Lembre-se de mim escrita por J S Dumont


Capítulo 34
Uma nova fase


Notas iniciais do capítulo

ai está o capitulo extra, se puder comente nos dois, esse capitulo é bem longuinho e estamos entrando numa nova fase na fic, espero que gostem e comentem *-*
obrigada Gabi para recomendar adorei sua recomendação e dedico o capitulo a você, quem puder recomendar, recomende ficaria mais feliz e voltaria mais rápido, e quem sabe com outro cap. extra? beijos beijos e até lá!



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TRINTA E TRÊS

UMA NOVA FASE

Isabella Swan

Dizem que nada melhor do que o tempo para fazer você esquecer alguma dor, lembro de que minha mãe sempre me dizia que o tempo é o melhor remédio para os corações partidos, pois ele vai fazer que você enxergue tudo de outra forma. Segundo as palavras dela daqui dois ou três anos eu vou olhar para trás, vou lembrar desse momento e vou achar que nada, nada foi tão ruim como está sendo agora.

É eu poderia até usar isso como consolo, ver o tempo como a esperança de dias melhores. Mas o que acontece quando você não quer esquecer? O que acontece quando você não quer que as dores cicatrizem?

Foi assim que eu comecei a me sentir quando a nova Isabella entrou em ação, ela estava sem óculos, sem as roupas largas e também sem o brilho no olhar, não existia nem a sombra da antiga Isabella, e para ela continuar viva eu não podia esquecer, eu não podia esquecer o porque eu tomei essa decisão.

É estava claro para mim que todos queriam ver essa nova Isabella, afinal, essa parecia ser mais interessante para todos, inclusive para os garotos, ou melhor, quase todos os garotos e era esse o grande problema, pois o único garoto que eu queria impressionar com meu novo visual eu não havia conseguido. E sabe quando você fica com aquela “dor de cotovelo” pelo excesso de esforço em vão? É era isso que eu estava sentindo. Pois novamente eu via aquele meu ciclo se repetir, novamente eu me via sendo insignificante para Edward Cullen, assim como quando eu usava óculos fora de moda e vestia roupas não muito agradáveis, naquela época eu gritava, eu acenava, colocava apelidos e agarrava Edward para ele notar minha existência, porém agora eu sabia que essa tática eu não poderia mais usar, Edward precisaria me notar de outra forma.

E essa era nova tática para chamar a atenção de Edward. Embora eu soubesse que ser como aquelas que um dia tentaram acabar comigo seria o grande fim, é como morder a própria língua, afinal, eu estava sendo tudo aquilo que um dia eu critiquei. Vestir roupas fúteis, falar de coisas fúteis e andar com pessoas que pensavam sobre coisas fúteis, mas as coisas são assim, quando estamos desesperados acabamos tomando atitudes desesperadas, e foi isso mesmo que aconteceu. Eu poderia estar sentindo-me no fundo do poço, caindo no mais escuro dos abismos, mas eu não iria sozinha, se eu estou nessa situação por causa de Edward, era Edward que eu iria levar comigo e se conviver no mundo dele fosse ter que andar com essas pessoas, era isso mesmo que eu iria fazer.

Eu iria me tornar popular. Mesmo que isso acabasse com a minha paciência assim como estava acontecendo agora:

— Eu nunca imaginaria, sério... – Alec falava para mim, e então eu encarei-o com as sobrancelhas arqueadas. Nós dois estávamos sentados em uma mesa do refeitório, na verdade eu estava lá sozinha e depois ele se aproximou, para claro encher a minha paciência.

— O que você nunca imaginaria? – eu perguntei.

— Que existia uma garota tão bonita atrás daqueles óculos e daqueles cabelos cheios... – ele respondeu.

Eu revirei os olhos.

— Se essa é uma tentativa sua de ser romântico, garanto que você não está indo pelo caminho certo... – eu respondi, duramente.

— Eu só estou sendo sincero com você... – ele disse.

— Ah pelo menos isso é bom, todo mundo deveria ser sincero e não é uma qualidade muito comum nos homens... – respondi.

— Então nisso eu posso ganhar um ponto... – ele disse, sorrindo para mim.

— Não! – eu disse, e o sorriso dele se desfez. – Porque você é um idiota que nem todos os outros garotos...

— Por que você diz isso? – ele perguntou.

— Eu preciso responder essa pergunta? Está tão obvia!

— Para mim não me parece muito obvio! – ele disse.

— Tá bom senhor sinceridade, quer mesmo que eu seja sincera com você?

— Sim... – ele respondeu, sorrindo.

— Tá bom, você tem o nariz grande demais e é tão branco que parece um albino e olhe essas suas sardas, não, não tá legal... - eu criticava, e a essa altura Alec já estava passando a mão em seu nariz e me olhando com um olhar impressionado. – E e eu sinto pena de você porque você assim como todos os jogadores de basquete precisa se auto afirmar fazendo sexo insignificante com garotas inseguras para assim tentar se tornar um garanhão, mas me desculpa Alec, vocês não são, porque elas estão usando vocês, elas não gostam de vocês de verdade, mas também nem vocês acreditam que vocês sirvam para alguma coisa além de trepar e jogar uma bola numa cesta, então, se nem vocês gostam de vocês mesmos, quem irá gostar, não é? Os sentimentos acabam ficando fora de cogitação, então se você está aqui achando que eu sou mais uma dessas inseguras que vai parar na sua cama, você está muito enganado querido, eu nunca, na minha vida, transaria com você!

Alec me olhava com a boca entreaberta, também eu acho que nunca, ninguém havia falado algo assim para ele.

— Uau... Nunca ninguém foi tão sincero assim comigo antes! – ele disse impressionado. Não parecia nervoso por tudo que eu falei. – Depois dessa, juro se pudesse eu até te pedia em casamento... – ele acrescentou e até dei risada.

