Quando o amor bater à porta escrita por Lyare


Capítulo 4
Não tenha pressa


Notas iniciais do capítulo

Não fiquei muito satisfeita com esse capítulo, mas ele tava sendo um bloqueio pra mim já. Prometo melhorar no próximo :)



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Quando o amor bater à porta, não tenha pressa.

 

— Claro que sim! — Sakura respondeu animada. — O que vai dizer pra sua mãe agora?

— Hum... Não sei direito. — Itachi respondeu pensativo. Poderia dizer que eram namorados? Seria rápido demais? Sakura começou a mexer nos fios negros e o Uchiha fechou os olhos aproveitando o carinho.

Ainda estavam no mesmo banco, o céu já escurecia e o moreno estava deitado com a cabeça no colo da rosada.

— Não precisamos definir exatamente as coisas. — Foi Sakura quem começou a falar. — A gente se conhece tem... Um mês e meio?

— Acho que mais, não sei. Tenho a impressão de que te conheço a vida inteira. — Sakura sorriu com a afirmação e bem lentamente se aproximou e beijou a testa de Itachi.

— Bom, então acho que você precisa me deixar em casa. Tenho uma mãe pra convencer e preciso do número da sua mãe, a senhora Naomi não vai exigir menos do que isso. — Itachi riu e já tirou o celular do bolso pra não esquecer.

— Bom, como conheço a minha mãe elas vão conversar bastante. Pronto, tá no seu WhatsApp. — O Uchiha levantou meio preguiçoso e foram andando em direção ao carro.

— Foi uma ótima tarde, obrigada. Fez bem saírmos da rotina. — A Haruno se aproximou de Itachi e entrelaçou os dedos. Ela quis rir com a expressão surpresa, mas ele envolveu os dedos finos da jovem com a mão. Era macia, e Sakura definia como “quentinha”. Itachi abriu a porta do carro e ouviu um “Obrigada, meu servo”. Sakura continuava sendo Sakura, afinal.

—-

— Mas e o trabalho? — Naomi indagou. A mãe de Sakura estava deitada na cama com os olhos fechados. Estava exausta da rotina maluca que levava no hospital.

— O tio Minato quer me dar folga faz tempo, mas eu sempre neguei. Acho que ele vai ficar feliz até de me dispensar nesse fim de semana. — Sakura estava apoiada na porta do quarto e mordia os lábios apreensiva, só queria ouvir um “sim”. — O número da mãe dele já está no seu WhatsApp, assim que eu tiver sinal lá eu envio mensagem e também fotos. Por favor, mãe. Eu realmente quero ir.

Naomi abriu os olhos e encarou a filha. Hesitou por alguns segundos. O coração apertava por ver como agora Sakura já era uma mulher que podia tomar suas próprias decisões, mas mesmo sem precisar necessariamente de sua permissão, a filha estava ali pedindo. Como negar o pedido?

— Tudo bem. Pode ir. — A mais velha fez sinal pra outra se aproximar e logo as duas estavam deitadas na cama de casal. — Sabe que amo você, não é? Sou feliz por ter você como filha.

As duas ficaram abraçadas ali por algum tempo aproveitando a companhia uma da outra. Sakura tinha o rosto aninhado no peito da mãe e ouvia a respiração dela sobre sua cabeça. Só mais um pouco, só mais algum tempo e a mãe poderia trabalhar menos. Só mais alguns anos e seria uma das melhores neurocirurgiãs de Tóquio.

—-

Não acredito que vou com vocês! Sakura arrumava uma bolsa com o que usaria no fim de semana enquanto falava com Itachi.

Você vai conhecer meus... Filhos do meu primo seriam primos de segundo grau? Enfim, eles são uns pestinhas.

Não sei, sou péssima em nomenclatura. A propósito, como vamos pra lá?

Vamos de carro mesmo, são só algumas horas daqui. Sasuke vai com a namorada junto com meus pais e você vem comigo.

Ufa. Vou ter tempo de pensar em como vou interagir com a sua família.

Ih, você tá com medo? A senhora Mikoto só sabe ser assustadora com os homens da família, ela vai adorar você.

Haha. Talvez. É só que não estou acostumada a interagir com família grande — sou só eu e a mamãe, então sua família é grande pra mim.

Não se preocupe, só seja você mesma :)

Ok, senhor killer.

