Enquanto Fox aguardava a resposta de Slippy para iniciar as atividades do time, ele conseguiu manter Falco em sua casa sem problemas, graças ao dinheiro que seu amigo trouxe, correspondente à parte dele do Free-As-A-Bird. Com relação aos treinos militares, o falcão mostrava um empenho tão grande quanto seu colega para aprender, além de ambos ajudarem-se na correção de qualquer erro cometido, aumentando ainda mais a expectativa de todos com relação à qualidade do time.

Em uma tarde de treino, todos pararam o que estavam fazendo quando a raposa recebeu uma transmissão de Slippy:

— Fox, você consegue me ouvir?

— Consigo sim, Slippy. É bom poder te ver novamente!

— Digo o mesmo, Fox — disse o sapo. — Como estão os preparativos do time?

— Tudo indo muito bem, principalmente após Falco vir para cá. Apenas estamos aguardando sua resposta.

— Eu não esperava que Falco viesse para o time! — comentou Slippy, surpreso. — Como você conseguiu convencê-lo a sair da gangue dele?

— É uma longa história, Slippy... — respondeu a raposa, não sabendo se seu amigo foi informado sobre os ataques de Andross. — Mas e você, posso confirmar sua vaga no time?

Respirando fundo e dando um leve sorriso, o sapo respondeu:

— Pode sim, Fox. Confesso que gostaria de trabalhar na Cornerian Army e também muitos da minha família eram contra a sua ideia, mas no time irei trabalhar apenas com quem eu gosto e o meu tio, Grippy, me incentivou bastante, além de me ajudar a convencer meu pai. Amanhã estarei indo para Papetoon.

— É bom poder contar com você, Slippy! — comentou a raposa, empolgada. — Amanhã conversaremos melhor sobre como funcionará o time, então boa viagem e até amanhã!

— Até, Fox.

Logo após o fim da transmissão, os três comemoraram rapidamente o fato de enfim o time estar completo e logo voltaram a treinar, pois eles sabiam que estava próximo o início das atividades do grupo.

No dia seguinte, sem Peppy, Slippy chegou durante à tarde no planeta Papetoon, acompanhado pelo General Pepper, que fez questão de vir para entregar algumas armas e motos voadoras para o time. Além disso, ele sugeriu que o grupo se instalasse em um dos esconderijos que a Cornerian Army de Papetoon possuía, o que foi aceito pelos três, já que todos queriam ficar escondidos durante o começo do time.

Dois dias após a vinda de Slippy, enfim Peppy se mudou em definitivo para o esconderijo, o que tornava o time oficialmente ativo. Sem dar um nome para o grupo, já que existia a possibilidade de no futuro ele se tornarem um novo Star Fox, o primeiro mês foi utilizado para treinamentos, desenvolvendo o trabalho em equipe e definindo quais seriam as principais estratégias nas missões.

Após as primeiras missões, não demorou muito para os habitantes de Papetoon classificarem como heróis os quatro mercenários. Além de atacarem todas as naves relacionadas a Andross que passavam pelo planeta, a ajuda dada à população era sempre voltada para os que mais precisavam.

Ao mesmo tempo que o time ia ganhando confiança, eles também continuavam se informando sobre o quanto Andross ficava mais poderoso, mesmo sem poder utilizar Papetoon como rota ou ponto de descanso. Em um ano e dois meses, mais planetas passaram a estar sob o controle dele, sendo eles: Fortuna, Titania e Solar, além da Cornerian Army detectar atividades inimigas nas nebulosas Sector Y, Z, Beta, Gama e Ômega. Nesse período também foi descoberto que o cientista estava construindo algumas bases espaciais, o que o dava ainda mais poder.

Após um ano e três meses que o time foi criado, mais uma derrota da Cornerian Army, agora no Asteroid Field, fez com que General Pepper convocasse o quarteto a abandonar as missões em Papetoon, transformando-os em uma nova formação do Star Fox.

Contando com a ajuda de Fara Phoenix, uma raposa piloto de Papetoon que foi salva do exército de Andross durante a viagem do grupo para Corneria, o time logo demonstrou sua força na primeira missão, derrotando Andross em sua forma de Amplificador Telecinético em Venom. Após realizarem algumas missões, dentre elas uma que resultou na morte do cientista, em Fortuna, e outra, após ele ser restaurado com base no seu DNA, onde Papetoon foi defendido com sucesso, o Star Fox voltou a ser fonte de esperança para todos os habitantes do Sistema Lylat.

Ao voltarem de Papetoon para o quartel da Cornerian Army em Corneria City, o quinteto pousou suas Arwings e foram para o alojamento, a fim de descansarem um pouco. No caminho, após passarem perto do Coronel Cooper e ele olhar para o grupo com um pouco de raiva, todos deram um leve sorriso e Fox comentou:

— Agora todos os oficiais que eram contra nossa presença vão ter que nos aceitar, pois voltamos a dar esperança para a Cornerian Army de que Andross pode ser derrotado!