— Eu acho que você não ouviu direito a parte de que eu nunca transaria com você, não é? – eu o lembrei, mas antes de Alec responder, outro garoto se aproximou, esse com certeza seria bem mais insuportável que Alec, Carl, eu sabia a fama de otário dele, que tenta levar metade da equipe de lideres de torcida para cama. Na verdade eu não sabia o nome dele, até começar a trocar algumas palavras com algumas garotas populares, poucas palavras á gente acaba descobrindo o nome do time inteiro.

— Oi Isabella... – ele me cumprimentou, eu o olhei com as sobrancelhas arqueadas.

— Oi, é, como é seu nome mesmo?

— Ah você deve saber meu nome... – ele disse e eu sorri ironicamente.

— Não, por que eu saberia? Por que você é atleta? Hum... Isso não é algo que me interessa!

— OOh Carl a gente estava conversando, você não viu não? – Alec perguntou, olhando para Carl, parecia ter ficado irritado com a aproximação dele.

— E dai agora tem que pedir permissão para você para falar com ela? – Carl perguntou.

E como se já não bastasse, mais um aluno se aproximou, agora um que era impossível de suportar, Riley, um dos infelizes que foi no quarto de Edward para me humilhar, no dia em que dormimos juntos.

— Iai Carl eu estou te procurando... – ele disse, colocando o braço em volta do ombro dele. – Ah já sei tá querendo bater papo com a Swan, cara é tempo perdido, você não sabe que ela é doidinha pelo Cullen, não?! – ele falava na minha frente como se eu não estivesse presente, e isso é algo completamente irritante. – Ah Swan parece que ele está te ignorando não é? Mas não fica triste não, você não tem culpa que ele tem um gosto estranho não é? Quando você era uma baranga ele estava sempre do seu lado, falando com você, agora que você tá uma gata, ele tá fingindo que você não existe, mas acredite ele é o problema e não você!

— Por que você não vai cuidar da sua vida Riley? – eu perguntei levantando-me da mesa.

— Mas por que tanta grosseria? Eu só estou te dando uma força! – ele disse num tom irônico, o que me deixou ainda mais irritada.

— Eu não preciso da sua força e quer saber... – eu disse e então aumentei meu tom de voz. – Fica bem longe de mim! – eu disse com o dedo em riste.

— Isabella... – Riley disse, olhando para os lados, parecia ter ficado envergonhado que alguns alunos começaram a prestar atenção em nós. – Não precisa de todo esse drama... – ele acrescentou, eu revirei os olhos e então eu o empurrei, saindo rapidamente do refeitório, eu já estava decidida a não tomar café da manhã.

Eu encontrei Ângela na porta, ela já ia entrar, quando eu puxei-a pelo braço e comecei a arrastá-la pelo corredor.

— Isabella, o que foi? – Ângela perguntou.

— Os atletas são uns idiotas! – eu respondi e juntas dobramos o corredor, e só então eu parei de andar, encostei-me a parede e soltei um suspiro na tentativa de me acalmar.

— Tá e me conta uma novidade! – disse Ângela, me fazendo suspirar.

— Eu não sei se vou suportá-los, eles estão me enchendo saco... – respondi.

— Você sabe que isso iria acontecer...

— Eu preferia mil vezes quando eu passava despercebida por eles, pelo menos eu não precisava ouvi-los abrir a boca, quando eles fazem isso só sai porcaria!

— Sabe o que eu acho? – Ângela perguntou, olhei-a com as sobrancelhas franzidas e discordei com a cabeça. – Você colocaria defeito em qualquer garoto que se aproximasse de você, porque você não quer que nenhum se aproxime por causa de Edward, independente se o garoto seja mesmo um completo idiota ou até seja legal...

— Você acha que eu tenho medo de me interessar por outro garoto é isso? Não Ângela, eu não cometeria o mesmo erro duas vezes, acha que vou me interessar por outro atleta?

— Bom, quando você se apaixonou pelo Edward, ele nem atleta era... – Ângela me lembrou, e bom isso era verdade. – Alias foi você que o ajudou a se tornar um, lembra...

Então eu suspirei e pensei por alguns segundos, o que ela dizia era verdade, porém, o que eu sentia não era medo de me interessar por outra pessoa, porque eu não acredito mesmo que isso iria acontecer, eu só acho que meu conceito referente a atletas ficou pior depois do que aconteceu entre Edward e eu, tudo bem, eu poderia estar generalizando todos o que é errado e ainda eu tinha que me lembrar de que quando me apaixonei por Edward, ele ainda não havia entrado no time, mas a questão é quando Edward tornou-se um completo idiota? Não seria quando entrou no time e começou a andar com esses garotos idiotas? Ou será que ele sempre foi um e meu amor cego por ele não me deixava ver? Eu não tinha muita certeza, a única certeza que eu tinha é que eu queria desesperadamente que todos os atletas ficassem bem longe de mim.

Eu já ia responder Ângela depois de alguns segundos de reflexão, quando, Rosalie se aproximou rapidamente de nós, ela era uma garota legal, uma rara exceção entre as lideres de torcida.

— Uau Isabella o que foi aquilo? – Rosalie perguntou bastante sorridente. Ela parecia ter gostado de me ver gritar com o Riley.

— Me diga uma coisa Rosalie , é só eu ou você também acha os atletas uns completos idiotas? – eu perguntei.

— Concordo com você, acho que o esporte acaba estragando os miolos deles... – Rosalie respondeu.

— Bom Jacob é atleta e o acho legal! – Ângela lembrou.

— Jacob é a única exceção... – eu respondi

— Alec também é um cara legal, apesar de que eu acho que ele é um pouco burrinho, mas tirando isso... – Rosalie  respondeu pensativo.

— Ah não, Alec estava enchendo minha paciência no refeitório agora pouco, nem me fale dele, falando disso, como você suporta esses garotos? – eu perguntei.

