Três amigas e o amor. escrita por calivillas
Nas semanas seguintes, Ana mergulhou de corpo e alma na preparação do processo. O advogado responsável seria o seu chefe, Tavares, caso alguém pudesse ligar o nome dela ao de Marcelo. Conseguiram assessória de uma ONG internacional de proteção ao meio ambiente, por intermédio de Pete. E quando a reportagem dele foi publicada, com lindas fotos e a denúncia de destruição daquele habitat, por interesses financeiros, os grandes grupos internacionais, que estavam envolvidos na construção do resort, começaram a desistir do empreendimento, pois não queriam ter suas marcas envolvidas em um crime ambiental. E ainda tinha aquele amigo de Raquel, Lucas, um conhecido repórter, que adorava matérias como aquela. No final, após tanto alarde, a construção foi cancelada e quando soube da notícia, Ana ligou para Marcelo, imediatamente, para felicitá-lo.
— Parabéns! Você conseguiu.
— Obrigado, Ana, mas, aqui está uma loucura, telefonemas e reuniões, cancelamentos de contratos.
— Não quero atrapalhar. Só queria dar parabéns para você pelo o que conseguiu. Então, é adeus, Marcelo – Ana sentiu seu coração apertar e a garganta se fecha em um nó apertado, pois para ela seria o derradeiro adeus.
— Não, Ana! Eu ligo depois, assim que puder – ele pediu, com urgência.
— Não, por favor, não me ligue mais. Felicidades em sua nova vida – desligou, abruptamente, não queria que ele percebesse o tom de tristeza na sua voz, seria melhor daquele jeito.
Assim, a vida de Ana continuou e apesar de parecer a mesma, ela estava diferente. O escritório em que trabalhava, ganhou certa notoriedade com o processo contra o conglomerado internacional, passando a defender algumas causas importantes, principalmente, ligadas à parte ambiental e direitos de propriedades. Ana dedicava seu tempo livre, trabalhando com ONG, que a auxiliou durante o processo, querendo ficar a maior parte do tempo ocupada, para não pensar em Marcelo nem no seu iminente e fabuloso casamento, por isso, nunca mais folheou nenhuma revista de fofocas e pulava as colunas sociais dos jornais, não queria correr o risco de encontrar fotos do enlace dele com Mariane. Também, para não cair em tentação, apagou o número do telefone dele do seu. Pretendia, nunca mais vê-lo, não queria sofrer de novo, assim aos poucos, a falta que sentia dele foi se acalmando, mas nunca desapareceu por completo, ficando guardada e bem escondida em um cantinho da sua alma e, quando essa saudade tentava fugir do controle, ela a empurrava, com todas as suas forças, de volta para o seu lugar na escuridão.
Naquela sexta, Raquel ligou, havia um tom estranho na sua voz.
— Ana, precisamos nos encontrar. Tenho uma novidade
— Por Deus, Raquel! O que houve?!
— Não por telefone! Vamos almoçar amanhã.
— Está bem! Vou morrer de curiosidade. Aonde? Nada de restaurante de salada, por favor – Ana pediu, ainda traumatizada pelo almoço desastroso, onde encontrou Marcelo com a noiva.
— Juro, nada de salada – Raquel prometeu e combinaram o restaurante e o horário
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