Contos Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 11
Em Perigo - Parte Dois




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/724977/chapter/11

Astrid

Tinha um criar algum plano para tirar o soluço daquele lugar. Mesmo com tudo que aconteceu conosco durante todos esses anos acho que nunca tinha o visto tão machucado como ele estava agora.

—O que faremos Astrid?

—Apenas eu e você não será​ o suficiente para lidar com todos eles. Precisamos de apoio. Volte ao domínio e traga todos aqui. Tente retornar antes do amanhecer. Resgataremos ele enquanto estiverem dormindo. Vou dar uma olhada pelo resto do acampamento e ver se Banguela está por aqui.

—Se algo acontecer com você, soluço vai me matar Astrid.

—Sabe que sei me cuidar melequento. Agora vai e volta o mais rápido possível. E não façam muito barulho quando chegarem, podem acabar acordando algum deles, pousem na areia.

Assim que melequento voo no dente de anzol, eu deixei tempestade escondida em uma pequena gruta que ficava perto da beira da praia enquanto voltava para dentro da floresta.

Andei até o acampamento novamente e logo senti o fedor. A coisa que estava dentro do caldeirão tinha um péssimo cheiro, já estava me deixando com mal estar. O que seria aquilo ?. Soluço ainda estava pendurado de cabeça para baixo, ver ele daquele jeito fez meu coração doer forte.

Um homem saiu da única barraca que estava montada naquele lugar. Mesmo com o capuz puder ver quem era, o caçador que tinha capturado o soluço tempos atrás para conseguir a recompensa que Viggo tinha colocado pela cabeça dele.

Ele foi até o soluço, falou algo a ele e indicou para que seus homens o levassem para a cabana. Ele mal conseguia ficar em pé, então eles o carregaram. Tentei me aproximar mas muitas pessoas estavam perto foi ai que escutei um som de um dragão e soube que era o banguela.

Corri até o outro lado do acampamento, banguela estava amarrado mal conseguia se mexer, assim como o soluço, eles os estavam torturando também e pareciam estar gostando de fazer aquilo pois sorriam e riam. Tive vontade de matar todos, como conseguiam fazer tão mau a um dragão, aquilo era doentio.

Pouco tempo depois, os homens saíram de perto do banguela, então me aproximei dele. Estava triste e aparentando estar cansado mas assim que me viu sua expressão mudou. Coloquei minha mão pela grade e tentei confortar ele um pouco.

—Banguela não se preocupa logo você vai sair dai, eu prometo.

Tive que deixar banguela trancado pois se descobrissem que ele fugiu, as coisas poderiam ficar mais complicadas que já estão. Continuei a me manter afastada do acampamento, enquanto observava tudo que acontecia. Se contei corretamente eram ao todo pouco mais de dez homens, queria lidar sozinha com eles mas sei que seria impossível.

Vários pacotes estavam sendo colocado dentro de barris com o mesmo símbolo daqueles que encontrei. Enquanto homens carregavam os pacotes, outros cuidavam do que estava dentro do caldeirão. Um deles molhou um espécie de graveto mas muito fino e chamou uma outra pessoa e o espetou com ele. O homem espetado segundos depois começou a cambalear e de repente caiu no chão desacordado. Deve ter sido com aquilo que o melequento foi atingido. Se durante a nossa tentativa de recuperarmos soluço formos atingidos por aquilo, nossa missão irá falhar. Preciso estragar aquela mistura estranha.

Soluço

Assim que desembarcamos em uma ilha fui levado para uma tenta e os homens que o caçador havia deixado comigo, me torturaram a chutes e murros por dias pra descobrir onde eu havia conseguido o banguela mas eu não falei nada, o que enfurecia ainda mais a eles.

Mais um dia, se não me enganei em minhas contas já era o sétimo dia, mais sangue escorre no meu nariz. Estava sentindo dor por todo o meu corpo, tinha certeza de que estava repleto de marcas avermelhadas que em breve se juntariam com as marcas roxas já existentes. Mas mesmo levando todas aquelas pancadas, não havia como não me preocupar com banguela. Depois que o caçador me falou que queria a pele dele, meu medo de que matassem ele cresceu. Pedi aos deuses de que ele ainda estivesse vivo.

Depois de outro soco, senti que o lado direito do meu rosto estava muito mais inchado, pois não conseguia enxergar muito bem, mal percebi quando o caçador entrou na tenda, agora não estava mais usando o capuz e quando se aproximou de mim, pude ver uma corda em sua mão.

—Então, alguma coisa ?

—Nada, ele não diz nada.

—Como eu disse soluço, eu sou bem paciente, mas temos que admitir você é bem teimoso. Vocês devem estar cansados de tantos murros é melhor descansarem. Usem essa corda e o amarrem do lado de fora, para ele tomar um ar e de cabeça para baixo, na maioria das vezes funciona.

