DEZESSETE

MEU MUNDO FICTÍCIO

Eu perdi as contas de quantas vezes eu fiquei apertando a barriga do urso durante a minha viagem a Paris, na realidade eu decidi parar de contar na vigésima quarta vez, na quinta vez eu já havia decorado todas as palavras de Bella e no terceiro dia de viagem eu ficava repetindo a mensagem para mim mesmo feito um completo idiota, eu estava me sentindo um maluco, é claro que comecei a então ficar preocupado com a minha sanidade mental.

Em uma semana de viagem eu comecei a sentir vontade de bater a minha cabeça na parede até estourá-la por completo, eu não costumo ter pensamentos suicidas, mas pensar em Bella estava me enlouquecendo, era torturante a forma que ela grudou em meu cérebro, tanto, que a cada canto que eu olhava, cada praça que eu passava ou esquina que eu virava eu sentia como se ela estivesse por perto, tanto que dava a impressão de que iria vê-la em qualquer lugar de Paris, e isso era assustador.

A única coisa que eu desejava era voltar para casa e esquecer de vez essa viagem estupida que estava só me deixando ainda mais louco, sinceramente a única coisa que eu queria naquele momento era que Emmett me apresentasse essa garota para ver se Bella saia um pouco da minha cabeça. Alice e Emmett ainda estavam se divertindo, agora eu ficava mais tempo deitado na cama feito aquelas pessoas depressivas do que passeando em París. Como eu desejava esquecer Bella por pelo menos alguns minutos, por algumas horas. Se Emmett conseguisse isso seria para mim uma grande evolução.

— Mas que estado deprimente é esse Edward? Fica ai caído na cama com um urso idiota na mão! Para com isso! – Emmett disse, assim que entrou no nosso quarto, ele tentou me puxar pelo braço, mas eu não quis me levantar na cama.

— Me deixa Emmett! – eu resmunguei, virando para o outro lado.

—Meninooos... Vamos dar uma volta! – ouvi a voz de Alice falar, ela havia acabado de entrar no quarto.

Eu peguei e enfiei o urso embaixo do meu lençol e sequer me mexi.

— O que tá acontecendo com Edward hein? – ouvi Alice perguntar para Emmett.

— Está deprimido! Tentei tirá-lo dai mais ele não sai! – Emmett a respondeu.

— Maninho, o que foi? – Alice perguntou, se sentando na cama, próximo de mim. – Por que você está assim? Você deveria estar feliz, entrou no time de basquete, está ficando super popular e ainda estamos de férias, em París... Ahh maninho eu não estou entendendo!

— Ah Alice me deixa! – eu resmunguei.

— Isso é mulher não é? – Alice perguntou.

— Aham... – Emmett concordou e eu já comecei a ficar com medo dele abrir a boca e contar para nossa irmã quem é a mulher.

— Você tá ficando ou namorando alguma garota e brigou com ela, é isso? – Alice me perguntou, e só então eu a olhei.

— Eu não quero falar disso agora, me deixa só um pouco quieto, vai! – eu pedi.

Alice então suspirou, achei que ela não ia desistir, mas por sorte ela desistiu.

— Tá, vamos dar uma volta Emmett, vamos deixa-lo ficar um pouco sozinho, ás vezes faz bem... – Alice disse e eu agradeci em pensamentos por isso. Só espero que nessa volta Emmett não abra o bico.

E enquanto eles saiam e eu ficava sozinho no quarto do hotel, mais uma vez eu apertava a barriga daquele urso, era tão desesperador que eu já estava prestes a jogá-lo pela janela para ver se eu parava com isso, mas isso já havia se tornado uma atitude tão inconsciente que quando eu dava por mim eu já estava com aquele urso nas mãos novamente. Apertando-o e ouvindo novamente a voz dela.

A voz dela é tão bonita... Eu não cansava de escutá-la, soltei um longo suspiro, deitei-me novamente na cama enquanto continuava segurando aquele urso. Ela tinha parado de falar, mas eu estava sem coragem de apertar novamente, ouvi-la só me fazia sentir mais a falta dela.

Fiquei um tempo ainda ali, até que acabei dormindo, acordei com a voz da minha mãe, ela estava falando comigo:

— Edward, está tudo bem? – escutei minha mãe Esme perguntar, pela altura da sua voz ela deveria estar parada próxima a minha cama, só que eu não quis virar-me para olhá-la. Eu nem acredito que ela está no meu quarto, provavelmente Alice e Emmett deve ter falado algo a ela.

