Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 10
Halloween


Notas iniciais do capítulo

BU!
Olar amorinhas estragadas! ♥

Feliz Halloween!
E que o Nico venha te chamar para assistir filme de terror juntinhos! :')

Bad Reading ^-^



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— Bom dia! – a voz de Silena estava muito alegre para o gosto de Nico, que franziu o cenho estranhando tanta animação – Sabe que dia é hoje? – o moreno arqueou as sobrancelhas, a mirando com o olhar cheio de ironia: é claro que ele não sabia. – Hoje é Halloween!

— E o que isso tem a ver comigo? – retrucou, debochado – Se refere ao fato de sermos, tecnicamente, os monstros das lendas que não deveriam existir?

— Olha, se você vai continuar com esse mau humor, eu vou sair daqui e não vou te soltar, como eu pretendia fazer e... – a Beta deixou a voz morrer ao vê-lo arregalar os olhos.

— O que? – ele indagou, exasperado.

— Então, di Angelo, eu meio que peguei um pouco de confiança em você – começou, cruzando os braços embaixo dos seios enquanto o encarava – portanto, cheguei à conclusão que descobriria se você é mesmo fiel, se eu te soltasse para me ajudar a arrumar as coisas da casa...

— Você ficou louca?

— Além de você e Thalia, não tem mais nenhuma alma viva nessa casa. Até mesmo os lobinhos foram para o treinamento de hoje – Silena suspirou levemente – depois que seu pai declarou guerra bem no meio do furdunço, Luke se preocupou bastante com o físico dos lobisomens. Ou seja: vão passar o dia e, talvez, a noite fora. E claro que ele me deixou para tomar conta de Thalia.

— Mas isso é estranho – Nico semicerrou os olhos – você mudou de lado? Está fazendo isso para tirar uma com minha cara? Você quer me matar, né? Sem que ninguém saiba, e ainda jogar meu corpo no mato!

— Isso aí já é paranoia, di Angelo!

— Silena... – iria protestar de novo, porém ela o cortou:

— Nico, eu vou te soltar – se aproximou – se você quiser fugir, você vai. Eu arco com as consequências, ok? Mas, eu só posso pedir que você aguente mais um pouco, porque estou me preparando para o que venho falado com você a tempos. Também vou entender se não conseguir, já que vai fazer dois anos que você está preso aqui.

Ela tirou as correntes, se afastando dele e da porta, o observando afagar os pulsos com uma careta. Porém, quando seus olhos negros encontraram com os dela, e ele sorriu de canto, sentiu seu interior se aliviar quase de imediato.

— No que quer ajuda? – Nico questionou, levantando as mãos acima da cabeça e se espreguiçando.

Silena não conseguiu conter o sorriso que irrompeu seus lábios, sabendo que não estaria morta quando Luke voltasse. Portanto, segurou na mão do vampiro e correu pelo corredor, ouvindo resmungar que “estava sedentário demais para correr”, porém não ligou até que eles estivessem na sala da mansão.

— Então, vai ser o seguinte – ela o largou, se virando de frente e mordendo o lábio inferior, animada – Thalia sempre comemora o Halloween, ela adora fazer isso. Nunca entendi a atração dela por coisas mortas, mas deve ser um dos motivos que a atraem pra você – o provocou com um meio sorriso – nós vamos arrumar tudo antes que ela acorde: comidas, decorações, tudo! E quando terminarmos, vamos subir e acorda-la. Depois vamos fazer coisas juntos, porque é o que eu sempre faço com ela. Entendido?

— Me perdi quando você falou “então” – fez aspas no ar, a fazendo fechar a cara emburrada, o que arrancou uma risada dele – estou só brincando, querida.

— Só cala a boca e vamos, temos muita coisa pra fazer!

Silena não sabia como era ter ajuda de um vampiro para as decorações, porém, não se impressionou quando o di Angelo decorou a sala ao estilo em menos de segundos. Algumas fitas estavam envolta de um balão preto, como se fosse uma aranha gigante bem ali. O que pode ter dado arrepios em nossa Beta, que não disse nada a respeito. Abóboras estavam espalhadas por todo lado, e a iluminação havia ganhado um tom alaranjado.  

— Eu acho que vou pedir sua ajuda para mais coisas, sabia? – ela riu, negando em reprovação.

— Isso me cansa, ok? – retorquiu, comprimindo os lábios e apoiando as mãos nos joelhos.

— Essa sua cara de acabado não é de agora não, meu bem! Você não me engana! Agora temos que ir para a cozinha, ali sim vai dar um trabalhão! Aliás, preciso que decore a sua adega também...

