Mudando De Vida escrita por Ray Shimizu


Capítulo 1
Trocando de identidade


Notas iniciais do capítulo

Já faz algum tempo em que veio assistindo doramas e coisas do tipo, e eu tinha vontade de escrever alguma coisa que lembrasse um dorama! Então eu comecei a escrever essa história! Eu me diverti muito escrevendo, espero que vocês também gostem!



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Como um dia costumeiro, estava trabalhando no restaurante, ajudando seu pai no negócio que havia montado em sociedade com o melhor amigo. Apesar de pequeno, o lugar era bem frequentado e aquela estava sendo uma semana bem movimentada e com um grande fluxo de clientes. Um estabelecimento bem charmoso, com uma decoração simples e com poucas mesas.

Hitome Hinomura trabalhava período integral todos os dias. Mesmo com a cartela de fregueses sendo pequena e o lugar pouco movimentado, como era apenas ela que se encarregava de atender mesas e limpar, sempre acabava esgotada no fim do dia.

Aquela rotina de quatorze horas seguidas era comum para ela e para o pai, já que a mãe se ocupava em fazer o serviço bancário e as compras, sendo assim, era raro encontrá-la por ali.

— Finalmente amanhã não terei que trabalhar! Posso sair pra passear… Onde? – de tão animada com a idéia de ter folga foi se arrumar para dormir, discutindo com ela mesma. O pai havia dito que nos próximos dias teria uma pequena reforma no restaurante, então não iam abrir o estabelecimento.

Ficou imaginando como devia aproveitar a folga, talvez chamasse alguma amiga para passear no shopping ou ir ao parque. Repassando suas inúmeras possibilidades de diversão, acabou adormecendo abraçada ao travesseiro.

Não se preocupou em colocar nenhum despertador, seu relógio biológico fez o favor – ou não – de acordá-la bem cedo. Já estava mais que acostumada com a rotina de acordar antes das seis e ir dormir quase meia noite. Olhou pela janela, ainda enrolando na cama. Se forçou a levantar, seria um desperdício passar o dia deitada. Assim que, escovou os dentes e mandou mensagem para suas amigas. Não foi surpresa que ninguém poderia acompanhá-la em seu passeio, ainda era dia útil, e nem todos tinham folga em meio à semana.

Mesmo sozinha Hitome ainda estava animada, afinal, fazia mais de um mês que trabalhava, incansavelmente, todos os dias. Empolgada resolveu que iria tomar café da manhã em alguma cafeteria e depois passear no shopping. Fazer compras sempre a deixava animada, ainda mais se fosse para gastar em bolsas e sapatos.

Empolgada, se prontificou em escolher sua roupa – entenda como, tirar tudo do guarda-roupa e jogar sobre a cama. - e depois de deixar uma pilha enorme amontoada sobre a cama, decidiu-se por um vestido azul claro de alcinha e uma sandália branca. Passou corretivo e base para esconder as olheiras e completou com uma maquiagem leve. Também decidiu guardar os óculos e colocou as lentes que escassa vez usou. Por fim, prendeu os cabelos com um alto rabo-de-cavalo, pegou sua bolsa – que apesar de ser apenas uma imitação de uma marca famosa, seguia sendo sua favorita -, e saiu de casa.

Hitome caminhava feliz pelas ruas, era praticamente um caminho novo que estava fazendo, já que durante todo o mês o único caminho que fazia era de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Estava tão distraída e relaxada que nem notou alguns olhares direcionados a ela.

Assim que entrou no café, escolheu um lugar pra sentar, estava relativamente cheio, já que ainda era cedo e as pessoas iam lá tomar o café-da-manhã antes de trabalhar, mas foi só naquele momento que percebeu que algo estava estranho. Alguns olhares eram direcionados a garota, e seguidos de sussurros e risos.

