Renascer escrita por Luna


Capítulo 14
É quase Natal


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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Um grupo de dez pessoas estava ao redor de uma mesa em uma sala privada no Quartel dos Aurores, tinham colocado Harry na ponta da mesa, para o desgosto de Tobias, a aversão que Harry sentia pelo chefe dos aurores era mútua. Hermione estava sentada ao seu lado direito e quando perceberam isso ambos sorriram, um sorriso cumplice que há anos não compartilhavam. Justine estava sentada no outro lado, parecia um pouco alheia aos outros enquanto olhava alguns documentos de aparência oficial.

Do outro lado da mesa sentava o Chefe dos Aurores, ele tinha escolhido três de seus melhores aurores, ainda tinha Michael, Lucille e Kingsley. Hermione batia seus dedos na madeira, o barulho estava incomodando Harry há algum tempo, mas quando percebeu que ela não pararia colocou sua própria mão por cima da dela e apertou seus dedos.

— Pare com isso. – Ele falou. – Está me deixando nervoso.

Os olhos de Hermione foram das mãos unidas para o rosto dele, tinha algo diferente ali, embora ela ainda não conseguisse identificar o que era.

— Depois daqui quero que vá a um lugar comigo. – Harry falou, agora ele brincava com os dedos dela. Percebeu que ela ia perguntar alguma coisa e se adiantou. – Uma surpresa.

Ela não teve tempo de rebater, Kingsley baixou os papeis que lia e respirou fundo.

— Acho que não há como contestar a teoria de Harry. – O ministro apertou a ponta do nariz. – Qual será nosso próximo passo?

Harry e Tobias falaram ao mesmo tempo, se olharam e o rosto do auror se tornou vermelho de raiva, a expressão de Tobias piorou quando Quim disse para Harry continuar. Hermione bateu na perna dele por baixo da mesa quando viu que ele queria sorrir.

— Devemos fazer uma lista dos comensais que ainda estão foragidos, incluindo aqueles que foram considerados mortos, mas o corpo não foi encontrado.

— Deveríamos ir atrás dos comensais que não foram para Azkaban. – Tobias falou. – Incluindo a sua namoradinha e a turminha de escola dela.

Harry estreitou os olhos na direção do homem.

— A sra. Scotts não é remotamente suspeita desses ataques, Tobias. – Hermione o lembrou, para surpresa de Harry. – Ela também é uma vítima.

— Ou ela matou o marido. Aquela ali nunca me enganou.

— Como você chegou a Chefe dos Aurores é realmente uma surpresa. – Harry sentia a magia querer escapar por seus dedos. – Não havia ninguém minimamente melhor que isso?

Ele apontou com escárnio. Quim deu fim a discussão antes que Tobias continuasse.

— Como você descobriu sobre esse ritual, garoto? – Um auror cruzou os braços.

— Com a busca pelas minhas memórias. – Harry falou como se fosse óbvio, mas percebeu seu erro quando viu o sorriso de dentes tortos do homem.

— E o que mais tinha nessas memórias? – Tobias perguntou. – Mais algum feitiço das trevas? Talvez a forma como esse ritual é feito, como ele pode ser impedido.

— Não, não há mais nada sobre isso nas memórias.

— Hum... E onde o Lorde das Trevas conseguiu essa informação? – O auror de dentes tortos continuou.

— Em um livro. – Harry balançou a cabeça de um lado para o outro querendo espantar aquela sensação incômoda no fundo da sua mente. – E antes que continue eu não sei que livro é esse, é uma memória vaga, eu quase não consegui chegar a ela, só lembro... – Ele fechou os olhos, ele via a mão branca escrevendo furiosamente no papel, e mesmo escrevendo tão rápido a letra ainda era bonita. – O nome do ritual e eu sabia para que ele servia.

— Como?