Os capangas do caçador me levaram para fora da barraca e me amarraram como ele mandou. Durante todo o tempo que estive aqui, sempre senti um fedor mas não sabia de onde vinha. Assim que me colocaram aqui pude um liquido acinzentado fervendo dentro de um caldeirão e pude perceber que todo aquele cheiro vinha dali e ao lado, no chão, tinha muitos espetos finos com as pontas cinzas. Para que aquilo servia ?.

Quanto mais tempo passava, mais minha cabeça doía. Estar naquela posição fazia com que minha cabeça doesse mais do que qualquer parte do meu corpo. Enquanto estava ali, vi homens agrupando coisas, outros comendo e alguns me olhavam e riam da minha situação. Tentei rodar para ter uma visão melhor do local que haviam me trazido, mas era muito complicado, apenas consegui ver que estávamos em uma floresta apenas isso.

—Então soluço, pronto para falar ?

—Não irei dizer nada.

—Que pena, lembra-se de que lhe falei que tinha muita paciência, bom eu tenho, mas meu comprador não. Acabei de saber que ele irá chegar aqui antes do previsto, assim que lhe confirmei que tinha conseguido um fúria da noite como havia falado ele não esperou por nada e está a caminho, chegará aqui pela manhã, ele me perguntou se havia a possibilidade de conseguir mais de um, que em troca dobraria o valor que irá me pagar. Eu falei que tentaria. Então infelizmente não terei mais paciência com você de hoje não passará. Homens, levem ele de volta para a barraca. Vamos arrancar as informações dele.

Fui arrastado de volta para a barraca, estava cansado daquilo, queria sair daquele lugar. Se continuassem com a tortura, eu acabaria morto ainda hoje, mas não sem antes fazer com que eles passem papel de idiota. Então decidi falar alguma mentira. Se contassem que encontrei o banguela e apenas ele aleatoriamente, eles não acreditariam em mim.  

Mais murros e chutes foram aplicados em mim. Até que reuni um pouco de força e ainda com sangue na boca falei.

—Encontrei banguela em uma ilha, muito além deste arquipélago. É uma grande ilha com cavernas, é lá onde se escondem. Quando era menino sai da minha vila uma noite pois não era aceito estava chateado. Naveguei até lá, ele era um dos vários fúrias da noite que encontrei. Ele se apegou a mim.

—Quantos fúrias da noite existem nessa ilha ?

—Milhares

—Viram, não disse que se deixarem de cabeça para baixo eles sempre falam. Amarrem ele.

—Mas não íamos mata-lo depois que tirássemos a informação dele.

—Sim, mas ele é o único que foi até a ilha dos fúrias da noite, acho que o comprador vai ficar interessado em ir nesse lugar. Deixem-no vivo por enquanto.

Estava tão cansado e tão dolorido que só senti as cordas em meus pulsos e desmaiei em seguida.

Astrid

Não querendo ser vista e preocupada com tempestade, retornei até a praia e esperei pelos outros cavaleiros que logo ao entardecer chegaram, todos incluindo Heather, Dagur e Stoico que estava furioso e aliviado ao finalmente ter noticias de seu filho.

Sentamos na arei e começamos a planejar o resgate do soluço. Disse a eles a localização do banguela que estava preso, Perna-de-peixe e as cabeças iriam cuidar dele. Melequento, Heather, Dagur e Stoico iriam cuidar dos homens armados. Eu iria entrar na barraca e resgatar o soluço.

—Mas antes precisamos nos livrar do que há dentro do caldeirão. Melequento acho que sei o porque de você ter desacordado. É algum tipo de liquido que se entrar em contato com a pele você acaba desmaiando. Eu vi eles fazendo o teste em um deles. Acho que devemos começar o ataque derramando tudo que tem dentro do caldeirão.

—Ou podemos usar este liquido contra eles. Nos aproximamos deste caldeirão que você falou Astrid e podemos jogar neles e depois nos livrarmos do resto.

—Boa ideia Perna-de-Peixe, podemos molhar as armas que trouxemos com o liquido, não iremos precisar lutar tanto, no entanto só conseguiremos jogar o liquido naqueles que estão dormindo. Mas primeiro pegamos os que estão de vigia, são poucos, assim que sai apenas três estavam de vigia.

—Então assim começaremos. Vamos nos preparar. Astrid mostre o caminho

—Por aqui Stoico.

Os dragões ficaram na praia e fomos devagar para não sermos vistos e nem escutados, sem alardes, os outros nos seguiram pela densa floresta e logo avistamos a fogueira do acampamento acesa. Falando baixo especifiquei ao Perna-de-peixe e a cabeça quente e o cabeça dura onde banguela estava, eles o iriam pegar apenas depois que nós atacássemos.

Diferente de quando sai, apenas havia um vigia. Não foi difícil apagar ele, Stoico cuidou disso em menos de segundos. Melequento se responsabilizou com o caldeirão foi até lá nas pontas dos pés e molhou nossas armas, Perna-de-peixe  e os cabeças foram atrás do banguela, em seguida deixei os outros com o Stoico e fui me aproximar da barraca em que soluço estava.

