Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 11
Incômodo


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥

AAAAAAAAAA MEV RECEBEU UMA RECOMENDAÇÃO ♥ Obrigada Dudinca, esse capítulo é pra você! ♥

Um agradecimento especial a minha Gêmea, Tia Ally Valdez, que me ajudou com o capítulo! ♥

Good Reading! ^-^



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Já passava das cinco da tarde quando Thalia adormeceu vendo o filme, deixando os dois adultos em um silêncio não tão confortável quanto Silena gostaria.

— Eu consigo sentir sua curiosidade – ela resmungou baixo, com medo que acordasse sua pequena.

— Se consegue sentir, é certo você me contar o porquê de eu não ter sentido o coração dela bater!

— É normal, sabe? O coração precisa de um descanso ás vezes – retrucou, sarcástica – coitado, ele está cansado!

— Silena! – Nico resmungou, frustrado.

Ela se levantou, o fazendo xinga-la mentalmente por estar impossibilitado de levantar também para ir atrás dela, já que Thalia havia deitado sua cabeça no colo dele. Porém, torceu os dedos e usufruiu de sua rapidez sobrenatural para deixa-la no mesmo lugar em milésimos. Obtendo sucesso.

— Você enche muito o saco, sabia? – a Beta resmungou, saindo de trás do balcão da cozinha, onde havia agachado para guardar alguns ingredientes.

Carregava os pratos para a pia, sabendo que alguém iria ter que lavar aquela louça. E se Sky, quando voltasse, visse todas aquelas coisas, iria surtar e jogar tudo para ela lavar de qualquer jeito.

— Você está inquieta, o que é? Eu quero saber! É um segredo?

— Se é segredo, certamente você não vai saber – cantarolou, debochada.

— Silena! – o di Angelo repreendeu, a fazendo ter um sobressalto quando usou seus próprios quadris para prende-la contra a pia – Eu quero saber!

— Querer não é poder, esqueletinho – retrucou, subindo os olhos para encara-lo – agora dá pra me largar? Eu preciso lavar essa louça, e se você continuar me atrapalhando, eu vou lavar ela com seu cabelo.

— Está insinuando que ele está tão ruim que parece uma bucha?

— Exatamente – sorriu forçado, sem mostrar os dentes.

— Olha aqui, morda essa língua antes de falar do meu bebê! – Nico passou as mãos nos cabelos, a fazendo rolar os olhos – Na verdade, não morde não: o veneno é tão forte que você vai morrer.

— Vai se fuder.

— Achou ruim, foi? – abriu um sorriu sacana, tirando o prato das mãos dela antes que este viesse parar em sua cabeça e conduziu as mãos dela até seu pescoço, a fazendo semicerrar os olhos, porém não desceu suas mãos quando ele as soltou.

O di Angelo levou suas próprias mãos para a cintura dela, tombando a cabeça levemente para o lado ao sentir um afago leve em sua nuca.

— Viu, eu disse que era macio – disse ele, convencido.

— Vê se morre, vampirinho de merda! – ralhou, frustrada.

Então, segundos depois, seus lábios se tocaram.

Nico não saberia dizer de quem foi a iniciativa – mesmo que tivesse quase certeza que havia vindo de Silena –, mas não perdeu a chance de provar dos lábios dela mais uma vez. Estes que estavam adocicados graças ao cupcake trufado que haviam comido por último.

Dessa vez, quando se separam por falta de ar vinda da morena, eles se encaram por alguns segundos antes que o di Angelo cortasse o silêncio:

— Parece que eu acabei de beijar a Bianca...

— É – a Beauregard franziu o nariz – você escovou os dentes?!

— Pelo menos esse beijo teve um gosto bom – Nico ponderou, dando um meio sorriso e beijando a testa dela – como foi que eu comecei a gostar tanto de você? Para te considerar uma irmãzinha chata?

— Você me atura durante um ano, não é mesmo? Acho que só aí já tem seus motivos.

— E quais são?

— Eu te dei comida, mantive forte, não torturei, fui um amor de loba, e ainda te dei banho nas horas vagas!

— Você é uma boa escrava – retrucou, começando a rir – e muito chata também.

— Olha aqui seu... – Silena franziu o nariz, contragosto e parando um palavrão em seus lábios – bom, deixa! Agora, o que você acha de tomar um banho por conta própria? Poderia usar o banheiro do meu quarto, eu pego uma roupa de algum dos garotos e depois explico a situação..., ou você põe essa sua blusa furada, ensanguentada e nojenta de novo.

— Se puder pegar pelo menos outra blusa..., e também se quiser lavar minha calça pra não ter que pegar dos outros... – Nico deixou o pedido no ar, recebendo um tapa não tão fraco em seu abdômen. – Aí!

— Para de ser folgado, eu, hein! – a Beta resmungou, rolando os olhos claros e cruzando os braços – Não vai ser eu que vai lavar sua calça, vai ser a máquina. E se falar alguma coisa que sirva de provocação, eu vou enfiar você dentro da lavadora de roupas e esperar até que seu sangue espirre por todo lado para desligar...e olhe lá se eu desligar!

