Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Fotos do capítulo:
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medo de tempestade:
http://psicoativo.com/2015/12/medo-de-trovao-relampago-astrofobia-brontofobia-ceraunofobia-tonitrofobia.html



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PDV de Caroline

Mais alguns dias se passam e eu acordo numa madrugada assustada com a tempestade que está caindo lá fora. Parece que o céu vai desabar e os trovões são estrondosos. Puxo a coberta para cima dos olhos para não ver o clarão dos relâmpagos e abafar o máximo o som das trovoadas. O que os olhos não vêem o coração não sente. Mas eu sei, racionalmente eu já sei o que está acontecendo e não consigo mais adormecer.

— Ai mamãe, meu Deus! – digo rezando apavorada. Meu coração está batendo como um martelo, tão alto como um tambor no meu ouvido.

Se até eu ouço, tenho certeza de que Esme também pode ouvir de qualquer cômodo da casa em que ela estiver. Não sei se ela virá, nunca tive alguém que se importasse comigo tanto a esse ponto. Mas para minha surpresa ela veio:

— Calma querida eu estou aqui – diz ela com a voz tão doce e maternal tão perto de mim. Não sei de onde ela veio, mas isso não importa, o que importa é que ela veio. Talvez ela estivesse no seu quarto com papai e ouviu meu coração acelerado.

— Mamãe! – tiro a coberta de cima da cabeça e deito em seu colo.

— Não tenha medo filha, eu vou te proteger de qualquer coisa e nada de mal vai te acontecer – ela afaga meus cabelos.

Ao lado dela eu até consigo esquecer o dilúvio que cai lá fora e penso que ela deve ter dito algo semelhante para seu filho, ainda que ele não pudesse entender. Não é possível duvidar que ela seria mesmo capaz de tudo para me proteger, não apenas a mim como a todos os seus filhos. Ela realmente fez tudo para proteger seu primeiro filho e inclusive morreria por ele, com certeza ela fez tudo por ele. Acredito que ela faria algo semelhante por mim, exceto que agora ela não morreria porque vampiros não morrem como os humanos.

Um clarão ilumina o quarto seguido logo por um trovão extremamente potente que ribomba intensamente, isso significa que foi perto, e eu fico tremendo.

Sweetie, não tenha medo, eu estou aqui. Oh! Você está tremendo como um passarinho assustado!

É assim que eu me sinto, como se eu estivesse lá fora, como se eu fosse um passarinho. A forte chuva nos mostra que não somos diferente dos outros animais. Os humanos geralmente se acham superiores, mas a natureza é muito mais poderosa. E o aquecimento global tende a deixar as tempestades ainda mais severas e frequentes. As pessoas não vêem o que estão fazendo??? Coitadas de pessoas como eu, vamos ter ainda mais razões para ter medo, pois as tempestades além de ficarem mais frequentes tendem a ficar mais fortes.

— Desculpe mãe, mas eu nunca tive quem ficasse comigo durante uma tempestade e me acalentasse enquanto eu tremia de medo. Sempre estive sozinha. Eu mesma tinha que fazer isso comigo, lidar com isso e me acalmar a mim mesma.

— Oh querida! Não se preocupe, eu vou ficar aqui até você dormir, como uma mãe deve ficar junto do filho quando ele está com medo. Não tema, é só uma chuva que vai passar. Nenhum pai deveria desprezar o medo de seu filho e sim ajudá-lo a entender e superar. Eu vou ficar aqui com você filha, durma tranquila.

— Obrigada mamãe, você é muito sabia.

— Estudei muito durante esses anos, fiz várias faculdades. E também aprendi muito sobre ser mãe enquanto ainda era humana.

Nesse momento um relâmpago ilumina o rosto de Esme de uma forma horripilante. Seria assustador para outro, mas tenho mais medo da tempestade do que dela. Mesmo sabendo que ela é uma vampira me sinto segura com ela. Ela já deu várias provas de que não vai me prejudicar e eu acredito nela, minha vida está em suas mãos e sei que não poderia estar em melhores mãos.

— Eu também gosto de estudar e poder viver para sempre vai ser muito bom para poder ler muitos livros e saber muitas coisas.

— Sim, querida. Agora descanse.

...Adormeço com Esme alisando meus cabelos...