— Está tudo ótimo... – eu menti, notei que a voz saiu mais desanimada do que deveria sair.

Minha mãe se sentou ao meu lado, e então a senti tocar os meus cabelos, ela começou acaricia-los, como ela sempre costuma fazer.

— Você parece tão desanimado, parece não estar gostando nada da viagem, sempre vejo você agarrado a esse urso com um olhar tão triste, alias quem te deu ele?

— Uma amiga... – respondi, ainda não quis olhar para ela.

— Amiga? Seria uma amiga mesmo? – ela perguntou e eu suspirei, a ultima coisa que eu queria era ficar falando de Bella com a minha mãe.

— Por quê? – eu perguntei.

— Você não ficaria tanto tempo agarrado a esse urso se ela fosse apenas uma amiga... – ela respondeu, e então finalmente eu a olhei, remexi-me na cama, sentando-me nela, e irritado tanto com a minha atitude idiota, como também com a situação joguei o urso longe, ele bateu na parede e caiu no chão. – Você não precisava fazer isso... – ela comentou enquanto olhava para o urso.

Eu olhei para ela e soltei um longo suspiro, enquanto passava a mão no cabelo.

— Ela é ou foi sua namorada e você brigou com ela, é isso? – minha mãe tentou.

— Não! – respondi. Que tipo de homem eu sou? Ficar agarrado a um urso? Discordei com a cabeça inconformado e depois coloquei a cabeça entre os meus joelhos, eu estava me transformando em um completo otário.

— Filho, você está sofrendo... – minha mãe falou, colocando o braço em volta de mim, abraçando-me. – Você está apaixonado, não é?

— Nem fale essa palavra, eu odeio o amor, ele é uma droga e nunca deveria existir... – respondi, ainda com a cabeça apoiada aos joelhos.

— Então estou certa, você está apaixonado... O que aconteceu? Vocês brigaram? – ela perguntou.

— Eu já disse mãe, ela não é minha namorada!

— Então é mesmo uma amiga? Ela não te corresponde, é isso? – ela continuou tentando adivinhar e isso já estava me irritando.

— Não é isso... – respondi, suspirando. E então olhei para minha mãe. – Eu não quero gostar dela, eu só queria poder escolher a garota pela qual eu me apaixonasse...

Minha mãe deu risada, sim parecia achar engraçado o meu comentário.

— Sabia que quando eu tinha sua idade eu também pensei o mesmo quando conheci o seu pai? Ele era um galinha, safado e a ultima coisa que eu queria era gostar dele, eu achava que ele não me levaria a sério, mas eu tive a sorte dele também ter se apaixonado por mim, mas sabe, tentei evitar o máximo que eu pude... – ela suspirou. – Só que com o tempo eu fui refletindo e então eu vi que não teria graça se pudéssemos escolher por quem nos apaixonamos...

É poderia ate ser, só que as coisas seriam mais fáceis, bem mais fáceis... Por sorte aquele foi o fim da conversa, já que meu pai entrou no quarto, avisando que a comida chegaria logo, é naquela noite havíamos decidido pedir a janta no quarto. Seria nosso ultimo dia em Paris, e eu já estava ansioso e contando os minutos para voltar para casa.

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Sempre gostei das férias, mas essa estava diferente de todas as outras que eu já havia tido, não havia um dia de férias sequer que eu poderia chamar de agradável, desde que pisei o pé para fora da escola eu comecei á contar os minutos para voltar, eu sabia que tinha uma razão especifica para isso: Isabella Swan.

Parecia uma ironia do destino, lembrei-me de antigamente quando ficava feliz quando chegavam as férias, principalmente por eu poder ficar algumas semanas sem ser perseguido por ela, e agora eu estava era sentindo a falta dela. Eu sabia que quando voltasse para a escola o ciclo teria que continuar, eu precisava continuar mantendo a distancia. Entretanto, fora daqueles muros, eu não tinha a oportunidade nem de vê-la de longe, e isso era ainda mais torturante do que tê-la grudada em minha mente quase vinte e quatro horas por dia.