— Que feio, eu estava me sentindo tão bem por estar livre pra mexer as mãos, e você me faz isso? Você está me escravizando, dona Silena! Não são vampiros que se escravizam. São zumbis!

— Ah claro, por que não unicórnios também?

— Nunca montou em um? Está perdendo tempo vivendo essa babaquice que você chama de vida – Nico lhe mandou uma piscadela, rindo quando a morena rolou os olhos. E assim, sumiu de vista.

Silena não se preocupou, sabia que provavelmente estaria arrumando as coisas que ela pediu, então caminhou até a cozinha e começou a pensar nas ideias que colocaria em prática para que ambos pudessem comer.

Não fazia ideia de o que o di Angelo aceitaria comer, portanto a primeira coisa que veio em sua mente foi hot-dog, com a salsicha faltando um pedaço da pele avermelhada no começo para simular a unha de um dedo cortado fora. Porém, ao invés de ter ketchup, seria sangue mesmo que cobriria cada cachorro-quente dele. 

Se abaixou para pegar as panelas no armário baixo, porém, assim que se levantou, teve um sobressalto ao ver Nico encostado no balcão, a olhando com os olhos estalados e um sorriso quase psicótico no rosto.

— Caralho – xingou, tirando a mão do coração, que havia levado por puro reflexo – pra que fazer isso com as amiguinhas?

— Me impressiona não ter sentido eu voltar – ele retrucou, voltando ao seu habitual sorriso de canto.

— Eu estava distraída, ok? – resmungou, se virando para o fogão – Agora me ajuda, vai pegando o que eu falar...

— Você está muito abusadinha, não acha, Beauregard? – Nico questionou, mesmo que tivesse ido para o lado dela.

— Olha, você não tem muito o que reclamar – ela respondeu, dando de ombros e começando a citar os ingredientes que havia pedido.

O vampiro parou por meio segundo, apenas para observar o relógio em forma lupina que estava em cima dos armários.

— Quem, diabos, acorda plena seis da manhã para arrumar a casa para o Halloween? – perguntou incrédulo, só notando agora que o dia estava nublado e perfeito para o clima sombrio.

— Eu mesma – Silena riu – e você também. Mas isso só contaria se você dormisse, então...

— Ei! Eu posso ser um morto-vivo, mas um cochilinho não faz mal pra ninguém. Além de que, ajuda para o tempo passar rápido.

— di Angelo...

Hum?

— Cala a merda da boca e lê a receita de cupcake trufado pra mim – ela apontou para a gaveta onde estava o livro, abrindo um meio sorriso quando ele xingou em italiano – eu já havia esquecido que você era italiano, sabia?

— E por que seria um fato a se lembrar? – Nico questionou, a provocando, mesmo que estivesse com o livro de receitas em mãos.

— Eu já disse que não vai ter mais beijo, se lembra? – Silena desviou seu olhar do molho que estava preparando para o hot-dog de Thalia.

Ele apenas rolou os olhos, procurando pela receita que a garota havia exigido. Assim que começou a falar, a observou enquanto ela mexia as coisas com uma habilidade que o moreno não tinha na cozinha.

— É pra bater suavemente sua brucutu ignorante – Nico repreendeu, recebendo um tapa estalado em sua cabeça logo em seguida. – É pra bater na massa, não em mim, caralho!

— Eu não sou ignorante!

— Não? Depois desse tapa, você ainda tem coragem de dizer que não?

— Nico, vai se fuder e vai atrás das forminhas! – o dispensou, balançando a mão em direção aos armários.

***

A Beauregard abriu a porta do quarto de Thalia com cuidado, notando que ela ainda estava embrulhada entre os cobertores de sua cama. Envolvida em um sono suave e calmo, porém que logo acabaria.

Entrou no quarto com Nico logo atrás de si, pedindo para que ele fizesse silêncio.

— Pequenina? – Silena chamou baixo assim que sentou na borda da cama, não conseguindo identificar o que era a cabeça da Grace, que também estava embaixo dos cobertores em uma posição não tão confortável para adultos – Lia?

As mãos pequeninas passaram por uma fenda do cobertor, fechadas em punhos em uma espreguiçada gostosa. E isso fez com que Nico arqueasse as sobrancelhas. Aquela cena era tentadoramente fofa.

