Na Mira da Fama: Um Bom Motivo Para Sorrir escrita por BeaFonseca


Capítulo 16
Capítulo 15 - Fuga, Novo emprego e Pesadelo.




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Pov. Jimin

         Sophie me ignorou praticamente o dia todo no dia seguinte. E como estavamos todos ocupados nas organizando para viajar para Nova york, onde seria o próximo Show, não tive tempo de abordá-la. Ela parecia decidida a me evitar por completo. Por outro lado, Tony não se mostrava irritadiço, e vez ou outra me lançava olhares de preocupação. O que eu estaria perdendo?

         Desde que a notícia saiu no site de fofocas, as emissoras não paravam de jogar as filmagens em reportagens. Podíamos acompanhar pelo celular. Ninguém ainda sabia quem era a Sophie, e de alguma forma, eu estava feliz por isso, porque de fato, era preocupante a forma como o preconceito era abordado em relação a isso. E apesar de receber algum apoio no Twitter e perguntas sobre o caso, preferi não me pronunciar. Estava ficando desesperado.

— Você precisa resolver isso. – Sugar apontou para mais uma notícia absurda sobre o caso.

— Jimin! – Tony Hyung me chamou de repente, e Sugar se afastou. – Precisamos conversar antes de sairmos do Hotel. – Avisou, sentando-se de frente pra mim, na beirada da cama. Engoli em seco.

— O que aconteceu, Hyung? – Perguntei. – Se for sobre a Sophie, eu não faço ideia do porque ela está e ignorando o dia todo. Eu não sei o que fazer.. – Fui interrompido.

— Eu sei o motivo, e é sobre isso que vamos conversar. – Disse, e esperei. – Bang me enviou um Email, informando que nos encontrará em Nova york para decidirmos sobre essa notícia que repercutiu. – Suspirei. – Ouça, bem, porque não estou falando por mim, mas por toda uma industria musical. – Prendeu minha atenção. – Bang acredita que isso não está sendo bom para a imagem do BTS, e prefere que essa história tenha um fim.

Percebi que Tony parecia irritado com algo. Mas continuou.

— Como irmão mais velho de Sophie, quero toda a felicidade do mundo para ela. Mas infelizmente, não tenho poder para mudar a decisão de Bang. E foi pensando nisso que eu e ela decidimos que ela voltará para o Brasil, para longe de qualquer mídia coreana e qualquer ligação com a banda. Não posso arriscar vê-la apedrejada por causa de preconceito...

— Ir embora?! – Me levantei, exaltado. – Hyung, Sophie não pode ir embora, e-eu não quero que ela vá embora!

— Jimin! – Me interrompeu. – Se insistir nisso, fará os dois sofrerem, não entende? Eu agradeço por ter mostrado a minha irmanzinha que ela pode voltar a ser feliz. Então não torne isso mais difícil pra ela. – Tony segurou meu ombro. – Pense que ela estará melhor longe das críticas do qual a muito tempo evita. A decisão é dela de desistir disso, para não sofrer por perder pelo acaso novamente. É mais fácil de lidar. – Argumentou.

         Meu coração não batia. Estava congelado. Eu estava perdendo Sophie por motivos idiotas da mídia. Eu não sabia o que era pior. O fato dela desistir de nós, e nem ao menos tentar enfrentar tudo isso comigo, ou o fato de que, se ela ficasse, tudo realmente seria bem mais complicado.

— Eu preciso falar com ela. – Fiz questão de sair do quarto. Mas Tony me impediu.

— Tarde demais, Jimin. – Olhei para ele, incerto. – Sophie pegou o primeiro voou desta tarde direto para o Brasil. Lamento, mas foi preciso.

Senti minha respiração falhar. Eu estava prestes a gritar. Em passos automáticos, sentei na cama, chocado e com muita raiva para pensar em qualquer outra solução.

