Quando chegamos, notei a presença de muitos fotógrafos e fiquei preocupada com o fato de aparecer assim, ao lado da Boy band. Pensando também nisso, Tony se pós entre mim e Sook no caminho até a entrada do club dos artistas, seguido dos garotos que sorriam animados para cada fotógrafo.

         O lugar estava incrivelmente organizado e enfeitado. Muitos artistas circulavam para lá e para cá. Muitos nem mesmo eu reconhecia.

— Quero que fiquem o mais confortável possível. É hora de andarem por aí e aproveitarem a festa, caso queiram. — Tony sugeriu, e trocou algumas palavras com algum rapaz que cuidava das mesas para cada artista e grupo. O nosso, estava próximo a o palco principal, o que era maravilhoso. Ouvi dizer que davam privilégios para artistas estrangeiros.

         Os rapazes apenas assentiram com a ideia, concordando em continuarem sentados por um tempo. Muitos começaram a cochichar sobre alguns famosos que passavam por ali perto.

         Quando sentei, notei que Jimin sentou ao meu lado. Fiquei feliz por isso, e nem sabia porque. Aliás, sabia sim. Mas não queria admitir.

         Vi quando Tony se levantou e cumprimentou um homem próximo a ele, com um largo sorriso. Em seguida, ele nos apresentou.

— Garotos, este é Sam Harrys, o atual empresário da Banda Backstreet boys. Um grande amigo.— Tony deu tapinhas no ombro do amigo.

— É um prazer conhecer K-Idols. – Sam disse, em seu inglês. Os rapazes não entenderam bem, a não ser Namjoo, que sabia a língua. Traduzi para eles, que sorriram animados.

         Depois disse, Tony iniciou uma longa conversa animada com o velho amigo. Toquei no braço de Sook, respirando fundo.

— Unnie, me dize que Nick Carter não está logo atrás da gente!— Fiquei ansiosa, afinal, Backstreet boys eram uma das minhas bandas favoritas na adolescência. Meu preferido era o Nick, claro. Como chamam mesmo na Coréia? Ah, Bias.

— Eu deveria mentir?— Ela parecia segurar os riso e não contive a empolgação.

— Aigoo!— Expressei em coreano. – Eu sempre fui loucamente apaixonada por ele.— Note que Namjoo ria com o que eu dizia e os rapazes tinham suas expressões confusas. Estava bem óbvio que não tinham ideia do que eu estava falando. – Vocês precisam aprender com esses gênios da música!

         Jimin parecia impaciente, contendo a vontade de revirar os olhos. Ignorei. De repente, percebi uma figura alto e perigosamente sexy passando do outro lado do club. Não evitei tocar o braço de Sook novamente.

— O Maluma está aqui!— Quase gritei. Sook riu.

— Ele é muito bonito mesmo, que Tony Oppa não me escute.— Disse, com uma risada discreta. Meu olhos acompanhavam aquela figura sensual sentado em uma mesa agora, de terno e gravata.

         Eu poderia desmaiar ali mesmo, se ao menos conseguisse me mexer. Recebi uma cutucada leve de Jimin.

— Se está tão empolgada, porque não vai pedir autógrafo?— Jimin estava claramente debochando. Pensei em ignorar. Mas até que me pareceu divertido seu ciúmes.

Minha nossa! Jimin com ciúmes?! Era isso mesmo? Mais uma vez, meu coração acelerava descompassado. Porque meu ego explodia em felicidade? Pensei que deveria ignorar essas coisas para evitar ser iludida. Essa era ideia, não era?

Não! Definitivamente não estava funcionando. Pensei por um momento, até que ponto iria o ciúmes dele?

Percebi que eu estava prestes a testar isso, e provavelmente, me arrependeria. Me levantei, com um largo sorriso.

— Essa é uma maravilhosa ideia.— Falei, me afastando deles e caminhando entre a multidão que passeava de um lado para o outro.

         Eu não tinha ideia do que estava fazendo. Mas estava gostando dos resultados. Jimin bufava inquieto, até eu sumir de vista.

         Não achei que realmente chegaria tão próximo a mesa do Malume, e me arrependi de não ter ido primeiro da mesa dos Backstreet Boys. O que eu estava pensando? Nick Carter era minha prioridade. Mas o Maluma.. ah, o Maluma! Era um verdadeiro pecado.

         Peguei uma taça de vinho, disfarçando minha repentina timidez. A quem eu estava querendo enganar? Não conseguira chegar nem perto dele.

        Com esse pensamento, desisti de continuar, e acabei esbarrando com um peitoral forte. Por muito pouco, o vinho não derrubou.

— Não olha por onde anda não? – Ralhei. Mas parei no momento em que percebi quem era.

— Oi Baby! – Jackon exibia um malicioso sorriso no rosto.

— O que quer?— Perguntei, trocando o peso de um pé para o outro.

— Eu? Você que esbarrou em mim! — Disse. – Ficou com saudades?

— Vejo que continua sonhando com isso.— Debochei, pronta para desviar o caminho e voltar para a minha mesa. Ele me impediu.

