Les Marcheé escrita por Marurishi


Capítulo 2
A família Macrin




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726133/chapter/2

A família Macrin se mudou do norte para o sul, com seu atelier de tapeçarias. Há muitos anos tinham deixado de lado sua tradição de família em ervas, chás e poções. As mulheres da casa, por gerações, estudavam e ensinavam a arte da cura pelas plantas sem usar magia, mas de algumas décadas pra cá, muitas haviam sido acusadas de bruxaria por suas receitas milagrosas que curavam até o amor. Esse poder diferente, que não fora totalmente compreendido pelo povo, acabou sendo temido e reprovado.

Esse passado não agradava o Sr. Fooy Macrin, que desejava manter esse fato latente, proporcionando uma boa vida à sua esposa e as três filhas. Preferia deixar as curas para os estudiosos da medicina, que mesmo usando homeopatia, fitoterapia e, principalmente, a magia, por serem nobres e terem frequentado a faculdade; estes não eram julgados.

Das três filhas, as duas mais velhas já estavam casadas. A família crescia e juntos trabalhavam com tapeçarias, tingindo fios e tecendo bonitos desenhos de paisagens e animais. A mais jovem nasceu quando a Sra. Macrin acreditava já não poder mais ter filhos, mas veio outra menina e era a mais bonita de todas. Porém, a mais preguiçosa, que não gostava de tecer, nem bordar, nem tingir, nem desenhar... Gostava mesmo de ir para o meio do mato, colher ervas, e criar "poções mágicas", como costumava dizer, o que deixava seu pai muito preocupado e sua mãe envergonhada.

Loren Macrin, a terceira filha, era o orgulho da casa como também a preocupação, já que era extremamente curiosa. Tinha curiosidade em saber como tudo funcionava e como as coisas aconteciam. Passava boa parte do seu dia fazendo experiências sobre tudo o que se possa imaginar; desde misturar tintas para ver novas cores até matar pequenos animais e abri-los para ver como eram por dentro, se tinham os mesmos órgãos vitais dos humanos.

Sua curiosidade era inocente; às vezes, quando ultrapassava os limites e deixava sobre a mesa de jantar entranhas de algum bicho, alegando serem "experiências", seus pais a repreendiam, davam-lhe um castigo, mas nunca pensaram que sua filha tivesse alguma tendência para as "coisas do mal". Afinal, depois ela inventava uma poção de limpeza e deixava tudo como se nada tivesse acontecido. Não demonstrava maldade, mas também nunca se arrependia.

A família Macrin e seu atelier, tinham grande importância comercial, tornando-os afortunados em Boandis. Mesmo não possuindo títulos, devido ao passado das mulheres associadas à bruxaria, ainda sim, Loren frequentava uma escola direcionada para pessoas influentes.

Ela tinha alguns amigos e uma paixão quase secreta. O primeiro amor, aquele platônico, despertado no início da adolescência, pelo menino poucos anos mais velho que si: Shaido Levi, o neto mais jovem do governador; era tão bonito, tão corajoso e já possuía habilidades com espadas.

Shaido destacava-se no coral da escola com sua doce voz baritonino, e também, era o maior destaque em tudo o que fazia. Loren sempre o observava de longe, se perguntando quando conseguiria se aproximar dele.

Loren fizera algumas amizades, as que mais lhe agradavam era dos gêmeos que também cantavam no coral: Codhe e Khei Protheroi. Tornaram-se melhores amigos e por influência deles, Loren concordou em juntar-se ao coral, mesmo sem confiança alguma em sua voz.

O motivo principal, sem dúvidas, era a esperança de uma aproximação com Shaido. Percebendo que os gêmeos Protherois eram amigos bem próximos, pensou que logo conseguiria se tornar amiga do seu amado também, mas não foi assim que aconteceu.

As poucas conversas que tinham, deixavam claro que ele não estava interessado nela, nem em qualquer outra garota. Shaido era muito austero para sua idade e levava seus estudos, aulas de canto ou qualquer outra atividade muito a sério, o que ocupava toda sua atenção e dedicação.

