A Rosa Dourada escrita por Dhuly


Capítulo 4
Guerra Iminente


Notas iniciais do capítulo

Oiii gentee!
Tudo bem com vocês?
Bom aqui trazendo mais um capitulo para vocês, era para ter saído no domingo, mas não deu :/
Moral da história: Não vou mais colocar datas para os capítulos vai sair quando sair haha!
Mas hoje veremos mais dos Hightower e teremos um flashback (o primeiro que eu escrevo).
Espero que gostem!Uma boa leitura!



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i l h a   d a   b a t a l h a

Tudo o que Blair precisava era de um pouco de ar fresco e a típica brisa da Campina. Toda a guerra e o luto tinham feito ela se fechar um pouco nos últimos dias, por isso ela havia decidido ir naquela caminhada com Armelyne.

A irmã mais nova de Blair havia vindo após grande insistência dela. Lyne não era o tipo de caminhadas. Já ela amava cavalgar e sentir o vento em suas madeixas castanhas.

A noite envolvia as duas jovens. As duas tinham vindo escondidas para o bosque. Ela preferia a noite ao dia, também era ótimo para caçar, alguns animais ficavam mais ativos ao anoitecer. Por conta disso ela tinha trago seu arco e sua aljava lotada de flechas.

Armelyne resmungava atrás dela como uma velha de oitenta anos. A irmã mais nova de Blair tinha um gênio bem forte. Fora preciso muita persuasão da parte dela para fazer a outra vir. Se Blair ficasse mais alguma hora naquela torre provavelmente enlouqueceria. Tudo agora só se tratava da guerra e de táticas de batalha.

Já fazia algumas semanas que sua mãe havia partido, ela esperava que para um bom dos sete céus. A partida da amada lady fora terrível para toda a família de Blair. Seu pai decidira que vingança era a solução, mas ela pensava o contrário. Quantas crianças e pessoas inocentes morreriam naquela guerra e na próxima que se aproximava? Pensou Blair com angústia no coração.

A memória do funeral ainda estava clara em sua mente. Lembrava-se de absolutamente tudo como se tivesse acontecido há algumas horas atrás...

Blair vinha em sua égua negra, assim como Armelyne em seu lado. Era parte da tradição tudo estar em preto, desde as roupas até os animais.

A Hightower usava um vestido simples, sem detalhes e nem paparicos. Nenhuma joia. E uma pequena rede como uma teia de aranha sobre a face. Ela apenas aceitou usar aquilo por conta de Armelyne, a mais nova havia dito que seria bom para esconder as olheiras e os olhos vermelhos após tantas lágrimas derramadas.

A irmã de Blair vinha ao seu lado em seu completo silêncio, Lyne nunca soube muito bem como tratar a perda. Apenas se fechava e tentava superar o mais rápido. Aquilo poderia se fácil para ela, contudo Blair sentia como se um buraco estivesse aberto em seu coração.

A frente das irmãs Hightower vinha Niklaus, em seu gibão negro como ébano e com detalhes em dourado no colete que usava. O corcel que ele montava era negro como a noite e enorme. A frente de Klaus estava o corpo sem vida de sua mãe. Com um pano de veludo por cima. Serena e pálida. Logo após o funeral seria enterrada na Ilha da Batalha apenas na presença da família como a tradição mandava.

Em frente de toda a procissão vinha seu pai, cercado por cavaleiros prontos para defendê-lo de mais algum ataque. Quem o olhasse no rosto poderia ver toda a dor e pesar que ele sentia. Havia perdido a primeira esposa quando começara a amá-la e agora perdia a outra.

Atrás das duas garotas estavam os nobres e lordes. Todos mostrando seu respeito e devoção ao seu lorde. Todos ali podiam notar a falta do Rei Garth e dos seus lordes mais próximos, boatos já circulavam, contudo Blair não dava ouvidos e esperava um pronunciamento do próprio pai.

Os plebeus aos montes andavam a pé, compartilhando o luto da família Hightower porque também amavam a finada senhora. Lady Dalena era conhecida por sua bondade e caridade com o povo, sempre pronta para ajudar. As pessoas mais simples carregavam flores e velas para os altares dos Sete. Não poderiam entrar no Septo Estrelado junto com os nobres, mas poderiam prestar suas condolências ao lado de fora. Ela achava aquilo horrível, mas entendia de certo ponto, nem todos ali poderiam ser pessoas que amavam os Hightower.

Blair conseguia notar pessoas feridas e machucadas no meio do povo. Provavelmente feridos por conta da chacina que os dornenses haviam feito nas ruas de Vilavelha. Quando os guardas conseguiram resolver as coisas, centenas já haviam morrido e entre eles estavam Lady Dalena que estava no porto fazendo atos de caridade. Uma inocente que acabou perdendo a vida por pessoas sem escrúpulos que matavam crianças, idosos e mulheres sem piedade.