— Relaxa, Baby.— Puxou minha mão livre e deu um rápido beijo. – Estamos em uma festa, e é dia de aproveitar.

         Mal percebi quando tirou minha taça de vinho e colocou em uma mesa, me puxando em seguida para a pista de dança, onde alguns “casais”, dançavam animadamente. O que ele pensa que está fazendo?

— Eu não vou dançar com você!— Quase gritei, irritada. Ela puxou meu braço, no momento que os casais, incrivelmente, iniciaram uma coreografia simples de tango.

— Se sair assim, vão te achar uma garota rude, e não vai querer causar má impressão para seu grupo, não é?— Ele disse, e o fitei, furiosa.

         Senti mais raiva ainda por perceber que ele estava certo. Eu não podia criar confusão em uma festa como esta. Não tive outra escolha se não aceitar dançar com ele. Para a minha imensa surpresa, o troglodita sabia dançar muito bem. Não me dei conta que estava concentrada nos passos. Eu lembrava bem, porque era uma dança básica, de todo inciante de tango.

         Quando a dança terminou, fiquei ainda mais furiosa por ter gostado. Ele era, definitivamente, uma pessoa terrível.

— Você é tentadora, Baby. Mas não parece dançar com a alma.— Seu comentário me chamou a atenção. O que ele estaria insinuando? Que eu não dançava bem?

— O que quer dizer com isso?— Perguntei, mesmo sabendo que nem deveria dar trela para seus comentários.

— Você domina a técnica. Mas não deixa fluir a emoção. É quase como dançar com um robô programado.— Deu de ombros. Me senti completamente ofendida com aquele comentário.

— Talvez porque você não me traga emoção nenhuma!— Retruquei, caminhando com passos pesados até a minha mesa, e certa de que tanto os meninos, quanto Sook e Tony, tinham me visto dançar. Fiquei envergonhada em olhar na direção de Jimin, que muito provavelmente, soltava fumaça por todos os poros.

— O que foi aquilo? – Tony estava chocado.

— Uma dança. – Respondi, me sentando. Me arrependi por não ter pego outro vinho.

— Nunca imaginei que chegaria a dançar tango em uma festa, ainda mais com a concorrência. – Tony relatou, surpreso e de certa forma, impaciente.

— Também não. – Foi a minha resposta.

         Depois disso, minha cabeça começava a martelar ruidosamente sobre o que o idiota do Jackon havia falado. “Sem emoção”. O que exatamente estava faltando? Eu amava dançar... Porque ele estava dizendo isso?

 - Noona, você está bem?— Foi Jungkook quem perguntou, próximo a mim.

— Honestamente, não.— Soltei, bufando. Jimin parecia ainda mais inquieto.

         Eu sabia que eles não tinham culpa do meu mal humor repentino, e nem tinham ideia do que havia acontecido de fato. Mas eu não conseguia controlar minha expressão. Nem mesmo surtei quando Bruno Mars estava cantando sua nova música e deixando todos animados. 

         Depois de longas conversa, decidi que não valeria a pena ficar irritada com bobagem e retomei a conversa com os rapazes, animadamente. Jimin ainda não estava completamente sorridente, e eu conseguia contornar isso com algumas breves palavras. De alguma forma, vê-lo infeliz não me fazia bem.

— O anfitrião está convidando vocês a cantar no palco do club.— Tony anunciou, empolgado.

         A banda se levantou, confiantes. Fiz muito esforço para controlar os nervoso. Eles logo apresentariam a nova coreografia e eu estava muito empolgada. 

         Todos presentes, na verdade, pareciam interessados na nova música e coreografia dos K-idol e estavam bastante animados com a performance. Não poderia me sentir mais orgulhosa. As palmas foram gerais e Tony traduziu a fala de cada um deles após espetáculo. Meu coração parou quando Tony informou que eu era a responsável pela nova coreografia, e oficialmente a nova professora deles.

         As palmas continuaram, mesmo que o público em geral não dessem muita atenção para esse detalhe. De qualquer forma, eu estava feliz com o resultado e bastante realizada.

         Não demorou muito para a maioria dos artistas se apresentarem em nossa mesa, com a minha ajuda e a de Tony traduzindo. Em um desses momentos, até mesmo os Backstreet boys vieram cumprimentar a banda, e me segurei muito pra não pular no pescoço de Nick Carter e nunca mais soltar.

         Até mesmo Rick Martin veio em nossa mesa, e pensei o quão desperdício era esse homem ser gay. Claro que era uma sorte para outros homens que gostavam. Porém... eu lamentava mesmo assim. Ariana Grande também apareceu, e tive que conter muito a vontade de pisar no pé de Jimin, que tinha um enorme sorriso no rosto. Definitivamente, eu não gostava de Ariana Grande, e não foi só pelo fato dela sorri para o meu ruivo...

         Espera aí... Meu ruivo? Desde quando ele era meu ruivo? Bufei. Nada disso! Eu estava enganada. Ele não era nada meu, e nunca será. Eu já deveria está conformada com isso. Aliás, pensar nele com outras garotas, me ajudava a processar melhor isso.

Senti que a noite seria longa.