Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 18
Insanidade


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥
Vamos reviver uma personagem. LET'S GO! :3

Good Reading ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728420/chapter/18

— Você segura bem firme e mira… — Nico auxiliou, mas arregalou os olhos quando viu a pequena Grace voltar a flecha para ele. — Não em mim! Não em mim! Não em mim!

Thalia soltou uma risada divertida, baixando o arco e parando de retesar a corda, deixando que a flecha caísse no chão.

— Eu não iria atirar em você! — ela retrucou.

— Mas eu estava na mira, isso é um perigo — o vampiro retrucou, cruzando os braços. — Então, vamos fazer de novo. Mas, dessa vez, você apontando para aquela árvore ali, está vendo um alvo pintado em vermelho ali?

— Eu não sou cega, Senhor Presinhas — Thalia respondeu com um sorriso brincalhão que o fez subir as sobrancelhas, negando em reprovação.

Nico a observou posicionar seu corpo de forma perpendicular ao alvo, seus olhos fazendo um caminho da grama onde estava até onde a árvore estava enraizada. Segurou o arco com sua mão esquerda, já que sempre mirava com o olho do lado direito, apontando o ombro esquerdo para o alvo e manejando a flecha e a corda com a mão direita.

Ela endireitou a postura, ficando reta e afastando os pés na largura de seus ombros, retesando a corda e comprimindo os lábios com o esforço que estava fazendo, mas mantendo-se firme, pois, mesmo que fosse confortável, ainda havia que ficar alerta para qualquer coisa.

Thalia fez o que ele havia ensinado, testando se iria conseguir atingir o alvo e se sentindo pronta para tentar com uma flecha. Então, abaixou o arco e colocou a haste da flecha sobre o descanso, colocando o dedo indicador em acima da flecha, assim como o médio e o anelar abaixo dela, puxando a corda e deixando a flecha reta.

Puxou a corda o máximo possível, lembrando-se de que o italiano havia dito que isso ajudaria na precisão e reduzir o efeito do vento, erguendo o cotovelo para usar os músculos dos ombros, não dos braço.

Assim, encostou seu polegar no canto da boca e fitou a flecha bem a frente de seus olhos, comprimindo os lábios e, sem mover um músculo a mais, soltou a corda.

O di Angelo sorriu quando cravou-se quase no centro do círculo pintado na madeira, levando o olhar para ela que havia dado um grito entusiasmado e havia deixado o arco no chão para saltitar em volta de seu próprio eixo.  

— Você viu, Senhor Presinhas? Eu arrasei! — Thalia sorriu, batendo palmas.

— Continue assim que vai se tornar uma grande caçadora — Nico confidenciou, rindo baixo quando ela pegou o arco na mão novamente, rapidamente tomando postura e pegando outra flecha dentro da aljava.

Novamente ela atirou, mas dessa vez a flecha passou longe de acertar o tronco, sumindo floresta adentro. E o di Angelo se distraiu com um barulho vindo de dentro da mansão, não vendo o momento que Thalia correu para dentro da floresta atrás da flecha.

Silena saiu de dentro da casa meio atordoada, negando em reprovação com o fato de Chris quase ter jogado outro Beta pela janela por conta de um miserável susto (que até a pegou, devo acrescentar).

— Está tudo bem? — Nico questionou, subindo as sobrancelhas e cruzando os braços em uma pose confortável.

— Só um sustinho — a Alpha respondeu, dando de ombros.

Algumas horas, ela havia conversado com sua matilha que havia concordado com o fato do vampiro poder ficar solto como um “refém com benefícios”, já que ela tinha convicção em dizer que confiava nele e que ele não iria fugir - como o próprio havia afirmado -.

— Então… — Silena olhou em volta com expectativa, franzindo o cenho ao não achar a pequenina. — Cadê?

Hum? — o di Angelo fez, sem entender.

Por um momento, ela sentiu seu sangue gelar e um bolo se formar em sua garganta.

— Thalia, Nico. Onde está Thalia?

O vampiro se virou para o lugar que achava que ela estava, subindo as sobrancelhas e desmanchando totalmente a pose descontraída ao não ver a pequenina. Levou os olhos para a árvore onde a flecha estava encravada, depois para a floresta silenciosa a sua volta.