...XXX...

 

Ainda bem que hoje não precisava acordar cedo porque eu demorei a adormecer novamente, mesmo com Esme comigo. O som do vento assobiando nas árvores, as rajadas repentinas de chuva na janela e trovoadas ensurdecedoras ribombando até no âmago do meu ser e relâmpagos e raios me deixaram acordada por horas.

Por fim, após tanto sono eu não consegui mais manter meus olhos abertos. As pálpebras pareciam pesar toneladas e era difícil abrir. Eu me esforçava, mas logo voltavam a cair. Depois de alguns minutos o cansaço me venceu e eu cai na inconsciência.

Não me lembro de nenhum sonho. Dormi como uma pedra e acordei mais de oito horas da manhã do dia seguinte:

— Bom dia, mãe – digo ao abrir os olhos e ao ver ela sentada na cadeira em minha escrivaninha que eu uso para fazer as tarefas da escola.

Esme fazia algo, talvez trouxe seu trabalho para fazer aqui e não sair do meu lado. É um gesto tão bonito!

— Bom dia, sweetie— ela fica em pé e vem até a cama em um átimo. – Você dormiu bem?

Não me assusto mais quando ela anda assim, na verdade eu faço questão de que em casa ela possa ser ela mesma. Acho justo porque ela já tem de agir como se fosse humana fora de casa, e eles tem a casa como refúgio, um lugar em que não precisam disfarçar e podem ser o que realmente são. Eu não poderia impedi-los, seria muito egoísmo da minha parte.

— Sim, não sonhei apenas dormi.

— Que bom! Esse é um sono reparador realmente. Vamos descer até a cozinha? Vou preparar seu café-da-manhã.

— Daqui a pouco. Antes eu preciso de um tempinho.

Esme assente e então eu levanto e vou ao banheiro escovar meus dentes. Coloco apenas um pouquinho de pasta na escova só para não ficar cheirando mal e não me atrapalhar depois quando for comer. Não é muito agradável comer com gosto de creme dental na boca.

Tiro meu pijama e me troco colocando uma roupa para ficar em casa. Assim que me troco, volto para o quarto e encontro mamãe à minha espera. Ela sorri ao me ver.

Eu retribuo o sorriso, acho que sempre vou me sentir assim ao vê-la. É como uma luz que se ascende no meu olhar, meu coração se aquece. Não quero perder isso quando mudar.

Saímos do quarto, eu atrás dela, e descemos as escadas. Chegamos ate a cozinha e ao entrar eu vejo papai lendo o jornal.

Ele levanta a cabeça  do papel para me ver:

— Bom dia, filha – Carlisle me cumprimenta. – Dormiu bem?

— Sim, papai. Obrigada por se importar.

— Esme me disse o que aconteceu.

Fico um pouco constrangida, mas não estou zangada com a mamãe, sei que ela não falou por mal. Estou irritada mais comigo mesma por ter demonstrado tanta fraqueza. Onde já se viu isso? Eu tenho dezesseis anos e agi como se fosse uma garotinha de sete! Eu já sou uma adolesce, não deveria ter agido como um bebê!

— Desculpe – digo olhando para Carlisle, mas também quero que Esme sinta-se incluída.

Eles são muito gentis, eu é que não sou muito boa. Não sou boa o suficiente para eles. Eu sou 'estragada', não sei qual emoção devo deixar que tome conta de mim. Numa hora penso de um jeito e em seguida estou fazendo completamente o oposto.

— Não precisa pedir desculpas, filha – papai fecha o jornal que lia e coloca no balcão ao lado. – Você não tem culpa de como seus pais humanos a criaram, você não teve um exemplo de estabilidade. Nunca teve apoio.

— Ai papai! – digo com os olhos ardendo por causa das lágrimas. – Obrigada. Jamais poderei agradecer o tanto que você e mamãe merecem. Serei eternamente grata a vocês dois.

— Nós sabemos – Carlisle me senta no colo e me abraça. Mamãe vem nos abraçar também.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Trilha sonora: Help, I'm alive, Metric:
https://www.youtube.com/watch?v=ZoK63Bk7pgw
Let me Love you – Ne-yo.
https://www.youtube.com/watch?v=crrOl0egI00



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