White Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 31
Capítulo 31- O acordar


Notas iniciais do capítulo

Yo!!

Não, eu não esqueci White Angel, simplesmente ainda faltava para o jogo contra a Mannozaka terminar e eu não gosto de escrever jogos ;-; Mas enfim, aqui está o capítulo!

Boa leitura!



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Meiko

A Mannozaka estava novamente com a bola e avançava rapidamente até ao nosso campo. Tentava correr atrás e tirar-lhe a bola, mas as minhas pernas já não davam para muito mais depois, principalmente o meu tornozelo, isto de andar para trás e para a frente a fazer o trabalho de jogadores que supostamente deviam deter os nossos adversários! O que eu tinha dito realmente não servira de absolutamente nada.

O Shindou-senpai ainda tentou parar o SEED que já nos havia marcado golos com a sua keshin, mas também ele estava muito cansado para o conseguir fazer como devia ser, e ele acabou por passar pelo nosso capitão e ficar com a bola. Atrás de mim, ouvi o idiota do capitão adversário gritar para que ele usasse a sua keshin. Todos corremos para o tentar deter, mas fomos imediatamente bloqueados pelos seus companheiros. Se eles marcassem, ficaria uma grande desvantagem e não conseguiríamos marcar de volta. Tentava a todo o custo livrar-me da minha marcação, mas estava impossível, ele não tirava os olhos de mim e não me deixava um só segundo.

—Vou parar o teu remate, seja como seja. Mesmo que fique em pedaços! – e talvez ficasse. Duvidava que o Sangoku-senpai aguentasse muito mais.

O SEED não esperou muito mais tempo e evocou o seu Kijutsuma Purim. Aquilo era um pesadelo. O Sangoku-senpai não iria conseguir defender aquele remate e eu sabia-o. Iria acabar ali.

De repente, ouvi como o Kurumada-senpai gritar algo como Dash Train e vi que todo o seu corpo irradiava chamas enormes, seguindo de imenso fumo que saia pela sua cabeça. De seguida começou a correr a toda a velocidade, como um comboio desgovernado, o qual correu até ao SEED, que foi apanhado de surpresa e atirado ao ar, enquanto o nosso veterano levava a bola.

Ele tinha reagido. Tinha tirado a bola. Não íamos sofrer outro golo. Nunca fiquei tão feliz por os meus instintos de anjo estarem tão enganados!

— Kurumada-senpai! – ao contrário do Tenma não conseguia dizer nada. Estava um pouco sem palavras.

—Muito bem, Kurumada-senpai. – O capitão e o Sangoku-senpai pareciam bastante orgulhosos, assim como o próprio.

—Acabou-se o de vos deixar fazer o que quiserem e é-me igual contra quem nos enfrentamos, defenderemos o nosso futebol porque é nosso.

—Ei, Hamano! Nós também vamos. – Até o Amagi-senpai.

—Isto não podia durar muito, não é? – e o Hamano-senpai não parecia querer ficar atrás, então ambos saíram das suas posições na lateral.

—Isto é ótimo. – Estava feliz. Encarei o capitão.

—Sim, parece que por fim reagiram. – Sim! E já não era sem tempo.

—Vamos lá, rapazes. O jogo de verdade acaba de começar!

Sim! Agora sim. Agora poderíamos jogar futebol como uma autêntica equipa. Finalmente conseguiríamos mostrar-lhes o futebol da Raimon, o nosso verdadeiro futebol, aquele pelo qual todos ansiavam, mesmo que com muita teimosia não o quisessem jogar. No entanto, faltava alguém. Faltava um de nós ali. Por muito pouco convicta que estivesse, iria esperar. Talvez acabasse por mudar de ideias.

O Kurumada-senpai avançou com a bola, passando, pouco depois, para o Tenma, deixando-o subir. Passou por um dos adversários fazendo o seu Soyokaze Step, passando de seguida para o Hamano-senpai. Também ele começou por pisar a bola com bastante força, surgindo à volta dela vários grossos círculos de água. O veterano acabou por se colocar em cima da bola e gira-la enquanto andava, fazendo subir a água e enchendo a visão do adversário, passando por ele sem qualquer esforço. Aquela técnica fantástica chamava-se Naminori Piero. Já esperava que os mais velhos tivessem técnicas, mas não tão impressionantes.

