Damon e Elena - Casamento de Mentirinha escrita por Emma Salvatore


Capítulo 24
Tentando


Notas iniciais do capítulo

Oii, gente!!!
Esse é o primeiro cap de Elena sem andar. Damon ainda está tentando se aproximar dela, mas não vai ser mto fácil.
Espero q gosten!!!



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— Você precisa de algo? Quer alguma...

— Eu estou ótima! – Elena disse sem tirar os olhos da televisão.

— Tudo bem. Se você precisar de alguma coisa, saiba que é só me chamar – avisei.

Ela assentiu, sem olhar para mim.

Eu achei melhor deixá-la sozinha. Saí do meu quarto e rumei até a cozinha. Servi-me de uma boa dose de uísque e me sentei à mesa, pensando.

Fazia dois dias desde que Elena saíra do hospital. Eu fiz o melhor que pude para instalá-la com conforto. Deixei-a no meu quarto – que o era o maior da casa –, enquanto eu dormia no quarto ao lado. Na verdade, não tinha muita certeza se estava conseguindo pegar no sono.

Passava a maior parte da noite sentado no sofá do meu quatro, observando-a dormir. Ficava aterrorizado em pensar que alguma coisa poderia acontecer a ela se eu não estivesse por perto para socorrê-la.

Eu passava o dia todo na empresa preocupado. Ligava para Tracy a cada 1 hora perguntando se ela estava bem. Sabia que se eu ligasse para Elena, ela não iria me atender.

Ela vem tentando me evitar, dando respostas curtas e grossas. Não posso culpá-la por isso. Apesar de me doer, estou colhendo o que plantei.

Amanhã será o primeiro dia com o fisioterapeuta. Queria muito estar aqui com ela, mas eu terei uma reunião no mesmo horário. Pedi que Stefan e Caroline a acompanhassem. Não seria fácil para Elena, mas tinha certeza de que ela iria superar isso. Ela era forte.

Terminei o meu copo de uísque e subi para o quarto.

Passei para ver como Elena estava e me surpreendi. Ela tentava inutilmente secar as lágrimas que insistiam em cair.

Isso partiu meu coração, mas tive que conter a vontade de entrar e consolá-la. Ela não iria me receber de braços abertos. Talvez até piorasse qualquer coisa que ela tivesse sentindo.

Fui para o quarto de cabeça baixa. Deitei na cama e pensei.

O que eu poderia fazer para tentar animar Elena?

*

— Chega! Você não pode continuar assim. Nós vamos sair – avisei, pegando a cadeira de rodas.

— Quê? Não, não quero sair. Estou muito bem aqui – Elena resmungou, puxando a coberta até o pescoço.

— Ah, você vai sim – determinei. – Não acha que já basta passar a semana toda debaixo dessa coberta?

— Damon, acorda! Eu não posso andar! Onde mais eu estaria? – Elena exclamou, séria.

— Você não levantou nem para fisioterapia, Elena! Mandou o fisioterapeuta embora. Além disso, Tracy e Cindy tentaram te levar para o jardim diversas vezes nessa semana. E você não saiu dessa cama! – exclamei e puxei-a para cima.

— Ei! – ela reclamou.

— Eu tomei uma decisão – comuniquei sem me importar com suas reclamações quando a pus na cadeira de rodas. – Vou diminuir minha carga de trabalho. Talvez até mesmo deixe de ir alguns dias. Stefan pode cuidar das coisas por lá.

Elena olhou para mim, chocada.

— Como?

— Quero ficar com você a maior parte do tempo – expliquei. – Não quero te deixar sozinha.

O olhar de Elena se suavizou e ela teve que desviar.

— Não quero que você fique comigo – sussurrou.

— Isso não é mais sua escolha – puxei a cadeira para saída do quarto e ela reclamou.

— Damon! Não vou nem tomar banho?

Dei de ombros.

— Não. Para onde vamos não precisa.

Ela bufou e nós saímos do quarto.

— E para onde vamos exatamente? – perguntou.

Respondi com um sorriso:

— Vamos à praia.

*

Depois de três longas horas, finalmente chegamos à praia. Estacionei o carro na orla e olhei de relance para Elena. Ela continuava desconfiada. Tinha certeza que estava se perguntando se eu não queria humilhá-la de alguma forma. Bom, se esse fosse o caso, ela veria que estava enganada.

Tirei a cadeira de rodas do porta-malas e ajudei Elena a sair do carro.

— Por que você me trouxe para cá? – ela perguntou.

— Porque eu quero provar que você pode fazer tudo que quiser – respondi.

Ela revirou os olhos.

— Damon, será que você não percebeu que estou numa cadeira de rodas? Meus pés não se mexem!

— Você não precisa que seus pés se mexam para sentir algumas coisas – afirmei. – Como a água do mar em seu corpo, por exemplo.

Elena bufou.

— Você só precisa que alguém seja os seus pés – continuei.

Ela olhou para mim, cética.