— Sim — concordou Falco. — É excelente olhar para eles e saber que não ouviremos nenhum comentário idiota, sobre nós ou sobre o time!

— É uma pena o Bill não estar aqui para ver isso, mas ao menos ele está feliz em Katina, ainda mais com o fato de que muito provavelmente ele será o comandante dos soldados quando terminar a Cornerian Academy — falou Slippy.

Após conseguirem dormir por algumas horas, todos foram acordados próximo da hora do almoço, pois o General Pepper queria conversar com eles em sua sala. Ao chegarem no local, Pepper fez questão de levantar-se e cumprimentar cada um do time.

— Bom dia, Star Fox — disse o general. — É muito bom poder vê-los, principalmente após a vitória no planeta Papetoon.

— É bom vê-lo também, general. Aconteceu alguma coisa? — perguntou Fox.

— Infelizmente sim, Fox. Descobrimos que no Sector Y Andross possui algo parecido com um robô, que muito provavelmente é uma arma que será utilizada em um futuro combate. Gostaria que vocês fossem até o local para investigar e, se possível, destruir essa arma.

— Sem problemas, general, aceitamos a missão — concordou o líder do time.

— Já foi realizado algum tipo de registro desse robô? — questionou Peppy.

— Sim, temos uma imagem dele, mas infelizmente é tudo o que temos, pois não chegamos a vê-lo funcionando ou ao menos ligado — explicou Pepper, abrindo uma gaveta de sua mesa e entregando para o time a foto de algo que aparentava ser um robô metálico, parecido com um macaco.

Após todos analisarem a foto, Fara comentou:

— Me parece ser um robô feito para ser lançado, pois não acho que uma base tão grande seja apenas para fixá-lo em algum lugar.

— Sim, por isso que o atacaremos pelas costas, evitando assim uma possível surpresa contra nós — orientou Peppy. — Tudo bem se cuidarmos disso apenas depois do almoço, general?

— Na verdade não será hoje que vocês realizarão essa missão, pois vocês devem estar bem cansados do combate em Papetoon. Tirem o dia de hoje para descansarem e se organizarem, enquanto os mecânicos utilizam a tarde para recuperar todos os danos nas Arwings de vocês.

— Certo, general, então amanhã de manhã cuidaremos disso — aceitou Fox.

Após todos cumprimentarem o General Pepper, o time foi até o refeitório para rever Lucy e almoçar com ela. No dia seguinte, durante a manhã, todo o time se reuniu para verificar como estavam as Arwings após a manutenção, partindo logo depois em direção à nebulosa Sector Y. Passadas duas horas, o Star Fox chegou até o local, não demorando muito para avistarem o alvo da missão.

— Realmente Andross não está economizando nem um pouco para construir suas armas, pois este robô é imenso! — comentou Falco.

— Ele só irá ter um prejuízo ainda maior construindo algo caro, pois independente do que enfrentarmos iremos destruir. Vamos primeiro derrotar as companhias, depois cuidamos do robô — orientou Fox, referindo-se a alguns inimigos que começavam a surgir.

Sem nenhuma dificuldade, o Star Fox venceu alguns integrantes do exército de Andross que estavam na nebulosa e passaram a circular o robô para tentar encontrar algum ponto fraco nele, certificando-se que nenhum inimigo pudesse estar utilizando o robô para se esconder.

— Alguma sugestão, time? — questionou Fox, após algumas voltas em torno do robô.

— Parece que o robô não está em funcionamento e talvez ele possui um ponto fraco em seu peito, devido a esse suporte para encaixar um escudo — disse Peppy.

— Certo — concordou a raposa. — Então vamos atacá-lo pela frente enquanto o Slippy monitora o robô.

— Tudo bem, Fox, eu só estou deixando tudo pronto para iniciar as análises — falou Slippy.

Após o sapo estar com tudo pronto, Fox foi o primeiro a partir em direção ao robô, atirando nele. Ao retornar para sua posição, o líder do Star Fox perguntou:

— Alguma mudança, Slippy?

— O robô sofreu danos sim, podem continuar!

Imediatamente Falco repetiu as mesmas ações, atirando um pouco mais no robô, e enquanto ele retornava para onde estavam as outras naves, Fara iniciou seus ataques. Ao perceber que durante a aproximação da garota o robô começou a perder energia sozinho e muito rapidamente, Slippy avisou pelo canal de comunicação:

— Fara, tome cuidado!

Imediatamente após o aviso de Slippy o robô explodiu, atingindo em cheio a Arwing de sua amiga e lançando-a violentamente contra a base onde o robô estava.