— Ok senhorita eu-sou-do-mal – ele levantou as mãos em sinal de rendição, mexendo o quadril de um lado para o outro em um movimento exagerado e até engraçado.

— Você está parecendo aqueles humanos estranhos que vestem uma fantasia de leão e ficam na frente das lojas tentando chamar atenção – começou a rir com sua própria indagação, o fazendo rir também e baixar as mãos. – Agora vai logo tomar o banho antes que Luke decida voltar antes do prazo, meu quarto é a terceira porta a esquerda.

Ele assentiu e segundos depois havia sumido, deixando-a sozinha na cozinha.

Silena se virou para a pia e terminou de limpar a louça, virando-se para passar mais um pano úmido sobre a ilha da cozinha, fitando a última bandeja de cupcakes trufados que Thalia não havia devorado. Sentiu-se tentada a pegar mais um, contudo, um pequeno incômodo em seu estômago deixou claro a mensagem de “você já comeu demais, deixa para a próxima”.

Portanto, os guardou na geladeira e seguiu para sala, vendo que Thalia ainda dormia suavemente. Inclinou-se sobre ela a fim de cobrir seu pequeno corpo com uma manta que estava apenas até sua cintura. Mas franziu as sobrancelhas em seguida. Por que ela estava coberta sendo que estava calor?

A Beauregard não havia percebido que estava fazendo todo aquele calor até aquele momento, mas mesmo assim envolveu a pequena, que era bem mais propensa a sentir frio do que ela. Se afastou, começando a caminhar em direção as escadas tentando lembrar em qual quarto Chris dormia, para furtar uma blusa dele e, se ele viesse perguntar algo, diria que nunca havia visto. Contudo, franziu o nariz quando sentiu uma pontada de dor bem entre suas têmporas.

Mas não teve o tempo todo para raciocinar sobre tal dor, já que sua audição aguçada capitou o barulho de patas contra a grama. Quem quer que esteja voltando, estava correndo desesperado. E ela se lembrou da existência de um vampiro – que deveria estar preso na adega –, em seu banheiro tomando banho como se aquela casa fosse um hotel cinco estrelas.

Pigarreou, sentindo a dor em seu estômago se tornar algo inconveniente, porém tratou de ignorar e se apressar para subir, tendo tempo apenas de encostar as costas na parede ao lado do último degrau antes da porta ser aberta. E, por ali, passou Sky.

Agora, sua cabeça latejava e Silena começou a se sentir como se houvesse sido jogada dentro de um forno. Então, ficou pouco tempo fitando a Lotewood olhar Thalia dormir, coisa que se sentiu enciumada, mas precisou ir para seu quarto antes que a loira percebesse algo de errado.

Assim que fechou a porta de seu quarto, notou, primeiro, que a porta do banheiro estava entreaberta. Que tipo de vampiro suicida Nico era? Deixar a porta do banheiro aberta estando em uma casa cheia de lobisomens que o querem morto. Além de morrer, iria morrer nu.

Em vez de xinga-lo, como desejava fazer, se apressou em ir até lá, sentindo seus pés pesarem a cada passo a mais que dava. E, quando deu dois toques na porta – avisando que estava entrando – só teve tempo de fechar a porta e colocar as costas contra ela antes de desabar, deslizando até estar sentada no chão com os olhos fechados.

— Silena? – a voz soou no corredor, vinda de Sky.

Silena não conseguiu responder de imediato, entreabrindo os lábios para que sua respiração se normalizasse. Porém, sentiu duas mãos pesadas sobre seus ombros, se forçando a abrir os olhos e vendo Nico ali, ainda vestido com suas calças e intacto da água.

Ele sibilou uma pergunta. Ou pelo menos era achava que era uma pergunta. Tardiamente percebeu que ele estava chamando por ela sem dizer nada.

— Estou no banho, Sky! – forçou sua voz para que a mantivesse firme, sentindo suas pálpebras pesarem e voltar a encostar a cabeça na porta.

O di Angelo, por sua vez, parou alguns míseros segundos para prestar atenção nela. Sua pele brilhava em suor. Por mais que fosse pálida, agora ela estava em um extremo que ele conseguia ver certinho o desenho de suas veias em seu corpo.

E, só teve tempo de afastar o corpo quando Silena se jogou para frente em um movimento preciso, se inclinando sob o vaso sanitário. E o cheiro forte fez com que ele tivesse que tampar o nariz com as costas da mão. A Beta se afastou do vaso e apoiou as costas contra o box de vidro. Nico arriscou olhar para o vaso, mas tudo o que via era o que lhe parecia ser sangue misturado a algo escuro demais para ser vômito. Sentiu enjoo, mas sabia que a situação dela tinha um grau maior de urgência.

Então, abaixou-se e analisou o jeito que ela estava, não contendo sua parte brutamonte ao rasgar o casaco que ela usava e jogá-lo para trás. E, quando desceu seus olhos para as veias dela começando a se tornarem negras, soube que aquilo não tinha outra explicação.

