Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

1921 ♥:
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o casamento de Carlesme:
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PDV de Caroline

Esme voltou para o quarto assim que minha mãe saiu:

— Você está bem, querida? – ela pergunta ao me ver quase chorando. De raiva. De dor pela perda. Não sei porque. Por tudo ao mesmo tempo. Mas ela escolheu fazer o que fez, ela já teve a sua oportunidade, agora Esme merece uma chance. Não devo ter pena de minha mãe, eu não pedi para ela fazer o que fez. Na verdade, se eu pudesse jamais teria pedido para ser tratada daquela forma. Ninguém merece. Muito menos eu merecia, mas tinha de suportar.

— Vou ficar bem – digo segurando um soluço convulsivo. – eu só disse algumas coisas que precisava dizer para minha mãe.

— Romper laços é sempre doloroso, eu sei.

— Mas eu não deveria me sentir tão mal... Ela não era uma mãe como as mães deveriam ser. Ou eu acho que devem ser. Como eu poderia saber se eu nunca tive? Mas pelo que eu via as mães dos meus amigos não pareciam assim, não poderiam ser tão diferente em casa de como eram em sociedade.

— Entendo o que você quer dizer querida. Mas você sente mesmo assim. Ela não pode ser como você queria e você sente isso.

— Acho que é isso mesmo, Esme.

— Você disse o que precisava ser dito, não fique triste por causa disso. – Esme afaga meu rosto enxugando as lágrimas. Ela tenta não parecer egoísta, tem consciência disso. - Você foi muito corajosa. E eu admiro você mais por isso... Por falar nisso, você não vai ter para onde ir depois que receber alta, não é?

— Sim, mas eu vou me ajeitar Esme, não se preocupe.

— Eu me preocupo com você, querida – Esme afaga o meu rosto, tão levemente como o toque suave de uma brisa. – Eu e meu marido conversamos e concordamos que você pode ir morar conosco se quiser.

— Não quero dar trabalho...

— Imagina, querida. Vai ser uma honra ter você em minha casa. Você parece uma garota maravilhosa.

— Sim, aceito. Obrigada Esme – olho com gratidão para ela. Eu não tenho mesmo para onde ir e aceito a oferta. Também quero.

Não adianta mais protestar e eu nem quero porque eu não teria mesmo onde ficar. Não seria racional da minha parte reclamar. só resta agradecer de todo o coração.

Alguns segundos depois eu complemento:

— Vou ficar apenas até eu conseguir outro lugar para ficar, não quero incomodar.

— Não será incomodo nenhum. E mais tarde podemos adotar você, se você concordar. Você gostaria?

— Claro que eu quero Esme – meus olhos brilham de felicidade. Esse era meu desejo profundo, mas não queria forçá-la a algo. A decisão teria de partir dela. Sempre a considerei como minha mãe. Ela demonstrou tanto cuidado por mim que me cativou. – Mas, e meus pais...?

— Eles perderam a sua guarda quando a machucaram gravemente colocando em risco sua vida. Eu e Carlisle podemos adotar você, já demos entrada no pedido de adoção. Sua idade elevada já é mais difícil encontrar quem queira adotar uma adolescente, por isso nós provavelmente ficaremos com você.

— Se vocês dois não puderem me adotar eu vou ficar com vocês assim mesmo. Sou adulta e posso escolher onde quero ficar e com quem.

— Na verdade você não é exatamente adulta, pois ainda é menor de dezoito anos. Mas você pode sim escolher onde quer ficar e o juiz com certeza vai levar em conta seu desejo.

— Obrigada por tudo, Esme. Você e Carlisle não precisavam... – ela afaga meu rosto mais uma vez, suas mãos são frias, mas não me incomodo com isso mais. Para mim está tudo bem.

— Você merece tudo que fizemos por você. Você é digna.

Perfeito. Agora eu terei a família com que sempre sonhei e que mereço.

