Lembre-se de mim escrita por J S Dumont


Capítulo 14
Ele é diferente!


Notas iniciais do capítulo

Olá gente como prometido aqui está mais um capitulo para vocês de Lembre-se de mim, espero que gostem e já sabem comentem, favoritem... É importante para mim, beijos e espero que gostem de coração.
Ah voltando para POV Bella ;)



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TREZE

ELE É DIFERENTE!

Isabella Swan

Eu odiava quando meus amigos tinham essas atitudes tão insensíveis, definitivamente eu odiava quando eles julgavam meus sentimentos pelo Edward como se eu pudesse controla-los e ainda fosse culpada por ser apaixonada por ele, e o pior, o que mais eu odiava é quando eles falavam mal dele, colocando-o como um monstro, sendo que eu sei que no fundo ele não é nada disso. Eu sabia que Edward é diferente, e não é nada daquilo que eles falavam, ele não é um monstro, é apenas um garoto imaturo e superficial que ainda tinha medo de demonstrar o que sente, um garoto que se preocupa demais com as opiniões dos outros e principalmente se importa demais com o quesito popularidade. Mas eu sabia que eu não podia julgar isso, eu não podia criticá-lo... Afinal, o amor é assim, é o pacote inteiro, amamos tanto as qualidades como também os defeitos.

E por essa razão a única coisa que eu queria é fugir, fugir das opiniões dos meus amigos, fugir de suas criticas, não escutar mais nenhum de seus falatórios, sinceramente eu adoro a Ângela e o Mike, mas tem vezes que o melhor a se fazer é fugir, ficar afastado deles, principalmente quando eles decidiam falar de Edward e dos meus sentimentos por ele, não ajudava em nada os seus comentários, pelo contrario só me deixava pior.

Por essa razão decidi me esconder na biblioteca, lá era sempre o local aonde eu ia quando queria paz, Mike e Ângela nunca frequentavam a biblioteca então eu sabia que ali não iria encontra-los,  comecei a ler um livro enquanto me entupia de chocolates, eu estava com uma caixa de bombom e já havia comido em menos de uma hora metade dela, e quando eu havia devorado metade do livro, eu me cansei e decidi trocá-lo, levantei-me e fui até as estantes, enquanto passava pela de Literatura Inglesa encontrei a ultima pessoa que eu imaginaria encontrar por ali.

Era ele... Edward, ele estava tão lindo observando os livros da estante, sua expressão claramente demonstrava que ele estava perdido, e eu até entendia o porque, Edward deveria estar na biblioteca porque fora obrigado estudar Literatura Inglesa, com certeza o técnico o mandou melhorar suas notas, afinal, notas altas era um dos quesitos para entrar no time de basquete

Minha vontade no momento era de ir até ele e abraça-lo forte, fazia já algum tempo que eu não o abraçava, ele me fazia tanta falta, dei um suspiro involuntário, enquanto meus olhos continuavam grudados nele, coitado, parecia tão perdido, eu tentei me segurar, mas ele parecia tão desesperado como se não soubesse por onde começar que quando dei por mim, lá já estava eu com um livro de Literatura Inglesa nas mãos, levando até ele.

Parei ao lado dele, ele estava tão distraído que tive que falar para ele notar a minha presença:

— Você deveria iniciar com esse... – aconselhei erguendo o livro na direção dele.

— Como? – ele perguntou parecendo meio confuso e ao mesmo tempo surpreso a me ver.

— Bom, como você não é nada estudioso, eu imagino que você esteja aqui na biblioteca olhando as estantes de Literatura Inglesa porque está precisando estudar não é? E ainda imagino que seja para entrar no time de basquete... – respondi, tentando manter a indiferença, acho que funcionou.

Ele pegou o livro das minhas mãos e continuou me olhando fixamente.

— É incrível como você me conhece... – ele comentou, naquele momento meu coração disparou tanto que senti como se fosse quase sair pela boca, mas eu disfarcei dando apenas um sorriso forçado e sem dizer mais nada eu me virei

Eu já ia sair da biblioteca quando escutei a voz de Edward me chamando, parei de andar no mesmo momento e novamente senti o coração disparar. Eu havia escutado direito? Edward havia mesmo me chamado? Ai meu deus! Virei-me rapidamente e o encarei, meio surpresa.

Notei que ele abriu e fechou a boca varias vezes e nenhum som saiu após o meu nome, e então eu perguntei:

— O que foi?