— Agora eu entendi porque você fica tanto com esse ursinho, tem uma mensagem da dragão,  você deve ter enlouquecido mesmo...  - disse Emmett depois que apertou a barriga do urso, eu estava saindo do banheiro e revirei os olhos ao ouvir esse comentário desnecessário do meu irmão, eu odiava quando ele entrava no meu quarto sem ser convidado.

— Vamos logo Emmett! – eu o chamei, então ele jogou o urso para cima e ele caiu no chão, Bella continuou a falar e eu bufei, ele não precisava fazer isso com o presente que ela me deu, ele saiu primeiro do quarto e antes de eu sair, peguei o urso do chão e coloquei em minha cama.

Realmente eu estava disposto a tentar tudo que Emmett falou, se não foi a distancia que me faria esquecer Bella, uma garota bonita talvez ajudaria. Emmett disse que me apresentaria a garota mais bonita que ele conhecia, e eu torcia completamente que a garota tivesse mais alguma qualidade além da beleza física.

Depois de alguns segundos pensando em quais poderiam ser as qualidades dessa garota, logo as palavras: compreensiva, bondosa, inteligente, amável, venho em minha mente, fui vendo que estava pensando nas qualidades de Bella. Eu estava torcendo para que essa garota fosse à versão Bella, porem bonita? Quando dei por mim, já estava batendo minha cabeça na mesa de uma lanchonete em que Emmett e eu estávamos, para tentar tirar essa ideia estupida da minha mente.

— Cara, para com isso, se a garota chega e vê você assim, vai pensar que eu quero apresentar um louco para ela!

— Ah agora eu sou normal? Algumas horas atrás você disse que eu havia enlouquecido mesmo... – retruquei.

— Só que ela não precisa saber disso... – Emmett respondeu, também foi a única coisa que deu tempo dele dizer, logo uma garota loira, de olhos azuis, mediana e esbelta aproximou-se de nós, ela realmente era muito bonita, talvez eu ficaria louco de empolgação se eu não estivesse naquela situação, eu sorri para ela fingindo ter gostado de tudo. E logo descobri que o nome da garota loira era Tanya. E nos próximos dias, tudo que fiz em minha vida foi fingir.

Sim, com o passar dos dias eu fui vendo ao ponto que chega uma pessoa quando não quer admitir os seus sentimentos, ela começa a viver num mundo fictício onde tudo acaba se tornando uma atuação, eu já sentia-me um ator mentindo para Tanya, começamos a namorar durante as ferias e eu tentava fazer ela acreditar que gostava dela, ao mesmo tempo que eu fazia Emmett acreditar que tudo estava dando certo, e ainda eu tentava fazer eu mesmo acreditar que o plano de Emmett havia sido um sucesso.

 Durante o dia tudo parecia estar indo bem, eu passava a maior parte do dia com Tanya, a cada dia ela inventava um lugar novo para irmos, e eu sempre dizia sim a ela. Ela era uma garota legal, gostava de falar bastante, mas me incomodava o jeito que ela mexia as mãos, talvez porque me fazia lembrar-me da ultima pessoa que eu queria me lembrar naquele momento.

Entretanto, ela tinha a personalidade parecida com as garotas populares que conheci na escola, gostava de falar sobre moda, coisas caras e claro cabelo, como gostava de falar sobre cabelo, coisas que eu nunca ouvi Bella falar na vida.

Uma coisa Emmett tinha razão, durante o dia por estar distante de Bella e na companhia de Tanya eu pensava menos nela, menos do que em Paris quando estava somente eu e meus pensamentos para me atormentar, porém, quando anoitecia e eu era pego pelo silencio da noite, eu logo me perguntava como Bella deveria estar, os meus olhos sempre iam para aquele urso que era a única coisa que eu tinha para pensar nela, mas eu evitei. Consegui ficar alguns dias sem escutar a mensagem dela.

Pouco tempo depois, avancei ainda mais, tive minha primeira relação sexual com Tanya, ou melhor, a minha primeira relação sexual na vida, não havia sido ruim, porém tudo havia sido rápido demais. Tanto, que fiquei preocupado se Tanya havia gostado, ela dormiu comigo na cama, enquanto eu permaneci acordado um bom tempo olhando para o teto, eu pensei em como teria sido se tivesse sido com outra pessoa, me senti frustrado e com raiva de mim mesmo. Qual é o problema comigo? Eu havia acabado de transar com uma garota linda, e a ultima coisa que eu queria era estar ali, naquela cama. Sim, eu desejava profundamente estar em outro lugar, e me assustei ao imaginar o lugar da qual eu queria estar.