— Há uma dúzia de inomináveis nesse momento estudando tudo que pode. – Justine olhava friamente para os aurores. – Eu já tinha dito antes, caso se dessem ao trabalho de ler nossos relatórios também saberiam. O estudo das memórias é um campo muito vasto, o caso de Harry é ainda mais profundo do que poderíamos sonhar em chegar, Riddle pode ter achado isso interessante em algum momento, mas depois deixou de lado, a memória se tornou superficial.

— Por que ele não responde? – Os olhos escuros do auror estavam fixos em Harry que não se intimidou.

Harry não queria falar sobre o escritório na Câmera, sabia o que aconteceria assim que as pessoas tomassem conhecimento que aquele lugar existia. Todos os anos de dedicação de Salazar àquele local seriam desperdiçados pela invasão de curiosos, seus livros e tesouros, seriam pegos por mãos inábeis e exibidos como algo exótico. Os livros de magia negra do primeiro bruxo das trevas reconhecido... Não, ele não queria aquilo. Era mesquinho e egoísta e não sabia até onde aquele sentimento era seu ou de Tom, mas não importava.

— Porque eu sou a especialista aqui, caso não esteja lembrando, Sr. Gamp. – Justine torceu a barra da saia para se impedir de azarar o chefe dos aurores, com certeza tinha algum regulamento que dizia que isso era proibido.

— Já chega! – Kingsley deu fim no que seria uma discussão. – Tobias, procure em todos os arquivos pelos comensais que ainda não foram capturados, também procure nos arquivos por aqueles que foram considerados mortos.

— Também devemos procurar por livros de Arte das Trevas, ver o que mais é preciso para completar o ritual. – Harry pressionou sua fronte, seus olhos começavam a arder.

— O que você lembra sobre isso, Harry? – Kingsley perguntou mansamente.

— Magia negra... – Ele fechou os olhos. – É preciso guardar a magia negra, coletando do corpo vivo de bruxos, eu teria que sugar seu núcleo mágico e coloca-los em um receptáculo.

Os bruxos da mesa se entreolharam, Hermione fez que ia tocar em Harry, mas Justine a impediu com a mão. Aquilo era completamente novo, Harry nunca tinha falado com eles durante uma memória, ela não sabia como proceder naquele momento.

— Devo procurar outras formas, isso não parece bom o suficiente, e não há garantia que alguém me traria de volta, não posso confiar o receptáculo a qualquer um. Abraxas talvez, ele parece leal, mas pode não ter a capacidade de finalizar o ritual. – A respiração dele era calma. – Tenho que procurar mais informações sobre as horcrux, é potencialmente mais poderoso e parece se adequar mais ao que preciso. Que Salazar me ajude.

Harry abriu os olhos, o verde brilhante encarou o Ministro em um misto de confusão, cansaço e dúvida.

— É isso que eu lembro, senhor.

— Você esteve sobre controle? – Justine segurou a mão dele, percebendo com o ato como ela estava gelada e molhada de suor.

— Quase... É como se alguém tivesse colocado ela lá, uma gravação no fundo da minha mente e eu só precisasse abrir a boca para reproduzir.

— Você está bem, rapaz? – Kingsley perguntou preocupado, aqueles garotos ainda eram crianças a seus olhos.

— Sim, Ministro.

Harry viu de relance o olhar que Tobias dava para si e sabia que pelo homem ele estaria trancado dentro de uma cela em Azkaban.

— O que você fez? – Hermione estava no meio da sala no Largo Grimmauld e olhava espantada para as mudanças, quase parecia outra casa.

— Eu reformei o lugar, com ajuda do Monstro e de Andrômeda. Você quer ver o quarto das crianças? – Harry estava mais animado do que alguma vez tinha visto nos últimos meses.

— Crianças...? – A voz dela foi morrendo enquanto o via subindo apressado as escadas.

 Hermione o acompanhou, quando estava nas escadas parou para ver as fotos que ele tinha colocado na parede, tinha Lilian, Sirius, James, havia uma de Lupin com uma mulher que ela nunca tinha visto.

— Herms, você vem? – Harry gritou do andar de cima e ela avançou nas escadas.

Harry estava parado na frente de uma porta.

