Lembre-se de mim escrita por J S Dumont


Capítulo 19
Ser como éramos


Notas iniciais do capítulo

GENTE VAMOS CONVERSAR! Eu sei que oitenta por cento dos leitores estão com raiva do Edward, mas eu preciso defende-lo, alguns acham ele imaturo, mas se vocês não se lembram a fic começa quando ele tem acho catorze anos de idade, ele é uma criança é normal ele ter fugido de Bella todo esse tempo, agora ele tá mais velho, mas mesmo assim, ele é superficial, ele sempre quis ser popular e namorar uma garota fora dos padrões poderia atrapalhar o que ele sempre sonhou em ser um atleta, ele gosta da Bella já deixei claro isso mil vezes nos caps, ele também está sofrendo igual a ela e não é agora que ela ficará com raiva dele, o que acontecerá é algo mais sério não é porque ele arrumou a primeira namorada dele motivo para ela odiá-lo, alias, ele nunca prometeu amor eterno para ela certo? Então é só para vocês entenderem, Edward não é o vilão da história, e posso adiantar que quando eles entrarem em guerra um com outro, não é por culpa dele, é um mal entendido, pois ele a ama, do jeito dele mais ama, e sim ele ainda é imaturo, mas ele ainda é apenas um adolescente que se preocupa com coisas de adolescentes, não é sempre que protagonistas são perfeitos né, desculpa mas eu precisava defendê-lo, porque para mim ele é vitima que nem a Bella, e estou expondo minha opinião... Mas se quiserem se desabafar referente ele eu acc, o importante é comentarem, espero que gostem do cap. bgs bgs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728396/chapter/19

DEZOITO:

SER COMO ERAMOS

Isabella Swan

— Bem, ela me parece uma garota legal, é bonita, e logo vai se tornar popular, ele não vai precisar ficar com vergonha de assumi-la como namorada, e quer saber? Se pelo menos ele for feliz com ela, eu ficarei feliz por ele... – eu comentei para Ângela, enquanto os meus olhos mantinham-se fixos no teto do meu dormitório.

Eu não podia negar que estava com muita vontade de chorar, vontade da qual eu me segurava, tanto que as lágrimas que teimavam em cair faziam com que os meus olhos ardessem muito. Porém eles não doíam tanto como estava doendo por dentro, eu sentia como se meu coração estivesse quebrado, o meu estomago revirava e minha cabeça estava girando tanto que eu sentia-me tonta. Sinceramente eu não sabia que iria doer tanto vê-lo com outra garota.

 - O que? – Ângela perguntou, e então eu a olhei, percebi que ela olhava-me com a boca entreaberta, depois ela jogou uma blusa sua na cama, desistindo de tirar as roupas da mala.

Ângela agora era a minha nova colega de quarto, finalmente esse semestre eu tinha me livrado de Mia, e claro para mim a companhia de Ângela seria mil vezes melhor, ainda mais por ela ser minha melhor amiga, mas em compensação eu não posso negar que ter mais a presença dela me faria lembrar-me mais de Edward, afinal, eu falaria mais desse assunto, como eu estava fazendo agora.

Sentei-me na cama e a olhei fixamente.

— É Ângela, eu desisti do Edward, uma hora isso teria que acontecer, não é? – eu disse, desviando o olhar para o chão, mais um pouco eu não aguentaria mais as lágrimas.

— Bom em desistir de Edward eu concordo, isso já era para você ter feito há muito tempo, mas desejar a felicidade dele? Isso é um absurdo, você deveria desejar que ele levasse um tiro bem no meio da cara... – ela respondeu num tom de irritação. Eu bufei.

— Por quê? Por ele estar namorando outra garota? Isso não é razão para odiá-lo, afinal, ele não é obrigado a gostar de mim como eu gosto dele, ele nunca me prometeu amor eterno, na verdade ele nunca disse que me amava ou que fosse ficar comigo, ele nunca me iludiu Ângela, eu me iludi sozinha... – respondi e depois me joguei novamente na cama. Fechei os olhos e permiti finalmente que as lágrimas caíssem, mas tirei rapidamente elas da minha face com a mão. – A única coisa que ele me deu foi sua amizade!

Ângela riu, notei que era uma risada sarcástica.