Infelizmente a felicidade não durou muito. O idiota do capitão da Mannozaka retirou-lhe logo a bola. Só que agora notei a diferença. Se eles nos conseguiam tirar a bola, nós também o fazíamos. Sentia como a retorno dos veteranos nos tinha mudado os ânimos e baixado o deles. O pior de tudo era que faltava pouco tempo para terminar o jogo e ele não podia acabar com aquele resultado. Não podíamos perder.

Só que o SEED ficou novamente com a bola, avançando rapidamente para a nossa baliza e, com certeza, iria invocar a sua keshin. No entanto o Amagi-senpai pôs-se à sua frente, bateu com o punho no chão, fazendo saltar vários pedaços do campo, antes de surgir uma muralha gigante, a qual o SEED tentava passar, mas sem sucesso. Era impenetrável. Parou-o com o seu Viva! The Great Wall of China, onde estava o nosso veteran no topo, de braços cruzados e rindo.

O SEED perdeu a bola e ela foi parar exatamente aos pé dos Kurama-senpai. O único dos veteranos que ainda não se tinha dignado a mexer. O capitão da Mannozaka também sabia disso e não pensou duas vezes em avançar até ele para lhe tirar a bola.

—Passa-me a bola! – até o Tsurugi queria que ele se mexesse.

—Kurama-senpai! – mas nada. Até o próprio capitão adversário mandou o SEED avançar.

Todos os chamavam, todos queriam que ele reagisse, mas não se mexia um milímetro. Continuava de mãos nas ancas e de cara voltada para fora do campo, sem nem nos encarar. Até que de repente, quando o capitão adversário se aproximou o suficiente, ele voltou-se e rematou a bola bem alto, fazendo um passe em direção ao Tsurugi, o qual avançou rapidamente.

Finalmente. Finalmente a Raimon estava toda reunida. Finalmente poderíamos jogar futebol todos juntos, como uma verdadeira e completa equipa.

O Tsurugi avançou rapidamente até à baliza adversária, passando pelos defesas sem grande esforço, mas o goleiro parecia disposto a trava-lo a qualquer custo, invocando a sua keshin, Titán Goliath. Ainda assim o Tsurugi não queria ficar atrás, fazendo aparecer o seu Kensei Lancelot. Seria uma batalha de keshins. Ainda assim, o nosso pseudo-companheiro foi mais rápido, fazendo a sua Lost Angel, que avançou a toda a velocidade até à baliza adversário, o qual faz logo a sua técnica, com os escudos da sua keshin, a Guardian Shield.

As técnicas chocaram uma contra a outra, numa demonstração de poder, mas o Tsurugi não podia perder. Não ia perder.

—Vai, Tsurugi! – nem eu podia acreditar que tinha dito aquilo, mas precisamos que ele vencesse aquela batalha.

Assim que vi o escudo da keshin adversária quebrar, o Lancelot trespassou-o com a sua espada e a keshin desapareceu. A bola foi direta às mãos do goleiro, mas não serviu de nada. Ela entrou e nós conseguimos empatar. Nem podia acreditar que a pessoa que eu só queria dar um pontapé para fora dali, nos tinha acabado de ajudar. Tinha que admitir. Jogar ao lado dele não era mau… Não muito.

Toda a equipa estava entusiasmada, todos queríamos vencer e avançávamos pelo mesmo objetivo, unidos, tal como devia ter sido desde o princípio. Eu não fiquei para trás. Um dos nossos adversários tentou tirar-me a bola e não pensei duas vezes em usar a Black Gloss para passar por ele, passando rapidamente a bola para o capitão que avançou de imediato.

Notava-se que o goleiro adversário estava bastante cansado para invocar a keshin ou fazer qualquer tipo de movimento, mas ainda assim fê-lo e fez a sua keshin aparecer. Um dos seus companheiros apercebeu-se do estado dele e colocou-se à frente do capitão. Olhei para o Tsurugi e ele ainda estava bastante atrás, não chegaria a tempo para marcar, o jogo estava no fim. Respirei fundo e corri.