— Esse é o seu quarto, o do lado é o de Olivia. – Ele abriu a porta.

Era o mesmo quarto que ela ficava quando ali era a sede da Ordem, mas estava diferente. O papel de parede antes era uma cor bonita e clara, mas estava visivelmente desgastado, havia mofo em algumas partes e outras estava descascando, agora era como se ele tivesse acabado de ser colocado, os moveis tinham sido reformados, ainda havia aquela cama de princesa no meio do quarto e guarda-roupa de mogno negro lustroso a um canto, tão grande que Hermione achou que nunca teria roupas o suficiente para preenchê-lo todo.

— Monstro falou que esse era o quarto de Narcisa. – Harry falou, não sabia se deveria, mas era uma informação nova sobre sua casa. – O andar era das irmãs Black.

— Então Liv está no quarto...

— De Bellatrix. – Harry analisou o rosto dela querendo buscar o quanto ela tinha odiado aquilo. – Monstro acha que ainda pode ter algo escondido no quarto que era de Andrômeda, disse que pode não ser seguro para uma criança.

Hermione se dirigiu ao quarto que seria de sua filha, nunca tinha entrado lá, se lembrasse corretamente aquele quarto era ocupado antes por Molly e Arthur.

O quarto era maior que o de Narcisa e tão diferente quanto poderia ser. As paredes eram escuras, tinha uma janela que sabia q não podia ser real, mas que mostrava o céu claro do lado de fora, a cama era menor, de ferro pesado, havia o emblema em cima da cama mostrando o orgulho que Bellatrix sentia da sua família, mas olhando mais atentamente ela percebeu que não era a heráldica dos Black ali, pelo menos não somente. Bella havia misturado o brasão dos Black com os Rosier, demonstrando assim como seu sangue era puro. Ou era assim que Hermione pensava.

De repente as paredes mudaram de cor para um azul mais suave e pequenos desenhos apareceram, flores por todos os lugares, várias delas. Conseguiu identificar narcisos, rosas e lírios.

— Foi o máximo que conseguimos mudar, o papel de parede não sai. – Harry falou frustrado. – Monstro disse que essa deveria ser a decoração de quando Bellatrix mudou-se para cá, quando ainda era criança. Depois ela deve ter redecorado ao seu próprio gosto. Mas é um quarto aconchegante e um dos mais quentes da casa.

— Toda a casa já foi reformada?

— Sim, Monstro terminou de arrumar as últimas coisas esses dias. Estava pensando em chamar todos para o Natal aqui. O que acha?

Hermione disse que ia ajuda-lo a arrumar tudo para o Natal, por isso deixou Olivia com Gui e juntos eles foram em busca de tudo que precisavam para fazer da sombria casa dos Black um lugar natalino. Harry quis fingir que eles poderiam voltar a ser o que eram antes, que eles poderiam ser sinceros um com o outro e serem tão amigos quanto foram um dia, mas para isso acontecer Harry teria que ser sincero com ela, mas principalmente consigo mesmo e ele não estava preparado para isso.

Comprou tudo que Hermione disse que ele deveria, não fazia ideia do que era necessário para fazer um bom natal, nos anos que esteve sozinho ficava em casa olhando para o fogo da lareira pensando em todos que havia deixado e sem coragem de voltar para vê-los porque doeria demais partir novamente e ainda não estava pronto para voltar. Ele ainda se sentia da mesma forma.

Mas no lugar de se fechar em sua própria concha ele sorria e fingia que estava bem, que não havia o vazio no fundo do seu peito e essa sensação que ele não pertencia mais aquele lugar. E quando as pessoas se aproximavam querendo agradecê-lo ou simplesmente apertar sua mão para dizer aos amigos que havia tocado no famoso Harry Potter a única coisa que o impedia de aparatar para o lugar mais distante possível era a mão de Hermione em seu braço e por uma fração de segundos, quando o olhar dos dois se cruzou depois de Harry ter ouvido pela décima vez de um desconhecido o quão grato ele era, pensou que finalmente Hermione tinha entendido por que ele teve que ir embora.