— Ah, não me diga que será você.

— Sim, serei eu.

— Damon, como você pretende me levar para a praia com essa cadeira?

— Bom, essa cadeira foi feita justamente para que conseguisse andar em solo arenoso – expliquei.

Elena mirou o objeto em que estava sentada.

— Damon, quanto você gastou com isso? – perguntou com tom de irritação.

Dei de ombros.

— Não importa. Você está aqui e posso te levar até a areia e te carregar até o mar.

Empurrei a cadeira de Elena em direção à praia, mas percebi que ela não estava nenhum um pouco relaxada.

— Não quero que você gaste mais do que o necessário comigo - sussurrou. – Não quero ficar em dívida com você.

Toquei seu ombro de leve.

— Você nunca estará em dívida comigo – assegurei. – Sou eu que sempre estarei em dívida com você.

Ela olhou para cima por um momento, aparentemente confusa.

— O quer dizer com isso?

Abri a minha boca para falar, mas fechei no mesmo instante. Continuei seguindo o caminho e guiando a cadeira de Elena. Quando chegamos à areia, respondi:

— Não importa.

Escolhi um sobreiro e deixe-nos em baixo dele. Sentei-me ao chão, logo ao lado de Elena.

As pessoas olhavam, estranhando uma cadeirante estar na praia. Elena percebeu isso. E não gostou nem um pouco.

— Vamos embora – pediu. – Não posso ficar aqui e fingir que sou... Normal. Simplesmente não consigo!

Ela abaixou o rosto. Sabia que ela queria chorar e, iria, se estivesse sozinha.

Mas eu não iria deixá-la se lamentar. Tirei-a da cadeira de supetão, deixando-a espantada.

— Damon! – ela exclamou.

— Viemos até aqui, é óbvio que você vai entrar no mar! – avisei, direcionando-nos para a água.

— Quê?! Eu não estou nem de biquíni!

— Não importa!

Quando comecei a sentir a água do mar em meus pés, pedi a Elena:

— Feche os olhos.

Ela me olhou, confusa.

— Por quê?

— Só feche os olhos.

Ainda relutante, ela obedeceu. Adentrei na água devagar, deixando-me ser guiado pela areia. Elena estava agarrada a mim, ainda de olhos fechados.

Deitei-a sobre a água, deixando-a flutuar. Claro, mantinha minhas mãos em seu tórax.

— O que você está sentindo? – perguntei em voz baixa.

— Paz – ela respondeu com um sussurro quase que inaudível.

Sorri. Era isso que eu queria.

Não sei quanto tempo ficamos ali. Quietos, apenas sentindo o poder da água fazer maravilhas com o nosso corpo.

Então Elena abriu os olhos. Ela olhou para mim e sorriu. Notei que seu sorriso trazia um agradecimento silencioso. Sorri de volta.

Saímos da água com calma e voltamos ao nosso sobreiro. Ia colocá-la na cadeira, mas ouvi um protesto.

— Por favor, me deixe na areia.

Fiz o que ela pediu no mesmo instante. Estiquei suas pernas e sentei-me ao lado dela. Ficamos observando o mar juntos.

— Foi perfeito! – sussurrou.

— Te provei que você consegue fazer tudo? – perguntei com um sorriso.

Ela me olhou, observando cada detalhe de meu rosto.

— Talvez.

Ficamos alguns minutos em silêncio até que eu decidi que precisava falar alguma coisa.

Segurei sua mão.

— Elena – ela olhou para mim. – Quero que você saiba que pode sempre contar comigo. Não quero te deixar sozinha nessa. Eu sei que está sendo muito difícil para você, por isso eu preciso tentar, de alguma forma, amenizar isso. Só quero que você me deixe te ajudar.

Delicadamente, Elena tirou sua mão da minha. Ela observou as pessoas na praia. Particularmente, as mulheres bronzeadas de corpos esculturais. Soube o que ela estava fazendo. Ela estava se comparando.

Na cabeça dela, eu, Damon Salvatore, não iria querer cuidar de uma “aleijada” quando eu podia ter musas. Precisava mostrar que ela estava errada.

— Você não é elas, Elena – falei, sério.

Ela soltou um riso triste.

— Claro. Sou mais ingênua, não é mesmo? Boba, fácil.

— Elena...

— Não. Não fala nada, por favor.

Obedeci.

O quê eu poderia falar? Tinha sido eu a causar esse estrago. Era o meu dever tentar reparar as consequências.

— Quero ir embora – Elena pediu sem olhar para mim.

Concordei. Tirei-a da areia e coloquei-a na cadeira de rodas.

Estávamos caminhando em direção ao carro quando fomos parados por duas garotas. Uma era loira e outra era morena. Elas sorriam para mim. Será que eu as conhecia?

— Não se lembra de mim, Damon? – a loira perguntou.

Franzi as sobrancelhas tentando lembrar. Ela só podia ser mais uma das que eu levava para cama sem nem perguntar o nome.