— Bella, dá para pelo menos uma vez na vida deixar de defender esse idiota? Até quando você vai ficar viajando assim? Até quando você vai continuar cega Bella? Esse cara é um aproveitador, ele aproveitou do seu amor para ter aulas com você, pois sabia que você era inteligente, ele fingiu de amiguinho seu só para conseguir entrar no time e ficar popular, será que você não percebe que ele sempre se aproveitou da sua inteligência Bella? Ele pode nunca ter dito em palavras que queria ficar com você, mas as atitudes dele sempre te deram esperanças, afinal quem cala consente não é? Ai depois que ele consegue o que quer, ele te joga fora assim, como se fosse descartável, ele não foi homem nem para chegar em você e dizer que não te quer da forma que você o quer, ele preferiu esfregar a namorada dele na sua cara! Você deveria sim odiá-lo, repudiá-lo, nem olhar na cara dele!

— Ele não sabe que eu gosto dele, algum tempo atrás ele estava me perguntando se eu estava gostando do Jacob...

— Só se ele for muito burro, por que está estampado na sua cara que você o ama!  - ela respondeu, parecia que ela falava a coisa mais obvia do mundo. – Bella, você precisa odiar ele, só assim você se libertará desse amor, que te aprisiona há tanto tempo...

Mais uma lágrima caiu dos meus olhos, meu coração apertou mais.

— Eu não vou conseguir Ângela, eu nunca vou conseguir odiá-lo, o máximo que tentarei é me afastar, para que doa menos... – respondi.

Ângela suspirou e discordou com a cabeça, parecia inconformada, mas não disse nada mais, apenas tratou de terminar de tirar as roupas da mala.

Virei para o lado, fechei os olhos e mais lágrimas caíram dos meus olhos, elas eram tão quentes que faltava queimar o meu rosto, apertei o colchão e soltei um suspiro, estava doendo, a minha vontade era de nunca mais sair do meu dormitório.

###

Eu não queria vê-los juntos, eu sabia que iria doer mais, seria impossível esquecer que Edward está namorando aquela garota se eu ficasse todo o momento vendo-o, por isso eu tentava ficar em locais que dificilmente veria Edward, e quando dei por mim eu comecei á passar mais tempo na biblioteca do que qualquer outro lugar.

Só que tinha aulas que eu era obrigada a frequentar com Edward, e claro, sua namorada nova, eu tinha que me segurar para não ficar encarando-os, Mike pela primeira vez não ficou jogando na minha cara a minha decepção, acredito que ele tenha se comovido com o meu sofrimento, mais do que Ângela que adorava em todo momento ficar criticando Edward para mim, acreditando que assim eu conseguiria odiá-lo, o que não funcionava, pelo contrario só piorava a situação, já Mike não falou nenhuma vez de Edward, ele agiu como um grande amigo, sempre ao meu lado apoiando-me e tentando me distrair, só que por mais que ele tentasse, ele não conseguia, a culpa não era dele e sim minha e do meu estupido amor pelo Edward, que não saia de dentro de mim por mais que eu tentasse tirá-lo.

Sim eu queria... Pela primeira vez eu quis que o amor fosse algo que pudesse ser arrancado, por mim se fosse possível eu queria poder enfiar a mão dentro do meu coração e tirar toda a parte que é de Edward, eu queria vê-lo apenas como amigo, rir dessas ocasiões que o amei loucamente, deixar apenas no passado e que isso que está acontecendo se tornasse apenas uma lembrança distante, que daqui uns anos fossem até esquecida. Mas não, as coisas não são como queremos, e quando eu me pegava olhando para Edward, sentado ao lado daquela garota que até aquele momento eu ainda não sabia o nome, eu sentia novamente meu coração estraçalhar, como se fosse um vidro quebrando em milhares de pedaços, e doía tanto, mais tanto, que eu precisava procurar forças onde não tinha para não voltar a chorar feito uma idiota.  

E por isso pela primeira vez eu quis deixar de amar Edward, mas eu sabia que as coisas não eram assim, o amor não é da forma que queremos, não escolhemos quem amamos e também não escolhemos o momento em que deixamos de amá-los.

E então a única coisa que eu pude fazer foi fugir, para não ver cenas que me machucassem ainda mais, não aguentaria ver mais contato físico entre eles, acho que enlouqueceria se acabasse vendo eles se beijando, e então continuei minha jornada enfurnada na biblioteca, diante de milhares de livros  e chocolates na tentativa de pelo menos por alguns minutos pudesse tirá-lo de minha mente.

