Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 32
Capítulo 31




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27 de novembro de 2007

Assim que chegar meu passaporte vamos para Seattle, não sei como meus pais conseguiram tão rápido o visto que eu preciso para entrar nos Estados Unidos, mas o importante é que eles conseguiram. O resultado do exame de sangue também ficou de chegar depois de quinze dias, mas não chegou ainda e não é mais tão importante, pois eu já voltei a ter o ciclo normal. Mas de qualquer forma papai vai pegar depois lá no hospital quando voltarmos.

Para tirar o passaporte e conseguir o visto foi preciso fazer uma pequena viagem ao posto da Polícia Federal na cidade de Cascavel. Por sorte também havia lá um funcionário da embaixada dos Estados Unidos que já fez a entrevista comigo para conseguir o visto americano.

Eles estão planejando fazer uma embaixada ou um consulado em Cascavel ou em Foz do Iguaçu, porque o mais perto fica ou em São Paulo ou em Porto Alegre. Nem em Curitiba, a capital do estado do Paraná tem  uma e por isso eles estão fazendo um estudo da demanda e perceberam a necessidade de abrir outra embaixada americana.

Não vamos precisar buscar pessoalmente, geralmente todo mundo precisa ir buscar. Mas o documento vai ser enviado lá para a Policia Federal em Cascavel e depois para nossa casa. Carlisle deve ter algum amigo que trabalha na embaixada, ou ele tem um poder de  persuasão muito forte.

Eu conheço bem esse poder, os olhos dele são  como imãs irresistíveis ou quase.

...XXX...

 

30 de Novembro de 2007

 

Hoje chegou meu passaporte, já com o visto para permitir a minha entrada nos EUA dentro. Tudo certo podemos viajar e amanhã mesmo vamos para Foz pegar nosso voo.

Meu passaporte chegou primeiro então vamos para os EUA. Vamos de carro até Foz do Iguaçu e lá vamos pegar um vôo para Seattle. Serão 19 horas de viagem com duas escalas para reabastecer a aeronave em Lima e em Guadalajara.

...XXX...

 

01 de dezembro de 2007

Após uma viagem de duas horas e passando por dois pedágios em que papai teve de pagar 14 reais e 10 centavos no primeiro e R$ 10,80  no segundo, chegamos ao aeroporto internacional da cidade de Foz do Iguaçu.

Carlisle estacionou o carro, descemos e entramos no aeroporto. Ele foi até um dos guichês das Companhias Aéreas comprar nossas passagens.

— O próximo voo para Seattle ainda vai demorar – nos informa Carlisle depois de voltar do balcão da Companhia Aérea onde foi comprar nossas passagens. – Podemos visitar alguns pontos turísticos da cidade antes de viajarmos, o que acham?

— Seria bom, querido – diz Esme.

— Eu concordo, adoraria conhecer as famosas cataratas do Iguaçu! – sei que é uma vergonha moro aqui perto e ainda não conhecia esse belo espetáculo da natureza, falam tanto que deve ser mesmo esplêndido.

— Parece interessante. Podemos ir, querido? – mamãe pede para papai.

— Claro que sim, querida! – assente Carlisle e acena em despedida para o atendente.

Entramos num dos táxis que estavam estacionados na frente do aeroporto e papai instrui o motorista para onde deve nos levar.

Ainda bem que hoje é um dia nublado com o céu repleto de nuvens que impedem que a luz do sol chegue a superfície. Isso porque choveu ontem devido a uma frente fria e a previsão é que ainda chova mais. Lá nos EUA provavelmente também estará chovendo quando desembarcarmos. É bom eu já ir me acostumando com isso. Não faz muita falta a luz do sol, pois eu nunca fui muito fã.

Na verdade às vezes chegava a sentir minha pele ardendo por causa dele. Eu sempre fui muito branquinha e gosto de ser assim, mesmo que o sol me queime. Eu não ficaria bronzeada, minha pele não foi feita para isso. Não sou nem nunca fui uma garota da praia, sou uma menina do interior, mas não queimada do trabalho na lavoura.

Hoje deveria ser um dia quente, pois estamos no verão, mas não é. Será que isso é um tipo de presságio? Tomara que não seja nada de mais. Eu nunca andei de avião e espero que nada de mal aconteça bem na minha viagem de estreia. Se algo acontecer eu tenho certeza que meus pais iriam me salvar. Fariam tudo que pudessem para não me perder. Tudo mesmo.

O clima está ameno, aprazível, nem muito quente e nem muito frio, do jeito que eu gosto. É um dia atípico já que estamos em pleno verão no hemisfério sul, mas isso é bom porque Esme e Carlisle podem  andar em público sem chamarmos tanta atenção.

