Ao sair da lareira passei a mão por minha roupa tirando a fuligem, olhei em volta. Não tinha muita gente na recepção do Saint Mungus, e os poucos que tinham não deram atenção para a minha entrada.

Seguir para os elevadores e apertei o número nove. Muitos não sabem e acham que os números sete, oito e nove nos elevadores são só de “enfeites”, mas esses andares ficam os consultórios dos médicos daqui.

Suspirei ao sair do elevador, preparava-me psicologicamente para o que iria acontecer em seguida. Foi quando uma muralha entrou na minha frente, ergui um pouco a cabeça para olhar o homem que bloqueava a passagem.

— Não pode entrar aqui! – Ele disse.

— Posso! – Retruquei revirando os olhos.

— Não pode só pessoas autorizadas entram aqui, duvido que você esteja!

— Olha aqui, querido! – Bufei – Eu sou uma auror e tenho um assunto muito sério para tratar com a doutora Malfoy.

Ele sequer piscou quando eu terminei de falar.

— Doutora Malfoy está em reunião!

— Ótimo eu espero. – Respondi tentando passar.

— Não pode entrar!

— Ok me estressei! – Falei ao retirar a varinha dos bolsos – Petrificus Totalus! – Lancei o feitiço antes mesmo dela alcançar a varinha, ele caiu aos meus pés, petrificado – Eu disse que posso! – Pisquei.

Segui para a sala de Astória, já tinha estado algumas vezes lá. Antes de abrir a porta eu olhei para o segurança caído no chão e acenei com a varinha, um feitiço Finite

— ASTÓRIA!!! – Gritei entrando na sala dela.

Ela que estava sentada atrás de sua mesa ergueu os olhos para mim, assustado. Na frente dela estava Victoire Lupin, antigamente Weasley, que virou para me encarar.

— Qual o teu problema Longbottom? – Victoire me perguntou descrente que eu estivesse aqui.

— Muitos! – Respondi sentando-me em um dos sofás da sala – Por isso estou aqui! Preciso da sua ajuda Astória! – Concluí olhando a Malfoy – E talvez você possa ajudar também, Vic!

— Que tipo de ajuda Alice? – Astória se manifestou suspirando – O que é dessa vez?

— Vão ter que prometer que vão ficar em silêncio! – Eu pedi – Ninguém pode saber disso!

— Alice isso é contra a conduta do hospital! – Victoire falou me avaliando.

— Em menos de duas horas eu já violei mais de vinte regras do Quartel dos Aurores Vic!

— Ok Alice! – Astória falou – Nos conte e nós avaliamos o que podemos fazer.

— Você não entendeu Astória! – Eu suspirei – Vocês vão ter que prometer antes.

— Alice... – Victoire começou e eu a interrompi.

— Desculpa Vic, mas eu não posso arriscar isso mais do que já arrisquei. Só se prometerem!

— Ok Alice eu prometo! – Astória falou me avaliando, Vic a encarou esbabaçada.

— Astória? – A Lupin perguntou confusa.

— Deve ser algo muito sério para a Alice está aqui às 3:35 da madrugada Victoire!

Eu olhei para Victoire que acenou como se concordassem.

— Ok vou ser bem rápida! – Cometei e suspirei – Eu não sei muita coisa, mas Albus e Scorpius estão lá em casa.

— Meu filho! – Astória me interrompeu, os olhos brilhando em lágrimas.

— Sim! – Continuei, essa era a parte mais difícil – Mas eles não estão bem... – Vi que iriam me interromper e por isso falei mais rápido – Eles foram torturados e Scorpius está quase morrendo! – Astória quase rompeu em lágrimas.

— Morrendo? – Vic me perguntou de olhos arregalados.

— Sim! – Suspirei – Quando eles chegaram eu mandei Albus tomar um banho e tentei estabilizar Scorpius, mas nenhum dos feitiços funcionaram. – Bufei relembrando – Chamei a Roxanne e ela falou que precisávamos traze-lo para cá e que ele foi envenenado.

— Acompanhe a Alice até o apartamento dela Doutora Lupin! – Astória falou em tom profissional – Irei preparar meu consultório para ele ficar aqui. Você e a Doutora Weasley estarão encarregadas de cuidar dele. Pegue tudo o que for necessário é vá! – Sorri para Astória.

— Melhor! – Vic exclamou olhando para mim – Vá e diga a Rox que eu estou a caminho e que é para começar a prepará-lo, chego logo.

Victoire saiu da sala correndo. Virei-me e encarei Astória.

— Obrigada! – Falei.

— É meu filho Allie, ele está vivo e eu vou fazer o possível para que assim ele continue.

Sorri para ela e entrei na lareira que ela tinha na sala o pó de flu nas mãos.