Eu só saia de lá quando era para assistir aulas, ou para ir comer, ou dormir, apesar de que ultimamente eu estava comendo menos do que o normal.

— Daqui a pouco você vai enlouquecer de tanto ler... – escutei uma voz conhecida e ao mesmo tempo brincalhona falando ao meu lado. Olhei rapidamente para avistar Jacob, olhando-me com um leve sorriso no rosto.

Eu sorri para ele, mais acho que saiu forçado.

— Você por acaso percebeu? – perguntei, desviando o olhar para o livro novamente.

— Sim, eu vim algumas vezes aqui na biblioteca e vi você enfurnada nos livros, e comendo chocolate feito uma louca, e olha que não foi só uma vez, acho que você nem percebeu a minha presença, estava bastante distraída... – ele então sentou ao meu lado. – Está acontecendo algo?

— Não, eu estou bem... Afinal, por que não estaria né? – sorri forçadamente novamente.

— Seus olhos estão te acusando... – Jacob disse e depois suspirou. – É o Edward, não é?

— Edward... – eu repeti.

— Quando ele estava ajudando no manifesto, deu para perceber que vocês se gostam... – Jacob respondeu, engoli um seco e discordei com a cabeça.

— Edward não gosta de mim, ele está namorando uma garota que nem sei o nome! – respondi, desviando o olhar para o chão.

— Mas isso não quer dizer que ele goste dela! – Jacob sorriu e depois levantou da mesa.

Sem saber o porque eu sorri de volta para ele, ele era a primeira pessoa que parecia que não via meu sentimento por Edward algo tão absurdo assim.

— Jacob... Você acha o Edward tão diferente de mim assim? – perguntei.

— Sim... Você é uma mulher e ele é um homem... – ele respondeu e eu não pude deixar de rir.

— Tirando esse fato, seu bobo! – respondi.

— Não, eu não vejo nada mais de diferente... – ele disse e depois ergueu a mão para mim, suspirei e então segurei a mão dele e ele me puxou, levantando-me.

— Vamos sair um pouco daqui, se não você vai acabar mofando aqui dentro... – Jacob disse e então trocamos sorrisos, ao desviar os olhos dele eu vi alguém parado na porta da biblioteca, meu coração automaticamente disparou fortemente. Era ele, Edward, ele estava com as mãos no bolso da calça e olhava fixamente para mim, com um semblante sério.

Engoli um seco, olhei rapidamente para Jacob e depois virei-me, pegando o livro da qual eu lia e o resto do chocolate que sobrou, colocando-os no bolso.

— Vamos Jacob... – eu pedi, num tom nervoso. Olhei para ele e vi que ele olhava para Edward, olhei novamente para Edward e percebi que ele continuava parado no mesmo local, nos olhando.

— Quer ir mesmo? – Jacob perguntou, olhando para mim.

— Sim, é logico que eu quero! – eu disse parecendo já desesperada somente por ver Edward de longe, Jacob então concordou com a cabeça.

E então começamos a caminhar em direção a porta, Jacob passou primeiro, eu respirei fundo e então passei logo atrás dele, mas ao passar ao lado de Edward escutei a sua voz, voz que fez novamente meu estomago despencar:

— Bella... – ele me chamou, parei de andar no mesmo momento, como se meus pés tivessem grudados no chão, em seguida fechei os olhos por alguns segundos e quando abri vi que Jacob também parou e agora olhava para mim. Virei para Edward e percebi que ele também me olhava. – Podemos conversar?

Engoli um seco e olhei novamente para Jacob, ele sorriu e concordou com a cabeça, enquanto aproximava-se mais de mim.

— Fala com ele... – ele disse num tom baixo, próximo ao meu ouvido e depois virou-se e foi embora, antes de qualquer reação minha ou antes de eu poder sair correndo atrás dele.

Então voltei a olhar para Edward, os olhos dele não desgrudavam dos meus, e isso era horrível, machucava-me, estava insuportável olhá-lo.

— Eu preciso ir para o meu dormitório... – eu disse, olhando para baixo, para não olhá-lo mais. – Eu preciso estudar... – inventei.

