que a minha mãe estava a sofrer também com isto. E eu também. Ninguém poderia fazer algo assim à minha maninha. Amanhã ia ajustar contas com o Jasper.
- Amanhã não a vou obrigar a ir para a escola. Ela está tão mal que não ia fazer lá nada.
- Concordo. Deixa-a dormir, amanhã de manhã. Depois quando ela acordar liga-me e diz como é que ela está ok?
- Ok mas agora vai dormir que já é tarde.
- Ok. – Disse-lhe dando um beijo na bochecha.
Fui-me deitar.”
Versão Alice.
Não conseguia dormir, andava às voltas na cama.
Acabei por adormecer p’raí às quatro da manhã.
Quando acordei, olhei para o relógio e vi que eram um quarto para as onze. Mas ninguém me tinha acordado para ir para a escola?
Desci calmamente ao encontro da minha mãe. Minha mãe estava na cozinha a lavar a loiça do pequeno-almoço.
- Bom dia, mãe. – Disse.
- Bom dia, querida.
- Porque não me acordaste para a escola?
- Porque ontem estavas tão mal que calculei que dormisses mal de noite e então decidi deixar-te descansar-te.
- Obrigado mãe.
- De nada mas agora vais tomar o pequeno-almoço ok?
- Ok.
Bebi um copo de leite e metade de um pão torrado. Não consegui enfiar mais nada no estômago.
Minha mãe não disse nada. Ainda bem. Fui para a sala deitar-me no sofá.
Passado um bocado minha mãe veio ter comigo.
- Querida…
- Sim?
- Sabes que é hoje que o teu pai vem, não sabes?
- Sei e também sei que tenho de lhe contar.
- Ok…
- Mãe?
- Sim?
- Quando eu for dizer ao pai… podes estar lá comigo? É que eu não vou conseguir dizer-lhe sozinha.
- Claro, amor.
- Mãe… Obrigada por tudo.
- Claro, querida.
Fiquei o resto da manhã a ver televisão até o telemóvel tocar. Era a Rose.
“ – Estou? Rose?
- Estou, Alice o que é que aconteceu contigo e o Jasper?
- Não quero falar sobre disso por telemóvel… mas como é que sabes que se passou alguma coisa comigo e com o Jasper?
- O Edward e o Emmet, hoje, meteram-se com ele e quase andaram à porrada!
- O quê?
- Não te passes Alice mas é verdade, eles quase andaram à porrada. Tive que ser eu e a Bella a separa-los.
- Ok. Tu e a Bella hoje podem vir cá a casa quando saírem?
- Sim podemos.
- Ok, até logo.
- Até logo.”
Não podia acreditar no que eles fizeram. Não deviam ter feito aquilo. Depois falaria com eles.
Almocei com a minha mãe e depois a Rose e a Bella viriam.
Fui vestir-me pois ainda estava em pijama.
Vesti-me calmamente e voltei para baixo, passado um bocado Bella e Rose tocaram à campainha.
Fui atender e de seguida subimos para o meu quarto.
Sentamo-nos na cama.
- O que se passou Alice? – Perguntou a Rose.
Para variar era difícil falar. Sempre que me lembrava daquele momento doía-me o peito. Uma dor aguda…irritante…
- Ele… Ele deixou-me. – Disse eu meio hesitante.
- O quê? – Disseram Bella e Rose ao mesmo tempo.
- O Jasper deixou-me … ele disse que a culpa era minha de estar grávida e que não queria estas responsabilidades…
- Ele disse mesmo isso? – Perguntou Bella atónica.
- Sim…
Não consegui conter as lágrimas.
- Não chores Alice. – Implorou Bella.
- Vocês deviam o ter visto. Ele estava tão frio…com um olhar tão distante…
- Não fiques assim! Ele não merece. – Disse a Rose.
- Eu sei… É normal, mesmo depois de ele me ter feito isto, eu ainda gostar dele?
- Sim, é normal amiga. Está mal, mas é normal, quer dizer que estás apaixonada.
- Hoje, ainda tenho de contar ao meu pai… não sei se vou conseguir.
- Claro que vais! – Incentivou Rose.
- Alice, és a rapariga de 16 anos mais corajosa que conheço. Se eu tivesse no teu lugar não sei como é que lidaria com isso. – Disse a Bella.
- Concordo com a Bella.
- Obrigado amigas, não sei o que faria sem vocês e sem a minha família.
Passado um bocado elas foram embora e faltaria muito pouco tempo para o meu pai chegar.
Eu notava o nervosismo a crescer dentro de mim. Já estava cheia de dores de barriga e com as palmas das mãos suadas.
Estava quase…
De repente ouvi a minha mãe lá em baixo a falar.
“- Querido! Chegaste! – Disse a minha mãe felicíssima.
- Estava ansioso por chegar a casa, já não aguentava mais aquelas reuniões.
- Ainda bem que já chegaste, o jantar já está quase na mesa. É só uns minutinhos.”
Não ouvi mais nada. Passado um bocado a minha mãe chamou-nos para jantar.
Desci muito calmamente. Ainda estava muito nervosa. Estava cheia de dores de barriga.
- Oi princesa! – Disse o meu pai.
- Oi pai! Como é que correu tudo, em Nova York?
- Bem mas foi um pouco aborrecido.
Ri-me.
- Vá, para a mesa, a comida está a arrefecer. – Disse a minha mãe.
- Ok. – Disse eu e o meu pai ao mesmo tempo
Jantei em silêncio. Estava a preparar-me mentalmente para o que vinha a seguir.
Acabamos de jantar e fui ajudar a minha mãe na cozinha.
- Alice, a seguir de arrumarmos a cozinha toda, temos de ir falar com o teu pai ok? – Disse a minha mãe.
- Eu sei… mas tu vais comigo não vais?
- Vou.
- Obrigada, mãe
Acabamos e fomos ter com o meu pai ao escritório.
- Pai… preciso de falar contigo. – Disse eu com medo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mais um capitulo! Leitores quero mais comentarios tenho tido muito poucos!
Bjs
S2