Summer Love escrita por BeeGandLadyS


Capítulo 23
Capítulo XXII;


Notas iniciais do capítulo

Um bilhão de desculpas pela demora, falamos com vocês mais abaixo e se divirtam com o capítulo final!



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Narrado por Bella Swan

“A BELLA NÃO É MINHA FILHA, ELA É ADOTADA!”

“A BELLA NÃO É MINHA FILHA, ELA É ADOTADA!”

“A BELLA NÃO É MINHA FILHA, ELA É ADOTADA!”

Aquela frase ficou repetindo em minha mente. Todos na sala me olhavam. Eu fiquei em choque, não sabia o que fazer por alguns segundos. Como assim eu sou adotada? Só podia ser alguma brincadeira da minha mãe... Mas ela parecia tão convicta ao dizer aquilo.

Antes que eu pudesse tomar minhas próprias decisões, meu corpo moveu-se rapidamente até a cozinha. Todos estavam absortos demais naquela própria bolha de choque, que nem pareceram notar minha presença.

- Será que alguém pode me explicar essa história? Mãe? – chamei.

Seu olhar triste encontrou o meu, provavelmente ela não esperava que eu estivesse acordada, embora aqueles gritos, seriam capazes de acordar a vizinhança inteira. Ela não me respondeu de imediato, apenas abaixou a cabeça, desculpando-se silenciosamente.

Breathe No More – Evanescence

Esme encarava-me em choque, sem realmente saber o que fazer ou dizer. Eu não sabia se aquele olhar queria dizer um “eu sinto muito, querida”, ou se ela olhava-me como se eu fosse uma intrusa ali.

Sim, pois era assim que eu me sentia.

Na verdade, eu sempre me senti assim ali.

A vovó não parecia nem um pouco surpresa com a declaração da mamãe, era como se ela já soubesse disso desde o primeiro segundo. De repente, todos que estavam na sala, vieram para a cozinha.

Tenho olhado no espelho por tanto tempo

Que comecei a acreditar que minha alma estava do outro lado

Eu simplesmente não agüentei ver todos aqueles olhares de pena e curiosidade em mim. Por isso, eu corri.

Corri como nunca. Corri como se aquilo fosse salvar minha vida. Corri para me salvar. Para me libertar.

Ainda pude ouvir os gritos desesperados de minha mãe, quando eu entrei no carro e acelerei porta afora. Eu realmente precisava ficar sozinha, pois, quem sabe assim, eu aceitaria melhor o fato de sempre ter sido uma intrusa naquela família.

Embora eu sempre tivesse essa sensação.

Quer dizer, eu não era como ninguém ali.

Eu não tinha os olhos da minha mãe, não tinha as feições da vovó. Na adolescência, eu nunca fui parecida com Alice. Não havia nada em mim, que pudesse comprovar que éramos primas.

Todos os pequenos pedaços caindo destruídos

Partes de mim afiados demais para serem colocados de volta

E Emmett? Eu nunca fui de reparar, mas olhando agora, nada em nós era parecido. A única coisa que podia mostrar que éramos irmãos, era o carinho que tínhamos um pelo outro. Mais nada.

Tirando o fato de que eu nunca me senti completa naquela família, era como se sempre faltasse algo. E agora eu sabia que faltava.

E sabia também o que faltava. Os laços sanguíneos. Era isso que faltava.

Deixei que as lágrimas caíssem como um rio sem destino. Parei o carro, sabendo que naquele local eu sempre me sentiria bem. Sempre me sentiria completa e feliz. Sentei-me na areia, sentindo o cheiro do mar, e o barulho dos pássaros cantando.

Durante anos, meses, eu tentei entender o que fazia Edward implicar tanto comigo em nossa infância e adolescência, e agora eu sabia.

Pequenos demais para terem importância,

Mas grandes o suficiente para me cortar em

Era como se alguma parte nele, por menor que fosse, já me indicava como uma intrusa. E tudo o que ele fazia era tentar salvar a família dessa intrusa. Repelindo-me como um inseto.

Solucei alto, as lágrimas impedindo-me de enxergar qualquer coisa.

Naquele momento, eu tentava entender quem eu realmente era.

Se eu não sou Isabella Marie Swan, se eu não sou Isabella Marie Cullen, então, quem eu sou?

-xx-

Narrado por Edward Cullen

Como assim a Bella é adotada?

Tantos pequenos pedaços.

Se eu tentar tocá-la,

Mas... Isso só podia ser uma brincadeira da tia Renée, certo? Isso. Provavelmente Renée ficara nervosa com o momento. Se bem que ela não iria brincar com algo tão sério assim.