— Você não precisa, já é inteligente demais! – ele respondeu, notei que ele se aproximou um pouco mais, rapidamente voltei a olhá-lo. – Você está me evitando?

— N-Não... – gaguejei.

— Está sim, eu estou com essa impressão... – ele respondeu.

— Não, só que agora você é popular, tem outros amigos, uma namorada, e então você não tem muito tempo, bom... – eu me calei e olhei para baixo, sentindo-me uma idiota pelo que eu estava falando.

Respirei fundo e continuei olhando para o chão.

— Eu sinto sua falta... – ele disse de repente, num tom baixo mais o suficiente para eu escutar.

Eu o olhei com a boca entreaberta.

— Como? – perguntei, ele parecia estar meio nervoso, passou a mão no cabelo e aproximou-se um pouco mais.

— Eu não quero que deixemos de ser amigos, eu sei que nos afastamos um pouco, faz alguns dias que praticamente eu não te vejo, e mesmo que você ache que não, mas eu, eu sinto falta de você...

— Não, isso não é verdade... – respondi, discordando com a cabeça. – Eu que sempre procurei estar próxima de você, eu que sempre fiz questão de ser sua amiga...

— Se você não se lembra Bella, da ultima vez eu que fui atrás de você... – ele relembrou-me, interrompendo-me.

— Porque você queria as aulas particulares... – respondi automaticamente, sem sequer perceber. – E agora, o que você quer? – eu franzi as sobrancelhas.

Ele riu ironicamente, depois discordou com a cabeça e voltou a passar a mão no cabelo, aparentando nervosismo.

— Não Bella, não foi só por isso, e alias agora eu não quero nada, apenas que sejamos o que éramos... – ele respondeu, fazendo-me engolir um seco.

Enquanto o olhava fixamente, eu sentia minha cabeça girar, ele não podia estar fazendo isso comigo, não agora que eu já havia desistido, mas também eu não poderia dizer não, eu não queria que ele percebesse o quanto eu estava abalada com o namoro dele, eu não sabia como eu me sentiria se ele notasse, eu não saberia lidar com a vergonha, com o embaraço, eu sabia que se isso acontecesse, eu me sentiria pior.

— Está bem Edward, eu também nunca deixei de ser sua amiga... – respondi, e notei um sorriso em seu rosto e para minha surpresa, dessa vez foi ele que me abraçou.

Eu coloquei meu braço em volta dele, enquanto sentia o meu corpo amolecendo em seus braços e o calor foi invadindo o meu corpo, eu senti como se meu coração fosse parar de bater, como eu adorava abraça-lo, como eu sentia como se nossos corpos pertencesse um ao outro, como eu o amava.

Meus olhos começaram a arder, eram as lágrimas, essas malditas lágrimas ainda iriam me entregar. Ele me soltou e olhou-me com um sorriso no rosto, parecia também levemente nervoso, e ele ficou me olhando, olhando-me por alguns segundos, olhar da qual correspondi sem entender o que na realidade estava acontecendo.

— Vem comigo, eu quero te mostrar uma coisa... – ele disse e então pegou a minha mão, e começou a me puxar, ainda confusa deixei-me ser guiada por ele.

 - Onde você está me levando? – eu perguntei enquanto ainda era puxada pelo braço por Edward, ele me levou até um dos corredores, da qual eu reconheci ali, era onde ficava os quartos dos garotos, mas não eram quartos qualquer, eram quartos de garotos que receberam privilégio por alguma razão, a maioria deles eram os atletas do time.

Edward parou em frente a uma das portas, e eu parei ao seu lado, sem entender nada, afinal, até onde eu sabia o quarto dele não ficava naquele corredor, foi então que ele tirou uma chave do bolso de sua calça e então abriu a porta, e puxou-me para dentro do quarto.

 Quando o vi, olhei a minha volta com a boca entreaberta, ele era bem maior do que dos outros quartos, tinha uma cama de casal, televisão, videogame, estante, guarda-roupa enorme, além da porta que levava ao banheiro.

— Não me diga que esse... – e então eu me calei, quando parei os olhos na cama de casal e vi algo que logo reconheci, minha boca abriu mais, era o urso que dei a ele, sorri e então o olhei. – É o seu novo quarto?

— Sim... Não é incrível! – ele disse animado e depois virou e trancou rapidamente a porta, fiquei o observando com as sobrancelhas franzidas.