Quando a jovem olhou para frente percebeu que já estava na praça onde o Septo fora construído. Uma praça enorme com quatro fontes em cada canto e o imenso templo no centro.

O Septo Estrelado era uma construção muito bem feita. Todo em quartzo e pedra branca, era enorme e circular. Do lado de fora existiam sete estátuas para cada um dos Sete Deuses. Todos em mármore e bem detalhados. O Pai com uma pesada espada para cumprir a justiça. A Mãe com os braços abertos para acolher seus filhos. A Donzela com uma coroa de flores sobre a cabeça e uma rosa em mãos. O Guerreiro com um escudo e uma lança, em posição de batalha. A Velha com uma lamparina de ferro que iluminava a praça durante o crepúsculo. O Ferreiro com um martelo em mãos. Por fim o Estranho que tinha um enorme capuz que o escondia, mas sua face lembrava algo como uma caveira. Aos pés de cada um existiam velas, algumas acesas outras apenas cotocos do que já foram. Em sua maioria as velas eram para a Mãe, o Pai e a Donzela, mas havia para os outros deuses também.

Após a procissão parar em frente às escadarias que davam acesso a entrada do Septo todos desmontaram. O Alto Septão estava à espera, com vestes brancas que contrastavam com todo o preto dos nobres. Em sua cabeça alva e circular existia uma coroa feita de diamantes e que brilhava a luz do por do sol.

Blair e sua família fizeram reverências polidas e receberam a bênção dos deuses. Logo após o corpo foi levado para dentro junto de todas as pessoas que acompanhariam o funeral.

A escadaria de pedra branca levava a uma porta branca feita de bétula e com detalhes de ferro polido. Eram necessários dois homens enormes para abrir e fechar as portas com quase a altura de três pessoas.

Por dentro havia um arco que levava ao local com as estátuas dos Sete e respectivamente onde as pessoas faziam suas preces. Os deuses de dentro eram menores do que os que ficavam ao lado de fora. Aqueles ali tinham cerca de três metros enquanto os de fora tinham cerca de dez. Eram também feitos de mármore, contudo tinham pedras preciosas nos olhos, à lamparina da Velha era feita de Prata e o Estranho era diferente, este era feito de uma pedra escura e diferente. Dava calafrios em Blair enquanto ela observava os olhos feitos de obsidiana.

O corpo foi colocado no centro do local em uma espécie de cama estofada.

O Alto Septão começou sua pregação e a falar sobre a morte. Blair colocou-se entre Niklaus e Armelyne. Ereta e silenciosa, olhando para o chão.

“— Papai planeja ir contra os Gardener — Cochichou Niklaus para que ela e Armelyne pudessem ouvir.”

“— Como? — Perguntou Blair querendo uma explicação melhor.”

“— Um corvo foi mandado a Jardim de Cima, o Rei Garth se recusou em ir contra os Martell, ele diz que não podemos ganhar uma guerra agora — Explicou Niklaus — Contudo nosso pai disse que não vai ouvir os Gardener, ele me falou que iria se coroar e ir contra Jardim de Cima. Após isso ele planeja ir para Dorne, fazer eles pagarem pelo o que fizeram com Lady Dalena.”

Blair escutou com atenção e se colocou a divagar no assunto. Ela gostaria que os homens que mataram sua mãe e atacaram Vilavelha pudessem ser pegos e tivessem o que mereciam, mas ir contra os Gardener que governaram a Campina por tantos anos parecia loucura. Ainda ir contra Dorne inteira era pior ainda, desde centenas de anos atrás que nenhuma invasão conseguia dominar os dornenses.

Aquilo tudo poderia dar um fim aos Hightower...

Blair voltou à noção após escutar Armelyne chamando-a. Ela se virou e olhou para a loira que tinha uma feição preocupada.

— Sim? — Perguntou Blair.

— Você estava aí andando sem me responder — Explicou a mais nova.

Blair suspirou e olhou ao redor. Elas se encontravam em uma clareira iluminada pelo luar. Havia um tronco velho onde ela se sentou e Lyne fez o mesmo com certa relutância por medo de sujar sua vestido caro.

— Estava pensando em nossa mãe, no funeral dela, em tudo que está acontecendo. — Ela disse para Armelyne que sempre fora sua maior confidente.

Lyne colocou a mão sobre a dela e logo partiu para um abraço. Armelyne nunca foi de sair demonstrando afeto abertamente. A mesma foi a mais rápida em superar a perda da mãe e seguir com a vida, mas Blair sabia que ela também tinha pesar no coração.

