Quando o amor bater à porta escrita por Lyare


Capítulo 3
Esteja pronto para dizer olá


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada! Quatro acompanhamentos, um favorito. Como é bom ter amantes de SakuIta aqui hahaha. Muito obrigada, mesmo. Acredito que essa fic vai entrar na categoria "quando eu quiser ler algo fofo pra passar o tempo", então se vocês tiverem ideias de capítulos, vai que vocês me ajudam.
Estou um pouco sem pretensões pra fanfic... Não sei em quantos capítulos ela vai ser finalizada, mas já tenho alguma ideia de como pode acabar.
Boa leitura! No próximo capítulo seguiremos o fluxo de tempo normal pós beijo dos dois :)



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Quando o amor bater à porta, esteja pronto para dizer olá.

 

Sakura Haruno enviou uma mensagem. Achei engraçado como no período de algumas semanas a rosada tornou-se quase parte da minha rotina. Não era sempre que conseguíamos nos ver pessoalmente, mas ela se tornou uma boa amizade em meio ao caos do semestre junto com o trabalho.

Nos últimos dias mal tínhamos conversado, porque parece que tem hora que os trabalhos e provas parecem acumular pra uma semana só, desafiando as leis do tempo — os estudantes tentam estudar metade do semestre no curto período de tempo de três dias e esperam uma boa nota. Claro que não sou um deles. Ou não.

A verdade é que estou trabalhando como nunca na empresa do meu pai, pois estamos próximos de fechar um negócio grande. O senhor Uchiha tem me feito pensar na possibilidade de criar uma fenda de tempo-espaço pra eu conseguir fazer tudo que preciso fazer, mas acho que vou sobreviver.

Hey. Sabia que alterei o nome do seu contato no meu celular? :)

Jura? Ganhei um coração verde entre o meu nome e o sobrenome? Sakura era ótima alegrando meu dia.

Verde? Não, não. Eu coloquei Senhor killer, só. Nada de corações. ^^   Revirei os olhos quando li, mas querendo ou não surgiu um sorriso no meu rosto.

Que ótimo. Quando você desaparecer, vou ter que sumir com o seu celular ou serei o suspeito número 1. Obrigado pela dica.

Droga, deveria ter ficado quieta. Como você tá, a propósito?

Bem, só um pouco cansado. Nem sabe da novidade... Nesse fim de semana, se tudo der certo, a família vai se reunir numa casa de férias no interior.

Que máximo! As coisas ainda estão corridas?

Só mais no trabalho mesmo, tenho uma última prova na sexta e só viajamos pra lá no sábado. Devo acabar tudo da empresa até quinta à noite.

Podemos nos encontrar depois da sua prova pra um sorvete, que tal? Tô relativamente livre, já que só preciso ir pra biblioteca. :b

Você precisa ser mais saudável, sabia? Veias entopem com muita gordura.

Vou ignorar a quase ofensa ao insinuar que estou gorda >:(

Agora entendi por que você chutou um coração verde, você é a pessoa mais saudável que eu conheço... Isso foi um sim, afinal?

Foi, é claro. Mas vamos fazer algo diferente, por favor. Te envio mensagem, pode ser?

Estarei esperando. Bye, preciso ir arrumar a casa.

Que pessoa prendada :o

*ignorando você*

Vai dizer que tem como não ter um sorriso na cara depois dessa conversa?

— Itachi? O meu pai disse pra você olhar esses desenhos e dar uma opinião. Ele quer saber se há como entrarem no catálogo dessa remessa. — Sasuke entrou na minha sala e me entregou uma pasta. Ele parecia nervoso e não me encarava nos olhos.

Assim que a abri, entendi o motivo daquilo. Sasuke tinha desenhado uma coleção inteira de peças que foram requisitadas no último mês. Provavelmente foi Shikamaru quem lhe contou sobre o pedido da empresa americana.

— Fez isso em quanto tempo? — Indaguei enquanto folheava os desenhos.

— Um mês. — O encarei surpreso. Quanto meu irmãozinho tinha realmente crescido? Ainda o vejo como se tivesse oito anos.

— Meus parabéns, Sasuke. Estão ótimos e devem entrar na remessa imediatamente. — Eu vi um sorriso grande no rosto dele. Talvez fosse como Sakura tivesse comentado tantas vezes, talvez ele realmente gostasse de competir comigo. — Se continuar assim, eu já não vou ser necessário aqui.

— Talvez. — Ele tinha um sorriso presunçoso. Revirei os olhos e acenei pra ele ir procurar o que fazer. — Obrigado por confiar em mim, Itachi.

— Me dá seu PlayStation 4 edição limitada que tá tudo resolvido. — Eu ouvi um "nunca" antes de ele sair e fechar a porta. Mas ele logo voltou.

— Quase esqueci. Mamãe mandou irmos jantar em casa hoje à noite.

— Diga que tenho aula, não vou poder ir. — Ele me olhou como se já soubesse que eu diria isso.

— Ela previu isso e disse: "Aja como um filho decente e aceite o convite da sua mãe." — Sasuke tentou imitar a voz da mamãe e só me fez rir com a tosquice da voz. — Em outras palavras, "se vira".

Cheguei na casa dos meus pais por volta das 19h levando bolo de morango — os três amam bolo de morango. Quando toquei a campainha, Sasuke apareceu mexendo no celular e nem olhou pra mim.

— Boa noite pra você também. — O peteleco na testa o fez me olhar irritado. Se a nossa mãe não estivesse atrás dele, ele teria me xingado.

— Meu filho! Que saudade de você! — Ela parecia tão animada que era como se o rosto dela estivesse iluminado. Ela me abraçou com carinho e eu fiquei ali por algum tempo recebendo amor maternal. — Eu disse que era pra continuar aparecendo, mesmo morando em outro lugar!

