No Time For Love escrita por Unhas Roxas


Capítulo 5
Sou proibido de amar




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    P.O.V. Nico.

 

     -Não! –Eu disse. –Faz três dias que ela sabe que é meio-sangue, a Anna também?!

 

     -Eu não faço profecias Nico, -disse Rachel com um olhar um tanto triste. –Eu apenas passo elas à vocês. E é só uma das varias interpretações possíveis.

 

     Olhei para Anna, ela estava completamente perdida, era de se esperar que logo agora que as coisas estavam dando certo, acontecesse uma coisa dessas. 

 

     -Acho que é suficiente por hoje. –Falou Quiron, olhando para cada um de nós. –Descansem, amanhã depois das aulas nós nos reunimos de novo.

 

     Eu sai pisando forte em direção a minha cabana, todos estavam voltando do jantar e me viram passando, imaginei na hora o que todos estavam pensando.

 

     Cheguei ao meu chalé, eu estava com raiva. Raiva da profecia, raiva de Quiro, por achar que eu fazia parte, raiva de Rachel, por achar que Anna fazia parte, raiva de Percy, por ter interrompido meu beijo com Anna. Queria gritar!

 

     Soquei a parede, coisa idiota para se fazer quando esta com raiva, você acaba descontando sua raiva nos seus próprios punhos. Eu precisava sair daquele lugar. Eu não iria ficar naquele lugar cheio de loucos!

 

     Estava jogado na cama e peguei no sono.

 

     Como sempre eu sonhei, não foi um sonho ruim considerando que Hades é meu pai.

 

     “-Olá filho.

     -Oi pai, o que esta fazendo aqui no meu sonho?

     -Eu não posso simplesmente querer visitar meu filho?

     -Pode, mas o senhor não é assim.

     -É verdade. Estou aqui para lhe dar um recado: eu proíbo você a se apaixonar por qualquer pessoa.

     -O que?

     -Você é surdo garoto? Foi o que eu disse, eu ouvi a profecia, Perséfone me contou. Há possibilidade de você fazer parte dela, se estiver apaixonado vai estragar tudo.

     -Mas tudo o que? Eu ainda não ouvi a profecia inteira...”

 

     -Nico di Ângelo! Abra essa porta agora! –Anna gritando do lado de fora do chalé me acordou.

 

     -Oi Anna. Entra. –Segurei a porta e ela passou.

 

     -Como você enxerga aqui? –Ela não me deixou responder. –Sabe, essa sua posse de marrento até que combina com você, mas eu não gosto muito.

 

     -O que? –Garotas são confusas.

 

     -Estou falando de você sair com raivinha e batendo o pé lá da casa grande. Se tem a possibilidade de eu fazer parte da profecia, você não vai mudar nada dando ataque. –Ela sentou na minha cama olhando atentamente para tudo no meu quarto.

 

     -Você não entende, é muito perigoso, ainda mais quando eles não nos contam sobre o que fala a profecia. Não quero que ninguém se machuque, nem o Percy, Annabeth, e muito menos você!

 

     -Eu sei disso, -Anna estava sorrindo de leve, definitivamente, garotas são confusas. -Também não quer que ninguém se machuque, mas agora não adianta dar ataque. Annabeth me falou, depois que você foi embora, que talvez nos contem como é a profecia, amanhã.

 

     Eu não respondi, ainda estava com raiva, se falasse qualquer coisa iria acabar magoando Anna. E ainda tinha o sonho, por que o meu pai iria falar para eu não me apaixonar? Logo agora que eu estava começado a... bom, esquece.

 

     -Anna... Eu vou embora.

 

     -O que? Mas já? –Ela estava com olhar mais confuso que eu já vi, também tinha tristeza em sua expressão.

 

     -Sim... Eu não vou aguentar isso, é ridículo! Sair atrás de uma profecia que nós nem sabemos qual é! Provavelmente ela nem fala sobre nós, acabou de ser feita! –Droga, eu já estava gritando.

 

     -Acalme-se Nico. Tudo bem, pode ir, mas saiba que será muito egoísmo, deixar tudo pra cima do Percy e da Annabeth. –Ela foi indo em direção da porta. –E mais uma coisa, eu vou sentir saudades.

 

     E ela foi embora. Me deixando sozinho naquele quarto escuro.