 - O treinador me deu esse quarto depois que ganhamos o ultimo jogo! – Edward disse, ele parecia bastante feliz enquanto ia até a cama e sentava-se nela. Já eu fui observando cada canto do quarto, enquanto andava em volta dele, parei em frente a estante e então vi o livro Ship of Magic que dei para ele, o peguei por alguns segundos com um sorriso no rosto, antes eu nunca via os presentes que dei a ele amostra no quarto, diferente de agora que ficavam todos espalhados por todo lado do dormitório, a vista para todos que quisessem ver, aquilo me deixava mais feliz, fazia eu me sentir mais importante para ele.

 Coloquei novamente o livro na estante e voltei a olhar para Edward.

— Fico tão feliz que você esteja se dando bem no time... – eu disse, enquanto o olhava, ele sorria para mim.

— Graças a você...  – ele disse, levantando-se.

— Não, eu já disse que foi graças ao seu esforço! – respondi rapidamente. – Mas, por que você me trouxe aqui? – perguntei ainda confusa.

— Primeiro para saber onde eu durmo agora, segundo porque eu queria que nos encontrássemos aqui toda a noite... – ele disse, fazendo-me olhá-lo boquiaberta.

— Como? – perguntei, completamente incrédula..

O sorriso dele se alargou.

— Como nós nunca conseguimos nos falar durante o dia, eu queria que você viesse aqui á noite por algumas horas, ninguém precisa ficar sabendo, e além do mais, teríamos privacidade e... – ele suspirou e depois chacoalhou a cabeça. – Não, não pense que eu estou com más intenções, não quero que você venha aqui para eu me aproveitar de você...

— Ah não? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

Ele concordou com a cabeça.

— Eu só quero que a gente faça algo juntos, assistir filmes, jogar videogame que eu sei que você gosta... – ele disse e então eu dei risada, é isso ele acertou. – E também para conversarmos, prometo que aceito até escutar alguns poemas do Shakepere...

— É Shakespeare... – o corrigi.

— É esse cara ai! – ele disse, e então sorri para ele, afinal, qualquer razão de poder ficar próxima dele eu já achava ótima. - Eu durmo aqui sozinho, então, é como eu disse, ninguém vai saber...

— E sua namorada? – perguntei. Edward suspirou e desviou o olhar para o chão, ele pareceu ter ficado incomodado com a minha pergunta. – Bom, quer dizer, acho que ela não vai ficar muito feliz se descobrir que uma garota tá vindo toda noite no quarto do namorado dela, mesmo que a garota seja uma baranga, não é?

— Não fala assim! – ele disse, olhando-me, pareceu ter ficado irritado com meu comentário. – Não fala assim de você mesmo! – ele acrescentou agora aproximando-se de mim.

— Por que? – eu perguntei, olhando-o fixamente.

— Não gosto que você se menospreze... – ele respondeu, parando bem na minha frente, olhando-me de uma forma estranha, parecia estar reparando cada detalhe em meu rosto e isso deixou-me envergonhada. Ele ficou calado por alguns segundos, parecendo pensar em algo que eu nem imaginava o que era.

— Edward... – eu disse, num tom baixo quebrando o silencio, ele tirou o meu óculos e começou a passar a mão em meu cabelo, enquanto ainda olhava-me com aquele olhar estranho.

— Sabe... Você tem olhos lindos... – ele comentou, eu mordi os meus lábios inferiores, sentindo meu rosto esquentar.

— Pareceu que você leu os meus pensamentos... – respondi.

— Por que? – ele perguntou, franzindo as sobrancelhas.

— Eu também acho os seus olhos lindos... – respondi, e acho que sorri abobalhada.

 - Bom... Então temos isso em comum, um gosta do olho do outro... – ele disse, e então eu ri, enquanto pegava os óculos da mão dele e voltava a colocar.

 - Está bem seu bobo, eu aceito! – eu disse e ele olhou-me com as sobrancelhas franzidas. – Mas eu não quero que ela descubra, na verdade isso tem que ficar entre a gente, não me importo que os outros achem, mas também não quero que as pessoas pensem que estamos fazendo coisas erradas no seu quarto...

— Combinado! – ele concordou.