— Querida... – Esme começa.

— Mamãe... – suspiro emocionada. Eu sei que Esme ainda não é oficialmente minha mãe, mas no meu coração ela já é.

— Minha filha! – diz Esme sem perder de vista o que deve fazer. – Você precisa saber de uma coisa antes de aceitar morar com a gente.

— Eu aceito, não importa nada do que você tenha feito antes de me conhecer. Nossa história começa agora.

— Na verdade é uma coisa presente em nosso cotidiano da qual você precisa estar ciente. Eu preciso contar para você para ficar bem comigo mesma, quero ser totalmente franca com você.

— Seja o que for Esme eu vou aceitar, nada vai mudar o que eu sinto por você.

— Talvez depois de saber a verdade você vai querer fugir de mim, e eu não vou impedir.

— Jamais Esme, eu te amo, mamãe. Eu vou ficar independente do que seja.

Eu percebo que Esme tem necessidade de falar e eu a ouço atentamente.

— Carol, sweetie... – ela segura minhas mãos em meio às suas, mas sem apertar para que eu possa me libertar caso queira. – Eu sou uma... vampira.

— O quê, Esme? – não que eu não tenha ouvido, mas não acredito que tenha ouvido o que eu ouvi ela dizer. Vampira?

— Isso mesmo que você ouviu querida. Eu sou uma vampira. Sei que parece inacreditável, impossível, mas eu sou mesmo uma vampira. – cada vez que ela fala a palavra fica mais segura, como se quebrasse um tabu pelo uso constante. Se falar sou uma vampira é como se diz sou brasileira. Normal. Bom, na verdade, para ela é.

— Mas... vampiros não existem! – ou na minha mente são feios como os morcegos. Ela não pode ser. Ela é incrivelmente linda. Inumanamente. No fundo eu sabia que ela não era humana... Havia algo mais nela. Algo divino.

— Mas eu sou sim. Não posso explicar de outra forma estar viva ainda quando se eu fosse humana já teria morrido há décadas.

— Ainda bem que você está aqui, assim pude conhecê-la. - digo um pouco egoísta.

— Eu também agradeço por ter conhecido você. Foi uma das melhores coisas que me aconteceu nesses anos.

— É inacreditável. Difícil de acreditar, mas a única explicação mais ou menos plausível para você estar viva, como você mesma disse. Porém, você não é má. Você me ajudou. Nunca me fez mal nenhum quando ficamos sozinhas... – um arrepio percorre minha coluna quando da realização de que ela poderia ter feito mal para mim ou até mesmo me matado sem ninguém saber. – Os vampiros dos filmes que eu vi são maus e muito diferentes de você – lembro do filme Van Helsing.  – São feios.

— Você pensa isso de nossa espécie? Podemos sim ser maus, muito maus, mas depende da escolha que fazemos e minha família escolheu viver tranquilamente com os seres humanos sem machucá-los.

— Nos filmes os vampiros geralmente não podiam sair de dia, mas você sai. Como pode?

— O sol não nos machuca, querida. Isso é um mito. Eu apenas brilho no sol, um dia te mostrarei.

— Vampiros também não podem ver sangue, Carlisle é um também, suponho – Esme assente. Minha coragem de abordar o assunto assim tão despreocupadamente me surpreende e pelo visto não só a mim, mas ela também parece surpresa com minha reação. – Como ele pode trabalhar em um hospital?

— Muitos e muitos anos de prática. Ele agora é imune ao cheiro de sangue humano, ao menos do frenesi que nos causa... – penso nas vezes em que estava menstruada e fui para a consulta, sem dúvida Esme podia sentir o cheiro, isso me deixa encabulada. - ...agora ele pode fazer diagnósticos  pelo cheiro, como nenhum médico humano seria capaz, mas não fica tentado como nós. Poder usar suas habilidades para curar pessoas o faz feliz.