Voltaram para casa e começaram a arrumar tudo que havia comprado, Monstro havia conseguido uma bonita árvore e os ajudava a colocar os enfeites, a pilha de presentes foi crescendo e Hermione notou várias caixas com seu nome.

— O que é isso? – Ela perguntou.

— Presentes do mestre Harry para a senhorita Granger. – Monstro respondeu.

Harry virou a cabeça rápido quando ouviu aquilo.

— Monstro, onde você pegou isso?

— Mestre Harry pediu que Monstro pegasse suas coisas em sua antiga casa de pedra, Monstro foi e pegou as coisas do Mestre Harry. – Monstro falava enquanto levitava os enfeites para a parte alta da árvore. – Monstro achou os presentes e como era Natal Monstro os trouxe para que Mestre Harry os desse para senhorita Granger.

Harry suspirou. Ele sempre esquecia o quão específico ele tinha que ser com Monstro do contrário ele faria algo como aquilo. Hermione o olhava esperando uma explicação.

— O fato de eu não ter lhe enviado um presente em todos esses anos não significa que não pensei em você, eu só não tive coragem.

Hermione parou na frente de Harry com uma caixa na mão, Harry esperou o que quer que fosse, não sabia o que fazer. Ela estava perto demais e sempre era difícil pensar quando Hermione se aproximava, queria que não fosse, mas não sabia o que fazer com aquele sentimento que parecia querer vazar por seus poros. Só esperava que ela não estivesse perto o suficiente para conseguir saber o que ele pensava.

— Você se arrepende de ter ido embora?

— Eu me arrependo de não ter arrastado você comigo. – Ele foi sincero, ir embora foi a única coisa que Harry poderia fazer naquele momento. – Eu não sei o que teria acontecido se eu tivesse ficado.

— Eu acho... Acho que entendo. – Ela baixou para colocar a caixa junto com as outras. – Lembranças eram a única coisa que eu tinha e eu não podia perdê-las, mas não era assim com você. Lembrar-se de tudo que você perdeu ao longo dos anos o teria destruído. Você teria se perdido na sua dor... Acho que na verdade eu queria ser o suficiente para você, mas eu sei que não seria.

Harry a pegou de surpresa em um abraço apertado, a segurou pela cintura e a trouxe para perto de seu corpo. Queria transmitir algo com aquele abraço, um conjunto de sentimentos que talvez nunca se sentisse pronto para entregar.

— Talvez esteja na hora de você entender outra coisa. – Ali ele estava lançando um feitiço sem ver seu oponente, mas se iria continuar com aquilo Hermione tinha que fazer parte e não poderia continuar se ela não conseguisse ver o que ele via, pelo menos em parte.

A levou até a biblioteca onde sabia que tinha o que precisava, sabia que ela não estava entendendo coisa alguma, mas ela iria, ele esperava. Abriu um armário e tirou de lá o objeto encantando que ela havia visto apenas uma vez. O depositou em cima da mesa e olhou para ela querendo ver se ela havia percebido o que ele estava querendo fazer.

Harry fechou os olhos e puxou da sua memória aquele sonho, sabia que não era real e que Hermione não seria convencida com tão pouco, mas queria fazê-la sentir um mínimo do que ele sentia, talvez pudesse fazê-la ver Tom da mesma forma que Harry o via agora. Levou a varinha até a têmpora e depositou o fio prateado dentro da penseira.

— Depois de você. – Harry apontou para a penseira e viu a dúvida passando por trás dos olhos de Hermione e depois a resolução, ela deveria ter percebido que nenhum mal lhe ocorreria ali.

Sentiu novamente aquela sensação de estar deslizando em algo frio e depois já estava de pé no que sabia ser o escritório da câmara secreta.

— Que lugar é esse? – Hermione perguntou, mas Harry ainda não podia compartilhar aquilo com ela, por sorte outra coisa chamou a sua atenção.