Novamente ele abriu e fechou a boca varias vezes e nenhum som saiu, demorou alguns segundos a mais para sair alguma coisa:

— Jacob... V-Você e ele... É... Está rolando algo? – ele gaguejou. E de verdade eu achei a pergunta engraçada, até mesmo ele começou a achar que rola algo entre Jacob e eu. Aquilo era tão absurdo, que chegava para mim a ser mesmo engraçado.

— Não! É claro que não, Jacob e eu nos tornamos amigos, mas é só isso! – respondi, quando consegui parar de rir.

Eu me virei novamente para ir embora, quando ele novamente me chamou, virei-me novamente para ele e o observei, ele se aproximou lentamente, enquanto nossos olhos estavam fixos um no outro.

Ele parou bem na minha frente, tão perto que não faltava muito para nossos rostos colarem um no outro, e isso me deixou nervosa, muito nervosa.  

— Obrigado... – ele agradeceu, deixando-me completamente surpresa.

Ele disse isso mesmo? Ele me agradeceu? Senti como se estivesse em um sonho, e não pude evitar sorrir. Achei que depois daquele obrigado ia ter algo mais, pelo menos um abraço, mas não, Edward se sobressaltou e se afastou rápido, muito rápido, tanto que não deu tempo de eu dizer mais nada.

###

Enquanto eu caminhava em direção ao meu dormitório, eu pensava na atitude estranha de Edward, eu estava tão distraída pensando o porque ele saiu correndo daquela forma que não notei quando Jacob se aproximou, na realidade só percebi a presença dele, quando ele falou comigo:

— Oi Bella! – ele me cumprimentou, eu o olhei sorrindo levemente. Jacob era um garoto lindo, dócil, tinha razões e de sobras para ser tão popular.

— Jacob... – eu disse, e ele sorriu para mim também.

— Eu estava te procurando, sabe eu estava pensando no nosso manifesto, eu acho que o que está faltando para conseguirmos colher assinaturas suficientes é divulgação... – ele comentou, eu o olhei com as sobrancelhas franzidas.

— Divulgação? Tipo panfletos?- perguntei.

— Acho que algo mais simples já funcionaria... Seria bom pensarmos em algo! – ele disse e então paramos em frente a porta do meu dormitório.

— Está bem, eu vou pensar, se tiver alguma ideia de divulgação eu te falo... – respondi, e depois olhei a minha volta notando um numero razoável de alunos nos observando, era incrível como nós dois juntos chamava atenção. - Você não se importa? – eu perguntei a ele.

— Com o que? – ele perguntou, parecia não entender.

— Com os outros... Nos olhando! – respondi, desviando o olhar para o chão.

— Eu já estou acostumado que os outros me olhem... – ele disse num tom indiferente.

— Mas você sabe porque estão nos olhando, não é porque você é popular, mas sim porque todos devem achar estranho ver você falando comigo... – respondi, voltando olhá-lo.

— E por que seria estranho? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas e então eu ri.

— Está claro porque é estranho, garotos populares não falam com garotas como eu...

— Não sei porque, não vejo nada de errado em você! – ele soltou um suspiro. – E outra, eu nunca pedi para ser popular, foi consequência por eu ser do time de futebol, só que eu não entrei no time para ser popular mais sim porque eu gosto de jogar, então não estou nem ai para que os outros falam, não me importo se isso vai me deixar mais ou menos popular... E pensei que você também não se importava com as opiniões dos outros...

— E não me importo! – respondi, sorrindo para ele. - Só que eu não quero te prejudicar...

— Eu já disse e repito, eu não me importo... - ele insistiu e então trocamos sorrisos, enquanto sorria para ele eu pensei em como seria bom e mais fácil se Edward pensasse igual o Jacob.

— Então... Nós nos vemos depois... - ele despediu-se, e eu concordei com a cabeça, dei um beijo no rosto dele e entrei em meu dormitório.

Como sempre estava vazio, suspirei, peguei outra roupa e fui tomar banho, ao sair vi que Mia ainda não havia chegado, decidi ler um pouco e ir dormir mais cedo, deixando para lá o jantar.

Adormeci antes de Mia chegar e quando acordei também não a encontrei no quarto, comecei a desconfiar de que ela havia ido dormir em outro dormitório, ao me levantar fui ao banheiro para lavar o cabelo e depois me vesti, enquanto observava-me no espelho escutei um barulho de bater de porta, aproximei-me dela e na terceira vez que bateram eu a abri.