E assim, ela tirou sua cabeça do escuro e, ainda de olhos fechados, os coçou. Para depois abri-los, tendo um sobressalto e soltando um grito agudo:

— Senhor Presinhas! Mas...você...o que tá acontecendo? – Thalia questionou meio confusa, alternando o olhar entre Silena e Nico, ambos com um sorriso nos lábios.

— Feliz Halloween, meu amor! – a Beta, segundos depois, foi agarrada pelo pescoço em um abraço mal calculado, começando a rir enquanto abraçava a pequena de volta – Como nós estamos sozinhas, achei que seria ruim excluir o Senhor Presinhas da comemoração! Você tem que ver o que nós preparamos pra você!

Thalia a soltou, ficando em pé na cama e se jogando nos braços do di Angelo sem aviso, o que fez a Beauregard sentir seu coração parar de vez, enquanto o moreno apenas arregalou os olhos quando constatou que havia uma coisinha agarrada nele: as mãos dela rodeavam seu pescoço, onde ela também tinha colocado sua cabeça. E suas pernas a mantiveram suspensa, agarradas firmemente na linha do quadril de Nico.

O italiano, por sua vez, arregalou os olhos e não ousou se mexer. O único movimento que fez, foi levar seu olhar para Silena, que parecia sufocar uma risada ao ver que ele havia se transformado em estátua. E, para ajudar, ela se levantou e puxou as mãos de Nico para as costas de Thalia, para que ele retribuísse, de certa forma, o abraço dela.

— Eu estou sendo abraçada por um amiguinho! Eu tenho um amiguinho, tia Silena! – a pequena comemorou, se apertando mais ao corpo do di Angelo, para logo em seguida afastar sua cabeça e mira-lo nos olhos, que ainda estavam arregalados – Você parece assustado...

Pareceu uma eternidade até que o moreno se tocasse que ela estava falando com ele. Então, quando percebeu, balançou a cabeça para se livrar do estado de choque que havia entrado e sorriu suavemente:

— Não estou, só fiquei surpreso com você saltar tão alto assim! – inventou a melhor desculpa que conseguiu, firmando suas mãos nas costas dela para que ela não despencasse para o chão.

— O que acha de por sua fantasia, Thalia? – Silena se levantou, a pegando do colo do vampiro, que a olhou feio por míseros segundos, mas é claro que a garota percebeu o ato. Porém preferiu não comentar.

— Esperem lá fora! Os dois! – exigiu, descendo do colo e indo para a porta, esperando que ambos os adultos passassem por ela.

— Se precisar de ajuda me chama, estou aqui do lado – a Beta a lembrou, mas o que recebeu em troca foi a porta batendo em sua cara.

— O que é a fantasia dela? – o di Angelo questionou, realmente curioso.

A morena nada respondeu, apenas sorriu travessa e negou em reprovação. Como quem diz “espere para descobrir”. E, assim que a porta abriu e ele a viu, não sabia se dava risada, se dava risada de nervoso, ou se saia correndo.

— Eu sou uma vampira e vou acabar com o seu sangue! – Thalia abriu os braços, estendendo as asas que faziam parte da fantasia – Estou em minha forma de morcega! Eu adoro voar!

Silena se sentiu apreensiva assim que a viu pulando na cama, mas logo começou a rir da reação do di Angelo: agora, ele tinha uma das mãos na cabeça e a outra em frente a boca, rindo desacreditado.

— Quem foi a louca que deixou ela vestir isso? – Nico questionou entre risos suaves, olhando sugestivamente em direção a lobisomem.

— Ela está linda, não? – retrucou, sorrindo.

— Vamos nessa, meus companheiros! Eu estou faminta, preciso de sangue... – a Grace parou. Seu tom incerto, baixo, e destinado apenas a Silena: – é sangue né?!

A Beauregard assentiu.

— Eu preciso de sangue para me alimentar! – ela correu em direção a porta, fechando os braços a tempo de passar pela porta ilesa.

— E lá se vai minha morceguinha – Silena negou em reprovação, acenando com a cabeça em direção a Nico para que a seguisse até o andar debaixo, onde Thalia tinha parado em choque no meio da escada.

— Esse é o melhor Halloween de todos! – soltou um grito histérico, correndo em direção ao sofá e subindo nele, começando a pular – Aquilo é uma aranha! Precisamos deter ela, antes que ela acabe com toda nossa comida!

— Garanto que tem muita comida, para todo mundo, pequena – a Beta colocou os cotovelos sobre o encosto do sofá, dobrando seu corpo suavemente para frente para observa-la. – O que vai querer fazer primeiro?

