Paparazzi escrita por Kyra_Spring


Capítulo 1
Prelúdio


Notas iniciais do capítulo

Olhem só pra mim, estou escrevendo uma fic yaoi... xDDD Enfim, gente, eu sou muito novata nesse ramo. Comecei a ler há muito pouco tempo, e precisei tomar coragem pra tentar escrever. Na boa, gente, preciso muito de um retorno de vocês. Dêem suas opiniões, digam o que acham, façam pedidos, correções... E, apesar do título, não, não haverá nenhum pole dancing nessa fic, muito menos com o Riku (piadinha interna da Kingdom Hearts Brasil - Fics. Um dia ainda consigo dar um summon na pessoa que criou isso pra se explicar pra vocês. xD) Enfim, espero que gostem. Beijos, e até a próxima.



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E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:

- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

(Antoine de Saint-Exupéry, “O Pequeno Príncipe”)
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- Você não tem culpa, Axel. Não havia nada que você pudesse fazer.
Tenho ouvido essa frase com uma frequência muito maior do que gostaria. As pessoas ao meu redor tentam colocar panos quentes em tudo o que aconteceu, tentam fazer de conta que eu não fui nada além de mais uma vítima de uma peça cruel do destino. É claro, é muito mais fácil tentar fingir que não há culpados. Mesmo que eles existam. Mesmo que seja eu.
Já não sei mais desde quando estou preso a essa maldita cama de hospital. O tédio e o excesso de tempo são o meio perfeito para cultivar toda uma colônia de pensamentos malditos. São como diabinhos, perturbam, provocam, enlouquecem. Andam em círculos, criam espirais, e sempre voltam ao mesmo ponto, à mesma noite.
E a dor... eu a sinto em todas as esferas. Física, mental... meu coração dói. É quase como se ele não existisse mais, e no seu lugar houvesse restado apenas um buraco, que sangra sem parar. Dói tanto... e quase sempre penso que talvez fosse muito melhor se tudo tivesse acabado naquela noite. Não haveria perguntas, não haveria falsa complacência... só o silêncio, a escuridão... a paz...
Mas não. Eu estou aqui agora. Por quê?
Será que há algum propósito nisso tudo? Será que há alguma resposta?
Por que, naqueles segundos em que eu tinha a certeza de que iria morrer, tudo pareceu tão claro? Tudo, tudo fazia sentido. Eu tive todas as minhas respostas. Então por que, agora, depois de tudo, elas pareciam ainda mais vagas e indefinidas do que antes?
O que me restava fazer? Como eu seria capaz de suportar aquilo? Como eu poderia viver comigo mesmo?
Meus amigos trouxeram meu livro favorito para o hospital. O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Belo e filosófico, sem dúvida. Mas eles não fazem idéia do que sinto em relação a esse livro. Há uma passagem dele que diz “Tu te tornas eternamente responsável pelo que tu cativas.” Então, isso me torna responsável. Era meu dever fazer com que as coisas fossem diferentes.
Mas o que eu poderia fazer? E, mais importante, algo que eu fizesse faria diferença?
- Não importa – eu disse a mim mesmo – Não importa...
Mas importava. E eu sabia disso.
E eu nunca poderia prever que tudo aconteceria dessa forma. Pelo menos, não naquela manhã chuvosa em que tudo começou. A manhã fria e enevoada em que nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez...
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Notas finais do capítulo

Segundo capítulo já no ar. Espero que gostem!



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