Bella fora para a cozinha, e eu continuei na sala, assim como Jasper, Rosalie, Alice e Emmett. Todos pareciam tão surpresos quanto eu. Nem mesmo Emmett sabia da verdade. Suspirei, encarando as costas de Bella. Notei que minha mãe a olhava horrorizada, como se Bella não pertencesse àquele lugar.

Sem esperar mais nada, eu e os outros fomos para a cozinha, mas não adiantou muito, pois todos aqueles olhares, pareceram assustar Bella, que saiu correndo no mesmo instante. Tia Renée gritou-a, mas de nada adiantou. Eu sabia o quão teimosa Bella era, e nada a faria voltar. Ela estava assustada, com medo... E tudo o que eu queria era protegê-la.

E sangrar

Eu sangro

E eu respirar

Eu não respiro mais

Mas não consegui sair de casa, pois minha mãe segurou meu braço, encarando-me de uma forma mortal.

- Você tem muito que explicar, Edward.

- Isso fica para depois – disse. Minha voz era dura, fria, ríspida.

- Não senhor, pensa que vai onde? Atrás da sua prima?

- E se eu for? – indaguei de volta.

- Edward, pelo amor de Deus! Você sabe o que você está fazendo com a família?! – berrou.

Todos nos encaravam de uma forma constrangida. Soltei-me do braço dela, e a encarei de forma fria.

Eu nunca imaginei que minha mãe fosse tão... Fútil.

- Eu não estou fazendo nada, Esme. Agora é você que deve pensar no que você está fazendo! Viu só o que esse seu surtinho sem sentido causou? Sorte sua que eu conheço Bella o suficiente para saber onde ela está.

Tomo fôlego e tento elevar meu espírito

Ainda novamente você se recusa a beber como uma criança mimada?

Ela arregalou os olhos, completamente surpresa. Eu nunca havia brigado com ela antes, nunca sequer havia levantado meu tom de voz. Mas ela precisava ouvir aquilo.

Antes que ela falasse mais alguma merda em meu ouvido, corri para meu carro. Ainda pude ouvi-la me chamar, mas não dei atenção.

Havia outro alguém que precisava de mim.

Outro alguém que, no momento, era muito mais importante que essa Esme desconhecida.

Acelerei o carro pelas rodovias de Forks, e em questão de minutos, eu já estava adentrando nos terrenos de La Push. Não foi preciso mais de cinco minutos, para eu achar o carro de Bella. Estacionei ao lado de seu carro e desci.

Caminhei apressado pelos arbustos do local, e logo a avistei.

Minta para mim,

Convença-me de que eu sempre estive doente

Bella esta ali, sentada na areia, olhando para o nada. Eu não precisava ver seu rosto, para saber que ela estava chorando. Não precisava tocá-la, para saber que ela precisava de um abraço. Não precisava ouvi-la, para saber o que ela estava sentindo.

Aproximei-me dela, sentando ao seu lado. Abracei-a pelo ombro, e Bella encostou sua cabeça em meu peitoral. Seu corpo todo tremia, devido aos soluços que escapavam de seus lábios.

- Shh... – confortei-a. – Sei que não é fácil, Bella. Eu nem consigo saber a proporção do que você está sentindo no momento, mas, eu posso imaginar. Mas, Bella...

Segurei seu rosto, obrigando-a a me encarar.

- Ser adotada ou não, isso não vai mudar quem você é, meu amor. Você não precisa de um sobrenome, para ser Isabella. Não precisa de um sobrenome, para me fazer ficar encantado com você. Independente de tudo, você ainda será a Bella. A Bella do tio Charlie e da tia Renée. A Bella da Alice. A Bella do Jasper e da Rosalie. A Bella do vovô e da vovó. A Bella de meus pais. A Bella de Emmett. E, principalmente, a minha Bella.

E que tudo isso fará sentido quando eu melhorar

Mas eu sei a diferença entre eu mesma e meu reflexo

Em seu rosto delicado, um sorriso fraco brotou. Escovei-lhe as bochechas, e ela fechou os olhos. Aproximei-me, dando um calmo beijo em sua face, secando-lhe as lágrimas. Por fim, beijei-a nos lábios. Sentindo sua dor diminuindo cada vez mais.

Separei nossos lábios com um demorado selinho, e grudei nossas testas. Bella suspirou, quebrando o silêncio.

- Obrigada, Edward.

- Não há de quê, pequena – sorri.

Seus braços pequenos envolveram de forma carinhosa, e eu encostei meu queixo no topo de sua cabeça. Juntos, suspiramos.

Não posso evitar me perguntar qual de nós você ama?

- Vamos para casa? – indaguei-a.

Senti-a estremecer e a apertei ainda mais em meu abraço.