—Capitão! Aqui! – ele pareceu hesitar e olhou para trás, provavelmente à procura do Tsurugi – Por favor, confia em mim. – Encarou-me novamente, assentiu e passou-a rapidamente.

Apanhei-a sem grandes problemas e sabia que depois disto me iria arrepender profundamente. Se nunca a usei por alguma razão foi, mas a equipa precisava de mim, precisávamos de marcar e passar ao próximo jogo e eu não ia estragar isso.

Atirei a bola ao ar e saltei, rodando sobre mim mesma. Até que começaram a aparecer chamas num dos meus pés, envolvendo-me ambos os pés e assim que cheguei junto da bola, rematei-a com aquele que criara as chamas, passando-as para a bola, a qual foi em direção à baliza, após realizar o Fire Tornado.

A keshin ainda estava ali, mas notava-se o quão fraco o goleiro estava e mal tentou fazer a mesma técnica que usou contra o Tsurugi, a minha técnica rompeu-o e entrou na baliza.

Foi então que soou o apito final, terminando assim o jogo com a nossa vitória, fazendo-nos passar à semifinal do torneio.

—Já está! Já está! Já está! – olhei para trás e vi o Tenma e o Shinzuke correrem na minha direção, antes do Tenma me agarrar pelos ombros – Não sabia que tinhas uma técnica tão incrível! – a qual eu nem queria ter feito.

—É… Não é exatamente minha, mas obrigada.

—É do Shuya Goenji, certo? – claro que o Shinzuke sabia.

—A sério? Do teu pai? – assenti, vendo-os ficarem com caras tristes.

Já lhes tinha falado sobre o que aconteceu, sobre como não sabia do paradeiro dele, sobre como ele me tinha abandonado e ao meu irmão na casa dos meus tios e vê-los com aquelas caras depois da nossa vitória, só me fazia arrepender de ter feito aquela técnica.

—Vá lá, rapazes. Não fiquem com essas caras. Foi uma técnica que aprendi há uns tempos, gostava de saber uma também da minha mãe, mas o que importa é que vencemos, independentemente da técnica que tenha usado! – eles olharam para mim e sorriram um pouco – E olhem só.

Os veteranos correram para junto do capitão. Pareciam felizes, o que me enchia de alegria. Era bom finalmente ver um sorriso no final de um jogo, não aquelas cara de amargura, de arrependimento e tristeza. O futebol devia ser assim, sempre alegre, sempre cheio de sorrisos, principalmente quando vinham da nossa própria equipa. Mesmo que alguns deles não nos larguem as mãos e comecem a abana-las, felizes.

—Treinador… - assim que me ouviram dizer tal nome, pararam e ficaram logo em sentido. Ainda não entendi porquê, mas estava mais curiosa em saber o que queria o meu tio. Estava bastante sério.

—Muito bem, equipa. – Mas logo sorriu e senti-me mais aliviada – Esta vitória foi a primeira que conseguimos com o esforço de todos. Se unirmos forças, não há nada impossível. Agora é continuar a trabalhar para conquistar o Holy Road. – Levantou o punho em sinal de força. Lembrei-me então das gravações que havia visto. Ele não mudara nada em vinte anos.

—Sim.

Não houve uma só hesitação na nossa equipa. Houve dois de nós que nada disseram, mas também não espera que o fizessem. E não pensei duas vezes em correr até um deles. Tinha mesmo que dar o braço a torcer.

—Tsurugi! – parou assim que o chamei e sorri. Pensei que nem me iria ouvir – Muito obrigada. – Ainda assim ele ignorou-me, mas não consegui deixar de sorri, suspirando – Obrigada mesmo, sim?

Continuei a ser completamente ignorada mas estava feliz. Não sabia exatamente o que o futuro nos reservava com o Tsurugi na equipa, mas por agora, estava tudo bem.

*

Após levar o meu irmão aos hospital, estar um pouco com a minha mãe e deixar novamente o meu irmão em casa, corri para a casa do Tenma. Ele tinha-me convidado para ir lá festejar a nossa vitória porque a Aki iria comprar um bolo. Claro que eu não poderia perder isso. Felizmente, quando cheguei, ainda ninguém tinha tocado no bolo, estavam todos à minha espera já com os copos cheios de sumo de laranja, com os quais brindamos.