 E então foi assim que começou, ou melhor, que complicou minha situação, afinal, eu sabia que assim essa seria a pior forma de esquecer Edward, na verdade seria praticamente impossível esquece-lo, afinal, novamente nos aproximamos. Ainda mais do que na época em que eu lhe dava aulas, de inicio eu só ficava entre uma hora e meia a duas horas com ele, nos primeiros dias apenas jogávamos videogame, e alias eu conseguia ganhar dele em todos os jogos de luta e de corrida o que o deixava completamente irritado, ele parecia uma criança que não sabia perder, e eu não podia deixar de comentar e ainda admirar os seus bicos e suas expressões de raiva no rosto.

Entretanto, uma semana eu já estava ficando mais de três horas com ele no quarto, agora eu comecei a lhe ensinar a jogar xadrez e acredite, ele até gostou e aprendeu bastante rápido, ficou gabando-se quando conseguiu fazer um xeque-mate em mim.

E com o passar dos dias, estava difícil esconder de Ângela onde eu passava a maior parte da noite, eu inventava a ela que estava na biblioteca porque ler me fazia esquecer Edward, de inicio ela parecia acreditar na desculpa, mas com o passar dos dias ela começou a desconfiar, ainda mais por eu voltar mais feliz do que o normal para o quarto.

 Durante o dia, olhar para Edward não doía mais, ainda mais que depois que começamos a ficar horas da noite juntos, comecei a notar que ele havia se afastado um pouco de Tanya (esse é o nome da namorada dele, agora eu já sabia), eu ainda não havia falado sobre ela com ele, parecia que ele não queria falar dela e também eu não fazia muita questão, preferia fingir que ela não existia, embora no fundo eu soubesse que esse não era o certo.

— O que você vê de tão bom nesses livros, eu quero ler também! – Ângela comentou logo quando entrei no quarto, com um sorriso idiota no rosto, tinha acabado de voltar do quarto de Edward.

— Eu não vejo nada demais! – eu disse, enquanto deitava em minha cama.

— É que você cada dia parece mais feliz, bom pelo menos isso é um bom sinal, parece que você não está mais triste por Edward tá com aquela loira azeda... – ela respondeu, Ângela não havia ido muito com a cara da Tanya, apesar de que Ângela nunca gosta de nada relacionado ao Edward mesmo.

Eu dei de ombros e depois virei para outro lado, ainda sorrindo. Bom, depois do que aconteceu, eu decidi não me iludir mais em relação a ele, eu não estava mais com esperanças de que ele e eu poderíamos ser algo mais do que bons amigos, mas naquele momento eu já estava satisfeita com o que eu tinha, Edward parecia sincero em todas as suas palavras, e demonstrava estar gostando também de nossa aproximação e noites juntos, e então, sinceramente pela primeira vez eu estava satisfeita em ter Edward Cullen apenas como um grande amigo.

###

— Sabia que as estrelas são como nós? Elas nascem, crescem, desenvolvendo-se e se transformando e um dia também morrem, ou seja, transforma-se em outro objeto celeste... – eu comentei para Edward, estávamos deitados na grama do jardim, observando as estrelas, era meio arriscado, afinal, alunos não podiam ficar perambulando pela escola depois da sete da noite, mas Edward insistiu, tinha cansado de jogar videogame e xadrez, e como dificilmente eu conseguia dizer não a ele, acabei aceitando. E bem, era ótimo, sempre adorei observar as estrelas.

— Acho que acabei dormindo nessa aula... – Edward comentou, enquanto mantinha os olhos fixos nas estrelas. – Elas são tão brilhantes, não é?

— Isso graças a fusão nuclear do hidrogénio no seu núcleo, ele liberta a energia que atravessa no interior da estrela, que irradia pelo espaço... – eu expliquei, e então Edward me olhou, com as sobrancelhas franzidas.

— Uau... Eu entendi tudo! – ele disse num tom irônico, e rindo eu dei-lhe um tapa de leve em seu ombro.

— Acho que nos próximos dias vou te dar algumas aulas de física... – comentei, ele então fez uma careta.

— Ah não, minhas notas estão boas... – ele disse com desdém, virando agora o seu corpo em minha direção. – Podemos nos próximos dias assistir alguns filmes, arrumei alguns de terror...

— Ah não, eu tenho medo! – eu disse colocando a mão em meu rosto, e então escutei a risada dele.