Meu coração disparou, e senti minhas pernas falharem apenas ao vê-lo, ele estava ali mesmo parado na minha frente, novamente Edward havia decidido vir ao meu dormitório, a razão para isso eu não fazia nem ideia.

— Edward... – eu disse com a boca entreaberta.

— Eu sei que é meio estranho me encontrar aqui... – ele começou, suspirando. – Mas eu tenho algumas coisas para te falar...

— Me falar? – perguntei mais confusa do que antes, mas logo meu cérebro já foi me alertando que o melhor a se fazer é não escutá-lo. – Eu acho que não! – então eu disse, e já ia fechar a porta do quarto quando ele colocou a perna na frente e segurou a porta para impedir.

— Você está sozinha? – perguntou.

— Sim, eu estou... Não precisa se preocupar da Mia ver alguma coisa! – eu disse, e então ele abriu a porta e entrou no quarto sem ao menos pedir, ele estava bem ousado para meu gosto, mas eu estava tão surpresa que não consegui fazer nada.

— Eu sei Bella que você tem toda a razão do mundo para estar com raiva de mim e eu confesso eu fui um idiota, na verdade eu acabo sendo um idiota na maior parte do tempo... – ele disse virando-se para mim, e então eu continuei olhando, sem reação alguma, estava um pouco de digerir o que ele está me falando. – Você todo esse tempo á única coisa que quis foi ser minha amiga, e todo esse tempo eu não te tratei de uma forma legal e eu sinto muito por isso, por em nenhum momento ter dado valor a sua amizade... – ele acrescentou e a cada palavra eu ficava mais surpresa.

— Edward, o que você está querendo? – eu perguntei, realmente eu não estava acreditando muito naquele, Edward não é do tipo de pedir desculpas, pelo menos não comigo.

— Respondendo a pergunta que você me fez da ultima vez que eu tentei falar com você, é eu ainda não terminei de ler o livro, mas a parte que eu achei bem interessante, ou melhor, o livro se torna mais interessante quando os pais de Althea a ferram deixando toda a herança dela para a irmã mais velha dela a Keffria e então Kyle aproveita e a expulsa do navio...

— Você está lendo o livro? – perguntei.

— Ele não é tão ruim assim... – ele respondeu, então não pude evitar sorrir, eu tentei por tanto tempo que Edward começasse a ler e agora finalmente ele havia dado uma chance a leitura, mesmo eu estando com raiva dele, ainda assim eu estava feliz por isso.

— Obrigado por me dar ele, obrigado por querer me ajudar, e me desculpe mesmo por não ter me dado conta que tudo o que você estava tentando fazer é me ajudar e eu tinha que ter te escutado desde o inicio... – ele disse, olhando para o chão, tudo bem que eu tinha que ter ficado na minha e ter dito apenas um “de nada”, mas eu não aguentei, quando dei por mim, já estava segurando o braço dele, foi então que eu vi algo que chamou minha atenção. Edward estava usando um relógio que dei para ele, eu havia dado ele no aniversario de quinze anos, e de lá para cá eu nunca tinha o visto usar antes.

— Você está o usando... Eu nunca havia visto você o usando antes... – o meu sorriso se alargou. — Eu aceito... – eu disse, depois dessa era impossível eu dar uma nova chance a nossa amizade.

— Aceita? – ele disse.

— Eu quero voltar a ser sua amiga! – eu disse e o abracei, mas dessa vez controlei minha emoção, não abraçando-o muito apertado, para ele não reclamar. Ouvi um barulho de algo cair no chão, mas nem vi o que era, senti Edward encostar seu queixo no meu ombro, e então eu suspirei, o cheiro dele era tão bom. Fiquei algum tempo ainda abraçado com Edward.

Depois que eu o soltei, Edward me deu de presente uma caixa de chocolates, era aquilo que havia caído no chão, nossa eu estava tão incrédula e ao mesmo tempo nervosa em ter encontrado ele que nem tinha o visto segurando aquela caixa de chocolates.

— Assim vou aumentar uns cinco quilos... – eu disse enquanto comia mais um chocolate, Edward me conhecia muito bem, sabe o quanto sou louca por chocolate.

— Hum... Você gostou da marca? – ele perguntou.

— Eu nunca liguei muito para marca de chocolate, eu adoro de qualquer forma... – eu disse, engolindo o chocolate e começando a lamber os dedos.