—Saúde!

—Parabéns por chegarem à semifinal. – Agarrou na caixa que tapava o bolo e levantou-a – E aqui têm isto como prémio. Uma tarde real de morangos, de três camadas e chantili.

Não podia acreditar! Parecia deliciosa. Claro que o Tenma tinha logo de começar a tirar os morangos, comendo um. A Aoi reclamou logo, dizendo que era suposto aquele morango ter sido para ela, assim como fez com o Shinzuke. Limitei-me a observar, divertida com a situação, pedindo, em silencio, à Aki, uma fatia de bolo.

Mal terminamos de comer, todos nos pusemos a falar do jogo. Também, sinceramente, não queria ter de falar em nada mais.

—Foi realmente incrível quando ele gritou Dash Train e correu como um. Pensava que o Kurumada-senpai era só de falar, mas fiquei surpreendida quando vi que fez essa técnica. – A Aoi estava mais entusiasmada que qualquer um de nós.

—Mas olha que a técnica do Amagi-senpai foi incrível! Aquela muralha conseguiu parar sem qualquer problema um SEED. Não foi, Shinzuke? – mas, para estranhar, ele nem lhe respondeu, murmurando algo – Passa-se alguma coisa?

—Nada não é nada. – Os meus companheiros eram tão maus a mentir. O que valia é que mais cedo ou mais tarde iriamos descobrir o que era.

—E sabes que quem marcou o golo da vitória foi a Meiko? – aquilo era tudo o que eu não queria falar.

—A sério? – assenti para a Aki, bebendo um pouco mais de sumo. Talvez mudassem a conversa – Tens uma técnica que ataque? – ou talvez a mudança não acontecesse tão cedo.

—Mais ou menos…

—É o Fire Tornado, do Shuya Goenji. – A Aoi podia ter ficado calada.

—O Fire Tornado? – a Aki parecia admirada. Pousei o copo e suspirei.

—Sim. – Olhei para cada um deles e revirei os olhos. Era óbvio que queriam saber como raio conseguia fazer aquela técnica – Tenho várias gravações dos jogos da antiga Raimon na casa do meu tio. Já os vi a todos e a cada um mais de um vez. O meu pai apareceu em vários, bem como aquela técnica e acabei por aprende-la. Inicialmente queria mostrar-lhe como podia estar ao seu nível, que podia ser uma jogadora forte por mim mesma, não apenas pelo nome que tinha. Mas acabei por perceber que estava a fazer exatamente o posto no dia em que fiz a técnica e percebi na rapidez com que a tinha aprendido. Sabia que cada vez que a usasse iria ser sempre comparada a ele, por ser sua filha e, claro, teria de saber fazer aquela técnica melhor do que ninguém, não é? – sorri – Por isso é que nunca tinha contado que a sabia fazer. O Fire Tornado é uma técnica que não quero voltar a usar. Tive de um fazer no jogo de hoje porque necessitávamos mesmo, senão ela continuaria sem ver a luz do dia.

—Mas estás enganada. – Olhei para a Aki. Ela sorriu-me com bastante doçura – A tua mãe e o teu tio também começaram assim. A imitar técnicas, as do teu bisavô. Realmente havia quem dissesse que tudo era graças a serem netos do Daisuke Endou, mas não foi nada disso. Eles eram fortes e conseguiram realizar técnicas poderosas que só o avô deles conseguiu e ninguém mais, mesmo havendo pessoas mais forte que ambos e poderiam realiza-las. Com o Fire Tornado, mesmo tendo sido imitado várias vezes, é uma técnica poderosa, que só os forte… - bateu-me com o dedo do lado esquerdo do peito – Podem realizar.

Sorri e vi que os meus companheiros faziam o mesmo. Nunca tinha visto a situação daquela forma, talvez nunca tenha querido ver. Deixei que o rancor que sinto para com o meu pai me cegasse e eu já podia ter usado aquela técnica em outras ocasiões.

Ainda assim, algo que me fazia recuar. Eu simplesmente não queria nada que me vinculasse a ele. Tínhamos o mesmo nome, o mesmo sangue e isso bastava para mim.


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Notas finais do capítulo

Reviews?!
Kissus!



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