— E é isso que torna mais divertido assistir esses tipos de filmes... Fechou então! – ele falou, e então encarei-o com as sobrancelhas franzidas, depois virei meu corpo em direção a ele também.

Nós nos olhamos por alguns segundos em silencio, Edward olhava-me tão fixamente que não pude evitar sentir meu rosto esquentar, torci para não ter ficado vermelha, mas acho que não funcionou, Edward deu um sorriso enquanto tirava os meus óculos, atitude da qual não entendi.

— Por que você tirou? Sabe que não enxergo muito sem ele... – eu reclamei.

— É que eu quero ver uma coisa... – ele comentou.

— O que? – perguntei, meio confusa.

— Seus olhos brilham que nem as estrelas... – ele comentou, ainda sorrindo.

Senti minhas bochechas corarem, enquanto sorria para ele também.

Eu não podia negar que era difícil não ter recaídas com Edward Cullen, mesmo estando satisfeita com sua amizade, era difícil não demonstrar meus sentimentos por ele, embora eu acreditasse fielmente que ele não percebia nada ou fingia não perceber o que as vezes ficava estampado em meu rosto, as vezes até eu mesma notava que estava sendo obvia demais, quando assistíamos filme de terror eu me pegava as vezes olhando para ele abobalhada, quando ele ficava pensativo jogando xadrez eu o admirava feito uma tola apaixonada, a noite eu ficava pensando nele até adormecer. Ai então eu me perguntava se eu estava indo para o caminho certo? Era perigoso demais, mas eu não queria voltar atrás, de um jeito ou de outro eu já sairia magoada nessa história toda.

Já fazíamos alguns dias que estávamos toda noite assistindo filme de terror, não era meu gênero favorito, na realidade eu morria de medo desses tipos de filmes, mas era legal ver Edward tão animado com os filmes, na realidade eu não sabia se era com os filmes ou ele ficava feliz em me ver morrendo de medo.

Algumas cenas, principalmente nas que envolvia fantasmas, eu tampava meu rosto com o cobertor somente para não tomar susto, ele começava a rir enquanto tentava tirar o cobertor do meu rosto somente para me obrigar a ver a cena, ele era tão maldoso nessas partes. E foi em um desses dias, não tão felizes para mim que fomos pegos de surpresa. Tanya bateu na porta e começou a chamar Edward, nos entreolhamos assustados e comecei a olhar em volta do quarto de forma agitada.

Eu precisava pensar rápido, não queria que ela visse coisas onde não existiam, as pessoas sempre foram maliciosas demais, imagine o que pensariam se me encontrassem no quarto dele? Embora nunca tivesse acontecido nada entre nós, ninguém acreditaria em nossas palavras. Edward também parecia bastante assustado, eu o compreendia, afinal, era a namorada dele, ela se sentiria traída, me veria como uma amante poderia fazer um escândalo da qual ficaria feio tanto para ele como para mim, o que seria um tanto injusto para nós dois.

— Bella... – Edward iniciou, meio assustado.

— Shiii... – eu fiz, colocando o dedo na boca, como uma menção para ele se calar.

Levantei-me e rapidamente deitei no chão, rolando para debaixo da cama. Minutos depois escutei o barulho de abrir de porta, e então eu pude ver os pés dela andando pelo quarto, ela ficou alguns minutos em silencio e eu conseguia até imaginar a expressão de desconfiança que deveria estar estampada em seu rosto.

 - O que foi? – Edward perguntou, e pelo tom de voz dava para notar o quanto ele está nervoso.

 - Se eu não vir em seu quarto, eu nunca te vejo, na verdade nessas ultimas semanas você quase nem fala comigo, eu estou achando um tanto estranho a nossa relação... O que houve com você Edward? – escutei ela perguntar.

— Eu só estou ocupado...  – ele inventou.

— Ocupado? Ocupado com o que? Hoje eu estava pensando, e me dei conta de uma coisa, você nunca me chamou para dormir nesse quarto, por que Edward? – ele não a respondeu – Desde que eu comecei a estudar nessa droga de escola, nunca mais dormimos juntos, você quase nem fala comigo, está distante, parece estar me escondendo alguma coisa, para mim tem outra garota nessa história e essa garota é dessa escola e quando eu descobrir quem é ela, eu...