Bem o contrário dos gêmeos, que apesar de participarem de várias atividades extracurriculares, conseguiam tempo para se divertir com Loren. Iam à praia fazer experiências com conchas e águas vivas, ou no mato com plantas e insetos, enquanto Shaido, às vezes, os acompanhava, mas deixava claro o quanto aquilo era entediante e perda de tempo.

— Por que perder tempo esmagando folhas ou colhendo fungos de árvores? Vocês são nojentos e bobos fazendo essas coisas que não levam a nada!

— Mas Shaido, são experiências para descobrir o que acontece com essas misturas inusitadas. — Loren tentava defender suas ideias. — Pode ser que descobrimos algum dia uma poção mágica!

— Mágica não vem de plantas esmagadas, mágica vem de dentro de você. — Shaido era cético e direto. — Se você quer encontrar a magia, tem que buscar em você.

— Eu acho que a Loren tem razão, a magia pode estar em muitas coisas. — Codhe concordava com a amiga, como sempre. — Precisamos testar todas as coisas para saber onde ela está.

— Eu acho que cada um tem um pouco de razão. — Khei parecia a mais madura dos quatro amigos. — Acho que a magia está dentro de cada um de nós, mas também fora, em todas as coisas. Precisamos combinar tudo isso!

— Eu não acho, eu tenho certeza que vocês três são bobocas. — contrariado, Shaido sem paciência, dava as costas e ia embora sozinho, como sempre fazia.

Loren não gostava de discutir, ficava triste pela forma grossa que Shaido a tratava, tinha vontade de chorar quando ele a chamava de boboca, mas ele era tão lindo que ela logo esquecia as ofensas.

Gostava de vê-lo tão perto. O sol refletindo nos cabelos dourados do menino e nos olhos de um azul estranho tão bonito — que a olhavam com reprovação, os lábios que lhe diziam palavras duras eram tão bem desenhados, carnudos e rosados que ela mal ouvia as críticas; ele era uma pintura perfeita e ela gostaria de tecer uma tapeçaria com aquele rosto.

Ela era bonita, sim, todos diziam. Mas se perguntassem sobre uma menina bonita, ela diria que Khei era a mais linda, com seus olhos verdes iguais aos musgos que costumavam esmagar e seus cabelos negros, longos e lisos. Lindos! Como Loren gostava daqueles cabelos da amiga, queria que os seus fossem assim, mas tinha nascido como todas as mulheres da sua casa: cabelos castanhos e cacheados e seus olhos eram verdes, mas bem clarinhos, quase deixando o verde ir embora.

Codhe era muito parecido com a irmã, já que eram gêmeos, não idênticos, mas suficientemente parecidos para serem confundidos, principalmente, porque era costume e tradição, os homens terem cabelos compridos iguais os das mulheres. A diferença era que meninas usavam muitos enfeites coloridos e prendiam em diferentes penteados, enquanto os meninos usavam soltos ou prendiam em um simples rabo de cavalo.

Os homens adultos eram mais cuidadosos com seus cabelos, afinal, cabelo longo era sinal de honra e virilidade, tanto que a humilhação pública dada a um homem era raspar sua cabeça. Assim, exibir seu cabelo em um coque ou trançá-lo como à moda élfica, eram coisas bem comuns. Quanto mais bonito e bem cuidado os cabelos, mais considerado nobre era aquele homem.

Codhe dizia que isso era vaidade e bobagem. Tinha os cabelos compridos porque sua mãe o obrigava, mas já havia tentado cortar e apanhou o suficiente para não mais tentar. Khei dizia que era porque sendo criança, ele não sabia o quanto aquilo era importante no mundo dos adultos. Shaido dizia que era apenas uma forma de exibicionismo e sedução, e Loren dizia que era parte da magia que os adultos tinham, e por isso, às vezes, ela fazia experiências com cabelos, para descobrir qual a magia que estava nos cabelos longos dos homens que tornavam eles tão especiais.

