Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 31
Passados & Histórias de Vida


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥



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— O que você está fazendo? — Thalia questionou, o tom de voz mostrando que estava curiosa. Piscou os olhos azuis, vendo Silena se aproximar com um semblante suspeito demais. — Está planejando me dar outro banho? Porque se for…

— Não! — Silena a silenciou, suspirando.

Por dentro ela tinha a plena noção do que estava fazendo e sabia que poderia dar extremamente errado e acabar em uma catástrofe. Mas não é como se a sua vida já não fosse uma merda mesmo, não?

Com esse pensamento em mente, a Beauregard soltou as algemas que prendiam Thalia e se afastou, vendo-a subir as sobrancelhas desacreditada.

— Você tem certeza disso? — A garota questionou, demorando um pouco para abaixar os braços graças a dor de ficar com eles para o lado, sua face sendo tomada por uma careta.

— Não. — Silena respondeu.

— Sempre positiva. — Thalia ponderou, vendo-a sorrir fraco. — Eu... Eu acho que estou melhor, de qualquer forma.

— Eu espero que você esteja. — A Alpha estendeu a mão, esta que foi aceita prontamente e ergueu a garota, tendo que servir de apoio por, de primeiro momento, suas pernas fraquejarem e ela quase voltar ao chão. — Então, o que você vai fazer primeiro? Sabe, depois de um mês sentadinha aqui... Tomar um banho? Comer com as próprias mãos? Correr livremente por aí?

Thalia não demorou nem meio segundo para abrir um sorriso digno de quem tinha uma ideia nada pura na mente. E isso fez Silena levantar as sobrancelhas, se preocupando e novamente se perguntando se tinha feito a coisa certa em soltar a bichinha.

— Não se preocupe, Lena. — A garota a tranquilizou ao ver que a feição da loba começava a se tornar algo hesitante, mesmo que estivesse dando uma gargalhada sinistra em seu coração.

Sem contar seus planos, a Grace se mostrou ágil ao se agarrar nas plantas mucosas da parede e subir a rampa escorregadia sem problemas, saindo dali em um risco.

Nico por sua vez estava totalmente alheio a existência. Estava parado em frente a casa com as mãos na cintura em uma pose nada máscula, olhando as árvores ao redor da casa como se pensasse na vida.

Escutou no além o barulho da torneira enferrujada sendo aberta, assim como a água começando a cair de forma lenta na terra que em breve se tornaria lamacenta, mas é óbvio que aquilo não foi o motivo de preocupação, pois deveria ser só mais um lobo indo regar a casa, já que como eram plantas, tinham que cuidar para que não morressem.

Sentiu a movimentação, porém não se importou.

Claro, não se importou até ter uma Thalia pendurada em seu cangote.

Foi tudo muito rápido. De repente tinha um ser humano em suas costas, uma mangueira enfiada em seu nariz, água para todo lado, os dois no chão, rolando de um lado para o outro em uma tentativa de fugir e matar, e a lama formando-se graças a água e espalhando para todo que era vestígio de limpeza em seus corpos.

Thalia resolveu que uma chave de braço iria resolver tudo, dando no vampiro e o prendendo em seu corpo, usando da mão livre para colocar a mangueira direto contra o rosto dele, enquanto o esfregava contra a lama, rindo de maneira psicótica enquanto o outro se afogava.

Porém, como não era de ficar para trás, mesmo sem entender nada, Nico reagiu enchendo a mão de lama e jogando na – pelo menos o que achou que seria – cara de Thalia.

Ela fechou os olhos, engasgando-se por ter a boca aberta e se arrependendo amargamente de ter dado risada dos alheios. E foi nesse momento de descuido que o di Angelo virou o jogo, usufruindo do peso de seu próprio corpo para se jogar contra ela, fazendo com que eles rolassem cada vez mais na lama, sujando mais ainda e, finalmente, recuperando o controle da brincadeira, ficando com o corpo por cima do dela.

— Minha nossa. — Thalia soltou meio estrangulada, arregalando os olhos ao ver o rosto de Nico muito próximo do seu. — Opa, oi.