Agora preciso terminar minha mala e dormir, rosadinha. Vou passar aí 4:30 da manhã, então não se atrase.

Sakura riu com o apelido. Rosadinha? Que criatividade. Despediu-se e foi dormir também as poucas horas que tinham, o fim de semana prometia.

—-

— Querido, quando você disse 4:30 eu achei que era brincadeira. — Sakura exclamou entrando no carro. Às 4:25 Itachi ligou avisando que estava esperando em frente ao prédio da menina. Foi só o tempo de escovar os dentes, pegar uma barrinha de cereal e descer correndo.

— Precisamos aproveitar bem o dia... As crianças provavelmente vão querer passar o dia no lago e Obito vai encarregar a gente pra ser as babás. — Itachi bocejou e começou a dirigir.

— Eu até gosto de crianças, uma época eu cuidava da filha da vizinha. Ela tinha uns cinco anos e passava a tarde vendo televisão. Eu só ficava estudando pro vestibular. Aquela Peppa Pig hipnotiza as crianças. — Ela deu de ombros e abraçou o travesseiro que tinha levado. Estava muito tentada a dormir o caminho inteiro, mas tinha pena do moreno. — Vamos jogar!

— Jogar o quê? — Itachi perguntou não muito animado. Na verdade, o moreno não tinha qualquer humor de manhã cedo e levando em conta que ainda estava escuro, era exigir muito do Uchiha bom humor.

— Eu digo uma palavra e você diz a próxima que surgir na sua cabeça. Se ficarmos curiosos, podemos perguntar pro outro o que a palavra significa ou lembra. Eu começo: abacate.

— Abacate? Por quê? — Itachi riu com a palavra repentina.

— Quando eu era criança, quase caiu um abacate na minha cabeça. Meu cachorro meio que salvou minha vida porque ele tinha agarrado meu chinelo e saído correndo. — Sakura tinha um olhar saudoso e um sorriso.

— Hum... Abacate me lembra verão.

— Verão me lembra água.

— Água me lembra sapo.

— Sapo?

— Quando eu tinha nove anos, Obito me desafiou a capturar um sapo que estava escondido perto do lago da casa de férias. De noite o sapo sempre fazia muito barulho, então eu fiquei horas procurando até que encontrei ele na beira do lago entre algumas pedras. Quando eu tentei pegar, ele pulou no meu braço. Eu me assustei e tropecei num tronco, caí sentado na água e ele fugiu.

— Preciso conhecer seu primo. — Sakura estava rindo horrores da situação. — Cachoeira.

— Floresta.

— Zé colmeia. — Itachi a encarou curioso. — É que teve um tempo que eu queria muito encontrar o Zé colmeia de verdade, então sempre que eu via uma floresta eu tentava ver se tinha algum urso.

— Fico feliz de você nunca ter encontrado. — Itachi zoou e Sakura lhe deu língua.

Brincaram assim por mais algum tempo até que Sakura dormiu — lê-se desmaiou — no banco e o Uchiha só teve as músicas como companheiras por umas três horas.

—-

— Sakura... — Itachi a chamou gentilmente. Tinham chegado na casa dos Uchiha, era por volta das nove e Sakura ainda dormia agarrada ao travesseiro. — Acorda, meu bem.

Itachi começou a fazer carinho no braço da menina e ela começou a se mexer, mas nada significativo. Então resolveu aprontar. Tirou o cinto e chegou bem pertinho do ouvido da garota.

— Sakura... — Ela abriu os olhos manhosa. O moreno se afastou e riu da cara amassada e dos cabelos bagunçados.

— Eu não reclamaria de acordar sempre assim. — Bocejou espreguiçando-se. Foi então que viu o lugar que estavam: era simplesmente lindo.

Estavam entre algumas montanhas e rodeados por floresta. Dali conseguia ver um pedaço do lago que Itachi comentou, a água brilhava por causa do sol. A casa era grande e muito bem trabalhada em madeira, era simplesmente linda. Tinha uma varanda com piso de pedra e várias cadeiras, além de algumas redes. Alguns vasos de planta estavam pendurados perto das colunas e também havia alguns no chão. Uma gracinha.

— Uau. Estou em alguma casa do The Sims? — Brincou com o Uchiha.

— Acho que está no pacote de expansão de férias. — Itachi entrou na brincadeira. — Vamos, devem estar nos esperando.