— Não, não, não, não! — Nico usufruiu de sua velocidade vampiresca para passar por todo o recinto que eles estavam treinando arco e flecha em alguns segundos. — Não! Ela estava aqui! Thalia, se isso for uma brincadeira, aparece!

— Você… — Silena se interrompeu, levantando a mão à frente do corpo como se quisesse distância do italiano. — Você perdeu de vista uma criança?!

Ele não teve tempo de responder. Ao longe, um grito assustado soou através das árvores.

A Beauregard não hesitou em se transformar em lobo no mesmo segundo, mandando um rosnado em alerta para que ele não saísse dali caso a pequena voltasse, começando a correr floresta adentro.

Mais um grito perturbou o silêncio da floresta, fazendo a loba rosnar de raiva consigo mesma e aumentar a velocidade. Seu sangue fervia, as patas eram firmes contra a grama, os olhos estreitos e semicerrados em alerta. E seus instintos dizendo que iria acabar com a vida da pessoa que estivesse fazendo mal a sua Thalia.

Contudo, tudo se dissipou em um piscar de olhos ao ver quem era que estava com a pequenina. As patas derraparam com o sobressalto de parar de repente, assim como um ganido baixo escapou de seu focinho.

Se concentrou, voltando a forma humana aos poucos e mantendo-se agachada por míseros segundos, erguendo o corpo devagar com as mãos na frente de seu corpo para acalmar Bianca di Angelo.

— Bianca, calma — Silena tinha o tom cauteloso, mas seus instintos diziam para atacar a vampira e tirar Thalia de suas mãos. — Solte ela devagar…

— Por que eu deveria? — Bianca respondeu, o tom alterado e mostrando que estava beirando ao descontrole, pouco se importando se havia chego por trás e estava enforcando uma criança, pressionando-a contra seu corpo, enquanto ela chorava e tentava se debater. — Vocês mataram meu irmão…

— Bianca, não faz isso — a Alpha deu um passo à frente, prendendo a respiração quando viu a di Angelo apertar mais o corpo de Thalia contra o seu, estando com ela voltada para frente.

Os olhos da pequena Grace estavam arregalados e marejados, o que era a gota d’água para Silena. O medo estampado ali fazia a loba querer segurá-la em seus braços e dizer que tudo iria ficar bem.

— Você sabe como é ruim perder um irmão? — Bianca sorriu. Um sorriso insano. — Não, você não sabe porque vocês mataram meu irmão. A merda da sua espécie matou meu irmão.

— Bianca, ela é uma criança — a Beauregard deu mais um passo para frente, sua forma começando a oscilar entre a parte lobo e a humana. Suas unhas se transformando em garras. — Bianca, por favor!

Thalia gritou de novo quando a vampira apertou seu pescoço, a fazendo começar a tossir entre lágrimas e se engasgar. Inconscientemente a Alpha deu três passos a frente, fechando as mãos em punhos para não perder o controle e acabar pondo em risco a vida de sua pequena.

— Agora eu vou matar ela — Bianca riu em uma melodia suave. — E você não vai conseguir fazer nada para me impedir. Vai ver a sua preciosa Thalia morrer nas minhas mãos.

A vampira forçou a cabeça da pequena para o lado esquerdo, deixando a pele alva de seu pescoço bem perto de suas presas. A Grace se debateu, gritando mais uma vez aos prantos, enquanto Bianca apenas se vangloriava. Eles não haviam poupado Nico. Ela não iria poupar Thalia.

— Bianca! — Silena a chamou, seu tom falhando em desespero. — Bianca, fala comigo. Você não é assim...

A loba conseguia ver a cena se repetindo em sua mente como um flashback. Mas, naquele dia a muito tempo, Thalia só tinha dois anos quando decidiu correr para a floresta em uma tentativa de se livrar da brincadeira bruta de seu pai. Foi quando Bianca a achou e, mesmo querendo matá-la, não o fez por curiosidade. O jeito cativante da pequena que não calava a boca, a fofura e a inocência em suas palavras e atos. Aquele dia Bianca havia conhecido Thalia e Silena.

Contudo, por mais que a Alpha implorasse através de lamúrias, a mente da di Angelo estava inebriada pelo instinto vingativo que a faria tirar a vida da pequena para vingar a morte de seu irmão, queimado entre as fronteiras.