— Então agora estamos em paz? – ele perguntou.

Eu peguei o lenço e limpei minha boca, depois confirmei com a cabeça.

— Sim, sim, sim! Muito obrigada pelos chocolates, eu estava precisando deles, eles me acalmam sabe? – eu disse sorrindo. – Aiiin, desculpa, deve estar sujo meus dentes... – eu me lembrei colocando a mão na boca, ele riu. – Perai, eu vou escovar os dentes! – eu disse e corri no banheiro e escovei os dentes bem rápido, depois sai do banheiro e me aproximei dele.

— Você não quer nenhum chocolate não? – eu perguntei, olhando os bombons que ainda estava na caixa, eu fiquei tão louca quando vi que até esqueci de oferecer a ele. – Bom ainda tem alguns!

— Não, eu não quero, obrigado, é todo seu! – ele disse sorrindo e eu sorri de volta para ele. – Na verdade, eu quero te pedir um favor! Posso?

###

— Você o que? – Ângela perguntou, olhando-me incrédula. – Além de voltar a falar com aquele insensível você também aceitou dar aulas particulares para ele?

Tá legal eu sabia que Ângela não ia ter uma boa reação, na verdade a minha vontade era nem de contar isso a ela, mas eu sabia que mais cedo ou tarde ela iria ficar sabendo, então, acabei decidindo contar a ela no café da manhã que iria dar aulas particulares de Literatura Inglesa para Edward, estranhamente Mike não havia sentado conosco, acredito que ele tenha ficado mesmo chateado comigo, o que foi bom porque eu não precisaria contar agora isso a ele.

— Ele não tá tão insensível, pelo contrário, ele está me tratando muito bem! – eu o defendi.

— Mas é claro, ele quer passar na prova para entrar no time de basquete, quando isso acontecer acredite Bella, ele nem vai mais olhar na sua cara, será que você não se toca que ele só está te usando? – Ângela retrucou, me fazendo bufar de raiva.

— Por que você sempre pensa o pior dele? Por que você não tenta pensar um pouco positivo? Ele é diferente Ângela, eu sei que ele é! – eu insisti.

— Você vê só aquilo que você quer Bella, esse é seu problema, Edward te cegou, sabe as vezes eu acho que Mike tem razão e que Jacob gosta de você, e sinceramente mesmo sendo afim dele, eu acho que ele seria o único que poderia te fazer desencantar desse cara, Jacob seria perfeito para você, pois ele te entende e te vê como uma pessoa, e não como um objeto que pode se aproveitar e usar quando quer, coisa que Edward faz e abusa... – Ângela respondeu, fazendo-me bufar e cruzar os braços, meio contrariada.

 Na verdade é Ângela que nunca me entenderia, não mesmo.

Três dias se passaram, e tirando o fato de que Ângela me atormentou mais um pouco e Mike começou a me ignorar, estava maravilhoso esses três dias, só pelo fato de eu poder dar aulas para Edward. Na verdade, os melhores momentos do meu dia, era quando eu estava com ele.

Edward realmente não era muito bom em Literatura Inglesa e eu já havia até entendido a razão para isso, ele não gostava da matéria, e realmente é difícil de ensinar uma disciplina a uma pessoa que a detestava. Mas paciência era algo que eu tinha de sobra, principalmente com o Edward, eu havia decidido nesse dia tentar fazer ele se interessar por Shakespeare, para isso levei meu caderno de sonetos para recitar a ele, mas não demorou muito para eu perceber que isso não seria fácil:

— Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer, jamais venha a rosa da beleza a fenecer, porém mais madura com o tempo desfaleça, seu suave herdeiro ostentará a sua lembrança; mas tu, contrito aos teus olhos claros, alimenta a chama de tua luz com teu próprio alento, atraindo a fome onde grassa a abundância... – eu lia o soneto em voz alta, enquanto andava para um lado e para o outro da biblioteca. Edward estava sentado na cadeira em frente a mim, de braços cruzados, olhando-me com as sobrancelhas franzidas.

— Para, para tudo! – ele disse, interrompendo a minha leitura.

— O que? - eu perguntei, o olhando meio confusa.

— Eu não estou entendendo nada do que esse cara ai tá falando, ele escreveu isso quando estava bêbado ou o que? – ele reclamou, franzindo as sobrancelhas.

Eu encarei-o completamente incrédula, demorei para entender o que ele estava dizendo... Ele estava falando aquilo mesmo de William Shakespeare?