— Trouxe bolo. — A expressão dela suavizou um pouco. Estratégias, amigos. Estratégias facilitam a vida. — As coisas só ficaram corridas na faculdade e na empresa, principalmente.

— Vou brigar com o seu pai, você não pode ter essa rotina louca com essa idade. — Ela fez um bico e levou o bolo até a cozinha. Meu pai ouviu, já que estava sentado no sofá vendo as notícias.

— Já disse que estou ensinando o Itachi a administrar uma empresa, Mikoto. — Ele suspirou e me cumprimentou. — Sem assuntos de empresa por hoje.

— Sim senhor. — Respondi e fui até a cozinha. Minha mãe tinha preparado um tipo de macarrão que só ela sabe fazer. Quando mais novos, Sasuke e eu brigávamos pelas últimas porções. Eu deixava ele ganhar quase sempre. Ou talvez fosse o contrário, não lembro direito.

Quando começamos a jantar, mamãe era a mais empolgada pela viagem no fim de semana. Disse que tinha combinado com Obito — nosso primo, filho do tio Takashi e da tia Reiko — que ele levaria as crianças. Obito era uns sete anos mais velho do que eu e convivemos algum tempo juntos quando crianças, geralmente era ele quem fazia questão de me pregar peças envolvendo sapos e fantasmas... Eu odiava passar os fins de semana na casa dos meus tios quando meus pais tinham que viajar.

— Será que a gente pode aprontar com as crianças igual quando ele fazia com a gente? — Sasuke murmurou pra mim enquanto nossos pais conversavam sobre nossos tios. Eu neguei com a cabeça.

— Não vamos trancar os filhos dele no celeiro. — Aquela memória ainda me trazia arrepios. Sasuke e eu só ficamos trancados uma madrugada inteira porque o gênio do nosso primo esqueceu a gente lá. Nunca vi a tia Reiko tão irritada. Sasuke fez bico com a minha resposta.

— Vou levar uma pessoa, ok? — Sasuke falou como se não fosse nada. Mamãe imediatamente parou de falar e abriu a boca surpresa. Eu não consigo entender o porquê de ela gostar tanto da ideia de uma nora. Ela então soltou a seguinte:

— Você finalmente arranjou uma namorada? — A pergunta me fez cuspir o refrigerante na mesa. Meu pai riu enquanto minha mãe me olhou feio, murmurei um "desculpa" enquanto tentava limpar a mesa, mas sem muito sucesso.

— Sim. É da faculdade. — Sasuke estava ligeiramente vermelho. Não sei o motivo, mas aquilo me incomodou um pouco. Eu pensei em Sakura.

— Fala mais, menino. A sua última namoradinha foi na quinta série e você me fez comprar um coelho pra dar de presente pra ela. — Agora sim Sasuke beirava a tonalidade roxa. Acho que por mais que isso tivesse acontecido há não sei quanto tempo, mamãe sempre lembraria.

— Mãe... — Sasuke gemeu sem graça. Meu pai começou a comer a sobremesa impassível, mas eu sabia que ele tava querendo rir. — Eu só gosto dela. O nome dela é Sayuri, ela faz economia.

— Ai que ótimo! Uma menina inteligente! — Mikoto bateu palminhas empolgada. Comecei a desconfiar se o suco de uva que ela tomou era vinho. Nunca vou entender minha mãe, sério. — E você, Itachi?

— E eu o quê? — Me fiz de desentendido. Sasuke me olhou desconfiado. Droga, irmãozinho.

— Você já está ficando velho, quero uma nora e netinhos correndo pela casa nos fins de semana. — Ela foi direta. Direta no estilo Uchiha. Meu pai agora me encarava, podia jurar que tinha uma pitada de curiosidade ali.

— Fala logo da menina que você fica trocando mensagem. — Sasuke comentou casualmente quando pegou um pedaço de bolo. Se eu pudesse enfiar a cara dele no bolo, eu faria sem pensar duas vezes. — Eu já peguei ele na sala dele rindo pro telefone. E ele não tava no Facebook.

— Come seu bolo, moleque. — Resmunguei. Agora eu tinha capturado a total atenção da senhora Uchiha. Ela me olhou esperando uma resposta. E bem, quando a senhora Mikoto pede por uma resposta, você dá. Simples assim. Ela tem esse quê persuasivo desde que eu me lembro ser gente.

— Ela é só minha amiga, é da faculdade também. Faz medicina. — Falei como se fizesse pouco caso.

— Bom, então acho que sua amiga adoraria passar o fim de semana comigo e com a tia Reiko! Qual o nome dela?

— Sakura. — Me senti ligeiramente ferrado. Ela aceitaria o convite?

Quando cheguei em casa, pensei que por mais estranho que parecesse convidar a Sakura, eu queria que ela fosse. Sentia que as coisas seriam mais interessantes com ela ali. Eu estava receoso por não ter muita noção de como ela poderia se sentir em relação à mim, porque talvez eu gostasse dela. Talvez eu gostasse do jeito que ela coloca o cabelo atrás da orelha quando fica sem graça, ou até mesmo da cara de concentrada que ela faz quando está estudando — ela enruga a testa de uma forma engraçada, da última vez que estudamos juntos na biblioteca eu disse que ela ia ficar com rugas. Ela me bateu. —, talvez eu gostasse da forma que ela vê o mundo com simplicidade, de como é esforçada e como a personalidade forte e espontânea me deixa com expectativas — eu nunca sei o que esperar daquela garota.

Tenho a ligeira impressão de que estou me apaixonando. E isso não acontecia há muito tempo.


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