Digo isso porque eles dois já chamam bastante atenção das pessoas curiosas mesmo sem pretender. Eles sabem disso. Eles tem uma beleza inumana que atrai os olhares das pessoas por onde passamos, mesmo que eles não quisessem ou gostariam. Ainda mais evidente fica a aparência deles contrastando com a minha simplicidade. Eu não sou nenhuma modelo de passarela, mas também não sou feia e nem horrível. Tenho uma feição bem comum.

Papai até diz que lembro um pouco quando mamãe era humana e os dois se encontraram pela primeira vez em 1911. Bom, a minha idade também é a mesma que Esme tinha naquela época. Mas ela era bem mais destemida do que eu. Eu gostava de escalar árvores quando era criança como ela, mas sempre tive medo de cair e tomava muito cuidado. 

Meus pais chamariam ainda mais atenção se a luz do sol por algum motivo incidisse em sua pele. As pessoas certamente confirmariam a suspeita que tem de que eles não são humanos se os vissem brilhando. A aparência humana os deixa passar como apenas mais duas pessoas. Mas eu sei que eles não são apenas pessoas comuns. Eles se esforçam para parecer mais um casal comum, mas eu sei o que eles são de verdade. Porque eles me contaram e confiam em mim que eu jamais vou contar para ninguém. Eu vou guardar esse segredo. E mais tarde também vou fazer parte dele e precisar manter ele para minha segurança.

 Eu tenho plena consciência disso. Eu sei que eles dois são defuntos, cadáveres reanimados. Mas ao menos não cheiram mal devido à putrefação. Se eles exalassem esse odor as pessoas logo saberiam o que eles são: ou zumbis ou vampiros. Mas eles não tem cheiro desagradável, na verdade o perfume da pele deles dois é maravilhoso. Inebriante. Eles são fortes e bonitos e isso é característico dos vampiros. Se eles fedessem seriam zumbis.

Pelo que lembro dos filmes zumbis são cadáveres apodrecendo andando e não são capazes de pensar e comem cérebro, enquanto os vampiros bebem sangue. Se bem que não posso confiar muito nos filmes porque nas lendas os vampiros morriam com estacas, alho, crucifixo, água benta e luz do sol. Isso meus pais me desmistificaram. O único jeito de destruir a espécie deles – que ainda não é a minha também, mas por pouco tempo- é os desmembrando e queimando.

Não posso imaginar alguém fazer isso com Esme e Carlisle, eu não iria suportar mesmo se meu coração não batesse mais e estivesse congelado para sempre. Eu ainda vou amá-los como vou amar para sempre.

 Eu tento não pensar muito na beleza avassaladora de meus pais porque eu ficaria totalmente corada, envergonhada por estar com eles. Mas mesmo eu não sendo um esplendor eles me escolheram e eu fico agradecida por isso. E eu também os adoro mais do que tudo nesse mundo. Por eles eu daria tudo que pudesse. Faria tudo que estivesse ao meu alcance para os agradar. Não quero nunca decepcioná-los ou desapontá-los.

Desembarcamos em frente ao Parque Nacional e Carlisle paga o taxista com alguns dólares. O homem já deve estar acostumado em receber na moeda estrangeira trabalhando em um aeroporto internacional. Ele aceita é claro – não seria tolo de recusar- e fica tão surpreso quanto eu. Meu queixo cai, eu nunca tinha visto essa nota de verdade, é claro que eu vi várias vezes na televisão e por isso eu reconheci, mas nunca tinha visto ao vivo.

Também a quantidade de cédulas me impressiona. São tantas! Ou será que não são de muito valor e por isso precisa de muitas para totalizar determinada quantia? Seja como for, Carlisle e Esme são muito ricos, papai deu até uma ilha de presente de aniversário de casamento para a mamãe! (E o que será que ela deu em troca?... Cala a boca Carol, controle-se.)

Eu sinto os olhares curiosos das pessoas por onde passamos, mesmo  que eu não possa ver nas minhas costas. É como se fosse um toque, algo palpável. Sei o que elas devem se perguntar: “Quem é essa menina para andar com eles? Será que é filha deles? Se for só pode ter sido adotada. Duas pessoas tão lindas e nem podem ter um filho? Que lástima!”

Eu não posso ler os pensamentos das pessoas como meu irmão Edward, mas não é difícil imaginar o que as pessoas pensam quando vêem meus pais.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

*Eu fiz uma extensa pesquisa para checar todas as informações do capítulo assim ficou mais realista apesar de ser ficção. ^.^



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