— Como ousa falar assim de Shakespeare? – eu perguntei, completamente ofendida com o comentário dele.

— O que tem? – ele perguntou meio confuso.

—William Shakespeare é um dos melhores escritores do mundo inteiro, ele foi o dramaturgo mais influente, ele era um gênio, todos conhecem suas obras até hoje, ou vai falar que nunca ouviu falar de Romeu e Julieta? – eu perguntei.

— Ah claro, aquela história gay lá que um se mata pelo outro? Sabe muitas vezes eu me perguntei quem foi o retardado que escreveu aquilo... – ele respondeu, deixando-me claro, mais irritada ainda.

— Você diz isso porque nunca se apaixonou! – respondi, cruzando os braços e ficando irritada.

— E você já? – ele perguntou.

— Já o que? – perguntei, sem entendê-lo.

— Já se apaixonou? – ele refez a pergunta, pegando-me de surpresa, tanto que abri e fechei a boca varias vezes e nem um som saiu.

Meu coração disparou, o nervosismo começou a invadir-me. Afinal, o cara que eu gosto estava perguntando para mim se eu já me apaixonei, e claro que a resposta seria que sim e ainda que a pessoa por qual me apaixonei é ele. Mas claro, eu não tinha coragem de dizer isso, então fiz a primeira coisa que surgiu na minha cabeça, troquei de assunto.

— Bom, se você não gostou desse soneto do Shakespeare, tem um poema bastante conhecido que gosto muito... – eu disse, virando a página de meu caderno e comecei a recitar. - Quando me tratas mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo...

— Bella... Bella... - ele começou a me chamar, mas eu não parei.

— Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício...

— Bella, dá para parar? – ele implorou, e então eu vi que não daria mesmo certo e parei então de recitar.

— Não gostou desse também? – eu perguntei, depois soltei um longo suspiro. – Assim vai ficar difícil eu te ajudar com Literatura Inglesa!

Ele suspirou e levantou da cadeira, enquanto encarava-me seriamente.

— Por que você trocou de assunto? – ele perguntou, e meu coração naquela altura já estava quase parando de bater, completamente nervosa eu dei um passo para trás.

— Ahm? – eu fiz, fingindo não entender.

— Não se finja de retardada Bella, que sei que você não é! –ele reclamou - Eu te fiz uma pergunta, e você trocou de assunto... Por quê?

Eu suspirei e discordei com a cabeça.

— Tá legal... Para que você quer saber? Desde quando você se interessa pela minha vida sentimental? - eu perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Desde agora... – ele deu um passo em minha direção, deixando-me completamente sem reação. – É o Jacob? – ele perguntou, ainda olhando-me fixamente. – Por acaso você está gostando dele? – ele perguntou, aumentando seu tom de voz.

Definitivamente eu não acreditava que Edward continuava insistindo na ideia de que Jacob e eu possamos estar interessados um no outro, para mim era tão obvio de quem eu gostava, que eu ainda não conseguia entender que isso não estava ainda claro para ele. Será que eu teria que dizer com todas as palavras isso? Mas eu não tinha certeza que teria essa coragem. Só que eu não sabia se conseguiria também guardar isso por mais tempo.

— Edward... – eu iniciei, pensando seriamente em tentar me declarar. – Eu... – eu comecei, mordendo meus lábios inferiores.

— Você? – ele perguntou, parecia meio nervoso.

Nós estávamos tão próximos, que parecia que a voz não iria sair mais... Como eu continuaria a falar? E se eu não falasse e apenas o agarrasse e o beijasse? Eu teria essa coragem? Eu estava pensando seriamente o que fazer, quando uma voz nos interrompeu, uma voz da qual eu conhecia muito bem:

— Eu estou atrapalhando alguma coisa? – eu olhei rapidamente para o dono da voz, avistando Jacob. Eu assustei-me com a presença dele, e com susto acabei afastando-me rapidamente de Edward.

— Não... É claro que não, estávamos apenas conversando... – eu me expliquei, sem saber muito bem o porque fiz isso.

Notei que Edward foi até a mesa da biblioteca, sentando-se nela, e Jacob aproximou-se de mim, só então notei que ele segurava uma cartolina.

— Que surpresa você por aqui... – eu disse e então ele sorriu para mim. – O que é isso? – eu perguntei, apontando para cartolina.