O meu mundo fictício estava começando a se destruir pouco a pouco.

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 Voltar para a escola seria um grande desafio, eu não imaginava o que sentiria quando me deparasse novamente com Bella, uma confusão de sentimentos estava me abalando completamente, uma parte de mim queria vê-la porque sentia a falta dela, outra parte, queria evitar esse encontro a todo custo. Talvez com medo de que quando a visse, eu me desse conta de que todo meu esforço havia sido em vão.

Emmett e Alice desceram rapidamente do carro, já eu ainda fiquei alguns minutos a mais ali, parecia que eu tinha travado. E quando finalmente eu consegui sair do carro, minha mãe me chamou e falou para mim: Filho enfrente o que você tiver que enfrentar, mas resolva tudo aquilo que está te deixando assim, tão mal, me dói ver você dessa forma...

Aquilo fez meu estomago embrulhar, e então quando eu fechei a porta do carro ainda pensei nas palavras dela e em como resolveria o que estava me deixando tão mal, pelo menos eu estava tentando, e como eu estava tentando resolver isso.

Eu segui todos os conselhos de Emmett, mesmo que doesse afastei-me de Bella e tentei ser o melhor namorado possível para Tanya, e até ai tudo estava dando certo, tanto, que Tanya para não ficar longe de mim até se transferiu para a mesma escola que eu estudo. Eu ainda não sabia se isso seria bom ou ruim, afinal, Bella descobriria o meu namoro. Mas também não poderia ficar escondendo o namoro para sempre.

Quando parei em frente ao colégio, inconscientemente já fui procurando-a com o olhar, logo que os meus olhos a viram, eles grudaram-se nela como se estivessem sido colados, ela estava com sua amiga Ângela, ela não demorou muito para me ver também, meu coração disparou como da ultima vez que a vi, e quando ela começou a correr em minha direção, meu coração disparou ainda mais.

Ela parou na minha frente, e sem eu saber o que dizer ou falar – o nervosismo também não me deixava pensar – eu apenas sorri para ela, ela também sorriu para mim e me abraçou tão forte que tive que gemer para que ela percebesse que estava me apertando com muita força.

Ela me soltou e continuou sorrindo para mim.

— Oi Edward, como foram as suas férias? – perguntou, animada.

— Foi boa... – eu respondi, lembrando-me que Tanya poderia aparecer a qualquer momento, e isso me deixava um tanto nervoso.

— E a viagem a Paris? – ela perguntou.

— Foi legal, mas ficamos apenas uma semana... – eu disse, e então passei a mão no cabelo, ainda mais nervoso como antes. Eu já me perguntava em pensamentos como Bella reagiria quando visse Tanya.

— Legal... – ela disse. – E você... – ela iniciou, mas não conseguiu terminar, afinal, aconteceu aquilo que eu imaginava que uma hora iria acontecer, só não imaginei que seria tão rápido. Tanya se aproximou, abraçou-me como costumava sempre fazer e eu fiquei tão nervoso e ao mesmo tempo envergonhado, que não consegui ter nenhum tipo de reação.

— Amor, vamos você prometeu que ia me mostrar a escola! – ela disse, parecia não ter ainda notado Bella, quando a viu eu percebi que ela a olhou de uma forma estranha. – É... Atrapalhei algo? – ela perguntou voltando a olhar para mim.

—N-Não... – eu disse, mas não consegui desviar os olhos de Bella.

Ela tentou disfarçar, mas consegui perceber que ela ficou abalada a me ver com Tanya, os seus olhos foram pouco a pouco ficando marejados, e ela ficou levemente vermelha.

— É a sua namorada? – ela perguntou numa voz fraca. E eu não tive coragem de responder. Eu senti um embrulho estranho no estomago, ao perceber que eu havia magoado completamente Bella.

— Sou sim... – foi ela que respondeu, continuei calado enquanto continuava olhando fixamente para Bella..  – Eu sou nova aqui na escola, então não sei quem é você, qual é seu nome querida? – ela perguntou.

— Isabella Swan... – respondeu, enquanto alternava o olhar de Tanya para mim novamente – Parabéns, ela é muito bonita, combina com você, ainda mais agora que você é popular, não é? – ela sorriu forçadamente. E sem aguentar olhar mais para ela, desviei o olhar para o chão.