Sakura foi andando ao lado de Itachi, estava maravilhada com o lugar. Por mais que não parecesse, a rosada amava a natureza. Foi por isso que nem pensou muito quando Itachi a convidou, uma vez que fazia muito tempo que não saía de Tóquio.

Assim que entraram, ouviram vozes vindas da sala de jantar e Sakura realmente viu a imagem de uma família ali, pois todos tomavam café da manhã.

— Ah! Vocês chegaram! — Itachi sorriu e Sakura julgou que aquela era a mãe dele. Os olhos gentis de Mikoto lembravam muito quando o Uchiha a olhava. — Sentem, sentem.

Itachi guiou a Haruno até um lugar próximo de Sasuke, sentaram de tal forma que Sasuke ficou do lado esquerdo de Itachi e Sakura do direito.

Com as apresentações, Sakura conheceu Fugaku, o irmão dele Takashi e a esposa Reiko. Fugaku parecia uma pessoa muito séria e educada, enquanto Takashi era mais tagarela. Tinha impressão que Reiko era uma ótima pessoa. Julgou Sasuke parecido com Itachi mesmo e a namorada, Sayuri, parecia ser fofa.

— Onde está Obito? — Itachi perguntou enquanto comia.

— Graças a Deus chegamos depois dele, então ele está com as crianças no lago. Eles não queriam esperar o café da manhã. — Foi Sasuke quem respondeu e a namorada riu.

— Como vocês têm companhia, acho que ele não vai usar vocês de babá. — Reiko comentou divertida. — Então, Sakura, o que você faz? Já sabatinamos a Sayuri, é sua vez.

— Bom... Eu faço medicina, conheci o Itachi no campus.

— Pretende seguir em qual área? — Reiko a encarava curiosa.

— Neurocirurgia. — Reiko assentiu como se já esperasse aquela resposta.

— A tia é neurocirurgiã, Sakura. — Sasuke comentou quando Sakura pareceu confusa.

— Uou. Sério? Que máximo! — A rosada estava muito empolgada. Com certeza poderiam conversar bastante sobre isso.

— Acho que você ficou em segundo plano, Itachi. — Takashi brincou com o sobrinho. A porta da frente se abriu e ouviu-se passos apressados pelo corredor.

— TIIOOOS! — Sakura só teve tempo de ver dois pingos de gente cruzarem a sala e pularem em cima dos irmãos Uchiha.

— Ah, Sakura. Estes são Kakeru e Asami, são os filhos do Obito. — Reiko indicou o homem que entrava na sala. Sakura já tinha sacado que era comum os Uchihas terem cabelo preto. Então sorriu e acenou pro Uchiha. Obito a cumprimentou e ocupou um lugar à mesa.

— Ok, ok. Já podem parar. — Sasuke resmungou. Kakeru estava pendurado em seu pescoço e tinha se acomodado no colo do tio. Os gêmeos tinham recentemente completado sete anos. Asami também tinha se acomodado no colo de Itachi e ambos pareciam muito felizes com a presença dos tios.

— Oi pra vocês também. — Mikoto brincou e os gêmeos acenaram pra mulher. — Deem oi pra tia Sayuri e pra tia Sakura.

Kakeru acenou de longe pra Sakura e Sayuri o cumprimentou divertida, ele era uma gracinha. Foi Asami quem começou a encarar Sakura com a boca levemente aberta formando um ‘o’. Sakura não entendeu o rostinho confuso.

— Seu cabelo é rosaaa, tia! — A menina colocou as mãozinhas no rosto impressionada.

— Ah, é porque eu gosto assim. — Asami esticou a mãozinha e pegou uma mecha sentindo a textura. Bom, Sakura teve a impressão de que se divertiria com a Uchiha mais nova.

— Vaamos procurar frutinhas! — Foi Kakeru quem se pronunciou e pulou do colo de Sasuke. Asami seguiu o exemplo, mas puxou Sakura pela mão. A Haruno só seguiu os dois meio desconcertada e Itachi suspirou.

— Boa sorte. — Sasuke colocou a mão no ombro de Itachi com uma falsa comoção. No fundo, o mais novo agradecia por Asami ter gostado mais de Sakura, pois isso significava paz pra ele e pra namorada.

— E lá vamos nós... — Itachi murmurou e seguiu o trio que já estava do lado de fora da casa.


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