Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

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PDV de Caroline

No dia seguinte vamos novamente ao hospital tirar um pouco de sangue para examinarem e descobrirem o que está acontecendo comigo. Por mais que eu realmente adore não ter de passar pelo incomodo todo mês de ficar menstruada eu sei que essa ausência do sangramento normal é muito estranho. Se não pode significar que eu estou grávida porque isso seria impossível pois eu sou virgem e não conheço nenhum homem, não exatamente, não tão intimamente assim. Exceto o tarado que me mostrou seu órgão um dia, nunca cheguei perto disso novamente. Nem pretendo. Sinto nojo dos homens. Eles são nojentos. Eca!

Esme fica ao meu lado, o que eu interpreto como um gesto de bravura, enquanto a enfermeira limpa a dobra do meu braço com o antebraço e depois me pica com a agulha.

— Só uma picadinha – ela diz, como se isso fosse me deixar melhor.

Eu sei que não devo mexer o braço porque posso me machucar ainda mais, mas a reação é involuntária e Esme precisa me segurar para eu não me mover instintivamente.

— Me desculpe, querida – ela diz sem falar diretamente, mas eu entendo a que ela se refere. Ela jamais me segurou assim tão forte e me pede desculpa se me machucar. Eu sei que ele está me ajudando e fazendo isso para meu bem. Imagino o quanto deve estar sendo difícil para ela estar num hospital e com meu sangue exposto assim dessa forma.

[Esme já se acostumou  depois de visitar Carlisle tantas vezes no trabalho que nem se incomoda tanto quanto eu imaginava.]

Sinto a perfuração da minha veia e seguro meu braço com o outro para não me afastar. O pequeno êmbolo da agulha logo é preenchido pelo líquido vermelho. Meu SANGUE. Me sinto tonta e acho que vou desmaiar! Foi apenas cinco mililitros, mas me pareceu que foi muito mais. Eu senti cada gota sendo sugada.

— Fique calma, querida – diz a enfermeira – Prontinho, já passou. Vai ficar tudo bem.

 Ela olha para cima e percebe que estou muito pálida, minha visão está embaçada e ficando escura dos lados.

— Deite ela na cama, Sra. Cullen – a enfermeira sugere para minha mãe.

Ela nem precisaria dizer, Esme sabe o que teria de fazer porque ela é minha mãe agora. Ninguém mais do que ela se preocupa com meu bem estar.

Esme segura a minha cabeça delicadamente entre as mãos geladas e isso ajuda. A enfermeira retira a seringa e me dá um floquinho de algodão para segurar onde a agulha estava.

— Se precisarem de alguma coisa é só chamar – ela recolhe os instrumentos numa bandeja e sai do quarto.

Assim que ficamos a sós eu pergunto para Esme:

— Mãe, você está bem? – pergunto com a voz fraquinha, quase sumindo, mas tenho certeza que foi bem audível para Esme.

Estou debilitada mas ainda me preocupo com ela.

— Sim, filha. Eu estou bem – ela caminha para perto da janela aberta para respirar ar puro que não esteja impregnado com o cheiro do meu sangue. - Mesmo estando tão mal você ainda se preocupa como EU estou?! Você é maravilhosa, querida! – ela vem ao meu encontro e afaga meus cabelos.

— Mamãe me desculpe.

— Pelo quê?... - Ela parece compreender ao ver meu olhar. - Oh! Meu Deus, querida, não precisa ficar mal por ter quase desmaiado, você é ainda humana e eu sei disso.

— Eu sinto muito por não ser forte o suficiente. Você me disse que Bella se machucou intencionalmente para salvar Edward. Eu não sou como ela, não sou forte. Não sou boa o suficiente, você e papai mereciam alguém melhor do que eu...

Ela se debruça sobre mim e me encara:

— Não diga isso nunca mais. Você é perfeita para nós. Assim você menospreza o fato de nós termos escolhido você. Isso que aconteceu hoje duvido que Bella teria conseguido. Você sabia que ela também quase desmaiou em uma aula de biologia quando viu os colegas se furando para fazer tipagem sanguínea? Ela não é assim como você pensa. Não há nada de errado com você. Eles furaram apenas a ponta dos dedos e isso já fez ela passar mal, muito menos do que você  teve que suportar agora.

— Desculpe mãe – ela percebe que realmente fico assustada ao vê-la zangada.

— Tudo bem, querida. Aceito as desculpas, mas prometa que nunca mais vai duvidar do amor que eu e seu pai temos por você. Não gosto disso. Nunca mais vou falar alto com você novamente, me desculpe.

— Sim, mãe. Obrigada. Eu nunca mais farei isso.

Não sei se por causa do cansaço ou por medo de encarar Esme eu adormeci. Talvez as duas coisas.

...XXX...

 

— Filha, como você está? – pergunta Carlisle entrando no quarto.

Ele vê que já estou acordada.