— Ai que fofa, obrigada querida! – escutei Tanya responder.

— É... Eu vou indo, deixei a Ângela sozinha... Bom retorno a você, e boas vindas... – Bella disse, eu voltei a olhá-la enquanto a observava se virar e sair caminhando em passos largos em direção de Ângela. Eu não conseguia ver, pois ela estava de costas, mas eu tive a impressão de que ela estava chorando.

Quando eu fiquei com Tanya, eu não fiz isso com a intenção de magoar Bella, mas eu senti que havia a magoado, e infelizmente isso era inevitável. Ela estava sofrendo, só que ela não era a única. Enquanto eu continuava dentro daquele mundo fictício, mesmo não querendo admitir para mim mesmo, eu sabia que eu estava sofrendo também.

— Quem é ela? – Tanya perguntou, enquanto andávamos de mãos dadas para dentro da escola.

— É a Bella, uma colega de escola... – eu disse, evitando olhar para Tanya.

— Ela parece que não gostou de nos ver juntos! – ela disse meio desconfiada, paramos em um corredor, e eu soltei um suspiro sem saber certo o que dizer. Por sorte, Emmett parou atrás de nós, e havia escutado o que Tanya disse.

— Quem não gostou de ver vocês juntos? – Emmett perguntou.

— Uma garota meio é esquisita, que eu vi conversando com Edward...

— Isabella Swan... – Emmett completou, olhando diretamente para mim.

— Ah sim, essa mesmo! – ela respondeu.

— Ah sim, ela gosta do Edward á muito tempo, mas ele nunca quis nada com ela, pelo contrario, foge dela, também como ele poderia querer ficar com ela, não é Edward? – Emmett perguntou, olhando diretamente para mim.

Eu olhei para Tanya e notei que ela me olhava com as sobrancelhas arqueadas, estava esperando que eu respondesse. Eu suspirei, abaixei a cabeça e demorou alguns segundos para a voz sair:

— É claro... – então suspirei. – Não teria como eu ter algo com ela!

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Embora tudo parecesse estar se destruindo pouco a pouco, continuei insistindo em fingir, mesmo doendo, era mais fácil do que encarar a realidade. Fui notando que a cada dia eu via menos Bella, ela parecia estar fugindo, acredito que a razão disso seja o meu namoro com Tanya, ela não queria nos ver junto e era compreensível, eu também não iria querer vê-la com outra pessoa, e acho que também faria o mesmo, eu fugiria.

Eu só tinha as aulas com Bella para poder vê-la, nas aulas eu notei que ela evitava nos olhar, mas ás vezes nossos olhos acabavam se encontrando por acaso e quando isso acontecia, eu podia notar como os olhos dela estavam tristes, nunca os vi tão tristes assim antes, nem mesmo quando ela escutou, eu falando que ela não era minha amiga para Emmett. E vê-la assim era doloroso demais, afinal, eu sabia que a culpa era toda minha.

E com o afastamento nosso, pude notar a aproximação de Mike Newton, um amigo dela que parecia virar mais amigo a cada dia, o pouco que eu a via eu percebia que ela sempre estava próxima dele, ele parecia que queria distrai-la, dá uma de amigo, com certeza para conseguir algo e me irritava em pensar na possibilidade dele conseguir, me irritava profundamente pensar em ver Bella com outra pessoa que não fosse eu.

E enquanto pensava nisso, comecei a refletir sobre as minhas atitudes, o meu namoro com Tanya estava me afastando cada vez mais de Bella, tudo bem que sempre essa foi á intenção. Como Emmett mesmo disse tudo isso era para “me curar” desse amor estranho e ao mesmo tempo louco que eu sentia por ela, só que, mesmo depois de tudo isso, mesmo depois de seguir todos os conselhos de Emmett, nada me fazia esquecer ela.

O desespero aumentava a cada segundo que eu continuava pensando. Com tudo que estava acontecendo, e ainda toda vez que eu observava aqueles olhos tristes, eu fui me dando conta de que eu continuaria completamente apaixonado por Bella, e o pior é que eu ainda estava sofrendo o risco de perder ela para sempre.

E foi ai então que meu mundo fictício se destruiu de vez...

Continua...