Eu nunca a tinha visto de uma forma tão frágil assim. É algo engraçado, eu sempre quis ver Bella assim. Durante toda a nossa adolescência, eu a magoei, impliquei com ela, zombei-a, apenas querendo deixá-la frágil, no entanto, agora ela estava aqui, exatamente da forma que eu sempre quis, e tudo o que eu consigo fazer agora, é confortá-la.

- Não precisa ter medo, pequena.

Então eu sangro

Eu sangro

E eu respirar

Eu não respiro mais

- Não é medo... – mentiu. – Ok, talvez seja. Mas eu... Eu não sei como encarar meus pais agora, entende?

- Ora, você vai encará-los da mesma forma de antes, Bella. Nunca ouviu a expressão “pai é quem cria, e não quem coloca no mundo”?

Senti-a ri de leve e a abracei mais.

- Claro que já, Edward, mas... Sei lá. É estranho isso tudo. Eu... Eu não consigo definir quem eu sou. Não consigo me sentir completa. É como se uma parte minha, fosse arrancada de mim, mesmo que eu nunca tenha tido essa parte – murmurou, chorosa.

- Não fique assim, Bella. Eu estarei ao seu lado, ok?

Sangrar

Eu sangro

E eu respiro

Eu respiro

Respirar

Eu não respiro mais

- Tudo bem – suspirou , vamos?

- Claro.

-xx-

Narrado por Bella Swan

Não pensei que conseguiria sentir-me feliz nesse momento, mas quando Edward chegou ali, consolando-me, dizendo coisas belas em meu ouvido, eu consegui enxergar algum sentido naquilo tudo.

Juntos, fomos para casa. Ele não dirigiu rápido, como de costume, pois no momento, não havia pressa. Ele sabia que eu precisava de um pouco de tempo, por isso, demoramos quase o dobro do tempo, para chegarmos a casa.

Assim que atravessamos a porta, minha mãe correu até a mim, abraçando-me calorosamente. Retribuí o abraço, ainda sentindo-me muito confusa. Quando ela me soltou, virou-se para Edward, agradecendo-o por ter me buscado. Ele somente assentiu, e eu notei que ele não olhava para sua mãe.

- Emmett – ele chamou. – Será que pode vir comigo? Para buscarmos o carro de Bella.

- Ah, tudo bem. Vamos.

Dei uma última olhada para ele, mas ele apenas sorriu. Eu sabia que ele estava deixando-me ali, pois era preciso que eu conversasse com meus pais. Tio Carlisle acabou puxando Esme pelo braço, tirando-a da sala. Alice logo deu uma desculpa, e junto com ela, Jasper e Rosalie saíram. A vovó e o vovô não estavam mais lá.

Éramos apenas eu, meu pai e minha mãe. Não consegui encará-los, apenas desabei no sofá mais próximo e lá fiquei de cabeça baixa.

- Bella, amor – mamãe me chamou, mas eu a senti sentar ao meu lado e vi meu pai se sentar na poltrona ao lado.

Suspirei e levantei a cabeça e encontrei os olhos claros da mulher que eu pensava que era minha mãe.

- Sinto muito você ter descoberto de uma maneira tão brutal – falou, seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas eu sabia que ela já tinha chorado, pois estava vermelha – Eu não queria que você soubesse assim – fungou.

- E algum dia você se quer pensou em me contar? – indaguei, senti raiva.

- Quando pensávamos nisso – meu pai falou pela primeira vez, fitei-o –, sempre deixávamos pra depois, dizíamos que você era muito nova e não tinha necessidade de saber.

- Sei – resmunguei.

- Oh Bella, eu sinto tanto, tanto... – mamãe disse, rompendo em lágrimas.

- Acalme-se, Renée – meu pai pediu. – Bella merece a verdade, ela já vai fazer dezenove anos, é adulta e pode compreender as coisas.

- Tudo bem – mamãe disse, fungando ainda e limpando as lágrimas.

- O nome do seu pai era William Swan e a sua mãe era Gabrielle Swan – Charlie disse, sério.

Fitei-o confusa, pois eu conhecia esses nomes.

- Espera – interrompi – Esses não são...

- Sim – Charlie interrompeu de volta. – Meu irmão Will e a sua esposa Gabrielle, eles morreram num acidente de carro há quase dezenove anos. Na realidade Bella, você é minha sobrinha. – esboçou um pequeno sorriso – Gabrielle e Renée engravidaram juntas, nós – olhou para a esposa – já tínhamos o Emmett e ficamos mais felizes quando soubemos que iríamos ter mais um bebê e que seria uma menina.

“Então soubemos que a Gabrielle também estava grávida, do primeiro filho deles, e eles descobriram que seria uma menina também; seus avós estavam em êxtase. – Charlie sorriu em meio as lembranças A Gabrielle, sua mãe, não tinha pais, os mesmos morreram quando ela era muito nova e também não tinha irmãos, era filha única – suspirou, eu pisquei, absorvendo a informação – Bem, as coisas foram caminhando, até que a Renée entrou em trabalho de parto antes da hora, os médicos tentaram de tudo, mas a criança nasceu morta.”