— Fara!!! — gritaram os outros quatro membros do Star Fox.

Enquanto seus companheiros ficaram sem reação ao verem aquilo, Fox, ignorando as chamas e os pedaços do robô que voavam, foi até o local onde a nave da sua amada havia caído e usou nela o Tractor Beam de sua Arwing, um raio utilizado para criar um campo magnético em torno de um objeto, atraindo-o para quem o disparou.

— Fox, o que você está tentando fazer? — perguntou Peppy, preocupado. — Sua Arwing sozinha não conseguirá levar a nave da Fara até Corneria.

— Então me ajude aqui, Slippy — ordenou a raposa, irritada com o tempo que estava perdendo.

Com o auxílio de seu amigo, as duas Arwings conseguiram retirar da base a nave de Fara e sustentá-la com um pouco de dificuldade. Sem desperdiçar nenhum segundo, Fox, desesperado, explicou as tarefas de cada um:

— Peppy, fique aqui e avise os oficiais. Falco, abra caminho até o quartel de Corneria City.

— Certo — responderam os dois.

Durante a viagem de volta, Fox e Slippy tinham que manter o cuidado de ir o mais rápido possível sem balançar muito a Arwing de Fara. O líder do Star Fox até tentou algumas transmissões para falar com sua amada, mas ela não respondia, o que preocupava ainda mais todos. Em torno de uma hora e meia depois, eles chegaram ao quartel e pousaram a Arwing de Fara, permitindo que as equipes médicas que estavam no local a retirassem de sua nave ainda viva, porém muito fraca pela quantidade de sangue que ela havia perdido, e a levassem para o melhor hospital de Corneria City.

Como Fox foi impedido de acompanhar Fara dentro da ambulância, um comandante que estava próximo do local e havia acompanhado tudo o que ocorreu foi até os três e perguntou:

— Vocês querem uma carona até o hospital?

— Se isso não for te atrapalhar, comandante, aceitamos sim — concordou a raposa, ainda sem conseguir parar de olhar para a ambulância onde Fara estava.

— Sem problemas, eu ainda estou no meu horário de almoço — explicou o comandante.

Após chegarem no hospital, Fox, Falco e Slippy agradeceram a carona e foram correndo até a recepção do local, buscando informações da integrante do time, mas eles apenas foram levados até uma sala de espera, onde deveriam aguardar um profissional responsável por Fara trazer alguma informação. Depois de esperarem por algumas horas, sendo que o líder do Star Fox se recusou a sair dali para almoçar durante esse tempo, enfim um médico foi até a sala e perguntou:

— Quem são os acompanhantes da senhorita Fara Phoenix?

Imediatamente os três se levantaram e foram até o médico.

— Como ela está? — questionou Fox, tentando disfarçar sua aflição.

— Conseguimos mantê-la viva, mas tivemos que sedá-la, devido aos traumatismos sofridos que a fizeram perder muito sangue. Ainda não permitiremos que a paciente seja visitada, pois temos vários exames para fazer e também precisamos realizar algumas transfusões de sangue para repor o que ela perdeu.

— Ao menos ela está viva! — comentou a raposa, um pouco mais aliviada. — Quanto as visitas, não se preocupe, pois os pais dela irão demorar para chegar, já que ela é de Papetoon, e nós três apenas queríamos saber a real situação dela.

— Então, se me derem licença, voltarei para a paciente e trago novas notícias assim que for possível — disse o médico.

— Tudo bem. Muito obrigado pelas informações! — agradeceu Slippy.

Ao descobrirem a situação atual de Fara, Slippy e Falco levaram Fox até a lanchonete do hospital para que ele comesse algo. Um pouco forçado, a raposa aceitou comprar um sanduiche, e enquanto ele tentava comê-lo, o falcão perguntou.

— Como você está, Fox?

Como Fox não queria demonstrar o quanto ele estava sofrendo pelo que havia ocorrido, o líder do time respondeu, tentando sorrir.

— Bem melhor, graças às últimas notícias, mas ainda me sinto culpado pelo que aconteceu, já que eu optei por aquela estratégia...

— Não, Fox, nenhum de nós tem culpa pelo que aconteceu, não dava para prever aquela explosão... — consolou Falco.

— Será que ela foi proposital? — questionou Slippy.

— Do Andross eu posso esperar tudo, mas talvez não era esse o objetivo do robô... — replicou Fox. — Se fosse uma armadilha, certamente o Peppy desconfiaria.

Após dizer isso, a raposa deu mais uma mordida em seu sanduiche e pensou, cabisbaixa:

— Espero que você volte logo, Peppy, pois preciso desabafar com você e ouvir seus conselhos para saber como lidar com essa situação...