Quando estava bem próxima da barraca em que soluço estava sendo mantido, ouvi uma conversa.

—Ele chegará pela manhã. As peles já foram guardadas nos barris ?

—Sim senhor.

—Ótimo, assim que amanhecer confira o...

Antes dele completar a fala, pude ver ao longe um dos homens que estava dormindo mais próximo a barraca, acordou e percebendo o que estava acontecendo, começou a acordar a todos. Os homens que conversavam dentro da barraca saíram rapidamente para ver o que acontecia do lado de fora. Não perdi tempo e entrei para resgatar soluço.

Todo machucado, com a cara inchada e com muito sangue no rosto, ele estava deitado no chão completamente apagado e com as mãos amarradas por de trás das costas. Cortei as cordas e tentei acorda-lo. Falei seu nome e o sacudi mas não adiantava. Ele estava tão machucado que tive medo de que tivesse alguma sequela.

Mesmo com toda a minha força não conseguia carregar ele muito bem. O arrastei até a saída da barraca e Stoico estava tendo a prazer de machucar aquele homem que todos reconheceram.

—Não vou deixar você tocar no meu filho novamente !

—Stoico !

—Agora não Astrid !

—Stoico !

Ele então olhou para mim, soluço estava ao meu lado. O vendo tão machucado Stoico veio até nós largando o caçado no chão com toda a força que tinha. Ele abraçou o filho que ainda estava desacordado.

—E o banguela ? Conseguiram salvar ele ?

—Ele está aqui Astrid, mas está fraco.

—Que bom. Levaremos eles para Berk Perna-de-peixe, os dois precisam de cuidados. E o que fazemos com estes aqui ?

—Não é o que quero fazer como pai, mas é o certo a se fazer como líder. Os deixaremos na prisão.

Soluço

Minha cabeça doía bastante, não só a cabeça mas meu corpo todo. Não senti meus olhos pesados então deduzi que meu rosto havia desinchado. Senti o calor de uma fogueira perto de mim e levou apenas alguns segundos para perceber que estava em casa. Em Berk. Só não sabia como vim até aqui. Escutei um barulho nas escadas e fiquei feliz ao ver Astrid na minha frente trazendo algumas coisas em sua mão.

—Como está se sentindo ? 

—Bem, apenas estou dolorido. Como ?...

Eu ia perguntar como eles conseguiram me salvar, mas ela não esperou, me abraçou forte causando desconforto pelo tanto de machucado que estavam espalhados pelo meu corpo, mas mesmo assim retribui seu abraço com toda a força que me restava.

—Preciso trocar as suas bandagens, algum daqueles homens o golpeou na cabeça com muita força.

—O que aconteceu Astrid ?

Enquanto Astrid cuidava de mim, ela me falou tudo. De como havia procurado por mi durante uma semana e não tinha encontrado nenhuma pista. Quando ela tocou no nome do banguela, perguntei como ele estava, se tinham conseguido salvá-lo e depois me falou que assim como me salvaram, também resgataram ele.

Contei a Astrid tudo que o caçador havia me falado, dos planos que ele pretendia fazer com banguela, sobre o comprador que tinha encomendado a pele de um fúria da noite.

—O caçador falou quem era esse comprador ?

—Não, só ficou me interrogando para saber sobre onde eu tinha conseguido o banguela. Ai !

—Desculpe. Gothi é quem deveria estar fazendo isso, eu não levo muito jeito.

—Tudo bem.

Percebi que ela tremia um pouco. Parecia estar com medo de me machucar. A puxei para mais perto de mim e a beijei em agradecimento por tudo aquilo que estava fazendo. Astrid relaxou um pouco e continuou a tratar do meu machucado. Ela ainda cuidava de mim quando ouvi mais uma pessoa subir pelas escadas.

—Acordou filho. Que bom. Como está ?

—Dolorido pai. E o caçador ?

—Já foi mandado a prisão filho. Não sairá de lá por muito tempo.

—Pronto, Gothi disse que ele tem que descansar bastante.

—Obrigada Astrid.

Naturalmente, eu peguei na mão da Astrid e beijei a agradecendo mais uma vez por estar cuidando de mim. Só acabei me esquecendo que meu pai estava ali. Assim que ela desceu, ele começou a me olhar como se estivesse esperando uma explicação. Desde que começamos a namorar não o tinha falado sobre nós dois.

—Filho você e a Astrid estão ...?

—Juntos ? Sim. Pai desculpe não ter falado antes. Está bravo ?

—Não ! Estou orgulhoso filho !

Ele me abraçou, bem forte, o que fez quase com que meus ossos quebrarem. Meu pai estava feliz e isso era ótimo. Sei que deve ter ficado preocupado por mim e essa noticia parece que o deixou bem animado.

—Então já podemos começar a planejar a união de vocês.

—Calma ai pai ! Um dia planejamos, tudo bem ?

—Só não espere muito filho, eu e sua mãe esperamos tempo demais.

—Não irei pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos Hiccstrid" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.