— Ok, vamos logo, talvez eu ainda consiga um coelho antes de voltarmos. — Animou-se Blair e abriu um sorriso gentil para a irmã.

Lyne bufou em irritação e logo tratou de voltar a resmungar.

— Afinal porque não trouxe Niklaus com você? — Questionou a mais nova indo atrás de Blair que já voltava para a trilha.

— Está tratando de assuntos importantes com papai. — Informou Blair.

— Que assuntos Lady B? — Perguntou Armelyne usando seu apelido de infância.

— Coisas da guerra...

 

 

t o r r a l t a

A sala em que Niklaus se encontrava era quente e abafada. As janelas estavam fechadas e uma grande lareira se encontrava acesa. Lá fora, ele sabia, existia uma brisa fresca, mas seu pai preferia daquele jeito.

Ele havia sido convocado para um conselho de guerra, contudo não esperava que o conselho contasse apenas com ele e seu pai.

O Rei Gerold era um homem velho. Os cabelos há muito tempo haviam caído apenas uma barba branca permanecia no rosto do homem. O mesmo não iria para a guerra por conta da idade, no máximo observaria tudo ao longe ou nem mesmo sair de Torralta iria.

O pai de Klaus sentava-se em um cadeirão bem trabalhado para parecer à torre que existia no brasão dos Hightower. Olhava para o fogo como se nada existisse de mais interessante e parecia não perceber a presença do filho no recinto.

— Hum hum — Niklaus murmurou chamando a atenção do pai que apenas olhou para ele por míseros segundos antes de voltar a atenção para a lareira.

— Os navios estão prontos? — Questionou Gerold com uma voz rouca, parecendo que há muito não era usada.

— Sim, carregados e prontos para zarpar do porto a qualquer momento. — Informou ele.

— Ótimo. — Disse o Rei — E os vassalos?

— Todos chegaram com as tropas, os Blackbar e os Bulwer aceitaram em ir nessa missão desconhecida. — Respondeu Klaus com irritação — O senhor poderia olhar para mim e responder o que planeja fazer com todos esses homens?

O pai de Niklaus olhou para ele por alguns segundos e voltou sua atenção para a lareira.

— Iremos tomar Jardim de Cima. — Afirmou Gerold como se aquilo fosse fácil de conseguir.

— E o senhor não planejava me contar isso antes de me mandar para a linha de frente? — Perguntou ele com fúria na face.

— Porque precisaria? — Falou o mais velho — Você nem irá lutar, permanecera no navio cercado por uma guarda para que nada aconteça a você!

— Então você irá ficar aqui no alto da torre, protegido, e eu atrás de outros homens enquanto pessoas morrem por nós em um ataque repentino? — Falou Niklaus.

— Você é importante demais para morrer em uma mísera batalha, sem você nossa aliança com os Tyrell acaba e não temos um varão para governar depois de mim. — Disse ele com bastante calma e sossego — Ou acha que Blair seria uma governante melhor?

— Eu trenei minha vida inteira com a espada, fui consagrado cavaleiro, eu não vou deixar me matarem tão facilmente. — Ele falou cheio de convicção.

— Não vamos discutir mais sobre isso! Tudo está decidido... — Gerold murmurou.

— Pai, o senhor tem que escutar a razão, tudo isso vai ser em vão se não pensarmos direito. Os Gardener estão com a vantagem numérica, tem mais lordes ao lado deles do que nós. Mesmo com a frota e tudo que temos ainda podemos perder essa guerra. Vamos pensar em algo melhor do que esse ataque, podemos ter muitas baixas. Precisamos criar um plano mais sólido. — Disse Klaus tentando dissuadir o pai.

— Eu já pensei Niklaus, vocês irão subir o Vago até Jardim de Cima e de lá atacaram o castelo para matar os malditos Gardener de uma vez por todas. — Afirmou o rei.

— Porque você quer tudo isso? — Questionou ele perdendo a paciência. — É apenas por vingança? Porque eu aposto que Lady Dalena não se orgulharia do que você está fazendo agora! Ela não iria que você começasse uma guerra que você nem ao menos pensa em um jeito de vencer!

NÃO OUSE FALAR DELA! — Gritou o rei levantando-se da cadeira e finalmente dando alguma atenção para ele. — Agora obedeça oque eu mando, você irá com aqueles navios e tomará aquele maldito castelo!


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram??
Tentei mostrar mais do drama familiar e um pouco mais dos personagens.
E o flashback ficou bom?Eu queria muito mostrar o Septo Estrelado e só consegui encaixar ai!
Também atualizei o tumblr quase queiram dar uma olhada!
Beijos e até os comentários!