Sayame abriu a porta dos fundos da casa para jogar o lixo fora. O lixo de ontem estava todo espalhado, Saito e Louise, por sorte já tinham entrado na casa. Sayame pensou ter sido cães vira-latas que tivessem feito aquilo. Ela entrou na sala e viu o casal, viu não, ela sentiu o fedor horrível que eles exalavam.

- Vocês estão fedendo demais. – Sayame colocou a mão no nariz.

- Mãe, pode preparar a banheira? – perguntou Saito.

- Claro! – ela concordou, pois não queria mais sentir aquele fedor – Aproveitem e tomem vocês dois de uma vez. Ainda bem que a banheira é grande. – e foi preparar a banheira.

- Saito, não tem problema se nós tomarmos banho juntos? – perguntou Louise.

- Claro que não tem problema. – ele sorria alegremente.

- Vou prepara um banho quente. – grita a mãe do banheiro.

- Tá bom, mãe! – Saito responde.

- Mas você é meu animal de estimação. – indagou Louise.

- Eu sei disso, mas pense que você só vai dar um banho em seu animal de estimação. – ele realmente estava alegre.

- Porque está tão feliz?

- Porque você vai dar banho em mim. XD

- Eu-Eu-Eu não vou não. - ela corou.

- Porquê não?

- “Eu estou perdendo minha autoridade como mestra, então...” – Louise planejou algo – Você vai dar banho em mim. – ela ordenou.

- Eu? – ele ficou vermelho de repente.

- A banheira está pronta. – a mãe gritou.

- Eu vou indo na frente. – ele ainda estava vermelho, pensava em como ia dar banho na sua mestra.

Saito foi para o banheiro. O banheiro era um pouco menor que um quarto, a banheira era circular e bem grande, parecia caber umas três ou quatro pessoas lá dentro. Saito começou a se despir, e logo ficou pelado e entrou na banheira.

- “O que ela vai me manda fazer?”- ele começou a imaginar hipóteses – “Será que ela vai me manda lavar as pernas dela? Ou ela vai me manda fazer uma limpeza bucal?” – o nariz dele começou a sangrar – “O que eu estou pensando?” – ele limpou seu nariz. – “Ela não vai me manda fazer nada disso. Se bem que se pode esperar tudo dela.”

Louise entra só com uma toalha lhe cobrindo, seu cabelo estava amarrado e ela se aproxima da banheira.

- Olha pro outro lado. – ela ordena.

Saito se vira, Louise tirou a toalha e entrou na banheira, ele se vira. O vapor atrapalhava a visão do casal, ele só conseguia ver com nitidez os cabelos rosa dela. Ela mal via os pretos do cabelo dele, mas conseguia ver claramente os olhos azuis do amado.

A verdade é que nenhum dos dois tinha esquecido o que aconteceu no lago. O dia ainda não tinha passado, e aquela sensação ainda pulsava dentro deles. Louise se perguntava por que ele tinha dito que eles iam tomar banho juntos. E Saito se perguntava como ela tinha conseguido dizer que amava ele. O calor na banheira subia e os batimentos do coração deles também.

- Eu... – os dois falaram simultaneamente.

- Você primeiro, minha linda.

- “O que eu falo? Não posso dizer que quero beijar ele.” – ela não sabia o que fazer. – “Se nos beijarmos aqui é capaz de nós... Ele só é seu animal de estimação para de pensar nisso.” – ela repreendia seus próprios pensamentos – Saito! – ela engoliu  seco – Lave minhas costas! – ela ordenou.

- O quê? – ele espera tudo menos lavar as costas dela.

- Você ouviu! Então faça! – ela ficou de costas pra ele.

Saito não queria muito fazer aquilo, pois na verdade queria beija-la, mas começou a passar as mãos na costa da amada. Ele começou a alisar a costa dela lentamente, Louise começou a tremer e Saito começou a achar que aquilo não era tão ruim assim. Suas mãos começaram a escorregar para a cintura dela. Louise não sabia se era água que tinha deixado o toque de Saito mais quente ou se era por que ele estava chegando mais perto.