Silena respirou fundo, fitando a Grace chorar silenciosamente e prender a sua respiração quando a vampira deixou que suas presas viessem a tona, junto dos olhos avermelhados e as veias roxas saltadas em suas pálpebras inferiores.

E foi assim que a loba chegou a conclusão que não dava mais.

A Beauregard rosnou de raiva e seus instintos diziam para matar de Bianca ali mesmo. Mas, antes que o fizesse, tudo pareceu se tornar em câmera lenta.

Ela levantou os olhos, arfando em surpresa quando viu uma silhueta a sua frente: a mão direita atrás do corpo em modo um modo protetor com a lobisomem, o chiado de raiva saindo de seu peito e se tornando gradativamente mais alto em seus lábios, os olhos avermelhados e a mesma aparência pálida da irmã.

 — Bianca, solte-a. Agora.

A di Angelo parou, estática. Seus olhos arregalados e sua boca entreaberta, fitando Nico à frente de Silena, que segurou seu braço que estava esticado para ela, se aproximando mais de seu corpo para o caso de ambos tivessem que conter a vampira descontrolada.

Era óbvio que a Alpha estava surtando internamente com a aparição de Nico ali. Ele só pode ser maluco. Ele é realmente suicida! Parabéns, Silena, você tem afeição por um suicida idiota que não se importa em se tacar no meio de uma floresta de lobisomens soltos que podem atacar ele a qualquer segundo! E ainda de brinde vai a irmã também!

Bianca não conseguia acreditar que seu irmão - que deveria estar morto - estava na sua frente. Contudo, com tantas reações que ela poderia ter a isso, ela riu. A mesma risada insana de antes que fez o moreno recuar um passo, empurrando Silena consigo.

A vampira já havia se descontrolado uma vez, ela ficava completamente louca e precisou de Hades, Nico e Leo para contê-la (e mesmo assim tiveram um belo de um trabalho).

— Ela… — Bianca olhou para Thalia tentando se livrar de seus braços em volta de si. Depois para Nico. E, por fim, para Silena, rindo debochada. — É sua filha, Nico?

O di Angelo arregalou os olhos com a insinuação. Se tivesse bebendo sangue, com certeza iria ter cuspido longe.

— Que? — questionou com a voz um pouco esganiçada, perdendo totalmente a linha de raciocínio. — Não! Claro que não!

Mas era óbvio que o sorriso malicioso que a vampira mantinha nos lábios mostrava que ainda não estava satisfeita com a resposta e, provavelmente, tinha suas dúvidas, uma vez que seus olhos iam da pequena desesperada em seus braços e o casal a sua frente.

— Bianca… — Nico a chamou, obtendo sua atenção e olhando para Silena por alguns segundos antes de se desvencilhar e dar alguns passos evasivos na direção da irmã, que substituiu o semblante malicioso por algo sério e um rosnado baixo. — Solte-a, ok? Devagar, eu vou chegar perto de você e vou pegar Thalia de seus braços, você vai soltar ela para que não quebre nenhum osso e vai ficar tudo bem. Nós vamos conversar sobre tudo o que está acontecendo, ok?

 Ele esticou as mãos a frente do corpo, indo na direção dela em passos cautelosos e medidos para que não passasse do limite e fizesse a di Angelo ter uma reação bruta que ninguém queria. Ela era quase um animal selvagem que estava prestes a ser domado.

— Isso… — o italiano murmurou, vendo o aperto de Bianca diminuir entorno do corpo de Thalia, que se obrigou a se acalmar para que não causasse um desvio no plano do Senhor Presinhas. — Isso mesmo…

Nico sorriu com afeto, envolvendo o corpo da pequena com seus braços e se afastando quase de imediato, passando a Grace para Silena, que a abraçou com força e suspirou alto de alívio.

— O-obrigada… — Thalia gaguejou, seu timbre baixo e abafado por estar com a cabeça na curva do pescoço da Alpha.

Silena não sabia ao certo o porquê da pequenina estar agradecendo, mas apenas sorriu e assentiu, deixando um beijo em sua bochecha.

— Agora vamos — Nico chamou a atenção de sua irmã para si —, vamos caminhar um pouco, Bia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? O que acham que vai acontecer?

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mordet Et Vivit" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.