— E por falar em anos Esme, quantos anos você tem? Sei que não seria educado perguntar a idade de alguém, muito menos de uma mulher, mas pergunto porque você não parece muito mais velha do que eu.

— Tudo bem, querida. Eu tenho vinte e seis anos.

— Há quanto tempo você tem 26 anos?

— Pouco mais de oitenta e cinco.

— Quantos anos você tem de verdade, Esme?

— Eu tenho cento e onze anos de existência.

Meus olhos se arregalam e minha boca forma um O e digo um uau! Sem emitir nenhum som.

— E o seu marido? – imediatamente a perguntar me sinto invadindo um terreno particular.

— Está tudo bem, querida, não precisa se sentir constrangida. Carlisle tem 23 anos ele nasceu em 1640 em Londres.

— Ele tem mais de 300 anos! – digo maravilhada, mais do que espantada.

— Sim, Carlisle tem 367 anos de idade.

— Oh! – fico de boca aberta espantada e admirada ao mesmo tempo.

— Não conte para ninguém, por favor, é segredo, filha – agora eu sei que ela disse isso mais para minha própria segurança, pois os Volturi poderiam se zangar se descobrissem que eu sabia a verdade sobre vampiros. E também para aliviar sua consciência ela me disse isso, ela realmente se importava comigo. E também eu não iria querer jamais ver ela e Carlisle que foram tão bons comigo sofrerem qualquer dano.

E também quem iria acreditar em mim se eu dissesse? Iriam pensar que estou louca ou batia cabeça e estou delirando.

— Ninguém sabe? – não que eu vá contar para alguém. Aliás, quem acreditaria em mim? Me dariam por louca com certeza. Mas eu sei que não estou.

— Não, só nós e você agora que eu decidi contar para você. Ninguém pode saber senão seremos destruídos... Os humanos não podem saber que existimos apesar deles acreditarem que não. E eu só contei para você porque penso que posso confiar em você querida, não posso?

— Claro que pode confiar em mim, Esme, eu não vou falar para ninguém. Obrigada por me contar - me sinto honrada com a sua confiança em mim.

— Não quero que os Volturi venham atrás de você, querida - ela diz de forma sincera.

— Porque eles viriam? Quem são eles?

— Eles são como os governantes do mundo dos vampiros e ao mesmo tempo que formulam as leis zelam pelo seu cumprimento. A punição para quem viola a lei é invariavelmente a morte... ou o que quer que aconteça conosco, somos destruídos. Eles guardam a lei sobretudo a nossa existência em segredo dos seres humanos e não querem que nenhum humano saiba. Para nos preservar, você entende.

— Se vocês são tão poderosos por que tem medo das pessoas? Somos uma ameaça como? Não entendo; o que poderíamos fazer para ferir vocês?

— Sim, somos rápidos e muito fortes, e temos várias capacidades mais ampliadas que os seres humanos. No passado isso nos garantia que vocês jamais nos ameaçariam; mas agora vocês possuem armas que podem sim nos matar, se um de vocês der o alarme e outros acreditarem.

— Mas dificilmente acreditariam. Primeiro considerariam a pessoa louca. Perdeu a razão não creem que seja acreditável.

— Por isso que é perigoso a situação em que a coloquei e me sinto mal por expô-la assim ao perigo. Vou protegê-la custe o que custar.

— Mas porque você me contou tudo isso Esme? Só pode ter a intenção de me tornar uma de vocês.

— Eu queria saber se você iria fugir correndo de mim ou não.

— Claro que eu não iria fazer isso de jeito nenhum, Esme – me sinto um pouco magoada por ela ter pensado tão pouco de mim. Mas compreendo agora que era amor, cuidado.

— Então me transforme agora Esme, aproveite que estamos a sós.

 - Não é tão simples como você pensa, querida. Depois que provamos o sangue humano é mais difícil voltarmos à nossa dieta de sangue animal.

...Continua no próximo capítulo


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