Saito estava chegando cada vez mais perto dela e perdeu o equilíbrio, para não afundar se segurou em Louise. Ele segurou nos peitos dela, mesmo que pequenos ele conseguia sentir já que ela estava pelada. Ela soltou um suspiro, parecia ter gostado daquilo, ele não tirou suas mãos dos peitos dela. Começou a mexer lentamente suas mãos, começou a acariciar seus pequenos seios de forma gentil. Saito não conseguia ver o rosto da sua amada, mas sabia que ela estava gostando pelos pequenos gemidos que ela soltava.

Ele começou a beijar o pescoço dela e ele mordeu de leve a orelha da amada. Ela se virou rapidamente, seu rosto estava todo vermelho e Saito a envolveu nos seus braços.

- Toma sua recompensa.

Louise quase não acabou de falar, e eles se beijaram. Foram rápidos contínuos selinhos, mas a cada selinho eles juntavam suas testas e ficavam se olhando. Pareciam estar se comendo com o olhar e Saito deu um longo beijo nela, passando sua língua por toda boca da amada. Alguém abre a porta.

- Oi cunhadinha! Oi irmãozinho!

Louise empurrou Saito pra beira da banheira, o fazendo bater a cabeça na beira.

- Oi Sayo! Porque tá aqui? – Louise ainda estava tremendo e totalmente vermelha.

- Vim toma banho com vocês. – Sayo estava só de toalha, tira a toalha e entra na banheira. – E também quero perguntar uma coisa pra vocês.

- O quê? – disse Saito coçando a cabeça.

- Dá pra vocês ficarem juntos? Assim fica mais fácil pra me olhar pra vocês. – O casal ficou mais perto, mas ainda não se encostavam. – Mais perto. – e os ombros deles se encostaram. – Parem com a vergonha, mais perto, quero olhar diretamente pros dois.

Saito passou o braço esquerdo sobre Louise, fazendo Louise acomodar sua cabeça no ombro dele.

- Ótimo, o meu problema é o seguinte. – e Sayo começou a explicar. – Tenho um amigo que gosta de mim.

- E daí? – Saito só queria se livrar da irmã o mais rápido possível.

- E daí que ele vive me chamando de horrorosa, feia, peituda e ridícula. Mas parecesse que ele gosta de mim. – Sayo se referiu ao tal “amigo”.

- Ele deve gostar de você mesmo. – concluiu Saito.

- Como?

- Algumas pessoas têm maneiras diferentes de expressar seus sentimentos. – explicou o irmão.

- Quem, por exemplo? – Sayo não estava acreditando no que o irmão dizia.

 - A Louise!

- Eu? – ela disse espantada.

- No começo e até agora Louise expressa seus sentimentos me batendo.

Louise dá um soco na barriga dele.

- Eu também te amo, Louise. – ela passou a mão na barriga.

- Pode até ser, mas acho que é proibido eu ter um relacionamento com meu irm... quero dizer, com  meu amigo. – ela riu forçadamente.

- No meu mundo não é proibido ter um relacionamento com um amigo. – a rosada indagou.

- No seu mundo? De novo isso. – Sayo estranhou.

- Ela quis dizer país. – Saito respondeu.

- Sei! Obrigado por me ajudarem, mas acho que vou ficar com meu outro amigo.

- Você tem tantos amigos assim? Por que não tem um namorado? – Saito ficou intrigado.

- Por que o primeiro é um amigo que conheço há muito tempo. – acho que ela está se referindo ao Soka. – E o segundo nenhum de vocês vai gostar. – acho que ela tá falando do Toni.

- Vida complicada não. – ironizou Saito.

- É mesmo. – Sayo riu e puxou Louise – Vamos cunhadinha quero te amostrar umas roupas.

- Mas o Saito... Tá bom. – Louise concordou.