Um jovem Tom Riddle estava sentado displicentemente no sofá, usava roupas comuns de algodão e embora elas passassem simplicidade todo o resto era refinado, sua postura, a forma como se movia, até mesmo seu estúpido cabelo que não possuía um fio fora do lugar. O mais irritante era que ele era muito atraente.

 – Já ouvi sobre esse espelho e sua trágica criação. – Ele falou e só então Hermione notou que havia outra pessoa naquela sala.

— Trágica? – Um Harry de dezessete anos encarava a si mesmo no espelho, Hermione de onde estava não conseguia ver o que refletia nele.

— O homem definhou a frente dele, nunca ia longe o suficiente, dizem que ele tinha perdido sua esposa e procurou formas de encontra-la de novo. Lógico que tal história pode ser apenas um conto bonito e trágico, mas a verdade é que muitos outros definharam na frente desse objeto amaldiçoado.

— O que você veria, Tom? – Harry perguntou com familiaridade.

— A escola livre de sangues-ruins, Sonserina como a única opção e aqueles traidores destituídos de sua glória. – Ele falava isso com raiva e desprezo.

Para a surpresa de Hermione Harry riu, a risada que ela tinha visto vezes sem conta na sua adolescência e que agora tinha se transformado apenas em uma memória perdida.

— Eu acho que não. – Harry falou e estendeu a mão o chamando, Tom atendeu o pedido e levantou, mesmo a contragosto. – Veja qual é o desejo mais profundo do seu coração.

Harry se afastou deixando o outro rapaz sozinho lá, Hermione se moveu para frente do espelho também, queria ver o que o futuro Lorde das Trevas veria e sentiu seu coração gelar.

Tom estava no centro e aparecia rodeado de pessoas, os mais próximos a ele era um homem e uma mulher, esta tinha os cabelos pretos escorridos, olhos tristes e um rosto fino, não era nada bela, mas sorria olhando para o garoto. Do outro lado havia um homem alto, com ombros largos, sua postura demonstrava seu alto nascimento, suas roupas eram impecáveis e tinha um sorriso orgulhoso. Havia outros, homens e mulheres, Tom tinha pego toda a sua beleza do lado paterno na família, isso era óbvio.

— Isso é um erro. – Ele virou o rosto, mas depois olhou novamente.

— Não é o que todos nós queremos? Uma família que esteja lá quando retornarmos para casa.

— Eu esperei por muito tempo, esperei que meu pai aparecesse e dissesse que eu nunca mais voltaria aquele lugar horrível, que me levasse para casa com ele. Não importava se fosse um casebre no alto de uma colina íngreme. – Ele tinha os olhos vermelhos, mas nenhuma lágrima saia, Hermione tinha que reconhecer aquele auto-controle. – Eu só queria um lar!

Ela se assustou com o grito sofrido que saiu do rapaz.

— Eu também. – Harry deu um sorriso triste. – Eu sinto muito que você nunca tenha encontrado um.

— Acho que já podemos voltar, Hermione. – O verdadeiro Harry falou, ela quase tinha esquecido que ele estava lá com ela.

— Espere...

— Eu também sinto muito Harry, ele também teria sentido se algo nele ainda pudesse sentir piedade por alguém. – O jovem Tom disse.

Hermione não soube o que o Harry daquela lembrança respondeu, quando percebeu já estava de volta a biblioteca, com o coração batendo forte e se sentindo confusa.

— Isso não foi real, não quer dizer nada. – Ela se afastou de Harry.

— Essa é a forma como eu o vejo.

— Ele não é nada como você, Harry. Vocês não são iguais.

— Poderíamos ser. – Harry se aproximou e a segurou pelas mãos. – Os dois sem pais, vivendo em lugares onde não erámos entendidos, estranhos, onde não soubemos o que era amor e carinho. A única coisa diferente entre nós dois foi que eu tive você e Ron, eu tive Hagrid e os Weasley, Sirius, Dumbledore e Lupin. Meus pais morreram, meus tios me desprezavam, mas eu tive todos vocês. Eu tive você, Hermione.


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