 

***

 

     P.O.V. Anna

 

     Fui andando para o meu chalé, eu realmente iria sentir falta daquele esquisitinho. Ainda mais por que eu teria que ficar sozinha.

 

     Estava frustrada, entrei no meu chalé e peguei o violão de Robert, meu meio-irmão mais legal (que ainda não tinha voltado do jantar), e fui em direção a praia, que encontrei Nico naquele outro dia. Cheguei, me sentei na areia fina e comecei a tocar.

 

     A musica flui em mim. Comecei a juntar alguns sons e de repente eu tinha acabado de criar uma nova musica, ainda faltava letra, mas frustração, raiva, tristeza, incerteza são os melhores sentimentos quando se quiser escrever uma musica. Logo eu já teria uma letra.

 

     -Eu gostei.

 

      Me virei e vi uma menina vindo em minha direção, nunca havia a visto ela em lugar algum do Acampamento.

 

     -Ah... Obrigada. Eu sou Anna, filha de Apolo.

 

     -Sou Juniper, uma dríada. Mas o que esta fazendo há essa hora aqui?

 

     -Aqui é um bom lugar para relaxar, e pelo visto para escrever musicas. –A tal Juniper, parou em pé do meu lado.

 

     -Mas essa sua musica tem muita tristeza, uma melodia muito solitária.

 

     E lá estava eu sozinha e triste, conversando com uma dríada (eu não sabia o que aquilo significava) que eu nunca tinha visto na vida. Pelo menos ela tinha gostado da minha musica.

 

     -Eu me sinto assim...

 

     -Pois não sinta, a vida é curta de mais para desperdiçarmos com sentimentos ruins.

 

     É verdade.

     Eu não falei nada, ela se despediu e começou a ir embora. De uma maneira estranha eu comecei a ficar menos triste, e voltei para o meu chalé com uma leveza incomum.

 

***

 

P.O.V. Nico

 

Domingo, 15h, uma hora para o Capture a Bandeira.

 

     -Você não pode ter os dois Annabeth!

 

     -Atena se aliou a Poseidon e a Hades primeiro, podemos sim ter os dois, Clarisse.                        

 

     -Pode ficar com seu namorado, queremos o Nico. –Dizia Clarisse.

 

     Percy e eu estávamos a uma hora esperando que a decisão fosse tomada, mas enquanto isso deixa eu explicar o que aconteceu naquele dia.

 

     Eu acordei de mau humor, tinha uma pequena mochila com as minhas coisas no meu chalé caso acontecesse o pior. Tomei café sozinho, não havia aula, fui dar uma volta, acabei na floresta brincando com Sra. O’Lary.

 

     Depois de almoçar encontrei Anna sozinha sentada embaixo de uma arvore, tocando um violão, fiz com que ela não me visse. Era uma melodia triste, mas triste de um jeito muito bom. Ela parou de tocar.

 

     -Eu sei que esta ouvindo. –Ela disse sem se mover.

 

     -Como? –Perguntei, me sentando ao seu lado. Eu nunca havia falhado, se eu quisesse ninguém nunca me incontraria. Mas Anna me descobriu.

 

     -Na verdade eu não sei, apenas senti uma sombra aqui e algo me disse que era você.

 

     -Sua musica é muito bonita.

 

     -Obrigada. Mas então decidiu ficar. –Ela olhou para mim, com suas reservas de esperança se esgotando.

 

     -Não poderia deixar meu time perder.

 

     -Capture a bandeira? –Anna perguntou. Eu fiz que sim com a cabeça.

 

     -Toque outra vez.

 

     -Não... Se eu fosse tocar alguma coisa outra vez, com certeza não seria aquela musica.

 

     -Por que não?

 

     Ela sorriu, me deu um beijo na bochecha e se levantou.

 

     -Talvez um dia eu até te conte, mas agora eu preciso ir me arrumar. –Ela foi embora, mas eu estava tão abobalhado que nem lembrei de perguntar “pra que?”

 

     Eu fiquei um tempo sentado ali, e naquele momento percebi que eu não conseguiria obedecer ao meu pai. Eu já estava perdidamente apaixonado por Anna, a loira e incompreensível, Anna, filha de Apolo.

 

     Pouco importa o que aconteceu depois disso, só sei que acabei aonde acabei, esperando (com Percy), Annabeth e Clarisse se decidirem quem iria ficar com quem na hora do jogo.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando, já já vamos descobrir como é a profecia!
Bjux