— Comer! – respondeu de imediato, batendo palmas e olhando para Nico, que havia permanecido no topo da escada – Senhor Presinhas, eu sou igual você! Sou linda, temida e perigosa!

— E bem humilde também – Silena negou em reprovação, arrancando uma risada travessa da pequena.

— Próxima parada: cozinha! – Thalia pulou do sofá, começando a correr em direção ao cômodo – Eu vou ganhar de... – antes que completasse a frase, sua voz morreu aos poucos ao ver Nico encostado no balcão com um sorriso de canto – Não gostei!

— Como vampira, você tem que aprender se movimentar de um jeito silencioso e rápido – o di Angelo orientou, mesmo que quisesse rir com o bico enorme nos lábios da pequena – mostre-me suas presas, senhorita!

A pequena endireitou a postura, fechando os braços e pigarreando alto. Fechou os olhos em uma preparação consigo mesma, enquanto a Beauregard passava despercebida atrás dela, encostando ao lado de Nico e observando no que isso iria dar. E, então, Thalia abriu os olhos e repuxou os lábios sob os dentes, mostrando as presas provisórias em seus dentes.

Fez um barulho que julgava monstruoso, mexendo suas mãos acima da cabeça para amedrontá-los, que entraram na atuação e se afastaram.

— Oh, não! Ela vai nos matar! – Silena colocou a mão em sua testa, segurando a risada.

— Eu posso oferecer um cachorro quente antes de nossa morte? – Nico questionou, vendo a brecha perfeita para esticar a comida em direção a pequena, que abriu um sorriso e pegou das mãos dele.

— Finalmente! – piscou os olhos azuis com tanta satisfação que a Beta teve que sorrir, a pegando no colo e colocando sentada envolta da mesa – Tia Silena, hoje a gente vai contar historinhas de terror?

— Alguma vez deixamos de contar? – retrucou, a olhando de soslaio.

Thalia não respondeu, apenas se ocupou com o prato de hot-dog em frente a ela.

— Esses – a Beauregard pegou o prato que havia feito especialmente para o vampiro – são pra você.

— Eu não como, lembra? A única vez que provei comida humana, foi a força. Porque a sua pequena descontrolada enfiou um bolo na minha goela – ele comprimiu os lábios, se lembrando do gosto muito bom. Mas logo a terrível lembrança das baratas vindo em sua direção o fez querer vomitar.

 – De repente me veio uma peculiar vontade de esfregar essas... – Silena se interrompeu, olhando por cima do ombro para ter certeza que Thalia não a ouviria – porras, no meio da sua fuça seu mal-agradecido!

Nico apenas a olhou confuso, a fazendo rolar os olhos.

— São com sangue, idiota!

— Ai que gracinha! Você fez com sangue pra mim?! – o moreno levou uma das mãos ao coração.

— Lembrando que ainda não desisti da ideia de jogar na sua cara.

— Vocês vão ficar falando nas minhas costas ou vão vir pra mesa? – Thalia reclamou com a boca cheia de pão.

— Thalia! Não fale de boca cheia – a adulta a repreendeu, entregando o prato para Nico e pegando seu próprio, se sentando ao lado da Grace.

— Desculpa– respondeu ela, depois que havia engolido a comida. Abrindo um sorriso culpado.

As horas se passaram como um borrão enquanto os três trocavam palavras e risadas, se divertindo com as travessuras e gostosuras que Thalia inventava.

Mais tarde, Silena estava encostada no arco da porta que dividia a cozinha da sala, observando o di Angelo brincar descontraído com a sua pequena. E, quando ele a pegou nos braços e ela deixou escapar uma gargalhada alta, soube que ela estava em boas mãos.

O que a fez se sentir extremamente mal por um dia ter julgado Nico como uma má pessoa. Como um vampiro que iria morde-la e acabar com sua vida em uma única mordida. E, talvez. Só talvez. Ele tenha percebido essa mudança repentina de humor de longe.

— Ei, você está bem? – ele questionou, ainda balançando Thalia de um lado para o outro em seus braços.

— Estou sim – mentiu, abrindo um meio sorriso e desencostando do arco, indo em direção a sala calmamente. – Vejo que está se dando bem com ela agora.

— No começo eu achava que ela era irritante – começou, olhando para os olhos azuis intensos o mirando curiosos – agora eu tenho certeza! Mas nada que não consiga aguentar.

— Tia Silena, você tem que deixar ele solto mais vezes! O Senhor Presinhas é muito legal! – a garotinha se fez a ouvir, encostando sua cabeça em seu peitoral e deixando que ele a sustentasse.