— Eu fiz um cartaz para nós divulgarmos mais nosso manifesto, e então decidi te procurar para ver o que você acha... – ele respondeu, parecia bastante animado, o que me deixou um tanto feliz, também bastante animada puxei o cartaz da mão dele para olhá-lo.

Ele era lindo, ele havia desenhado perfeitamente bem três crianças comendo vegetais, o desenho era tão bem feito que completamente feliz, decidi mostrar para Edward.

— Ai, nossa, que lindo, eu adorei, sério, amei... – eu elogiei, e depois aproximei-me da mesa da onde Edward estava, abri o cartaz em cima dela, e olhei para ele, completamente empolgada. – Olha que lindo Edward, fala sério, ele não desenha bem?

Ele olhou para o cartaz com as sobrancelhas franzidas.

— Ah sim, claro... – ele disse, não pareceu muito empolgado.

Olhei para Jacob e notei que ele aproximou-se de mim.

— E então, vou fazer mais alguns para espalharmos pela escola, acredito que daqui uma semana conseguiremos muito mais assinaturas!  - ele disse, ainda sorrindo.

— Sim, sim, você vai ver que... – eu dizia até que para minha surpresa Edward nos interrompeu.

— Ooh Bella, você se esqueceu da minha aula? – ele perguntou.

Eu olhei para Edward com as sobrancelhas arqueadas, tentando repreende-lo com olhar mais acho que não funcionou.

— Ah é verdade, me desculpe, nós conversamos amanhã... – ele falou pegando rapidamente o cartaz de cima da mesa, enrolando-o novamente, ele já havia se virado para sair da biblioteca, quando num ato impulsivo eu aproximei-me dele rapidamente, puxei pelo braço e o abracei.

A razão pelo qual o abracei eu nem mesmo sabia, talvez inconscientemente fosse uma forma de me desculpar pela atitude grosseira de Edward, o abraço não durou muito logo o soltei e o olhei, com um sorriso nos lábios.

— Obrigada... – eu agradeci.

Ele sorriu para mim e concordou com a cabeça.

— Nos falamos amanhã, certo? – ele perguntou e eu concordei com a cabeça, sem dizer mais nada, ele virou-se e saiu da biblioteca rapidamente. Só quando ele foi embora, eu voltei a olhar para Edward, que me olhava seriamente, parecia não ter gostado nada da visita de Jacob.

— Precisava de tudo isso? – ele perguntou.

— De tudo isso o que? – eu perguntei, sem entender.

— O abraço, ele ter vindo até aqui só para mostrar um cartaz estupido! – ele respondeu, levantando-se da mesa, deixando-me meio irritada com seu comentário desnecessário.

— O que? O cartaz não é estupido! Ah mais é claro... Por que você se importaria com a manifestação? Já que você deve comer uns dois quilos de carne por semana... – retruquei.

— Eu não estou falando da manifestação, mas sim daquele cartaz idiota, você é tão inocente que ainda não conseguiu perceber que ele está usando o cartaz como desculpa para se aproximar de você! E alias, até a minha avó desenha melhor do que ele... – ele também retrucou.

— Para mim o cartaz estava bastante bonito, e alias se você não se importa com isso, você não tem que ficar ai falando mal de quem se importa...  – respondi, cruzando os braços, lembrando-me de um detalhe. – Bem que Ângela me falou que Jacob sempre me entenderia melhor do que você...

Eu suspirei e depois virei-me para sair da biblioteca, mas antes disso ser possível, Edward puxou-me pelo braço, obrigando-me a me virar, para encará-lo novamente.

— Eu... Eu... Eu posso fazer um cartaz bem melhor do que esse se você quiser! – ele respondeu, deixando-me meio surpresa.

 - Como? – perguntei, franzindo as sobrancelhas, meio desconfiada.

— É eu quero participar... – respondeu, e sem poder evitar eu sorri, não podia negar, eu havia ficado completamente feliz com a decisão dele. – Sim Bella, eu vou te provar que posso te apoiar bem mais que o Jacob e qualquer outra pessoa... – ele acrescentou.

E sem pensar duas vezes eu o abracei, e enquanto eu encostava a cabeça no ombro dele comecei a pensar, todas essas atitudes diferente de Edward só podia significar uma única coisa: Ele gosta de mim. Sim, ele gosta, está claro que gosta, ele só ainda não havia percebido, e era isso que eu tinha que fazer, fazer Edward perceber que na realidade ele é apaixonado por mim, assim como eu sou completamente, perdidamente, loucamente apaixonada por ele.

Continua...


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