— Ah, não. – respondi, sincero.

Ela não pareceu se intimidar.

— Eu sou Daphne Ledge e essa é minha amiga Celeste Sicles – apresentou. – Nós ficamos juntos um dia antes do seu casamento.

— Não lembro – falei, tentando me livrar disso. Será que ela não percebia que minha esposa estava aqui?

— O quê? Elena não sabia? Me desculpe, Damon, não achei que ela ainda tivesse alguma dúvida de que fosse traída – Daphne debochou.

— Acho que agora ela nem se importa visto que nem pode dar o que marido necessita – Celeste zombou e as duas riram.

— Damon, vamos embora, por favor – Elena pediu com voz fraca.

Sabia que seus olhos estavam marejando e seu coração estava sofrendo mais um ataque.

— Sabe, Damon, se você precisar de alguma coisa pode nos procurar – Celeste se ofereceu.

— Estamos no mesmo lugar de sempre – Daphne completou. – Podemos ajudar em coisas que sua mulher não pode.

— E nem sabemos se sequer algum dia já pôde – Celeste comentou.

— Damon, por favor! – Elena pediu com mais urgência.

Coloquei a mão em seu ombro. Queria tirá-la dali o mais rápido possível. Mas ao mesmo tempo, não queria que essas idiotas pensassem que venceram. Não ia mais deixar que ninguém quebrasse o coração de Elena. Ninguém mais ia fazer isso com ela.

— Não. Não estou à procura de nada e nem de ninguém. Já tenho tudo o que eu quero bem aqui – respondi, apertando o ombro de Elena para que ela soubesse que eu estava sendo verdadeiro.

As garotas riram.

— Você quer se mostrar fiel a sua esposa, né? Nós entendemos. É só você nos procurar à surdina da noite...

— Será que você não entendeu que não estou procurando nada?! – exclamei com raiva. – Elena é tudo que eu preciso. Simplesmente olhá-la todos os dias já me faz bem. Vê-la sorrir é uma dádiva. Ter a companhia dela é indescritível. Desculpe, mas vocês não são capazes de competir com ela.

As risadas das duas cessaram. Notei que Elena ficou rígida sob o meu toque. Não saberia dizer se isso era algo bom ou ruim.

— E, agora, se me dão licença – falei, me afastando delas.

Caminhei com Elena até o carro sem dizer uma só palavra.

Quando já tínhamos nos afastado da praia, ela finalmente quebrou o silêncio:

— Por que mentiu desse jeito? – perguntou, um tanto abalada. – Será que você não poderia simplesmente ter me tirado dali?

— Eu não menti, Elena – olhei para ela para que pudesse ver minha sinceridade. – Tudo que eu disse a essas garotas é verdade. Você é tudo que eu preciso.

— Não, não sou – ela sussurrou, desviando seu olhar de mim. – Você mesmo fez questão de me dizer isso.

Aquilo foi uma mentira – afirmei. – Eu estava com medo dos meus sentimentos. Com medo de finalmente admitir a verdade. Estava com medo do que eu sentia por você. Do que eu sinto por você.

— E o que você sente por mim, Damon? – ela perguntou, voltando a me encarar. Seus olhos estavam marejados. Sabia muito bem que ela não acreditava em uma só palavra do que eu dizia. Na cabeça dela, estava agindo assim somente por culpa.

O meu celular tocou nesse momento e eu não hesitei em atender, quebrando nosso contato visual.

— Alô?

Ouvi a voz do meu primo do outro lado da linha e nossa conversa foi muito breve.

— Tenho que ir à empresa – comuniquei a Elena. – Surgiu um problema que Stefan não está conseguindo resolver. Ficarei lá o mais breve possível. Quero estar com você em sua primeira sessão de fisioterapia. O fisioterapeuta deve chegar no final da tarde.

— Você não precisa, Damon – ela sussurrou, encarando seus pés imóveis. – Tenho certeza de que Bonnie e Caroline não se importarão em ficar comigo.

— Eu sei. Mas acontece que eu quero, Elena – frisei.

Ela me encarou novamente.

— Você já está fazendo o suficiente, Damon. Não precisa me acompanhar na sessão também. Já percebi que está terrivelmente culpado.

— Sim, me sinto culpado – admiti, encarando-a firmemente. – Verdade. Mas não estou cuidando de você por culpa.

— Então qual é o outro motivo? – ela perguntou, devolvendo o meu olhar. – Por que você está cuidando de mim?

Porque eu te amo! Quis responder.

Abri minha boca para respondê-la, mas tornei a fechá-la. Elena não acreditaria em minhas palavras. E fazia bem em não acreditar.

Antes que essas três palavrinhas saíssem de minha boca, eu iria demonstrar o meu amor. Ela precisava sentir que era amada. Eu a faria sentir.

— Quando chegar o momento certo, você saberá – respondi, encerrando o assunto.


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Notas finais do capítulo

E então, gente???
Será q Elena vai conseguir perdoar Damon???



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