— Hum... Tem que ter paciência... E a tendência é só piorar quando você se tornar uma líder de torcida... – disse Rosalie, colocando o braço em volta do meu ombro.

— Líder de torcida? – perguntei, arqueando as sobrancelhas, surpresa com o comentário dela.

— Isso mesmo, sou a capitã, posso escolher quem eu quiser, e eu acho que seria bem interessante te ter na equipe... – Rosalie respondeu e então começamos a caminhar pelo corredor.

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Eu ainda não sabia se seria muito bom aceitar a proposta de Rosalie em me tornar líder de torcida, apesar de que eu sabia que se eu quisesse me tornar popular esse seria o caminho ideal.

Porém me imaginar no campo, olhando toda aquela arquibancada prestando atenção no que eu faço me incomodava o suficiente para eu sentir meu estomago remexer-se de uma forma estranha e por isso eu disse a Rosalie que eu ainda iria pensar no assunto.

Na aula de Literatura Inglesa eu decidi sentar no fundo, eu iria aproveitar essa aula para pensar na proposta de Rosalie, eu fiquei um tempo ali, raciocinando enquanto riscava a ultima folha do meu caderno, quando notei a presença de alguém, olhei rapidamente para pessoa e então avistei Jacob.

— Como está a nova gatinha do pedaço? – ele perguntou num tom zombador, sentando-se ao meu lado, eu sorri para ele e fechei o caderno.

— Não muito bem, mas estou sobrevivendo! – respondi.

— É, eu vi você tendo um ataque de fúria no refeitório, já imagino que os urubus estão te atacando, não é? – ele perguntou.

— Mais ou menos isso! – respondi, Jacob sorriu para mim.

— Relaxe, uma hora eles terão que se conformar que você é boa demais para eles... – ele disse e então eu dei risada, Jacob sempre conseguia me fazer rir, até mesmo nos piores momentos.

A professora então entrou na sala, fazendo com que ficássemos calados por alguns minutos, porém não passou mais de dez minutos, eu voltei a falar com o Jacob.

— Rosalie quer me tornar líder de torcida, o que você acha? – eu perguntei.

Jacob me encarou com as sobrancelhas arqueadas.

— Eu acharia isso bem engraçado... – ele respondeu.

— Engraçado? Por quê? Você acha que eu vou acabar caindo ou dançando vou ficar parecendo uma minhoca tendo uma convulsão? – perguntei, Jacob deu uma risada discreta.

— Não, é que você é diferente das lideres de torcida, mas não diferente para o lado ruim, e sim pelo contrário, eu acho que ia ser engraçado e ao mesmo tempo interessante, quem sabe você possa ensinar coisas boas para essas garotas? Elas estão precisando...

— Eu acho que pelo estado em que eu estou, eu não tenho como dar conselhos para ninguém! – respondi. – E sabe Jacob, eu não sei se conseguiria ser líder de torcida, eu ainda não estou acostumada a ser o centro das atenções e eu sei que se eu aceitar as coisas só irão piorar, e eu não sei se um dia eu vou me acostumar com isso, é tudo tão falso, as pessoas querendo se aproximar de você apenas por interesse, chamar a atenção dos garotos apenas pelo seu aspecto físico, todo mundo nos vendo apenas como um rostinho bonito, não, é um mundo que não me pertence!

— Eu entendo você, mas sempre vai ter alguém que vai ver você de forma diferente, pode ter certeza... – Jacob disse, soltando um suspiro. – Mas também pensando bem, acho que isso atrapalharia o desempenho de Edward nos jogos, ele ia ter problemas de concentração em ter você tão perto...

Então eu encarei Jacob com os lábios entreabertos, isso eu não tinha pensado. Eu já ia responder Jacob, quando escutei um barulho de celular, na verdade não era meu celular e sim de Jacob, ele o pegou no bolso.

— Oxe me mandaram um vídeo... – ele comentou, e depois começou a assistir o vídeo, que eu nem sabia o que era, de repente seus olhos desviaram do celular para mim, sua expressão era bastante séria. Eu engoli um seco, já sentindo um pressentimento ruim, eu sabia que algo havia acontecido.

Foi quando eu senti meu celular vibrar e então peguei meu celular, com as mãos tremulas, vi do que se tratava. Era mesmo um vídeo, e assim que o abri, eu me dei conta de que o vídeo era referente a mim.

Era aquele maldito vídeo que os garotos gravaram no dia em que flagraram Edward e eu no quarto de Edward. Só pode ter sido Riley.

Olhei em volta da sala, e vi que todos os alunos estavam olhando para mim e para Edward, meus olhos desviaram para Edward e vi que ele estava olhando seu celular, com certeza estaria assistindo o vídeo.

— Isabella... – Jacob me chamou, eu senti meu corpo todo formigar, as pessoas me olhavam e eu sabia que olhavam devido aquele momento, o pior momento de minha vida, quando me humilharam e ao mesmo tempo abriram os meus olhos referente a Edward.

Foi então que algo me surpreendeu, vi Edward se levantar e ir até Riley, ele socou o garoto que logo caiu da carteira, levantei da minha carteira, assim como a maioria dos alunos, confesso que me impressionei com a atitude dele, ele parecia furioso, mas não acredito que seja por causa de mim, para me defender, mas sim porque ele estava com vergonha do que aconteceu.

A professora os levou para diretoria, e eu aproveitei para juntar meu material e ir embora da sala, ouvi Jacob me chamar, mas eu estava tão nervosa que eu nem quis escutá-lo, a única coisa que eu queria era ir para meu quarto, me trancar nele e ai sim poder chorar.

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Entrar na equipe de lideres de torcida havia suas vantagens, e foi nisso que eu pensei durante toda a noite, tudo bem que era um tanto desagradável entrar em um mundo da qual eu sempre critiquei, mas eu também precisava pensar que na situação em que eu estava essa era a melhor decisão da qual eu poderia tomar.