— O que, caralhos, está acontecendo aqui? — Ele piscou incrédulo, fitando-a em repreensão.

A palavra vingança estava entalada na garganta da garota que queria gritar isso para os quatro ventos, porém era óbvio que se daria mal, visto que o vampiro ainda estava por cima dela e para mudar as coisas era uma piscada. Portanto, só fez a sonsa.

— Nada. Por quê? Está acontecendo alguma coisa?

— Não, Thalia. Não aconteceu nada. — Nico a respondeu com sarcasmo.

— Ah, então tá bom. — Thalia sorriu inocentemente, segurando a risada. — Por que você tá em cima de mim?

— Não sei. Talvez eu deva te perguntar porque você enfiou minha cara na LAMA! — Seu tom aumentou gradativamente conforme falava, a fazendo soltar uma risada em desespero.

— Não fiz nada, você tá me confundindo. Eu só tava andando de boas, tropecei e cai aqui. — Respondeu.

— Jura? Tropeçou e caiu aqui? — Nico subiu as sobrancelhas.

— É, eu não to conseguindo andar direito ainda, sabe? Fiquei sentada durante um mês e tal...

— Engraçado que andar não sabe, mas dar uma voadora em mim sabe, né?!

— Eu? — Thalia se esforçou para desenterrar o braço da lama, levando para o coração. — Claro que não! Eu tropecei, já disse que você está me confundindo.

— Se minha blusa ainda estivesse branca, ia dar pra ver os pezinhos marcados do seu chute, certeza. — O di Angelo balançou a cabeça em negação. — Você é péssima em fazer a sonsa.

— Nico, agora você está me ofendendo! Eu? Sonsa? — Thalia levou a mão discretamente para o peitoral dele, esperando o momento de fragilidade para derrubá-lo.

O di Angelo acompanhou com os olhos o movimento dela, prensando os lábios em reprovação.

— Dá pra tirar a pata?

— Ah, isso? — Ela se fez de desentendida, mesmo que estivesse triste por seu plano ter sido descoberto tão facilmente. — Eu só... Estava limpando, nada demais! Mas... Então, a gente vai ficar aqui? Nessa posição desconfortável? Jogados na lama, literalmente?

— Não sei, é seguro? Eu deveria levantar?

— E por que não seria seguro?

— Me diz você!

— Nico, eu não to te entendendo! Se eu perguntei, é porque eu não sei a resposta, né?! — Retrucou como se fosse óbvio. — Aí, vamos levantar Nico, vamos!

Em um plano perfeito formado em sua mente, a garota começou a impulsionar seu corpo para levantar, usufruindo da mão que estava no peitoral dele para empurra-lo para cima. Viu o momento perfeito que Nico se afastou o suficiente para que ela jogasse o foda-se para a gravidade e se agarrasse no corpo dele, juntando os braços nas costas dele e se jogando para o lado, fazendo com que o vampiro voltasse com tudo para a lama, afundando suas costas e cabeça na lambança.

Tendo certeza que ele já estava enfiado o suficiente, Thalia se levantou meio desajeitada graças ao peso da lama em suas roupas e colocou a cereja no bolo ao pisar no abdômen do vampiro com um certo cuidado, empurrando-o mais ainda.

— VINGANÇA! — Gritou aos quatro ventos, levantando as mãos acima da cabeça e começando a correr para não ser pega.

Nico demorou um tempo para se recuperar completamente do que tinha acontecido, só aí parando para pensar que deveria se levantar para não se afundar cada vez mais. E quando fez isso, sentiu parte de sua alma ficando, torcendo o nariz para o quão nojento aquela experiência estava sendo, passando as mãos no rosto para amenizar a lama no local.

Abriu os olhos, vendo uma Thalia parada em frente a porta com um bico nos lábios enquanto Silena andava de um lado para o outro como uma mãe furiosa.

— Não adianta, você não vai entrar aqui assim. — Pontuou, apontando para o estado da menina.

