Perdidos Em Nova Iorque escrita por Ginnyweas


Capítulo 19
Esquecimento


Notas iniciais do capítulo

Hey, angels!!! ❤️
Como estão todas? Espero que estejam bem!
Quero agradecer a vocês, pois a fic já ultrapassou a marca dos 200 reviews. Então: muito obrigada! Eles me fazem feliz demais, de verdade. Obrigada de coração!
Bem, agora que já agradeci... Vamos ao capítulo de hoje? Vamoooos!
Desculpem-me os erros ortográficos.
Boa leitura :)



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“Bebeu sabe-se lá quantos copos de vodka e não pretendia parar tão cedo. Já estava completamente bêbada, e mesmo assim quando um copo esvaziava-se ela se preparava para pedir que o barman o enchesse novamente.

 — Mais um, por favor! — ela disse esticando o copo para o barman.

— Noite difícil? — ele perguntou.

 — Vida difícil.

— O que é? Problemas no seu relacionamento? Perdeu o emprego? Ou...

— Eu vou me casar.

— Oh! Essa é nova! Estou acostumado com os clássicos: briga com o namorado, pais incompreensíveis... Mas bebendo por que vai casar? Não, definitivamente não esperava isso de uma mulher. Normalmente são os noivos que vem encher a cara por isso.

 — Bem, eu sempre fui tachada de esquisita na escola. Acho que nada mudou desde então. — mais um copo.

 — Bem, hoje em dia não te chamariam de esquisita na escola, você é bem gos... — ele se interrompera ao encarar os olhos nada amigáveis de Hermione — Bem, não te chamariam assim. Mas qual o problema com o casório? 

 — É o Ron! 

 — E o que tem o Ron? 

 — Eu sou apaixonada por ele! — declarou tão facilmente que passou a se perguntar por que era tão difícil desabafar com os amigos se ali no bar com um desconhecido fora tão fácil.

 — E isso é bom não é? — perguntara acreditando que o tal Ron era o noivo em questão.

 — É? — perguntou confusa.

 — Claro que é! Se você vai casar é bom ter certeza disso antes de dizer "sim", não é? 

 — Sério? 

 — Sério! 

 — Hm, não tinha pensado nisso desta forma... — ficou pensativa — Você acha certo isso? Quer dizer, sou apaixonada por ele desde os catorze. Aliás, nós namoramos desde os catorze! Já ouviu falar de um casal que durou tanto tempo assim? Desde os catorze, é muita coisa!

 — Muita coisa mesmo! É por isso que deve casar com ele mesmo.

 — Com ele? — assustou-se — Bem, ele já me pediu em casamento... Não foi fazendo um show na frente de todos, é claro. Por que eu odeio ser exposta e ele sabe disso! Daquela maneira eu nem pude pensar no que responder! Um absurdo, não acha?

 — Hm, se você não gosta eu acho que sim.

 — Com ele foi diferente. Ele me fez uma surpresa... Preparou um jantar, acendeu velas, me deu uma rosa, comprou um vinho caríssimo e maravilhoso! Ah, que vinho delicioso era aquele...

 — E aí te pediu em casamento? — a incentivou percebendo que ela havia ficado aérea e aquilo acabou trazendo sua atenção de volta para o momento.

 — Ah, ele conversou comigo pra me enrolar e ia me tirar pra dançar, mas eu sempre fui muito lógica e logo percebi que tinha algo de errado entende? — ela riu de si mesma — Então eu o fiz me contar tudo logo... Então ele se ajoelhou e se declarou pra mim.

 — Isso parece ótimo! 

 — E foi. Ele me disse coisas muito bonitas! Espere aí... — ela mexera um pouco na sua bolsa e de lá tirara um pedaço de papel velho e amassado e o entregara ao barman.

 — O que é isso? — perguntou desamassando o papel e lendo-o.

 — Ele escreveu tudo que tinha de me dizer num papel e ficou lendo até decorar tudo antes que eu chegasse... Depois de uns dias ele me contou isso e eu pedi pra ele me dar o papel. Eu nem sei por que guardei isso, muito menos porque trouxe pra cá. Hoje me deu à louca e não descansei enquanto não o encontrei. Não que eu precisasse disto pra me recordar, eu me lembro de cada palavra que ele disse, mas...

 — Uau. Ele é bem apaixonado por você, ein? — disse ainda lendo.

 — Mesmo? Quer dizer, acha que ele ainda é? 

 — Claro que sim, olhe só o que escreveu pra você... Mione...? — ele lera o apelido dela no papel.

 — Hermione. — o corrigiu.

 — Ele é sim, Hermione! Um cara não escreveria isso pra qualquer uma.

 — Sério? Não está brincando comigo? 

 — Claro que não. — ele devolvera o papel e ela o guardara — Ele diz aí que você é o amor da vida dele.