O motivo não era apenas provocar Edward, embora eu não pudesse negar que isso era o que mais me interessava, mas também me tornar uma líder de torcida era uma boa forma para os populares, principalmente Tanya, terem que me engolir. Eles estavam precisando disso, ainda mais agora depois de ver meu vídeo espalhado nos celulares de uma boa parte dos alunos da escola, principalmente no deles.

Então por esses dois motivos no outro dia eu fui até Rosalie e aceitei sua proposta de entrar na equipe, ela parecia satisfeita com minha decisão, eu ainda não sabia o porque de tanto interesse em me ver na equipe, porém eu não estava tão segura como ela de que isso daria certo, na verdade eu estava um pouco receosa, afinal, eu não estava me tornando uma líder de torcida por talento, então eu precisaria me dedicar e muito para aprender as acrobacias e aqueles passos que elas fazem antes dos jogos, durante os jogos e nos finais dos jogos.

Rosalie fez questão de me ensinar, como eu não confiava em nenhuma outra líder de torcida ela convidou Jacob para nos ajudar, e nós três passávamos algumas horas na quadra para treinarmos, eu tenho que admitir que os próximos dias foram um tanto complicados, tanto que algumas vezes eu até pensei em desistir, meu corpo estava todo dolorido, cai diversas vezes e depois de quatro dias seguidos de treino eu não estava quase conseguindo me levantar da cama, pensei em ficar o dia de todo deitada, mas Ângela acabou me convencendo a ir para as aulas.

Pouco a pouco os passos foram se tornando mais fáceis e eu comecei a conseguir realizar as acrobacias, cada uma que eu conseguia era uma vitória e quando eu finalmente vi que estava pronta, até algumas lágrimas caíram dos meus olhos e então eu entendi como é prazeroso se superar.

Jacob e Rosalie me abraçaram, pareciam felizes que nem eu, assim que me soltei deles corri até Ângela que nesse dia estava assistindo o meu treino, ela estava me apoiando e muito e ficou tão feliz quanto eu ao ver que eu finalmente havia conseguido, ela me deu um forte abraço e então soltei um gemido devido as fortes dores musculares.

— Eu falei que você ia conseguir! – disse Ângela sorridente.

— É, valeu a pena sentir muitos e muitos dias dores musculares, ter quase uma perna quebrada, quase uma costela quebrada e claro eu não posso me esquecer também de quase um pescoço quebrado... – eu disse lembrando-me dos dias de sofrimento.

— Você conseguiu e é isso que importa! Você praticamente já tá na equipe... – Rosalie disse, e sorrindo sentou-se na arquibancada, Ângela e eu também sentamos, já Jacob ficou em pé, na nossa frente.

— Agora eu entendo que realmente ser uma líder de torcida não é fácil... – eu disse um tanto pensativa, Rosalie então me olhou. – Por muito tempo eu critiquei tanto vocês, eu achava vocês metidas e eu achava os atletas uns completos idiotas e eu também pensava que vocês tem uma vida fácil, mas agora eu vejo que não é bem assim, vocês precisam de muito treino, e olha que também virar uma líder de torcida dói pra caramba! – eu disse, Rosalie e Jacob deram risada.

— Nada é fácil, para ser líder de torcida tem que se dedicar, precisamos treinar três vezes na semana, sempre precisamos estar nos exercitando, temos que sempre fazer regime porque não podemos engordar e sempre temos que estar lindíssimas. Você acha que ás vezes nós não ficamos tentadas a não fazer a unha, não arrumar cabelo, não passar maquiagem? Claro que sim, tem dia que não estamos legal, mas mesmo assim temos que respirar fundo e fazer pela equipe... – Rosalie explicou e só então comecei a me dar conta que essa seria minha nova vida.

— Eu adoro chocolates! – eu disse.

— Ah você também terá que controla-los... – Rosalie  me falou, fazendo-me gemer, será que não dava para eu voltar atrás não?

   É acredite o chocolate acabou sendo uma das coisas mais complicadas nessa minha nova fase da vida, para quem estava comendo praticamente uma enorme barra de chocolate por dia, perde-lo era uma tortura. Desde que Edward saiu de minha vida os chocolates haviam virado meu melhor amigo, eu descontava a raiva e frustação neles, e não tê-los mais, de uma hora para outra era como o fim para mim.

E claro, tirá-los da minha vida era praticamente impossível, mas Rosalie, Ângela e Jacob pareciam ter se juntado apenas para me vigiar, e sempre me impedir de cair na tentação de comer doces, tanto que ás vezes eu precisava me esconder no banheiro para comer um pedacinho de chocolate.

Quando eu me via nessa situação, sendo escrava da minha própria aparência, sendo proibida de comer coisas que gosto, sentindo todas as dores musculares devido aos treinos, eu sempre repensava em minha decisão, eu me pegava me perguntando se tudo isso valeria a pena. Não seria mais uma nova decepção? Só que logo depois eu respirava fundo, olhava-me no espelho e dizia para mim mesma: Sim vai valer a pena! Porque eu sabia o motivo de estar fazendo tudo isso.

E quando finalmente chegou o grande dia e virei oficialmente uma líder de torcida, eu vi tudo acontecer da forma como mesmo eu imaginei que seria, e pude me sentir satisfeita. Somente em ver a expressão de surpresa e ao mesmo tempo de raiva no rosto de Tanya quando Rosalie me apresentou a todas as lideres de torcida, e eu pude sorrir para ela com um sorriso vitorioso, eu vi que todo meu esforço sim estava trazendo resultados satisfatórios.

Esse dia história foi após um treino, Rosalie e sua equipe, treinava na quadra, elas estavam treinando para o inicio do campeonato de basquete que a escola iria jogar, estava próximo e seria um jogo importante.  Esse jogo seria minha estreia como líder de torcida, e é claro que eu estava sentindo aquele famoso frio da barriga, afinal, eu não queria cair ou pagar mico na frente de todo mundo.

