Cirela escrita por Roberta Pereira


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

sdjfops



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"Isso não pode ficar assim... Eu preciso fazer alguma coisa." - Gustavo pensava, enquanto riscava o canto do caderno. Havia uma hora que estava tendo aula, mas não conseguia esquecer o que acontecera mais cedo. O que foi aquela reação do Oscar? De fato, Oscar não era pessoa de deixar a água bater na bunda, mas aquilo não tinha sido um tanto... Exagerado? - "Tem alguma coisa muito errada..."

Começou a avaliar tudo que podia ser. Ele estava estressado por ser segunda de manhã? Talvez, mas ainda assim, não podia ser só isso. Estaria com raiva dele? Provavelmente, entretanto não se lembrava de ter feito nada de grave para o amigo nos últimos dias, nem de ter falado algo errado. Poderia estar realmente querendo falar algo de muita importância para Isabela? Pouco certo. O que seria? E por que ele diria no meio de um monte de gente? Oscar era tapado, mas não burro.

"À menos, que..!"

—Ah, merda... - Gustavo sussurrou baixinho.

***

Não perdeu mais tempo. Assim que Gustavo ouviu o sinal do intervalo soar, ele correu em direção à mesa de Oscar, antes que ele desse um jeito de se esquivar e ir se encontrar com Isabela. Quer dizer, era apenas uma suposição, mas não deixava de ser provável; cruzava os dedos para que fosse só um pensamento ruim. O abordou enquanto esse puxava seu salgadinho da mochila.

—Podemos falar agora? – Perguntou, e, se sentindo ansioso, sorriu.

Oscar bufou.

—O que tá acontecendo com você? Toda hora quer conversar coisas “sérias” – Fez o sinal de aspas com os dedos. – comigo. Se tem algo tão importante, diz logo! Não tenho tempo pra essas besteiras.

Gustavo respirou fundo, olhando pros lados. Queria conferir se alguém estaria nos próximos dois metros, podendo ouvir qualquer palavra que iria proferir. Por sorte, o monitor rondava pelo corredor, expulsando qualquer um que visse dentro de uma sala. Empurrou o outro até um lugar da sala que ficasse fora do campo de visão do monitor.

—O que você tem com a Isabela? – Completamente sério, Gustavo perguntou.

Oscar riu, com um leve tom de deboche.

—Isso é uma piada? Você tá brincando, só pode.

—Eu nunca estive tão sério em toda minha vida. – Continuou sem qualquer reação, apesar de Oscar manter o sorriso.

—Isso não interessa pra você, palhaço. – Arqueou as sobrancelhas e estreitou o olhar, mantendo aquele maldito sorriso no rosto.

Aquilo acabava com o interior de Gustavo. Alguma coisa queimava dentro dele, mas ele não sabia identificar exatamente o que era. Talvez fosse ódio. Raiva. Vontade de arrancar aquele sorrisinho frio do rosto dele, provavelmente.

—Se não interessasse mesmo, eu não estaria perguntando. Eu confio em você, talvez você devesse fazer o mesmo. Me diz, o que você quer tanto perguntar pra Isabela?

—Já pensou que eu não queira falar disso? – Finalmente, o semblante de Oscar ficou sério. Agora se caminhava para a porta. – Me deixa em paz, sério.

—Isso não vai ficar assim... Não mesmo.

***

Descendo para o pátio comendo alguns cookies sem lactose, Isabela procurava suas amigas. Por não estudar na mesma sala que elas, não sabia aonde iam depois que a aula terminava; não havia nem mesmo visto-as naquela manhã.

Puxou o celular do bolso esquerdo do casaco, esperando conseguir contatar alguma delas e perguntar onde estavam. Talvez o professor tenha prendidos os alunos na sala por... Dez minutos? Começou a digitar, ainda andando.

“Onde vcs estão? To procurando faz mt temkfrope”

Ela se chocou contra alguma coisa, alguém. Estava muito distraída, e caiu junto da pessoa no chão. Seu pacote de cookie caiu, mas para sua sorte, não se espalharam pelo chão. Segurava firme o celular, então ela só pressionou algumas teclas aleatórias antes de enviar a mensagem sem perceber.