Seus olhos claros se ergueram de encontro a Nico, arfando quando notou que ele estava pior que ela, tratando de acrescentar que ele também não iria entrar daquela maneira.

— Mas... — A Grace procurou um jeito de se manifestar.

— Mas nada, Thalia! — A cortou. — Eu quero vocês dois em uma fila agora, vou pegar a mangueira e vocês vão tomar banho aqui até estarem limpos para entrarem lá dentro. Credo, parece bicho do mato!

Os dois não demoraram a fazer o que a Alpha tinha pedido, ficando um ao lado do outro enquanto Silena fazia questão de apontar a mangueira nos dois conforme ambos se lavavam da melhor maneira que conseguiam dada a situação.

Depois que tiraram os vestígios de lama de todo o corpo, sentaram-se no costumeiro tronco de árvore caído, onde teriam de ficar até que suas roupas estivessem secas o suficiente para não causarem uma catástrofe do lado de dentro da casa.

— Então... — Thalia foi a primeira a se pronunciar, buscando um assunto em sua mente e observando-o de soslaio. — Como você vai se alimentar agora?

— Pode ter certeza que de você que não vai ser. — A respondeu, piscando um dos olhos e sorrindo levemente, vendo-a deitar a cabeça em seu ombro. — Bom, provavelmente dos animais. Não é bom o suficiente para me fazer um banquete, mas me saciar é o objetivo.

— Eu deveria me desculpar por ter... Meio que perdido o controle? — Questionou incerta.

— Na verdade eu que fui o irresponsável. Eu sabia das consequências que isso poderia trazer para nós dois e me sinto culpado por você ter sofrido do jeito que sofreu. Desculpa.

Thalia ficou em silêncio durante um tempo, mas assentiu brevemente e suspirou baixo antes de se encolher mais contra o corpo dele, sentindo a brisa ficar cada vez mais gelada.

— Uma coisa que eu tenho curiosidade... — A Grace começou, chamando a atenção dele. — Como era sua vida antes de ser um vampiro? Sabe...

Nico riu suavemente.

— Essa vida não existe. Eu nasci vampiro, Lia.

— Uh, sério?

Ele assentiu e ela pressionou os lábios, assentindo em concordância e sentindo o braço dele passar por seus ombros, a trazendo mais para perto e a aninhando ali.

— Bom, basicamente todos nós nascemos vampiros. Nosso bando se juntou depois de um ataque que ocorreu a anos atrás, onde os lobos nos pegaram desprevenidos e acabou com a aldeia onde muitos moravam. Leo, por exemplo, perdeu sua mãe em seus braços e ele iria ter morrido naquela noite se meu pai não tivesse achado ele e convencido a sair do meio do fogo.

Mesmo que Thalia não fizesse ideia de quem era aquele tal de Leo, ainda sim sentiu pena e não impediu Nico de continuar falando sobre a história das pessoas que viviam consigo:

— Annabeth foi uma das que mais me surpreendeu, já que ela estava dentro de uma das cabanas que despencaram e estava pegando fogo, então não tinha como ela sair, mas Percy ouviu ela gritar e foi atrás. E, um pequeno segredo: Annabeth não é só uma vampira, como uma bruxa também. E só quem sabe disso sou eu, Leo e Percy.

— Mas isso não seria uma ofensa?

— É, mais ou menos. Tem umas tretas envolvida nisso, mas não vamos fixar tanto nisso. — Fez pouco caso, não queria traumatizar a coitada. — Da última vez que falei com Bianca, ela me disse que Annabeth e Percy tinham começado a namorar finalmente. Ou seja: tomei no cu porque sou o único solteiro.

Hum... Então você não tem alguém? — Thalia questionou, as sobrancelhas subiram quando seus olhos encontraram com os dele.

—... Não.

Nico respondeu, mesmo que seu pseudo coração estivesse dando todos os sinais possíveis de que essa não era a resposta certa.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

Deixo um enorme obrigada a Semideusadorock, graças a ela que eu consegui voltar a escrever. Portanto, obrigada! sz

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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