Enquanto as meninas treinavam, eu assistia o treino na arquibancada, ela estava vazia, com exceção a mim e claro isso chamava bastante atenção, principalmente de Tanya, que a cada minuto me lançava um olhar raivoso e ao mesmo tempo curioso.

Somente quando terminou o treino, Rosalie disse ás meninas que tinha algo importante para falar para elas, foi só então que ela me chamou, eu aproximei-me e Rosalie então colocou o braço em volta do meu ombro, enquanto olhava para as meninas que estavam paradas na frente dela, uma do lado da outra, me olhando com olhares curiosos.

— Meninas, eu quero apresentar a vocês a nossa nova companheira de equipe, para quem não conhece é a Isabella Swan, a partir de hoje ela fará parte da nossa equipe de lideres de torcida!  - Rosalie enfim me apresentou, e então quase todas as garotas bateram palmas, pareciam felizes em me ver na equipe, com exceção de Tanya e de outra garota, essa eu reconhecia, foi uma das garotas que entrou no quarto de Edward no dia que nos flagraram, foi a infeliz que falou um monte de palavras grosseiras e maldosas para mim, palavras que até hoje eu me lembro e se pudesse, eu faria ela as engolir..

As duas permaneceram de braços cruzados enquanto me olhava com aquele olhar como se eu fosse uma pedra no sapato delas. Já as outras garotas começaram a me parabenizar, e enquanto eu abraçava-as os meus olhos continuavam fixos nas duas que ainda me encaravam fixamente, com aquele olhar.

— Cadê os meus parabéns? – perguntei para elas assim que terminei de cumprimentar as garotas, eu parei bem na frente de Tanya, e ela me encarou com a cabeça erguida. – Não, deixa, não preciso dos parabéns de vocês, para mim é insignificante, então Tanya me diga, quem agora está por cima? É parece que agora você terá que me engolir!

— Não se ache muito não Swan, porque você já sabe quanto mais alto você sonha, mais alto, será a queda! – Tanya disse, sorrindo para mim com aquele sorriso cínico.

— Querida, eu sei que você desejava que tudo isso fosse um pesadelo, mas serei obrigada a te informar que não, é a realidade, a mais dura e cruel realidade, então é bom você começar a se costumar a ter a minha adorável presença... – eu disse para ela sorrindo da mesma forma, e então em seguida dei mais um passo em sua direção, aproximei minha boca do ouvido dela e feliz da vida eu acrescentei, agora em sussurros. – Bem vinda ao inferno...

Quando me afastei, Tanya me encarou calada e com um semblante sério, já eu continuei sorrindo para ela, cinicamente, depois me virei e voltei até Rosalie que conversava com as outras lideres de torcida. Eu não poderia ter começado melhor.

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— Por que você me escolheu para ser líder de torcida? – perguntei para Rosalie, assim que sentamos a mesa do refeitório, era o primeiro dia que eu sentava a mesa das lideres de torcida, e o engraçado é que Tanya sentou em outra mesa, é ela ficou bem chateada com a minha entrada na equipe. – Eu sei que as lideres são escolhidas através de teste, por que você quis me incluir dessa forma? Ainda perdeu seu tempo me ensinando?

Rosalie me olhou por alguns segundos, antes de me responder.

— Lembra quando eu te perguntei por que você aturava as zombações dos populares? – ela perguntou e eu concordei com a cabeça. – Eu não imaginava que você levaria aquilo a sério, mas você levou, pouco tempo depois você apareceu desfilando nos corredores e eu adorei te ver daquele jeito, sabe, parecia a justiça sendo feita, ninguém tem direito de humilhar uma pessoa se achando melhor do que ela, eu nunca fui de acordo com isso e o que eu pudesse contribuir eu iria, eu queria mostrar isso para eles, eu queria que eles vissem o quanto eles estavam errados referente a você...

Eu olhei para Rosalie surpresa com as palavras dela, minha cabeça girava enquanto eu pensava o quanto eu julguei as lideres de torcida errado, pois não era somente ela que era legal, havia outras lideres de torcida que me trataram muito bem, é não são todas iguais a Tanya ou igual aquelas idiotas que foram me zombar no quarto de Edward. Não são todas que deixam a popularidade subir a cabeça. Foi então enquanto eu comia que eu começava a pensar: Quantas coisas a mais eu julguei errado?

Desviei o olhar e vi que Alice estava olhando para mim, Alice, a irmã do Edward, ela sorria. Eu não consegui encará-la por muito tempo, logo desviei o olhar.

— Só para deixar claro, não é por que você tem problema com meu irmão, precisa me odiar viu? – a ouvi falar, olhei para ela rapidamente.

— Eu não te odeio! – eu disse.

— E muito menos eu, e mesmo que você não acredite, ele é cabeça dura, mas gosta de você! – ela falou, meu coração disparou e olhei para Edward, soltei um suspiro e discordei com a cabeça, eu queria muito acreditar nisso, queria muito acreditar que Edward gostava de mim, mas os fatos só estavam me mostrando o contrario.

A cada dia que passava mais eu ficava ansiosa, estava chegando o dia do jogo e seria minha grande estréia, eu ainda estava com medo de que algo desse errado, mas entre todos os meus receios o meu maior medo é de ficar na quadra, próxima de Edward. Eu ficava imaginando como ele iria reagir.

Mesmo assim eu tentava me manter mais calma o possível e disfarçava o máximo, eu não queria que ninguém percebesse que estou na equipe, a não ser as lideres de torcida que já sabem.

 - Está muito nervosa, não é? – Ângela perguntou, enquanto andávamos pelo corredor, já tínhamos jantado e estávamos a caminho do dormitório.