A magia era um assunto corriqueiro e despertava muita curiosidade entre as pessoas. Sabia-se que os nobres tinham poderes mágicos para fazerem muitas coisas, desde curar até matar. Mas a maioria, principalmente as pessoas humildes, não sabiam como isso funcionava, como se desenvolvia ou como se aprendia. Nenhum nobre falava, muitas vezes, demonstravam publicamente, talvez para se exibir; principalmente em torneios e competições que faziam em alguns festivais durante ano.

Loren, às vezes, criava coragem e perguntava alguma coisa pra Shaido, que sendo nobre, neto do governador, com certeza tinha algum poder, mas nunca mostrara pra ninguém. Ou talvez, só tivessem poderes mágicos quando se tornassem adultos? Ele odiava que falassem sobre isso. Loren evitava, não queria ganhar mais aversão do seu amado tanto quanto já tinha com suas "experiências".

 

 

E aquele ano se passou... Loren, achou que a amizade entre ela e Shaido poderia progredir, mas não progrediu. Ele ficava cada dia mais irritado com a curiosidade dela em relação às coisas e, principalmente, a magia. Os Levis acharam que a escola não ensinava o suficiente e concordaram que ele deveria ir para a capital fazer estudos mais profundos e eficientes, principalmente na área do canto e da magia.

Loren não viu Shaido por longos e tristes anos. Apenas se lamentava e tentava descobrir o que acontecia na vida dele através de Codhe e Khei, que mantiveram correspondência com ele na capital, mas até isso foi diminuindo ao longo dos anos. À medida que cresciam, as coisas mudavam.

 

Era natural que a vida seguisse seu curso e as boas memórias seriam imutáveis. Nesses primeiros anos de amizade em que os quatro amigos permaneceram juntos, teriam ótimas lembranças.

Codhe e Khei achavam a magia algo incrível e tinham como objetivo fazer Loren ser bem sucedida nas suas experiências, para que quando ela descobrisse, pudesse compartilhar com eles. Na família Protheroi, a magia não era assunto para crianças e, por isso, os adultos não falavam sobre tal, o que só causava mais curiosidade.

Codhe sentia que seus pais não se importavam com as coisas relacionadas à magia, mas Khei sempre achara que eles tinham medo e eram orgulhosos demais para assumir, preferindo tratar magia como algo comum e sem graça.

Os gêmeos concordavam que Loren tinha algo diferente, talvez, seu destino era ser precursora de algo importante, como uma nova magia descoberta pela insistência dela. Codhe passou a comparar Loren com uma Musa, traria coisas boas ao reino, tais como a felicidade, o bem e a paz. Por isso, no seu coração, aquela amizade se transformou em algo maior. Ele achava que era dedicação e carinho, Khei acreditava que era paixão.

Estavam fazendo cada vez mais experiências, e Shaido estava se irritando com mais frequência. Ele sabia que um dia eles conseguiriam, pois Codhe e Khei tinham sangue nobre, e pela concepção óbvia, todo nobre tinha poderes mágicos. Inclusive, Shaido ouvira falar dos ancestrais poderosos da família deles, mas que os Protherois dos dias atuais não queriam ser associados com os Protherois do passado. Não sabia se seu amigo e a família tinham conhecimento sobre essas histórias, muito menos se elas eram verdadeiras.

Os Protherois de Boandis viviam bem afortunados. Tinham muitas posses e era considerada uma das famílias mais ricas e respeitadas da cidade. Tinham títulos conquistados por merecimento, mas isso não parecia fazer diferença para eles; Shaido admirava-os por isso. Gostava dessa humildade e, de certa forma, queria ser assim também.