— A senhorita gostaria de fazer seu pedido? - a garçonete sorriu ao mesmo tempo em que escondia o rosto atrás da bandeja. Os olhos brilhavam como os de quem vê uma celebridade.

— Eu… - Hitome encarou a garçonete, estranhada.

— Bom, se me permite... Vi numa entrevista que você gosta do café mocca com um croissant de queijo branco no café da manhã. - a garçonete viu que Hitome estava calada há alguns segundos, com uma expressão confusa.

— Que entrevista? - Não fazia sentido o que a garçonete dizia, a única entrevista que fez na vida foi a de emprego. – Bem, eu gosto mesmo de comer croissant e café mocca no café-da-manhã…

— Então, eu vou trazer pra senhorita, só aguarde um minuto.

Sem oportunidade de poder questionar, viu a garçonete correr para cozinha.

— Harume! Harume! - a atendente sussurrava o nome da colega desesperadamente.

— Você não vai acreditar! Ela tá aqui!

— Quem tá aqui?

—/-/-

Hitome tentava entender o que estava acontecendo. Como uma estranha sabia que o que ela gostava de comer no café da manhã? E que história de entrevista era aquela? E para completar os clientes daquele café também a encaravam, sorriam e alguns até acenavam.

Não havia passado nem cinco minutos e tanto o café mocca como o croissant de queijo já haviam chegado. No balcão, cinco funcionários cochichavam ao mesmo tempo em que olhavam nada disfarçadamente, em direção a ela.

— É ela mesmo! - Harume sussurrou. - O que ela veio fazer nesse fim de mundo?

— Ouvi dizer que ela veio de um lugar bem simples e que gosta de ir a lugares calmos…

— Ela está olhando pra gente! - exclamou outra funcionária. - Será que nos daria um autógrafo?

Hitome sabia que alguma coisa estava muito estranha, porém, não disse nada. Comeu rapidamente e resolveu que iria sair daquele lugar antes que acabasse acontecendo alguma coisa.  

— Pode trazer a conta, por favor?

— Não foi nada, é por nossa conta!

— Que? Por quê? – desconfiou.

— É que... Somos grandes fãs sua… - a garçonete disse timidamente. - A senhorita se importa em tirar uma foto com a gente?  

— Foto? - franziu o cenho, querendo entender o que estava acontecendo, completamente perdida.

— Seria muito inconveniente?

— Não é isso, não... Eu... Tudo bem. - Hitome suspirou, dando-se por vencida.

Sem demora, a garçonete se pôs ao lado de Hitome e tirou algumas selfies. Ficou naquela situação por cinco minutos, tirando fotos basicamente com o café inteiro.

Desnorteada, Hitome foi embora tentando entender o que havia sido tudo aquilo. O porquê das pessoas quererem tirar fotos com ela e algumas pedirem até autógrafo. Ela aproveitou que o pessoal foi procurar uma caneta e saiu correndo.

— Tem algo muito errado! - enquanto corria, acabou parando dentro de um shopping, não o que ela pretendia ir, no entanto, era o mais próximo de onde estava antes. Se sentou em um banco que ficava de frente pra uma loja e puxou o ar em busca de fôlego.

Concentrada em acalmar a respiração e adivinhar o que estava tornando aquele dia completamente maluco, começou a sentir o chão tremer. Parte de uma decoração do shopping havia desmontado e estava prestes a desmoronar sobre ela. Sem tempo de resposta, Hitome apenas fechou os olhos, esperando ser esmagada, porém viu alguém se aproximando dela e gritando.

— Cuidado!

Hitome foi empurrada do banco e atingiu o chão batendo a cabeça com força. A seguir, tudo ficou escuro. Acordou horas mais tarde em uma cama de hospital. Ainda desnorteada, ouvia alguém exclamar desesperado.

— Pelo amor de Deus, acorda! - o rapaz choramingava ao lado dela, enquanto segurava a mão de Hitome firmemente, como se fosse quebrar.

