Cirela escrita por Roberta Pereira


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

treta rs



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Murmurando a sua música favorita, Isabela pensava na quantidade capítulos do livro que pretendia ler quando chegasse em casa. Ela tentava prestar atenção no que a professora dizia, mas ninguém consegue se concentrar enquanto sabe que está à quinze minutos de sair para comer.

Agora são somente dez minutos.

—Debroi, você poderia responder a letra F, por favor? – A professora interrompeu seus devaneios.

—Ahn? – Ela para de murmurar, e arruma a postura. Olha pra letra que a professora pedira. Estava em branco. – Ah... Eu... – Ela avaliou a questão, tentando responder.

—X é igual a 5 – Alguém sussurrou ao seu lado. Ela nem pensou duas vezes antes de repetir.

—X igual a 5! – A professora sorri, satisfeita. Continua perguntando aos outros alunos.

Isabela discretamente olha para o lado, procurando quem havia ajudado ela. Nunca havia aceitado a resposta de outra pessoa, afinal isso era completamente imoral, mas para ela, era melhor do que admitir que não havia feito o exercício.

Seu olhar cruzou com o de Ciro. Ele piscou para ela, abrindo um pequeno sorriso. O rosto de Isabela esquenta um pouquinho.

O sinal toca, anunciando o final da aula. Ela leva um pequeno susto, mas rapidamente se levanta e começa a fechar seus livros, mais rápido que o normal. “Isso é esquisito.” – Pensa.

—Ei. – Ciro chamou. Ela olha. – De nada. – Jogando a mochila nas costas, se encaminha em direção a porta, se misturando com os outros alunos.

—Isabela. – Júlia chama, fechando o fichário.

—Sim? –Ela pisca rapidamente, saindo de um transe temporário.

—O que aconteceu? – Ela sorri maliciosamente. Sempre havia torcido para os dois ficarem juntos, e em qualquer oportunidade que aparecia, ficava animada.

—Nada, por que?

—O Ciro falou “De nada”.

—Tá ficando paranoica como a Roberta? Não foi nada.

—Sei...

As duas se encaminhavam para sair da sala. Quando estavam na metade do corredor, Gustavo toca no ombro de Isabela, tentando falar sobre sua ideia mais uma vez.

—Eu estava pensando em comprarmos um Kiwi pra filmar.

—Por que um Kiwi? – Isabela pergunta, interessada.

—Existe fruta mais aleatória que um Kiwi? Tipo, é uma fruta COM PÊLOS.

—Verdade. – Ela riu. Ele sorri junto com ela. – Mas e aí, o que fazemos com o Kiwi?

—Podemos chama-lo de Kiwizinho, e...

Os três caminham em direção a porta da escola, onde os outros já aguardavam pela chegada deles.

—Vamos logo, Isabela! – Oscar reclama. – Eu estou com fome.

—Eu também! – Letícia, ao seu lado, protesta. – Sabe quanto tempo eu estou esperando?

—Foi mal, é que o Gustavo teve uma nova ideia pra filmar. Explica pra eles.

Saindo da escola, ele repete a ideia aos outros, e acaba de contar quando estão próximos ao restaurante.

—Gostei. - Oscar diz. - Eu vou participar junto da Isabela.

—Tudo bem. O problema é que eu queria filmar junto dela, já que eu tive a ideia. – Gustavo diz, aparentando estar irritado.

—Ok, ok, calma. Gustavo, você pode filmar, eu entro na cena junto do Oscar. Tudo bem?

Ele responde com um “Sim”, frio. Sentindo o clima que havia se formado, Júlia incentiva todos a entrarem no restaurante. Quando finalmente começam a comer, as coisas voltam ao normal. Eles logo começam a conversar sobre aleatoriedades que aconteceram em suas aulas.

—Ah, Isa. Tem um... – Oscar interrompe a conversa, cutucando o ombro dela. Ele sinaliza uma sujeira no canto da boca dela, mas ela não consegue limpar no lugar certo. – Aqui, espera. – Pegou um guardanapo, passando na bochecha dela.

Envergonhada, agradece e baixa a cabeça, olhando para seu prato.

Mais uma vez o clima ficou estranho. “Por que do nada tudo ficou MUITO ESTRANHO?” – Isabela começou a pensar. Gustavo se levanta bruscamente, com um pouco de raiva.

—Eu não quero mais comer. Aposto que o Oscar também não quer. – Ele aponta para o prato do amigo, vendo que está vazio. – Vamos na frente.

—Mas por que? Eu quero ir junto com... – Oscar protesta.

—Vamos logo.

—Mas e o vídeo? – Letícia pergunta, curiosa pela reação do amigo.

—Deixa pra lá, podemos gravar na segunda. Vamos. Agora!

Respirando fundo, Oscar se levanta. Os dois se dirigem ao caixa, para pagar pelas suas comidas.

—Oscar, eu acho que preciso lhe contar algo.

—Eu também acho que você tem que me explicar algo! Você está estranho.

Eles saem do restaurante. Gustavo respira fundo, se acalmando. Então, começa a falar.

—Eu... confio demais em você. E também... gosto muito de você. Então eu preciso te contar uma coisa.

—É babado? Fala logo. – Os dois riem.

—Sim. Eu acho que estou gostando da Isabela. Tipo, faz um tempo já, mas eu confirmei isso faz poucos dias. Eu não tava mais conseguindo guardar isso pra mim, precisava te contar isso. 

Oscar rapidamente fica sério e em silêncio. Olha para frente, tentando não olhar para Gustavo.

—Por favor, fala alguma coisa. – Ele pediu, nervoso.

—Tudo bem. Foi... por isso que você teve esse ataque e quis sair do restaurante no meio da conversa?

—Acho que sim... Eu sou meio impulsivo. Por isso que eu te contei agora, pra você não achar muito esquisita minha reação.

—Você fez um escândalo na frente de todo mundo porque eu limpei uma sujeira no rosto da Isabela? – Ainda sério, Oscar perguntou, parando para esperar o sinal abrir.

—Sim...? Você não está com raiva, está?

Ele não respondeu. Apenas atravessou a rua.


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