— É... Sinceramente eu preferia que minha estreia não fosse em um jogo tão importante! – eu assumi, soltando um suspiro.

— Acho que você ficaria nervosa em qualquer jogo que fosse, isso eu te garanto! – ela respondeu e então dobramos o corredor, estávamos já bem próximas do dormitório, quando algo nos fez parar. Estávamos frente a frente com Mike, somente alguns metros de distancia dele.

Já fazia um tempo que ele nos evitava e isso me deixava um tanto magoada, afinal, ele era meu melhor amigo e depois que tudo aconteceu, no momento em que eu mais precisei dele, ele não esteve ao meu lado. Ele manteve-se afastado e nem mesmo agora tentou voltar a falar conosco.

Ele também estava parado no corredor com as mãos no bolso, assim que nos viu ele nos encarou seriamente, depois abaixou a cabeça e saiu andando, assim que passou ao nosso lado, Ângela virou em direção a ele.

— Vai nos ignorar para sempre? – ela perguntou.

Mike parou de andar por alguns segundos, ainda de costas para nós, eu me perguntei em pensamentos o que ele poderia estar pensando, provavelmente ele estava muito chateado comigo, mas eu também estava chateada com ele, eu só não sabia qual de nós dois estava com a razão e quem deveria procurar o outro? Mas por via das duvidas eu me mantive em silencio, achei que ele ia se virar e falar alguma coisa, mas ele não fez isso. Voltou a caminhar e dobrou o corredor.

— Ai que idiota! – Ângela reclamou.

Eu também senti-me assim, que nem a Ângela, mas eu não ia julgá-lo, não sem antes conseguir falar com ele, eu não sabia quando um iria ter a coragem de procurar o outro, mas uma coisa eu sabia em algum momento nós dois teríamos que conversar e seria ai que eu iria falar tudo o que eu estava sentindo.

Suspiramos, nos entreolhamos e então voltamos para o dormitório.

Assim que o dia amanheceu, no dia do grande jogo, eu tive uma grande ideia. Eu quis mudar o meu cabelo, sabe quando vem uma decisão do nada e você simplesmente vai e faz? Foi isso mesmo que aconteceu, acordei e disse vou virar loira e fui e virei. Acho que seria legal para minha nova fase. De inicio não foi pensando: “vou fazer isso para provocar Edward” ou “vou fazer isso para provocar Tanya”. Mas eu vi que meu novo visual realmente provocou e se provocou ajudou mais ainda, claro.

Assim que falei sobre meu desejo, Rosalie como pintava o cabelo de loiro, tinha uma tinta loira guardada e ainda tinha pó descolorante e agua oxigenada, aproveitei e não pensei duas vezes, peguei dela e pedi para Ângela pintar, no final, pegou fácil já que meu cabelo era virgem, e quando me olhei no espelho achei que havia ficado perfeito. Eu estrearia como líder de torcida já com um novo visual, perfeito para minha nova fase.

Duas horas antes do jogo eu já estava com coração a mil, eu tentava disfarçar o nervosismo a todo custo, afinal, tinha uma inimiga na equipe e eu não queria demonstrar fragilidade a ela. E falando em Tanya, ela parecia não ter gostado nenhum pouco do meu visual e tratou até de me zombar, durante o treinamento ela chegou próximo de mim e me disse:

— É impressão minha ou você está querendo se parecer comigo? – ela perguntou. – Se for desculpa querida, mas você nunca vai ser tão boa o suficiente quanto eu...

Eu dei uma risada irônica e revirei os olhos, eu já tinha uma resposta na ponta da língua, mas infelizmente ela saiu antes de eu responder.

Na hora do jogo eu já sentia as minhas pernas bambearem, cheguei a ficar com medo e pensei até em sair correndo e desistir, mas Rosalie colocou a mão no meu ombro e disse: Vai ficar tudo bem...  Fechei os olhos por alguns segundos e pensei nos motivos que me fizeram a tomar essa decisão e virar líder de torcida, após alguns segundos, fui ganhando mais confiança até criar coragem e conseguir entrar naquela quadra.

Ver todas as arquibancadas cheias e todos aqueles pares de olhos olhando em nossa direção fez com que eu sentisse meio que um desespero, é como estar sentindo uma fobia e eu tinha que me segurar, relaxar, para seguir em diante.

Tentei não focar os olhos em ninguém, mas quando dei por mim não estava mais olhando para as pessoas da arquibancada, tinha um par de olhos que eu tinha mais interesse e embora eu estivesse extremamente nervosa eu não podia deixar de olhar, ele era o que mais me interessava. Eu precisava ver sua reação em me ver na quadra, loira e ainda líder de torcida.

Era Edward, ele já estava na quadra com o resto do time, eu tinha medo dele notar o meu nervosismo, então respirei fundo antes de olhá-lo, quando os meus olhos finalmente encontraram os dele, eu percebi que ele também estava me olhando, ele realmente parecia muito surpreso em me ver ali, e então eu sorri para ele, imaginando que ele acharia que o meu sorriso seria um sorriso de deboche.

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Realmente Jacob tinha razão, a minha presença na quadra desconcentrava totalmente Edward, eu notei que durante o jogo ele me olhava com bastante frequência, eu não entendia muito de basquete, mas não era difícil de notar que Edward estava totalmente desconcentrado e estava perdendo um monte de jogadas. Tanto que nem parecia o mesmo Edward focado e dedicado que já vi jogar diversas vezes.

Porém mesmo com seu desempenho não sendo um dos melhores, o time ganhou, mas claro, não foi graças a ele. Notei que Edward ficou arrasado e com razão, era um jogo importante e ele precisava se sair bem, e sabendo dessa importância e de como ele deveria estar mal por isso no fundo eu ainda senti pena dele, ainda mais sabendo que ele havia ido mal por minha culpa. Eu sabia que a minha presença o deixava nervoso e desconcentrado, e era essa uma das minhas intenções quando aceitei a proposta de Rosalie.