Não comentaria jamais sobre o assunto dos Protherois dos dias antigos com os amigos, não sabia da verdade... e se fosse segredo? Achava injusto, caso fossem da mesma família e não tivessem os títulos de sangue tão importantes. O mais estranho era não fazerem questão de tê-los e, por isso, ficava pensando nos rumores. Mas se contentara com o que ouvira e não daria pernas a nenhum tipo de fofoca, já que ficou sabendo de forma ilícita, seria vergonhoso contar algo que ele não deveria estar sabendo.

E ouvia muitas outras coisas, como sobre Loren, que diziam pertencer a família de bruxas. Isso o incomodava muito, porque se fosse verdade, se Loren descobrisse a magia seria algo do mal? Por isso ele se irritava, tentava de toda forma dissuadi-los, era até grosseiro e sua preocupação era enorme. Os nobres não mentiam e, se eles disseram, provavelmente, era verdade. Ele deveria ficar atento à Loren.

Via-a como uma menina boba e inocente, muito curiosa e, principalmente, teimosa. Não sentia nenhuma maldade nela, ao contrário, achava ela até boboca, justamente, por ser tão ingênua e utópica. Gostava de como ela sorria para ele, de como sua voz era suave mesmo quando ficava zangada. Adorava, acima de tudo, os cabelos cacheados e a risada escandalosa quando ela estava muito feliz.

Inclusive, gostava dos elogios que ela fazia a ele, mesmo sem entender o porquê de tantos, principalmente, quando se tratavam das coisas que ele fazia que eram tão normais. Só não gostava de ver ela se esforçando em buscar algo que não lhe parecia correto; no fundo tinha medo que causasse algum mal à ela e a todos em sua volta.

Mas ele não podia fazer nada a respeito. Shaido se sentia inútil naquela cidade. Não sabia como lidar com amizades e elogios. Certamente, precisava se esforçar em tudo, ser o melhor de todos, porque seus poderes mágicos despertariam e não poderia escondê-los. Seus avós e sua mãe tinham planos para seu futuro e esse era o motivo de almejar ser um homem poderoso para, futuramente, assumir o governo quando seu avô decidisse que era a hora.

Desejava o poder, conquistas e vitórias. Porém, queria fazer por suas próprias forças e não por magia. Gostava das lutas com armas e duelos amigáveis e também amava cantar. Sua voz e seu canto despertavam sentimentos bons no coração de todos. Na sua mente, o canto era mais importante que a luta, um era símbolo de alegria e paz, enquanto o outro era símbolo guerra; com certeza preferia a opção mais feliz.

Considerava a magia boa somente para quem sabia usar com sabedoria, ele não se achava sábio o suficiente. Não tinha um objetivo na vida e isso o irritava. Não tinha nenhum sonho, nenhuma paixão, mas tal pensamento era contraditório e somente ele não percebia, talvez, pela idade, que o fato de querer ser o melhor de todos e vencer por sua própria vontade, era um objetivo. Poder ter a magia, mas evitar usá-la preferindo lutar por suas próprias habilidades, era um sonho; e a sua preocupação com a paz, alegria e harmonia do reino era mais que uma paixão.

Acima de tudo, Shaido amava aquele reino, cada ser vivo que ali habitava fazia parte de algo maior que ele não compreendia em totalidade, mas queria proteger. No entanto, pensava que não havia necessidade de sua proteção ali, já que tudo estava bem e que, provavelmente, esse desejo era inútil no momento. Assim, seus dias e pensamentos se voltavam para o começo, onde Shaido se sentia um inútil e não sabia como lidar com amizades e elogios, muito menos, com pessoas tentando descobrir a magia que ele tanto queria evitar.

 

 

Naquele ano, como em todos os outros, a Imperatriz Beriune Monslynzeth de Les Marcheé, comemorava a data de seu aniversário com um festival de talentos, onde agraciava com títulos àqueles mais talentosos em diversas áreas.