         Eu levei tanto tempo pensando que apenas sorrir já era o suficiente para tornar o dia de alguém melhor. Ou o meu dia melhor. Mas agora, eu sabia que era a máscara que me ajudava a enfrentar todos os meus dias ruins. Dançar e Cantar ainda era minha maior paixão. Mas Sophie... Sophie era meu motivo para sorrir agora. Meu principal motivo. Ela ir embora, era quase como se eu estivesse fadado a recolocar minha máscara.

 Como eu odiava essa máscara!

— Hyung! – Jungkook entrou no quarto, acompanhado de Namjoo e J-Hope. – Porque a Sophie foi embora?  - Perguntou.

Não olhei para ele. Nem para mais ninguém. Porque ela tinha ido embora? Pelo mesmo motivo que eu venho colocando essa porcaria de máscara de sorrisos falsos.

— Para fugir... – Foi a única coisa que eu disse.

***

Pov. Sophie

         Quase um mês apos minha “fuga” da turnê, cá estava eu, fazendo testes para concorrer a vaga de professora de dança em uma escola relativamente boa na capital de São Paulo. Desde que decidi ir embora, não tive mais notícias nenhuma sobre a banda, ou evitava ter. Tony mantinha contato por telefone, apenas por poucos minutos, apenas para saber se eu estava bem. Hoje, por exemplo, ele ligou para me desejar um feliz aniversário. Nem mesmo lembrava de que era comemorativo, pelo tempo que fiquei na Coréia.

         Por telefone, também descobri que a reunião de Bang havia sido bastante complicada, o que quase custou de fato o cargo do meu irmão. Ele só não o demitiu porque de alguma forma, eu havia salvado o grupo de um constrangimento internacional com a coreografia igual do GOT7 por culpa de Tuli. Também levou em consideração por achar que foi ideia de Tony me afastar do grupo e evitar que a banda tenha maiores prejuízos. Eu preferia que fosse assim.

         Por mais que doesse saber de tudo isso. Eu não tive coragem de perguntar como Jimin estava e sentia que possuía raiva pela minha falta de coragem de dizer que estava indo embora. Minha intenção era evitar despedidas tristes. Só queria guardar aquele lindo momento para mim. Já me era o suficiente para lidar com esse afastamento.

Respirei fundo, ouvindo alguém me chamar.

— Sophie, bem vida a nossa instituição! – O Reitor da escola de dança me saudou. Fiquei aliviada por ter conseguido a vaga.

         Depois de algumas conversas burocrática. Ele avisou que eu começaria no dia seguinte.

         Voltei para meu apartamento. Era o mesmo apartamento que morávamos antes de sair do Brasil. Tive sorte de está alugado, depois que Tony vendeu para um casal bastante simpático de nosso bairro. Donos de muitos imóveis. Não lembrava mais o lar que meus pais viveram. Mas se eu fechasse os olhos, podia enxergar todas as lembranças que eu tinha ali. Era bom retornar e perceber que nada disso me afetaria mais. Eu estava bem. Mesmo que meu coração estivesse quebrado, de alguma forma.

Boa tarde, vizinha!— Uma senhorinha de olhos puxados e sorriso simpático me cumprimentou no corredor do apartamento. Sorri.

Boa tarde!— Retribui, me curvando em respeito. Eles falavam muito bem o português. Mas ficaram feliz quando souberam que eu entendia seu chinês.

         Recentemente, havia descoberto que morava, de frente pra mim, um casal de idosos chineses. Eram bastante simpáticos e sempre me disponibilizava para ajudá-los em qualquer coisa que precisassem.

         O tempo começou a passar muito rápido depois disso. Ainda evitava qualquer notícia que tivesse a ver com os BTS. Mas em um determinado dia que cheguei em sala de aula. Os alunos pareciam agitados.

— Meu Deus! – Comecei a chamar atenção. – Qual foi o fenômeno da vez? – perguntei, com as mãos na cintura. Um grupinho de alunas se aproximou. Não tinham mais que 14 anos de idade. Estavam animadas.

— Os BTS vem para o BRASIL! – Disseram todas, animadas. Meu coração parou. Eu não tinha como esconder a expressão de surpresa.

