Back to School escrita por Swan B


Capítulo 3
Capítulo 2




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~ Back to School ~

Manhattan

26 de outubro de 2012 - noite.

 

Olho para o relógio e são sete da noite, mas antes de pegar a minha bolsa e vestir o meu casaco, dou uma última checada em meus e-mails.

Para minha surpresa, há duas mensagens, uma de Rosalie e outra de Alice, o que me pega de surpresa. Nenhuma das duas têm o perfil de quem se senta em frente a um computador para enviar e-mails aos amigos. Aliás, atualmente, quem é que ainda faz isso?

 Com uma ruga no meio da testa, eu puxo minha bolsa que está sobre a outra poltrona e vasculho tudo atrás do meu telefone pessoal, aquele cujo número apenas meus amigos e minha família têm.

Ultimamente, ando tão ocupada com o trabalho que não tenho muito tempo para fazer a social com ninguém, nem mesmo com a minha mãe. Depois que o meu pai morreu, ela tem andado bastante sozinha, sem mim ou meu irmão mais novo, Eric, em casa.

Charlie se foi há dois anos, vítima de uma leucemia contra a qual lutamos por bastante tempo. Pensar em meu pai ainda destrói meu coração, nós dois éramos terrivelmente apegados. Eu ainda sou capaz de ouvir suas broncas cada vez que viro a noite sobre uma papelada de escritório.

Charlie odiaria saber o mostro super profissional, workaholic e comedor de trabalho no qual eu me transformei. Para ele, a vida precisava ser vivida de um jeito mais leve. Meu pai era um sonhador. Um homem decente, íntegro e apaixonado pela sua família.

Quando o remorso vem me visitar, eu ligo para minha mãe, Rennèe, e converso com ela por alguns minutos, transmitindo as informações mais superficiais sobre como anda minha vida: "Manhattan é linda", "Estou me adaptando bem", "O trabalho é ótimo", "Também sinto saudades de casa". Ok, a última, além de ser superficialidade, é completamente mentirosa.

Adoro minha mãe, mas Forks me traz lembranças tão dolorosas que eu procuro manter sempre uma boa quilometragem de distância entre a cidade e eu.

Eu também não preciso dizer a Rennèe que não tenho um namorado ou que nem ao menos fiz amigos depois que cheguei a Manhattan. Ela, provavelmente, já sabe disso.

Mães têm o estranho poder de ler pensamentos. Elas também carregam uma carga emocional enorme sobre os ombros. Por isso, eu nunca considerei a hipótese de ter um filho. Não me imagino abrindo mão de todas as coisas que ainda quero fazer por uma pessoa que, possivelmente, evitará meus telefonemas daqui a vinte anos.

Mas receber notícias de Rosalie e Alice sempre me deixa feliz, de um jeito mais leve. Sem sulpas e sem ressentimentos. Apenas boas e velhas amigas que nunca mais se viram. Sem o apoio das duas eu jamais teria conseguido realizar o meu sonho: me mandar de Forks, estudar Publicidade e deixar aquele passado medonho para trás.

Quando finalmente localizo o aparelho no fundo da bolsa, ouço o barulho do meu maxilar indo direto para o chão. Doze ligações perdidas nos últimos quatro dias.

Não é possível. Eu tinha mesmo ficado tanto tempo assim sem pegar naquele aparelho? E se aconteceu alguma coisa a Rennè? Como ela poderia ter entrado em contato comigo se eu não havia dado o numero do meu celular de trabalho?

E meu irmão? Eric agora é professor na Universidade de Seattle. Ele ainda está se adaptando a nova vida na cidade grande e eu havia prometido que nós passaríamos um fim de semana juntos para explorar o lugar. É óbvio que ele não acreditou, mas eu o amo mais ainda por não dizer isso em voz alta.

As chamadas perdidas eram todas de Rosalie e Alice. Havia também um SMS de Eric - só meu irmão lindamente ultrapassado ainda manda mensagem de texto - e uma mensagem instantânea da minha mãe dizendo que começou um curso novo de corte e costura - ótimo para ela!