 Mas mesmo com pena de Edward, eu não pude perder a oportunidade de fazer comentários referente a isso.

Eu poderia sentir pena e ainda um pouco de culpa, mas mesmo assim eu não iria perder a oportunidade de provoca-lo. Isso aconteceu quando estava indo embora da quadra e avistei Edward entrando na sala de TV.

Ao vê-lo, eu senti uma mistura de sentimentos que me fez por um lado querer ignorá-lo, ir para meu dormitório e esquecer que o avistei, já por outro queria segui-lo, chama-lo, provoca-lo e falar tudo que eu estava sentindo de uma vez por todas.

 Eu fiquei parada por um tempo, ainda pensando no que faria, até que os meus pés já foi me levando até ele já decidindo-se por mim.

Quando eu entrei avistei Edward sentado no sofá, ele estava com a cabeça abaixada, então respirei fundo e dei passos pequenos na direção dele, ao me aproximar eu notei que Edward estava com o rosto todo vermelho e os seus cabelos estavam um pouco molhados, mas não parecia que ele havia molhado, acredito que seja devido ao suor.

— Parece que hoje não é seu dia, não é Edward? – eu falei num tom mais irônico o possível, Edward levantou-se do sofá rapidamente e me encarou com um olhar estranho, parecia desnorteado.

— Que isso, eu não sou nenhum demônio Edward, não precisa ter tanto medo de mim assim... – eu disse rindo.

— Eu só me assustei... – ele respondeu. – Por que você pintou seu cabelo de loiro? – ele perguntou.

— Não me diga que não gostou? – perguntei, mexendo em meu cabelo. – Eu já achei que ficou perfeito, essa cor combina muito comigo nessa minha nova fase... Que digamos, está sendo ótima, não acha?

— Não sei qual é a definição de ótimo para você... – ele respondeu daquele jeito amargo dele, deveria estar de mau humor, tanto que me fez lembrar-me de quando eu era feia e queria ser amiga dele e ele fugia por ter vergonha de mim, naquele momento eu senti-me novamente nessa situação. Só que dessa vez eu não seria uma idiota, eu já sabia como lidar com essa situação, e com classe.

— Ah já sei, você já vai querer fazer aquele discurso de que quando eu era feia e sem graça, eu era mais atraente para você... – eu disse revirando os olhos. – Na verdade eu nunca fui importante o suficiente para você, nem a versão Isabella feia, e nem a versão Isabella bonita, não é mesmo Edward? – eu desabafei sem pensar, mas logo percebi o quanto eu havia sido errada em fazer isso e então acrescentei. - Mas tudo bem, agora não tem mais importância... – eu dei de ombros – A Isabella de antes sim se importava, mas a nova Isabella não se importa, agora o que você acha não faz diferença alguma para mim, eu estou bem, e posso até mesmo te agradecer por isso... – eu disse, embora tudo fosse mentira, mas isso não importava caso ele acreditasse em tudo que falei, e para isso eu quis demonstrar a maior segurança possível em todas as minhas palavras.

— Me agradecer? – ele perguntou.

— Sim Edward, sabe talvez eu nunca saiba o porque você fez o que fez, mas eu posso fazê-lo entender como você fez eu me sentir... Você quer saber Edward? – perguntei andando na direção dele, e eu não esperei que ele me respondesse. – Eu tenho que confessar Edward que por alguns momentos você quase acabou com minha vida, depois daquele dia eu só queria morrer, morrer de vergonha, morrer de tristeza, morrer de tanta raiva, tenho que admitir que você conseguiu Edward, você conseguiu destruir todos os meus sonhos, a minha fantasia e ainda você  conseguiu roubar a minha inocência por uma maldita aposta, e naquele momento eu me senti a pior pessoa do planeta por ter acreditado em você, sim naquele momento eu quis morrer, mas, apesar de tudo isso, no final vemos que a vida é justa, agora eu posso chegar aqui na tua cara e te agradecer...  – eu sorri antes de continuar. - Pois agora eu sou o que sou graças a você... – eu acrescentei, jogando tudo na cara dele, como sempre sonhei em fazer desde que tudo isso aconteceu, mesmo que isso não mudasse em nada nossa situação, pelo menos Edward agora estava ciente o quanto me fez sofrer, aquilo estava entalado em minha garganta e eu precisava soltar e enfim soltei, mas eu também sabia que isso também gerava consequência, eu sabia que falar sobre isso me deixava sensível e então eu virei-me e sai andando, antes que eu começasse chorar ali mesmo e a ultima coisa que eu queria é que Edward me visse chorar.

— Isabella! – eu ouvi ele me chamar, porém eu não parei e eu não voltei, sai da sala de TV e comecei a caminhar pelo corredor, em passos lentos.

 Minha cabeça estava girando e algumas lágrimas começaram escorrer pelos meus olhos. Maldito sentimento, embora eu tentasse demonstrar-me forte, Edward continuava sendo o meu ponto fraco. E mesmo que eu não quisesse, ele ainda me fazia chorar.

Foi quando de repente, eu senti alguém puxar meu braço com força, obrigando-me a parar de andar, quando virei e vi que se tratava de Edward meu coração disparou acelerado e minhas pernas amoleceram, tanto, mais tanto, que tive que me manter firme para não cair no chão, eu estava surpresa por Edward ter ido atrás de mim, mas imaginei que ele iria falar alguma coisa, tentar retrucar as palavras que falei e por isso me segurou, mas para minha surpresa isso não aconteceu, ele apenas me puxou em sua direção e me abraçou.

No mesmo minuto eu senti um choque, como se todo meu corpo tivesse sido atingido por uma forte carga elétrica, eu sabia, eu sabia que aquilo mexia comigo e então desesperadamente eu tentei lutar, gritei, mandei ele me soltar, bati no peito dele, empurrei, mas nada, ele era bem mais forte do que eu, e por mais que eu tentasse me soltar, mais Edward me segurava mais forte.