— Agora estou bem melhor – digo me sentando na cama.

— Está com fome, meu amor? – Esme pergunta para mim.

Vejo que ao lado dela há uma bandeja com um copo e algumas bolachas que a enfermeira deve ter trazido para mim.

— Sim, obrigada – digo saltando da maca e me desequilibrando um pouco ao cair no chão, mas papai me segura delicadamente pelo braço e me ajeita.

Eu levanto a cabeça para olhar para ele, grata. Ele sabe e me sorri ao encontrar meu olhar.

— Filha, me desculpe pelo que eu fiz antes – Esme diz envergonhada e abaixa a cabeça constrangida.

— Tudo bem, mãe. Eu sei que você estava tensa por causa do meu sangue.

— Mas isso não é desculpa para a forma como eu a tratei. Pode me perdoar?

— Claro mamãe. Você já está perdoada. – Jamais poderia ficar brava com ela. Eu a amo mais do que a minha própria vida.

— Obrigada, querida.

— Alguém pode me explicar o que foi que aconteceu? Querida? – Carlisle vira e olha para Esme pedindo esclarecimento.

— Está tudo bem, querido. Não se preocupe.

— Mas o que foi que aconteceu, só quero saber.

— Eu e mamãe tivemos uma pequena conversa – digo me intrometendo.

Me arrependo no momento em que as palavras terminam de sair pela minha boca e a cubro com uma mão. Espero que eles não me achem muito impertinente. Podem me punir agora eu sei que mereço porque fui intrometida.

Os dois ficam surpresos e para meu alivio não estão bravos. Suspiro e eles dois percebem.

— Sobre o que, posso saber? – agora ele caminha em minha direção e eu quase caio para trás.

— Sobre a minha... – Abaixo a cabeça e olho para os azulejos do chão. - insegurança.

— A falta de confiança dela, querido – Esme intervem e me socorre.

Ergo a cabeça e olho para ela demonstrando toda a minha gratidão e ela parece que entendeu e me sorri de volta.

— Desse jeito você vai assustá-la, querido. Não foi nada, não precisa ficar assim.

— Sim, está certo, querida. Se você diz que não foi nada, não devo ficar assim. Me desculpe Carol, não quis intimidar você.

— Ah, tudo bem pai – mas que ele me constrangeu, isso não posso negar.

— Foi apenas um esclarecimento sobre o que sentimos por ela – explica Esme.

— Ah! – Carlisle exclama como se tivesse compreendido.

— Conversamos sobre Bella...

— Continuo sem entender – ele diz por fim. – sobre o que exatamente?

Carlisle senta-se casualmente ao lado de Esme no sofá como se ele estivesse realmente cansado e precisasse. Eles fingem tão bem ser humanos quando preciso que até esqueço por um momento que são vampiros. Mas não posso esquecer disso se não pode acontecer o que aconteceu antes.

Papai caminha ao meu encontro e eu tenho vontade de sumir de tanto medo.

Ou eu entendi errado e ele não faria isso comigo, mas meu pai humano fez isso comigo uma vez e eu realmente fiquei muito assustada. Eu estava completamente indefesa. Eu não vi qual era realmente a expressão no rosto de Carlisle, eu me assustei mais por causa da memória do que pelo que estava acontecendo de verdade. Ele jamais iria partir para cima de mim como meu pai humano fez anos atrás.

Ele para em meio ao movimento. Uma estátua no meio do quarto, ainda bem que ninguém percebe pois fechamos a porta para ter privacidade.

— Carlisle... – ele olha para mim imediatamente sabe que é algo importante que eu quero lhe dizer porque não o chamo quase nunca pelo nome.

— Sim, filha, pode falar.

— Me desculpe. Não sei o que me deu, eu fiquei com medo quando vi você andando em minha direção... eu não devia. Meu pai fez isso comigo uma vez e eu fiquei com tanto medo. Não pude evitar sentir de novo o que senti naquele dia. Eu sei que você jamais iria me fazer mal como ele, mas, me desculpe. Eu...

Carlisle  corre ao meu encontro e me abraça. Choro em seu colo.

— Tudo bem, querida. Eu não deveria ter andado daquele jeito, me desculpe... É que com você nós sabemos que podemos ser nós mesmos e não precisamos disfarçar quem realmente somos. Isso não é desculpa mas... Sinto muito pelo que fiz. Nunca mais vou assustá-la.

— Me desculpe por ser hipersensível, pai.

— Não precisa pedir desculpa por ser assim, filha.

— Sou tão delicada que isso às vezes me deixa brava comigo mesma. Se eu não fosse tão ‘manteiga-derretida’...

— Você é frágil sim, mas não há nada errado com isso filha. Nós vamos ter mais cuidado com você.

— Isso é verdade, filha. Você é frágil para nós – diz Esme nos abraçando também.