Ela não fazia ideia de quem era aquele homem que a segurava com tanta familiaridade. Se esforçou em puxar na memória, mas tudo o que lhe veio a mente foi seu inesperado acidente, que poderia ter acabado em tragédia, quando alguém a salvou. Parando para pensar no assunto, como estaria aquela pessoa?

— Ei… - chamou o rapaz e sentiu uma pontada forte na cabeça, só de ouvir a alta exclamação de aliviado do homem.

— Graças a Deus você acordou! O médico disse que não era nada grave e que você não quebrou nada… Mas... Você não acordava! – sua angústia o contagiou de novo.

— Ah… E quem é você? - por fim, resolveu perguntar a identidade de seu visitante.

— Aya! Você... Perdeu a memória?! - o rosto do rapaz parecia ter virado papel.

— Aya? Quem é Aya? - Hitome estava realmente confusa, mas se ele achava que ela era essa tal Aya, talvez as outras pessoas pensassem o mesmo.

— A atriz e modelo Aya Natsume! Quem mais? Pelo amor de todos os santos e deuses, não me diga que você perdeu a memória! – se sobressaltou.

— Eu não perdi a memória! - Hitome se exaltou, No entanto, finalmente, tudo começa a encaixar. Ela estava sendo confundida com uma atriz, por isso as pessoas pediam fotos e autógrafos. Mas ela não fazia ideia de quem era Aya. Talvez não assistir T.V. por meses ajudou a agravar seu quadro de confusão.

— Que alivio ouvir isso. – suspirou. – Você me deixa maluco! Você tinha que gravar o Hi! My Star! essa tarde e eu fiquei louco atrás de você. Quando eu soube que havia sofrido um acidente... Eu quase enfartei!

— Olha… Precisamos esclarecer uma coisa. – Hitome tentava escolher as palavras, como não sabia como dizer, acabou soltando, simplesmente, o que veio em mente. – Eu não sou a Aya, meu nome é Hitome Hinomura. E outra, também não sei quem é você.

— Você adora fazer piadas, principalmente às sem graças, mas agora não é  hora!

O que poderia dizer para que ele acreditasse nela? Enquanto pensava em alguma solução, viu que ao lado dele sua bolsa, era sua chance de provar quem era realmente, e não a chamada, Aya.

— Pega minha bolsa e olha na minha carteira a minha identidade.

— Sério isso? - o rapaz abriu a bolsa que estava ao seu lado e pegou a carteira. - Aqui está… Nome: Aya Natsume. Nasceu em noventa e sete… nacionalidade… japonesa…

— Que?! - Hitome pegou a identidade das mãos dele. Viu na foto uma moça que era praticamente idêntica a ela. Poderia até dizer que era ela, se não fosse por uns pequenos detalhes, como uma pinta no canto do pescoço e o nariz levemente mais fino.

— Agora pare de piada, descanse. E se tudo der certo, você terá alta amanhã cedo. Eu vou remarcar sua agenda… Depois eu te ligo.

— Não! Espera! Eu não sou Aya!

—Depois eu te ligo! Até!  - sem dizer mais nada, partiu.

Ele não deu dois passos para fora do quarto quando avistou uma garota sendo levada por enfermeiros em uma cadeira de rodas.

— Aya?!

Continua...


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Notas finais do capítulo

E ai pessoal! Acho que é a primeira vez que posto um original, ainda não tem capa, mas estou montando um! Mas estou ansiosa para postar! Me perdoem!

Queria agradecer a Monique Simões pelo incentivo, essa história não teria saído sem ela, gastamos horas conversando sobre essa original, e ela sempre me animando!
A Lica Izar pela betagem e as dicas que me deu! E a minha leitora fiel DalilaC! Quantos anos você me acompanha mulher?!
Bem é isso! Espero que vocês gostem da minha primeira original!Reviews são bem vindos!
Beijo e até mais! :D