Enquanto ela, sentia sua cabeça latejar com uma dor infernal, sentindo-se como se houvesse acabado de colocar todo o seu organismo para fora de uma só vez.

O di Angelo se aproximou do ouvido dela, sussurrando tão baixo que nem ele mesmo havia ouvido:

— Silena...acho que você foi envenenada.

Ela franziu as sobrancelhas. Como poderia estar envenenado? Não havia comido nada além de...

Como se algo se acendesse dentro de si, a Beauregard arregalou os olhos e começou a se levantar em desespero, sentindo tontura. O banheiro por acaso estava girando?

Nico negou em reprovação e a segurou, empurrando-a de volta ao chão com facilidade.

 – T-Thalia... – Silena começou, tendo certa dificuldade para pronunciar as palavras. – Nico, ela também comeu...

— Vamos primeiro cuidar de você e depois vamos ver Thalia – o di Angelo disse, mas ela negou, tentando se levantar outra vez. E então, ele se viu obrigado a colocar as duas mãos em seus ombros e a forçar a ficar na mesma posição de antes.

 Ele foi até a porta do banheiro e a trancou. Duvidava muito que Silena fosse conseguir andar em linha reta da porta do box até a porta, e duvidava mais ainda que ele conseguiria girar a chave na fechadura na situação em que se encontrava.

Se abaixou de novo a frente dela, se aproximando para sussurrar para que apenas ela ouvisse:

— Eu acho que está em seu sangue...

Nico se interrompeu, encarando-a como se fosse atingido por uma ideia. E ela fez uma careta, negando em seguida e sentindo tontura devido ao movimento.

— Fora de cogitação! – resmungou, se esforçando para conseguir montar uma única frase.

— E o que propõe? – ele cruzou os braços, esperando uma resposta. Mas tudo o que recebeu foi uma cara emburrada e o total silêncio de Silena. Então deu um sorriso vitorioso. - Como eu pensei!

A Beauregard ia abrir a boca para retrucar quando, sem aviso prévio, Nico a manteve presa à porta do box com um dos braços e inclinou-se, mordendo-a no mesmo instante. Um grito de dor começou a subir pela sua garganta, mas ela conseguiu contê-lo o suficiente para que se reduzisse a um gemido de dor. Silena fechou seus olhos com força, sentindo a dor partir de seu pescoço e se espalhar gradativamente por todo o seu corpo. Seu coração, que antes batia num ritmo preguiçoso e cada vez mais lento, agora havia se acelerado, bombeando o máximo possível de sangue para suprir a necessidade do corpo com o que era retirado de suas veias.

Nico quis larga-la logo que sentiu o sabor excessivamente amargo da primeira gota de sangue. Todos os sangues que já havia tomado, nenhum era tão amargo quanto ele. Eles eram viciantes. Então aquilo estava sendo ruim para as duas partes, mas o vampiro se obrigou a permanecer ali, drenando todo o sangue que podia e sentir Silena ficar as unhas em suas costas nuas, querendo sair dali. Ela ergueu o rosto, ofegando com a dor, mas ele não permitiu que saísse de lá. Precisava drenar o máximo possível de veneno do corpo dela, caso contrário, ela morreria em seus braços.

Aos poucos, seu corpo começou a relaxar, desistindo de resistir. A própria Beta começou a relaxar, soltando o di Angelo aos poucos. Seu próprio coração parecia desistir de bombear o sangue pelo corpo. E ele estava quase rezando para que aquilo acabasse logo, não suportando o sabor amargo que preenchia a sua boca. Estava achando que ela morreria ali mesmo quando sentiu o sabor amargo ficar doce. Não exageradamente doce. Era doce como uma fruta. Nico não se lembrava de quando havia bebido sangue direto da veia pela última vez. Seu corpo implorava por mais. E ele iria continuar bebendo se não ouvisse, num tom tão baixo que quase não foi percebido, Silena sussurrar seu nome enquanto a inconsciência vinha para ela bem devagar. Tão devagar quanto a morte. Os cantos de sua visão estavam escuros. Sua respiração falha. Seu coração desistia de bater.

Desesperado, o di Angelo afastou-se dela, tossindo em seguida e fechando os olhos com força. Queria gritar um palavrão e praguejar até que não pudesse mais, porém voltou sua atenção para Silena e mordeu seu próprio pulso, levando-o à boca dela, que segurou seu braço fracamente e bebeu o sangue que escorria de lá.

E, quando ela já tinha as bochechas vermelhas novamente, a Beauregard o afastou e suspirou alto, sentindo uma leve dor ao tentar fazer isso, mas nada insuportável.

— Obrigada – sussurrou baixo, abrindo um pequeno sorriso e o fitando.

— Achou que ia escapar das minhas provocações tão rápido? – brincou, sorrindo também – Agora eu posso tomar meu banho em paz? Obrigado!


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça?

Viram que MEV tem uma nova carinha?
Preferem essa capa ou a que estava antes?

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.