— Eu sei, perto de vocês eu sou como um bichinho nas mãos humanas. Temos que ter cuidado para não machucá-los – digo com a voz abafada pelo peito de Carlisle.

Eles dois se entreolham em cumplicidade. Eu sei mais do que eles pensavam que eu seria capaz de entender. Às vezes eu queria que eles pudessem saber o que eu penso, mas pelo que eu entendi só meu irmão Edward tem o dom de ler a mente das pessoas.

— Já podemos voltar para casa agora, querida – diz Esme.

— Que bom! Não gosto muito de hospitais... não se sinta ofendido papai, nada contra você gostar.

— Tudo bem filha! – ele toca gentilmente meu queixo.

 – Geralmente as pessoas não gostam muito de estar aqui, eu sei. É um lugar meio agourento para elas, embora para mim seja um santuário. Um oásis de paz.

— Os pacientes realmente têm muita sorte de serem cuidados por você.

— Obrigada, criança – ele me dá um beijo na testa e olha para Esme como se dissesse para ela me dizer algo.

— A audiência do seu pai foi marcada para semana que vem, sweetie— Esme me informa.

Falo baixinho para ninguém mais além deles dois me ouvirem:

— Tomara que eu não fique menstruada porque eu odeio ter de sair nesses dias. Se eu pudesse ficava em casa deitada o tempo todo. Ninguém merece ter que fazer algum esforço nesses dias. Porque não podemos apenas ficar em casa descansando? Já somos obrigada a ter de aguentar isso todos os meses, não deveríamos ter de fazer outra coisa. Já é ruim o suficiente apenas passar por esse incômodo mensal.

— Porque, filha? – questiona minha mãe. Mas papai também tem a expressão curiosa no rosto e também quer saber o motivo.

— Não sei exatamente.

— Alguém a maltratou por causa disso? – pergunta Carlisle. – As mulheres devem ser respeitadas por isso, não é nada que deva ser ridicularizado ou motivo de piada. Imagino que quem faz isso não se coloca no lugar delas.

— Bem, sim. Ano passado riram de mim porque o sangue vazou e manchou meu calção. A marca era visível. Eu fiquei sem reação na hora, não sabia o que fazer. Era a última aula do dia, aula de Educação Física e por isso arrumamos nossas coisas e levamos as mochilas para a quadra. Eu não gosto de ter de fazer exercício nesses dias.

'Os alunos e até a professora viram o que aconteceu porque eu obviamente não enxergava a mancha nas minhas costas, e riram de mim. Eu peguei minha mochila e fui correndo para o banheiro. Segurando as lágrimas de vergonha e tristeza para chorar só quando ninguém pudesse ver. Eu fiquei lá até o final da aula chorando escondida por quase uma hora. Depois quando tocou o sinal de saída eu esperei mas um pouco até a maioria ter ido embora e saí, abaixei a mochila até cobrir um pouco e voltei para casa.

— Ninguém deveria rir disso – diz Esme consternada. – Você era muito nova nisso e não sabia o que fazer nem como reagir. Me admira sua mãe não ter te ensinado  e ainda mais fico pasma com a atitude da professora.

— Minha mãe também não aprendeu muito sobre isso com minha avó, acho. E a professora era tão nova quanto você aparenta, mãe. Ela deveria ter 20 e poucos anos. Ela era substituta ou estagiária e iria nos dar apenas duas ou três aulas, não lembro.

— Claro, é justificável você não lembrar dos detalhes, foi uma situação traumática – diz Carlisle.

— Mesmo assim, por mais nova que ela fosse, não deveria ter agido assim. Poderia ter apenas avisado você e dito para os outros não rirem. Ela melhor do que ninguém deveria compreender pelo que você estava passando, filha. Ela não se conteve e muito menos teve controle sobre os outros alunos – diz Esme. Não teve pulso firme para exercer sua autoridade sobre os alunos. Ela estava errada, não você, querida.

Breve instante de silêncio e ela complementa:

— Agora vamos para casa, querida?

— Sim, mãe. Tchau papai – ele se inclina para mim e eu beijo sua bochecha.

— Tchau, criança – Carlisle sabe que eu amo quando ele me chama dessa forma. Meu coração palpita e tenho certeza que ele e Esme ouvem.

Mamãe e papai se beijam em despedida e eu fico enlevada ao ver, como sempre, e meus olhos brilham de ternura.

Nós vamos até o estacionamento pegar o carro. Papai não se incomoda de depois ter de voltar a pé para casa - ele pode ir tão rápido quanto fosse de carro- e eu não poderia andar tonta desse jeito, mesmo depois de ter me alimentado eu não estou completamente restabelecida.

Esme poderia correr comigo no colo, mas isso não é bom, pois poderia me deixar pior do que já estou. De carro eu também tenho um pouco de enjoo depois que acabei de comer, mas ainda é menos ruim do que se fôssemos correndo.

...XXX...


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