— Para Tanya, isso é coisa da sua cabeça, já estou cansado dessas suas desconfianças... – ele disse e então observei os pés de Edward, aproximando-se dos pés de Tanya. – Eu estou com sono e vou dormir, nos falamos amanhã certo?

— Você nem vai me convidar para dormir com você? – escutei ela perguntar, coloquei as mãos na minha boca enquanto sentia o coração disparar, só faltava isso, eles transarem no quarto e eu ficar embaixo da cama escutando os gemidos dos dois.

— Hoje não... – ele disse e então escutei ele abrir a porta, o que me fez dar um suspiro de alivio. – Tchau Tanya, nos falamos amanhã...

— Edward... – a ouvi iniciar.

— Amanhã! – ele repetiu.

E então vi as pernas dela se afastarem, até ela sair do quarto, quando Edward fechou a porta, senti-me mais aliviada.

Eu rolei novamente, saindo debaixo da cama e então levantei-me bem lentamente do chão, ajeitei meu óculos e observei Edward que me olhava seriamente.

Engoli um seco, enquanto sentia meu estomago revirar de uma forma estranha, não foi nada agradável escutar aquela leve discussão, não foi agradável saber que eles já fizeram sexo o que quer dizer que diferente de mim, que sequer beijei um garoto na vida, Edward não é nem mais virgem e principalmente não me sinto bem comigo mesma por estar feliz em saber que eles estão em crise e com certeza por minha culpa.

  - Me desculpe por isso... – escutei ele iniciar, ele parecia sem graça com toda a situação.

— Não podemos mais fazer isso Edward! – respondi, soltando um longo suspiro. Tudo bem doeria em mim, mas eu não podia mais aceitar toda aquela situação, tudo bem nossos encontros eram inocentes, só fazíamos coisas de amigos, mas mesmo assim eu me sentia mal, tive que me esconder como uma amante o que tornava a situação um tanto humilhante, e tudo isso me fez enxergar que quando o seu amigo arruma uma namorada, mesmo não querendo, nada poderá ser mais o mesmo.

Eu não podia fechar os olhos e fingir que Edward não namora, mesmo querendo, eu não podia tirar ele dela, se eles terminarem tem que ser uma decisão deles e não por influencia minha.

 Só que Edward me olhou com um semblante assustado e deu alguns passos em minha direção, automaticamente eu recuei.

  - Do que você está falando? – ele perguntou.

  - Não posso te ver todas as noites...

 - Mas por que? – ele perguntou.

 - Isso está prejudicando o seu namoro, eu tive que me esconder como se tivéssemos fazendo algo errado, mesmo que não estejamos fazendo, temos que parar com isso Edward, não está certo! – eu me virei para sair do quarto, mas rapidamente senti Edward segurando meu braço.

 - Não faça isso! Eu já estou tão acostumado em te ver todos os dias, eu... – olhei para ele e notei que a cabeça dele estava abaixada. – Quer dizer, você é minha melhor amiga, você é mais importante para mim do que ela... – ele acrescentou, voltando a olhar para mim.

Encarei-o com a boca entreaberta e senti meus olhos lagrimejarem.

 - Mas... Uma namorada tem que ser mais importante do que uma amiga... – respondi, sentindo meu coração disparar.

— Isso não tem que ser uma regra, não é? – ele arqueou as sobrancelhas e puxou-me pelo braço.

— Fica comigo aqui... Não vai embora agora, por favor! – ele pediu e então engoli um seco sem saber o que fazer.

Mas claro, como não sabia dizer não a ele, acabei sentindo-me vencida, deixei com que ele me levasse até a cama dele e voltamos a nos deitar nela, ainda passava o filme no DVD, Edward pegou o controle e voltou o filme para trás até onde tínhamos assistido, em seguida colocou o braço em volta de meu ombro, fazendo com que eu apoiasse minha cabeça em seu peito, soltei um longo suspiro, estar tão próxima assim dele fazia com que eu sentisse uma sensação muito boa, fazia eu sentir-me quente e protegida, eu não queria sair de perto dele, eu não queria soltá-lo, fechei os olhos enquanto aproveitava cada segundo que eu tinha perto dele, senti Edward passar a mão em meus cabelos e soltei mais um suspiro, tudo estava tão estranho, nossa relação estava ficando estranha, mas pela primeira vez algo estranho estava sendo para o lado bom. Minutos depois, acabei dormindo em seus braços.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!