Desde os mais jovens até os mais velhos tinham oportunidade de mostrar seu valor e serem recompensados por seus méritos. A Escola de Boandis, no litoral, claro que participava todos os anos, enviando à capital Imperah os seus melhores alunos, em diferentes modalidades de competições artísticas e esportivas. Nesse ano estavam muito confiantes, pois tinham os melhores alunos para representar a cidade: Shaido, Codhe e Khei, que foram escolhidos para junto do Coral fazer uma apresentação digna de grandes méritos. Foi a primeira vez que Shaido se sentira um pouco mais útil, com uma responsabilidade e uma oportunidade.

Criaram expectativas, sobre como era a Capital e sobre a possibilidade de ver o Imperador e a Imperatriz. Loren não foi escolhida, ela não tinha nenhum talento especial, era o que todos diziam. Claro que Codhe discordava, mas ninguém questionaria a escolha dos Mestres.

Imperah ficava na região norte, uma viagem de três dias e duas noites. Iam de trem, o único meio de transporte em massa que existia no reino; era barulhento e desconfortável. Mas nada tiraria a energia dos três amigos, que junto com mais trinta e quatro outros alunos e alguns Mestres, realizaram uma apresentação que marcou o coração de todos, ganhando assim seus primeiros títulos na área artística.

Nenhum deles viu os Imperadores, o que decepcionou os amigos, mas foram compensados pela beleza da Capital. Tinha as mesmas coisas que no litoral, menos a praia, o mar e o comércio era menor. Mas os castelos eram maiores e mais bonitos, as pessoas se vestiam diferente, mostravam-se mais ricas e mais elegantes; as moças tinham enfeites maiores nos cabelos e entre os jovens era moda cabelos em cores diferentes. Eles admiravam os tons vermelhos, rosáceos, azulados e até viram cores bem desbotadas, parecidas com mousses que comiam na sobremesa.

Sem dúvida, Imperah era diferente, como se houvesse algo mágico em toda parte. Cada pessoa parecia ter um tipo de magia e ninguém se importava com isso, era natural, não havia ninguém procurando por ela desesperadamente como muitas pessoas faziam em Boandis.

Havia magia em tudo, desde a confeitaria com tortas tão decoradas que pareciam serem feitas por mágica, a faculdade com seus alunos em uma aura de inteligência e benevolência, até o castelo de Bellephorte, que era a visão mais incrível jamais imaginada. Tudo parecia sempre ter sido assim, naturalmente.

E foi nesse momento que Shaido desejou morar na Capital. A família concordou, pois queria que ele aprimorasse seus estudos, conquistasse títulos e fosse à faculdade. Ele queria, principalmente, fugir da sua cidade, daqueles amigos e daquelas pessoas querendo saber sobre magia.

No fim daquele ano, quando Loren soube ele já tinha partido, sem aviso, sem despedidas. Ela chorou e nada no mundo a consolaria. Khei chorou pelo coração partido da amiga, Codhe chorou porque seu próprio coração estava se partindo, ele achava que era empatia; na verdade era amor.

Ele decidiu que traria a felicidade de volta para Loren, que faria ela sorrir novamente, esquecer Shaido, e descobrir a magia. Mas o tempo passou e ele não conseguiu nenhum dos seus objetivos, já que Loren perguntava todos os dias por notícias de Shaido e ele não conseguia mentir.

Codhe trocava cartas com Shaido. Nunca deu o endereço para Loren, mas não conseguia negar de enviar as cartas dela junto com as suas. Sabia que se não tomasse uma atitude, nunca ela esqueceria. Pensou em mentir, esconder as cartas e dizer que não mais se correspondiam.

No entanto, em sua casa ninguém mentia, pelo menos, era no que acreditava e sua família se orgulhava por isso. Consideravam um crime muito vergonhoso mentir, fosse qualquer tipo de mentira. Por isso, decidiu que sempre seria sincero com Loren, e assim, dois anos após Shaido ter ido para a Capital, Codhe não mandou mais cartas e pediu para o amigo fazer o mesmo. Então, pode dizer a Loren que não mais se correspondiam, de verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Les Marcheé" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.