Eu me viro outra vez para o computador e abro o e-mail de Alice, enviado hoje pela manhã.

Ela não parece satisfeita, porque está escrevendo em maiúsculas. Posso sentir seus olhos verdes de gato cravados em mim.

"ESTAMOS TENTANDO FALAR COM VOCÊ HÁ QUATRO DIAS!!! O QUE ACONTECEU? DÊ SINAL DE FUMAÇA OU QUALQUER COISA, OU ENTÃO VAMOS ATRÁS DE VOCÊ COM TOCHAS ACESAS COMO NA IDADE MÉDIA,

ALI".

Eu quase posso sentir meus ouvidos sangrarem com os gritos de Alice. Então passo para a mensagem de Rosalie, sabendo que vou ler algo muito menos emocional ou sádico, porque conheço o estilo das minhas duas melhores - e únicas! - amigas melhor do que o meu próprio.

"Olá, Bella! Como tem passado?

Sei que é inverno em NY e você deve estar tremendo de frio. Eu só espero que tenha algum macho bem safado para te aquecer por aí, do contrário sou capaz de enviar alguns belos exemplares pelos correios....

Então: Alice está me assustando. Ela disse alguma coisa a você sobre tochas e idade média? Eu não entendo muito bem do assunto. Passei todas as aulas de História do ensino médio beijando rapazes, você sabe.

Brincadeirinhas a parte, queremos saber se você vem essa noite? Precisamos de você lá, é sério. Não vamos aguentar sem a terceira ponta do nosso tridente. E queremos espetar os traseiros desses filhos da puta com tudo.

Amamos você e sentimos sua falta,

Rose".

 

 

Ok. O e-mail de Rosalie não havia sido mais esclarecedor que o de Alice e agora eu estou me perguntando sobre o que essas duas malucas estão falando.

Eu desligo o computador, agarro minha bolsa e o meu casaco e apago a luz antes de sair da minha sala em direção ao elevador.

Terei tempo para Alice e Rosalie mais tarde, quando chegar em casa. Agora preciso ligar para Rennèe e ser legal sobre o curso de costura, porque assim como eu, eu sei que ela só está tentando levar uma vida normal depois da morte de Charlie.




 

Forks

26 de outubro de 2010

~ Doze anos antes ~



Eu estou no meu quarto, deitada na cama, pensando no quanto minha vida é inútil.

Meu pai e minha mãe estão jogando videogame com Eric na sala, um jogo novo com nome idiota: Counter-Strike. Eric diz que é a melhor coisa do mundo, mas eu acho que é só mais um jogo estúpido e violento e, de jeito nenhum, vai ser um sucesso. Mas é esse tipo de coisa que faz dos garotos apenas garotos, não é mesmo? Pelo menos ele não está por aí beijando garotas como Tanya Denali.

Deus, pensar no nome dessa megera me faz querer vomitar! Como Edward pode gostar dela? Como ele pode sair por aí de mão dadas com essa loura venenosa que sobrevive de sugar a luz interior dos outros?

Ok, essa conclusão sobre a luz interior veio da cabecinha esquista da Alice. Ela agora entrou nessa onda de magia e meditação e anda por aí usando um turbante esquisito na cabeça que ela diz ser meio retrô. Se não bastasse Tanya e o seu séquito deplorável zombando da gente pelo simples fato de respirarmos, Ali ainda dá mais corda com as estranhices dela.

Mas Rose e eu estamos acostumadas. Mais do que isso: nós a amamos com todas as suas esquisitices! Foi Alice quem uniu o nosso trio, um trio improvável e que deu certo.

Eu sabia que apesar do que acontecesse nos próximos anos, nós seríamos amigas pelo resto das nossas vidas.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo comentário GCblee e seja bem vinda! Gostou do capítulo?

Então, gente, no próximo capítulo vamos descobrir o assunto desses e-mails misteriosos e vamos embarcar numa aventura super mística com a Bella *-*

O que estão achando? Deixem comentários, abraços.



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