 — Ele sempre diz. Todo dia! Que saudade... — ela fechara os olhos tentando se lembrar da voz dele dizendo aquilo a ela — Ele também é o amor da minha vida.

 — E por que está aqui bebendo, garota? 

 — Eu não sei.

 — Liga pra ele, vá ser feliz! 

 — Acha que eu devo ligar mesmo? 

 — Claro que sim! Deixe os bancos dos bares livres para os noivos chorões e arrependidos.

 — Hm, acho que você tem razão. Vou ligar!

 — Ligue! 

 — Ah, mas eu não me lembro do número dele...

 — Procures nos contatos, oras! 

 — Boa ideia! — concordara como se fosse à ideia mais brilhante do mundo.”

 

 

(...)

 

 

Abriu os olhos e arrependeu-se de tal ato imediatamente. A dor que sentiu foi exorbitante, parecia que sua cabeça explodiria a qualquer momento. Então voltou a fechar os olhos, apertou-os e passou a pressionar suas têmporas tentando fazer com que a dor passasse.

Aos poucos conseguiu abrir os olhos, mas a dor não a abandonou. Levantou o tronco para sentar-se na cama e sentiu-se completamente zonza, fechou os olhos novamente e respirou fundo tentando fazer com que seu quarto parasse de girar.

O enjoo tomou conta dela e aos tropeços ela correu para o banheiro. Estava realmente mal, a ressaca era forte demais e enquanto ela vomitava lembrou-se do porque de tanto odiar beber demais.

Sentiu mãos habilidosas segurando seus cabelos e assustou-se um pouco, mas logo relaxou ao ver quem era. Assim que a sessão enjoativa passou ela sentou-se sobre a tampa do vaso e ele continuou abaixado frente a ela.

— Melhorou? — ele perguntou abaixando-se novamente frente a ela depois de ter se levantado para pegar uma toalha.

— Um pouquinho. — respondeu aceitando a toalha que ele lhe ofereceu e passou a limpar a própria boca.

— Dormiu bem?

— Acho que sim... Como eu...?

— Como você veio parar aqui? — ele a interrompeu e ela assentiu — Acho melhor você tomar um banho primeiro, dessa vez pode ser quentinho. — ele riu lembrando-se da má criação dela na noite passada — Enquanto isso eu vou preparar algo pra você comer, com o estômago vazio não vai parar de vomitar nunca.

— Mas...

— Eu não vou embora. Fique tranquila porque não aconteceu nada demais, eu só te trouxe pra cá. Tome um banho, você vai ficar melhor, ok?

— Ok. — ela concordou baixinho.

— Vou preparar o café.

— Chá. — ela disse e ele a encarou confuso — Eu quero tomar chá.

Ele lhe ofereceu um pequeno sorriso e ela o devolveu, então ele levantou-se, mas antes de sair do banheiro depositou um beijo na testa de Hermione que ficou para trás um tanto perturbada.

O que Rony estava fazendo em seu apartamento? Ele nunca estivera lá sozinho com ela, como é que foi parar lá?

Tentou manter-se calma e confiar na palavra do garoto. Tomou seu banho quente por longos minutos, estava lhe fazendo um bem danado. Terminou-o e vestiu suas roupas intimas e enrolou-se num roupão e colocou uma toalha na cabeça, saiu do banheiro para ir até seu quarto procurar algo para vestir, mas não resistiu à tentação de ir até a cozinha ver o que o ruivo estava aprontando.

Rony já estava sentado à mesa. Tinha preparado algumas torradas, cortado algumas frutas e ao invés do chá, tinha café na mesa. Ele apontou a cadeira mais próxima para que ela se sentasse e ela o fez.

— Procurei chá na sua despensa, mas aparentemente você realmente deixou esse costume lá na Inglaterra. Então, eu fiz o máximo que pude com o que você tinha.

— Está tudo bem. — disse ainda com a voz baixa.

— Toma, vai ajudar a te manter acordada. — lhe ofereceu uma xícara de café quente ao notá-la ainda sonolenta.

— Obrigada... Pode... Pode me dizer como é que eu vim parar aqui? O que você está fazendo aqui?

— Não se lembra de nada? Me diga do que se lembra pra eu contar o resto.

— Me lembro de ter ido à boate pra beber.

— Bem, não sei muita coisa também. Você me ligou muito tarde, estava completamente bêbada.

— Eu te liguei?

— Sim, e estava bêbada a ponto de não saber onde estava.

— Jura?

— Juro. — assim que ele confirmou ela escondeu o rosto envergonhada.

— Fiz alguma besteira?

— Não, você nunca faz besteira, nem bêbada. Mas você estava muito mal mesmo. Levou um tombo e quebrou seus sapatos até.

— Eu gostava tanto daqueles saltos... — ela se lembrava de quais sapatos tinha escolhido usar.