Tão rápido quanto colocou a cabeça ali, ela desencostou e o olhou assustada:

— Seu coração!

— Ele não bate?! – Nico adivinhou, vendo-a arregalar os olhos.

— Não... – sua frase morreu em sua garganta, e ela levou a mão cautelosamente para o peito esquerdo dele – ele não bate.

Ele não queria admitir para si mesmo, mas, quando Thalia o tocou, sentiu sua pele arder em contato com os dedos pequenos e gorduchos. Não uma ardência incômoda, mas, sim, uma ardência boa e confortável.

Alguns minutos se passaram e ela parecia totalmente inerte em pensamentos enquanto sua mão repousava ali. E Nico nem ousou pensar em se mexer. Portanto Silena ficou gravando cada detalhe disso em sua mente, até que a Grace se virou de supetão:

— Eu quero assistir um filme de terror!

— Você quer? – a Beta franziu o cenho, incerta.

— Quero! – retorquiu, batendo palmas – E eu vou escolher! Me esperem aqui!

Assim, ela pulou do colo e correu até a escadaria, sumindo do campo de visão deles.

— Tá, o que aconteceu com você? – o moreno se virou, fechando a cara quase de imediato.

— Eu já disse que não foi nada, e se você tentar arrancar alguma coisa, que eu não estou escondendo, de mim, eu vou fazer jus ao apelido brutamonte! – retrucou na defensiva, recuando um passo por puro reflexo.

— É incrível que você nem se esforça para mentir.

Silena apenas deu de ombros.

— Tem a ver comigo? Com o jeito extremamente fofo que estou agindo com Thalia? Sendo que quando cheguei aqui queria matar ela? – Nico investiu, semicerrando os olhos para analisar qualquer reação que ela pudesse expressar.

Passaram-se alguns segundos em silêncio, se encarando, até que ela decidiu ceder ao olhar intenso dele:

— Eu tinha tanta certeza que você ia matar ela – começou baixo, fazendo uma pequena pausa – e isso me deixou levemente para baixo por ter desconfiado tanto. Agora sei que ela está em boas mãos.

— Na verdade, eu tinha raiva de qualquer coisa que viesse daqui – contou, se aproximando de repente e a puxando para seus braços, em abraço amigável – mas percebi com o tempo que eu não era o monstro. E, sim, Luke.

— E Thalia só é mais uma vítima disso – ela concluiu o pensamento, encostando sua cabeça sob o peitoral dele e fazendo uma careta. – Nunca vou me acostumar com isso.

— Já me acostumei com seu coração acelerado – deu de ombros suavemente – é quase uma melodia.

— Você é ridículo.

— Nunca disse que não era.

— Thalia está demorando, acho que vou ver o que está acontecendo – a Beta suspirou, se afastando e indo em direção a escada. Mas antes que pudesse subir, Thalia apareceu em seu campo de visão balançando uma caixa de filme acima de sua cabeça:

— Eu achei!

Alguns minutos depois, os três estavam no sofá. A luz havia sido apagada e a única coisa que os iluminava era a televisão. Thalia estava entre Silena e Nico, que pareciam relaxados enquanto a pequena tinha se encolhido contra o corpo do moreno.

Ele apenas a observava, não sabendo ao certo como reagir ao ter uma coisinha quase entrando no espaço entre suas costas e o encosto do sofá, portanto precisou de um empurrãozinho – também conhecido como: Silena puxar sua mão até as costas da Grace –, para que a consolasse.

No meio do filme, quando as coisas começaram a ficar leves, o di Angelo percebeu que Thalia estava quase caindo no sono, abrindo um meio sorriso suave e se debruçando para ficar perto de seu rosto angelical. Quando os olhos azuis elétricos o miraram, ele colocou a mão sobre seu coração:

— O seu... – começou, mas franziu o cenho e piscou, confuso –... não bate.

 Levantou seu olhar para Silena, que negou, como quem diz que não era uma boa hora para falar disso.

— Não seja bobo, é claro que bate! – Thalia, por sua vez, retrucou.

E, como um estopim, ele sentiu batidas quase impercebíveis contra seus dedos.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :)
Gostaram desse especial Halloween? Se derreteram de fofura com a Thalia? Notaram que passou um ano, então a Thalia está próxima de fazer 7 aninhos?

E esse final? Alguma teoria?

Os reviews estarei respondendo quando eu acordar, porque agora estou dormindo auhsuaus (capítulo programado)

Até a próxima o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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