- Louise, eu...

Sayo saiu do banheiro correndo. Louise olha seu animal de estimação, beija-o e morde seu lábio inferior e o puxa e ela saiu correndo do banheiro.

- “Essa é mesmo a Louise?” – Saito tocava em seus lábios que ainda ardia pela mordida de Louise – Me esperar eu já vou. – Ele já estava saindo, mas percebeu que ele estava bastante excitado e ficou, mas um pouco na banheira.

Louise foi pro quarto e se arrumou, e pediu um favor a cunhada, elas começaram a planejar alguma coisa. Logo Saito se arrumou também. Sora chegou e foi pra cozinha falar com a mulher.

- É hoje. Vou esclarecer tudo. – ele afirmou.

- Estarei ao seu lado. – a esposa sorriu.

Sayame chamou todos para a sala. Saito e Louise chegaram primeiro e olharam curiosos para Sora, mas o pai não respondeu ao olhar. Sayo chegou logo atrás e Soka foi o último a chegar. Sora mandou todos se sentarem no chão mesmo. Sayo sentou o mais longe possível do Soka, o Saito e Louise sentaram juntos e Sora e Sayame também.

- Vou começar do ínicio. – Sora suspirou.

- Se for mais uma história do seu trabalho eu passo. – reclamou Soka.

 - Cala boca. – Sora estava sério – Saito e Louise já sabem um pouco da história. Sayame sabe de tudo. Mas vocês dois... – ele apontou pra Soka e Sayo - não sabem de nada.

- Então conta pai. – pediu a filha.

- Louise não é do nosso mundo, ela é uma maga. – ele começou a explicar – E o Saito é o animal de estimação dela.

- Tá bom! Além de caduco, tá ficando caquético? – Soka não acreditava na história.

- Saito é um animal de estimação lendário, o Gandalf. – Sora nem ligou pro que o filho disse – Há alguns anos atrás eu era o Gandalf.

- O senhor? O.O – Saito ficou espantado.

- Saito amostre as runas do contrato. – Saito obedeceu seu pai e amostrou. – Esse é o contrato de animal de estimação.

- O que o eu tenho haver com isso? – questionou Soka.

- Toda a família Hiraga está envolvida nisso. – Sora já estava perdendo a paciência – A família Hiraga foi eleita a família que gerará a Gandalf. Há muitos anos atrás o maior mago que já existiu veio a Terra.

- Quem? – Sayo realmente estava curioso com a história.

- Brimir! – a mãe respondeu.

- Isso mesmo foi o fundador Brimir. Ele achou os moradores da Terra fortes o suficiente para proteger ele e a sua descendência, pra ser mais exato, os descentes do vácuo. Ele escolheu as duas famílias mais fortes daquela época, os Hiragas e os Rokaidos.

- Deve ser por isso que nós sempre fomos criados a não gostar dos Rokaidos. – Saito interferiu a explicação do pai.

- Não só por isso. – continuou Sora. – Brimir lançou um desafio às famílias, eu não sei qual foi o desafio. Mas nós, os Hiragas, fomos vitoriosos. A partir daí a rivalidade entre as famílias começaram. Os Hiragas ganharam o direito de conceder o Gandalf, o braço de direito de Brimir. Já os Rokaidos só ganharam o direito de substituir a família Hiraga caso algo acontecesse.

- Aff! Continua e fingi que estou interessado na história. – Soka achava que tudo era mentira.

- Brimir criou duas espadas e colocou uma em cada mundo. No mundo de Louise, ele colocou a lendária espada Derflinger, para o Gandalf empunhar e proteger seu descendente do vácuo. E na Terrra ele colocou a lendária espada Masamune, para os Hiragas protegerem a Terra da magia, já que é proibido usar magia na Terra.

- Masamune? Ela é uma espada lendária? – Soka começou a ficar interessado

- Sim. As espadas lendárias têm consciência própria e sabem de toda essa historia. – ele explicou.