Por fim, eu desisti daquela luta interminável, eu estava já cansada, esgotada, só queria voltar a chorar e derrotada eu acabei colocando meu braço em volta do pescoço dele e enterrei meu rosto em sua camiseta, voltando a chorar, sim, eu não deveria, eu sabia que não deveria, mas acabei correspondendo o seu abraço.

— Isabella, eu sinto muito... – eu escutei ele dizer depois de algum tempo, acredito que já tenha se passado no mínimo um minuto desde que ele me abraçou, e ouvir Edward só fez com que eu chorasse ainda mais. – Você nunca, nunca deveria ter passado por nada disso... – ele acrescentou, enquanto eu sentia a mão dele acariciar o meu cabelo. Ele continuou me abraçando por mais alguns segundos e quando ele enfim me soltou, eu já não queria mais que ele me soltasse.  Ele me olhou nos olhos e eu encarei-o com os lábios entreabertos, enquanto via sua mão aproximar-se do meu rosto e enxugar as minhas lágrimas.

— Por que Edward? Por quê? – perguntei, em sussurros enquanto ainda encarava-o fixamente.

Edward suspirou, fechou os olhos por alguns segundos e depois os abriu, voltando a me olhos e naquele momento como eu desejei poder ler os pensamentos dele, como eu queria saber o que ele está pensando e principalmente eu queria saber se ele estava sofrendo assim como eu.

— Eu só não queria mais fazer você sofrer Isabella, mas acho que eu só piorei ainda mais toda situação, eu não mereço que você sofra assim por mim, você é maravilhosa demais, é boa demais, eu não te mereço, eu nunca te mereci... – Edward disse, abaixando a cabeça, seu rosto estava novamente totalmente vermelho, eu discordei com a cabeça, enquanto ainda digeria o que ele me falava.

— Eu acho que isso quem deveria saber sou eu não é? Se você me merecia ou não... – eu disse, e então ele voltou a me olhar, parecia envergonhado. Ele mordeu os lábios, enquanto me olhava nos olhos, eles brilhavam parecendo estarem cheios de lágrimas.

— Me perdoe... – ele pediu e depois desviou os olhos rapidamente para o chão, mais algumas lágrimas caíram dos meus olhos, enquanto eu sentia meu estomago despencar. Edward deveria nem imaginar como eu desejei ouvir esse pedido de desculpas, principalmente quando tudo aconteceu e eu mais precisei dele. Mais naquele momento, em que eu estava sofrendo, ele não o fez, se fosse naquele dia, naquele dia em que eu estava precisando de respostas ele tivesse me feito esse pedido, talvez nós dois tivéssemos evitado tantas lágrimas, tantas noites sem dormir, tanta solidão.

Mas não tinha mais como voltar atrás.

— Porque você não me pediu desculpas antes? – perguntei, num tom fraco e ao mesmo tempo choroso. Esperei apenas alguns segundos, mas Edward não me respondeu, continuou calado, olhando-me com o rosto ainda todo vermelho e com os olhos cheios de lágrimas.

Talvez ele não soubesse como responder a minha pergunta e novamente ficou aquele silencio, aquele maldito silencio em meio a milhões de duvidas. Eu senti mais uma lágrima cair dos meus olhos, enquanto eu abaixava a cabeça, eu não aguentava mais chorar na frente dele, eu não podia mais chorar na frente dele, então eu fiz a única coisa que me restara, virei-me e fui embora, sem voltar a olhar para trás.

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Abri os olhos com dificuldade, minha cabeça estava latejando, havia sido uma noite péssima, fiquei revirando de um lado para o outro na cama enquanto a cena em que falei com Edward na noite anterior ficaram repetindo na minha cabeça. Isso gerou para mim uma forte dor no corpo e fortes dores de cabeça. Eu não sabia se o que aconteceu apenas melhorava ou piorava nossa situação. Também existia a possibilidade de tudo continuar na mesma, e se isso acontecesse continuaríamos vivendo assim, um ignorando o outro. E eu claro, continuaria provocando-o quando possível.

Eu decidi tomar um banho para ver se melhorava a dor, Ângela acabou arrumando-se mais rápido e disse que me encontraria no refeitório, pois teria que passar antes na biblioteca. Já eu que agora sou líder de torcida tinha que me arrumar mais do que ela, então nem pedi para que ela esperasse, pois sabia que ainda ia demorar. Eu precisava passar maquiagem e arrumar mais o cabelo e quando finalmente fiquei pronta eu suspirei aliviada, eu nunca tive paciência com essas coisas.

Olhei a hora no meu relógio de pulso e vi que eu não teria muito tempo, ainda eu iria tomar café da manhã, fui até a porta e abri-a rapidamente, eu já ia sair pela porta, quando vi que tinha algo no chão, franzi as sobrancelhas, meio confusa, era uma rosa vermelha.

Peguei-a do chão e a observei por alguns segundos, notei que havia um pequeno cartão em seu caule e então logo o abri para ler. Havia poucas palavras e assim que as li, o meu coração disparou. A pessoa não assinou o seu nome, mas ela nem precisava fazer isso, pois logo eu já sabia de quem era.

Isabella

Nunca deixe de ser quem você é...

Era de Edward, não apenas porque reconheci a letra, mas para mim aquelas palavras não poderiam ser ditas por outra pessoa a não ser por ele. A razão para isso eu não fazia ideia, ou pensando melhor talvez eu até fizesse, ontem Edward deve ter percebido que aquela Isabella que ele conheceu ainda existia e ele desejava que ela continuasse existindo para sempre.

Eu não deveria, mas naquele um momento a única coisa que consegui fazer, foi sorrir.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Será que está perto deles se entenderem? COMENTEM, RECOMENDEM E FAVORITEM!