         Eu sabia que eles viriam em algum momento, porque fazia parte do cronograma da turnê. Mas agora que eu estava começando a me acostumar com a falta que me faziam... principalmente meu irmão e Jimin...

Droga!

— Professora, Sophie, você está bem? – Uma das alunas perguntaram, preocupadas.

— S-Sim.. estou. – Tentei sorrir. – Vamos começar a aula! – Avisei, elas pularam.

— Podemos mostrar a coreografia que ensaiamos da música deles? – Mais um vez, elas perguntaram.Fique surpresa. – Ela é nova e eles mandaram um vídeo com a prática para um novo MV no you tube.

         Eu não sabia o que dizer, porque novamente, voltei as lembranças do dia em que criei a coreografia. Era minha. E eu iria revivê-la?

         Não tive muito tempo de impedir que elas dançassem, porque colocaram a música e se agruparam. Era quase como vê-los novamente. Interrompi, sem saber exatamente o que estava fazendo.

— Não, não... devem dar um tempo nessa arte. – Mostrei para elas um trecho em que não sincronizaram.

— Também é uma fã deles, professora? – Se animaram. Sorri.

— Andei vendo algumas danças. – Me limitei a dizer. Não precisavam saber que tinha sido eu a criadora daquela coreografia. Talvez nem acreditassem em mim, no fim das contas.

         Bom, por algumas horas, pude esquecer que eles estavam prestes a vir para o Brasil, e que meu coração saltava de pela boca em angustia e ansiedade. Eu não podia vê-lo. Não quando estava indo tudo bem. A ideia era me manter afastada, e eu ficaria. Mas isso não me impediria de ver meu irmão e Sook. Sentia falta deles. Além do mais, eu não podia esquecer que logo após a Turnê, Os dois se casariam.

Minha menina.— Ouvi novamente a voz da senhora Humiko e me aproximei dela.

Aconteceu algo, Senhora Humiko?— Perguntei, preocupada.

Oh, não, não! — Ela expressão, feliz. – Eu gostaria de saber se gostaria de jantar com a gente hoje. Meu netinho chega de viagem daqui a algumas horas, e queríamos que ele se enturmasse com nativos.— Pediu, gentilmente.

Será um prazer conhecer seu netinho, senhora Humiko!— Aceitei. Eu até conseguia imaginar a felicidade que o casal Chan deva está sentindo. Ver algum familiar de tão longe.

         O dia seguinte seria um sábado, então eu não precisava me preocupar em acordar cedo ou repassar alguma teoria sobre dança, antes dos ensinamentos na sala de aula. Aproveitei o tempo livre para pesquisar o dia que a banda viria. Eu não tive coragem de perguntar a meu irmão. Mesmo sabendo que, no momento em que colocasse os pés no Brasil, seria sua primeira ligação.

         Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo por saber que ainda faltava um mês até a apresentação aqui. Me dei conta que os valores dos ingressos eram absurdamente caros, e já até esgotaram. Fechei o Notebook com certa inquietude. Mesmo ter se passado tantos meses assim, eu ainda sentia muita a falta de Jimin. Eu havia encontrado meu caminho com a dança. Mas ainda não consegui rumo pro meu coração. Era apenas dele, e duvidava muito que um dia deixasse de ser.

         Reparando a hora do jantar tão próxima, decidi que seria uma boa ideia ir para o apartamento da senhora Humiko, antes que ela bata a minha porta perguntando se eu havia desistido.

         Tranquei minha porta e andei alguns passos já dando pequenas batidinhas na porta dela. Eu esperava ouvir alguma risada infantil ou passinhos correndo. Mas no momento em que a porta abriu, eu só conseguia pensar o quanto o destino poderia ser um verdadeiro piadista. 

Que pesadelo!


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Notas finais do capítulo

Oi gente!!! Mais um capítulo fresquinho!

Vcs já imaginam quem seja o suposto neto da Sra. Humiko?? Deixem nos comentários!!

Bjss e até amanhãaaaaa!!!



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