- O que o Sora falou é a mais pura verdade. – disse Derflinger que estava na costa de Saito.

- A espada falou. – disse Soka calmamente – O QUÊ? A ESPADA FALOU!  – Soka berrou.

Apenas Soka gritou, os demais pareciam achar aquilo normal, mas Sayo estava pensativa.

- Sayo, vai me dizer que não se assustou? – o irmão espantado perguntou.

- Parece que eu já ouvi a Masamune falar.

- Quando? – Derflinger pergunta. – Nunca vi aquela espada metida falar.

- Eu estava no quarto do Soka e...

- O que tava fazendo no quarto do Soka? – Saito pergunta.

- Eu fui arrumar, porque a mamãe mandou.

- Mas eu nunca mandei você arrumar o quarto dele. – a mãe fala.

- Eu só... – Sayo começou a ficar nervosa e um tanto corada. – Isso não vem ao caso agora. A questão é que sempre ouvi alguém sussurrando no quarto dele, até que um dia entendi o que o sussurro falava. Ele falava: “Você é a única...”

- Única o quê? – Soka estava curioso.

- Eu sei lá! Quando percebi que era espada que tava falando só fiz sair correndo do quarto.

O silêncio tomou toda sala, todos só se entre olhavam. Até que Saito quebrou o gelo:

- Porque só contou essa história agora? - Saito perguntou para o pai.

- Por que Soka cresceu e pensei que ele seria o próximo Gandalf, mas logo atrás veio Sayo. Então não sabia quem seria o próximo Gandalf, por isso continuei sem falar nada. Até que você nasceu, aí eu fiquei mais confuso e não sabia mesmo quem seria o escolhido. – o pai explicava – Os anos se passaram e como nada anormal tinha acontecido decidi poupar vocês dessa história. Mas você desapareceu e pude entender que o destino da família Hiraga ainda estava vivo. Por isso trenei o Soka para ele proteger a Terra, mas mesmo assim não contei a história da família.

O silêncio tomou a sala novamente, todos ainda digeriam aquela historia. Mas dessa vez Louise quebra o gelo:

- E porque voltou pra Terra já o senhor era Gandalf?

- Meu mestre tinha morrido, não tinha mais razão para ficar em Tristain. – Sora respondeu - Comprei o Bob, que é um dragão de fogo e atravessei o eclipse solar. E voltei pro Japão.

- Porque o nome do dragão é Bob? – a rosada estava curiosa.

- É mesmo, por quê? É um nome bem esquisito pra um dragão, não acha? – Saito perguntou.

- Bob significa Biologicamente e Obviamente Bravo.

- Hã? – Todos se espantaram.

- Nem eu sabia que Bob significa isso. – Sayame riu.

- Acho que por hoje é só. Vamos jantar. – Sora riu.

Todos jantaram normalmente, mas ninguém falava nada. Louise só comia bolinho de arroz, pois não sabia usar os hashis. Louise acabou se despediu e subiu primeiro pro quarto. Todos acabaram de comer, incrivelmente Sayo não tinha pedido pra Saito lavar a louça, ela mesmo estava lavando.

Saito foi pro seu quarto e se perguntava por que Louise tinha ido mais cedo para o quarto e porque Sayo não tinha o mandado lavar a louça. Ele abriu a porta do quarto, Louise estava sentada no futon, parecia estar esperando ele.

Louise estava com uma camisola rosa transparente. A camisola era pequena, chegava até sua calcinha, suas pernas ficavam a amostra. Ela também usava orelhas brancas de gato e sua calcinha tinha um rabo branco, um rabo de gato também.

- “Será que era por isso que ela subiu mais cedo?” – Saito engoliu seco.

- Saito! Hoje vou ser seu animal de estimação... Nyahhh! – ela agia como uma gatinha precisando de carinho – e você vai ser meu mestre... Nyahhh! – Louise realmente estava vermelha por estar fazendo aquilo.

- Louise-nyan!