— Então eu te trouxe pra sua casa, Draco me emprestou o carro dele.

— Foi só isso?

— Eu te obriguei a tomar um banho gelado, mas fique tranquila porque eu não te vi sem roupa em momento algum! — apressou-se a dizer — Você passou um pouco mal e dormiu.

— E você ficou aqui até agora?

— Achei melhor ficar, você estava muito mal. Não ia te deixar aqui sozinha. — resolveu ocultar a parte em que ela lhe pediu para ficar.

— Dormiu no sofá?

— Sim. — também ocultou o lugar em que dormira.

— Que vergonha! — ela disse escondendo o rosto novamente.

— Não precisa ter vergonha. Não de mim.

— Obrigada por ter ficado comigo.

— Não precisa agradecer... Mas é melhor você comer antes que passe mal de novo.

Ela pegou uma torrada e encheu-a de manteiga para então mordiscá-la. Ele ficou observando-a comer e ela ficara um tanto envergonhada com o olhar dele sobre si, mas tentou se manter calma e obedecer o pedido do ruivo. Não foi uma tarefa fácil, ainda sentia-se esquisita depois de tanto ter vomitado, mas forçou-se a comer para evitar mais episódios como aquele.

Enquanto fitava-a ele sentia uma estranha sensação dentro de si, era saudade. Há muito ele não tinha a chance de tomar o café da manhã enquanto observava deliciar-se em seu vicio matinal: as torradas. Também há muito não tinha a chance de dormir com ela em seus braços, queria e muito ter tido a oportunidade de esperá-la acordar e vê-la lhe direcionar aquele sorriso tímido que seus lábios ganhavam quando ela estava com vergonha do olhar dele.

Mas ele não pode dar-se aquele luxo, teve que levantar-se antes mesmo dela acordar. Em seu intimo ele torcia para que ela se lembrasse da noite anterior, se lembrasse do pedido para que ele ficasse, se lembrasse de que tinha se aninhado a seu peito para dormir... Mas o jogo não estava a favor dele, ela havia dito que não se lembrava de nada e ele pode ver a sinceridade nos olhos dela quando disse aquilo.

— Você está bravo comigo? — ela perguntou lhe tirando de seus devaneios.

— Como? — pediu que ela repetisse para que entendesse.

— Está com raiva de mim? Eu te fiz alguma coisa?

— Não! Por que eu estaria bravo com você? De onde tirou uma coisa dessas?

— Você anda um pouco afastado ultimamente, está me evitando... Eu fiz alguma coisa?

— Não.

— Então o que é?

— Não tem nada a ver com você... — mentiu — Estou só um pouco cheio de problemas, nenhum deles envolvem você.

— Bem... Então eu posso te ajudar a resolvê-los? O que posso fazer?

— Não, Mione. Agradeço sua preocupação, mas fique tranquila, está tudo bem.

— Mesmo?

— Mesmo.

— Ok. Se precisar eu estarei aqui. — ela disse indo segurar a mão dele.

— Obrigado. — sorriu fracamente olhando para a mão dela sobre a sua.

— Só, por favor... Não se afaste, tá bem? Gosto de ter você comigo.

— Também gosto de estar com você. — ele retribuiu o aperto na mão dela.

Hermione que sentiu as bochechas corarem com o sorriso que ele lhe ofereceu, rapidamente puxou sua mão de volta e foi tirar a toalha da cabeça tentando disfarçar seu desconforto.

— Eu vou me trocar. — levantou-se e ele o fez também.

— E eu vou embora, Draco deve estar querendo o carro dele volta.

— Ok... Hum, pode, por favor, não contar nada pra ninguém?

— Posso... Pra todos os efeitos, Draco acha que eu fui me encontrar com uma garota.

— Ah, tudo bem. Vou me lembrar disso caso me perguntarem algo... Então, tchau Ron. — ela ficou um pouco receosa de inicio, mas resolveu que após tudo o que ele havia feito merecia um abraço como agradecimento — Obrigada!

Ele ficou um tanto extasiado com o gesto, mas apertou-a trazendo o corpo pequeno dela para muito próximo de si, fazendo-a ficar na ponta dos pés. Sentiu o cheiro dos cabelos molhados dela e suspirou.

— De nada.


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Notas finais do capítulo

Aaaah, não fiquem bravas comigo! haha Não é desse jeito que esses dois vão se acertar e deixar as coisa rolarem, eles precisam estar sóbrios pra isso né? Assim tem mais emoção e mais clareza... E ninguém poderá dar a desculpinha do "Eu estava bêbado(a)!", né?
E, pelo menos tivemos a oportunidade de ver que a Hermione sabe que ainda ama o Rony... Só não tem coragem de admitir em voz alta ainda.
Sendo assim, estamos realmente bem perto de rolar algo, bem perto mesmo! ;)
Espero que tenham gostado. Beijinhos prôces ❤️