—Mas que...? – Isabela quase xingou. Arrumou a touquinha de trololó na sua cabeça, para olhar em quem havia trombado. – Me desculpe... Ciro?

Seu rosto esquentou rapidamente ao ver o rosto do colega na sua frente. Ele esfregava a testa.

—Tá tudo bem? – Ela perguntou, se levantando rapidamente para ajuda-lo. Guardou o pacote e o celular no bolso. – Desculpa, eu estava completamente distraída com meu celular e não te vi!

Ela estendeu a mão, reerguendo-o.

—Tudo bem, eu também estava distraído com... Outra coisa. – Ele sorriu.

—Sua testa está doendo? – Isabela aproximou-se, para checar a marca vermelha que crescia na testa dele. Levantou a mão para toca-lo, mas se conteve e abaixou o braço. Seu rosto esquentou de novo.

—Eu estou bem, calma. – Ciro arrumou o cabelo, escondendo a marca. – Só você que não. Aconteceu alguma coisa?

“Sim, você tá totalmente indiferente ao fato d’eu estar claramente te stalkeiando enquanto você DORMIA.”

—Não. Só está sendo uma semana estranha. Acho.

—Mas ainda é segunda, Isa. Você deve estar com sono e tá alucinando coisas estranhas acontecendo. – Ele olhou para a touca na cabeça dela. – Tem alguma coisa relacionada a esses personagens que eu nunca consigo adivinhar o que são?

—Não. – Ela negou, soltando um risinho. – Tem a ver com... – Opa. – Ah, não é nada.

—Tudo bem, então. – Ciro deu de ombros e se afastou dela, se dirigindo ao seu grupo de amigos, que estava ali perto.

Estranho, de novo. Isabela se perguntou por que tudo, repentina e absolutamente TUDO havia ficado estranho. Primeiro foi o Ciro ajudando-a na aula de matemática sem motivos aparentes. O clima de briga entre o Oscar e Gustavo desde sexta. Depois, naquela manhã, ela acordando Ciro de um jeito MUITO assustador e ele não dando a mínima duas horas após.

“Que diabos tá acontecendo?”

—Isabela.

Alguém chamou, assustando-a. Ela virou num pulo.

—Ah, é você, Letícia. – Sorriu, um pouco aliviada por não aparecer mais nenhum menino. - Onde você e todo mundo estava?

—Na sala, sabe como a Lígia adora atrasar a gente. Ei, eu vi sua mensagem, achei estranho, e vim te procurar. Você tá bem? – Letícia perguntou.

—Menos do que eu queria, mas, sim, estou. – Isabela respondeu.

—Imagino o que seja. Sabe, Isa, eu acho que você deveria ignorar o Ciro mais vezes. Eu não confio nele. – Ela balançou a cabeça negativamente.

—Por quê? – A outra perguntou, curiosa.

—Ele já gostou de você por muito tempo, mesmo. Quem sabe se ainda não o faz. – Torceu o nariz. - Eu tenho medo dele tentar forçar você a fazer qualquer coisa que não seja agradável.

—Pff, não é pra tanto. – Sorriu. – Eu convivo com o Ciro faz anos, ele nunca fez nem parece ser o tipo de gente que faz isso. Eu sei que você não gosta de relacionamentos na nossa idade, não gosto tanto quanto você. Mas eu saberia se o Ciro fosse fazer qualquer coisa, e eu contaria à vocês o quanto antes. Relaxa.

Letícia concordou, apesar de não parecer muito convencida.

—Só, por favor, fique longe de qualquer cara que tentar alguma coisa contigo. – Pediu.

Isabela balançou a cabeça positivamente. Entendia a preocupação da amiga, e ela tinha totalmente razão em tê-la. Só não entendia toda essa fixação nessa ideia.


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Notas finais do capítulo

leticia estragando os role

brincadeira rçrçrç


ligia voce n atrasa ngm, n me mata ♥



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