Minha mãe soluçou alto nessa hora.

- Foi um baque terrível para nós, duas semanas depois você nasceu – sorriu pra mim – Apesar da perda, a família ficou feliz pelos papais de primeira viagem... Então, dois meses depois que você nasceu, vocês estavam voltando de uma festa e chovia muito, era tarde da noite... – ele suspirou e desviou o olhar – Um motorista de um caminhão dirigia bêbado e veio de frente com o carro do seu pai.

Nessa hora, as lágrimas caíam de meus olhos. Nem percebi que estava chorando.

- Seus pais morreram na hora, mas você não sofreu nada, nenhum arranhão – ele continuou – Fomos contatados e a pegamos nas mãos da assistência social, seu tutor legal era eu – informou – Seu pai me nomeou seu tutor assim que você nasceu, assim como era tutor do Emmett, caso acontecesse algo conosco – disse – E assim que eu a peguei no braço, soube que você seria amada como a nossa finada filha, então eu e a Renée a adotamos, você já era uma Swan, só trocamos os nomes dos pais e dos avós maternos.

- Desde que eu tive você nos braços, meu bem – a minha tia/mãe, sei lá, falou comigo – Já a considerei minha filha, você não foi substituta do bebê que perdemos, nós simplesmente ganhamos você, sofremos com a perda dos seus pais verdadeiros, mas se eles pudessem escolher, creio que nos escolheriam para serem seus pais. – disse sincera.

- E não importa nada disso, Bella – Charlie começou a dizer – Nós amamos você tanto quanto amamos o seu irmão, não importa nada, somos seus pais e sempre te amaremos.

- Desculpe-nos por não termos contado antes, não havia necessidade de fazer você sofrer ou qualquer coisa do tipo. – a Renée disse – Nós só queremos a sua felicidade, minha querida, temos orgulho de você – ela acariciou minha bochecha, limpando minhas lágrimas – E agora que você sabe de tudo, saiba que o sentimento não mudou, continuamos amando você.

Eu definitivamente não era uma Cullen, mas sou uma Swan. Posso ser na verdade prima do meu irmão, mas eu tenho uma família, tenho meus pais e eu os amo. Sem pensar em mais nada, joguei-me nos braços de minha mãe e ficamos abraçadas, chorando. Senti meu pai sentar ao meu lado e abraçar nós duas. Aconteça o que acontecer, eu os tinha pra sempre, digam o que disserem, Renée e Charlie Swan são meus pais, pais de Isabella Marie Swan.

Ficamos abraçados por vários minutos, nós três chorávamos. Era um momento de família, e era bom estar entre eles, os meus pais. Soltamo-nos depois e sorrimos um para os outros. De repente, minha avó Annabelle saiu da cozinha e veio correndo me abraçar.

- Não importa nada, você ainda é minha netinha mais nova – ela disse em meu ouvido, soluçando.

Não tinha parado para pensar nisso, eles não eram meus avós de sangue, mas eu os tinha como se fossem. Minha vó me soltou e depois meu avô me abraçou, dizendo a mesma coisa. Eu os amava muito, e eles eram meus avós sim, o que importa é o carinho que tenho por eles.

Depois de todo aquele excesso de informações, eu disse que iria subir e tomar um banho. Eles assentiram e me deixaram ir. Subi as escadas correndo e entrei em meu quarto, lá estavam Alice, Jasper e Rosalie.

- Amores, eu preciso de um banho, depois conversamos, tá? – disse a eles.

Não esperei resposta e fui direto para o banheiro, trancando a porta. Despi-me e fui para debaixo do chuveiro. Deixei que a água fria me relaxasse, respirei profundamente e conseqüentemente fui me acalmando. Demorei mais do que o normal nesse banho, pois estava tentando assimilar tudo que aconteceu. Saí do Box e me sequei, fui até meu closet e coloquei uma roupa confortável. Reparei que não tinha ninguém no quarto além de mim, ainda bem que eles me levaram a sério.

Saí de meu quarto e desci as escadas. E percebi que a discussão rolava solta aqui embaixo.

-xx-

Narrado por Edward Cullen

Quando chegamos à casa de meus avós, Renée logo abraçou a filha, mostrando-se muito preocupada com o seu rápido “sumiço”, agradeceu-me também por trazê-la de volta.

Eu sabia que eles precisariam de um tempo só para ele, por isso, chamei o Emmett para ir comigo buscar o carro de Bella, já que ela voltou comigo. Não precisei olhar para trás, para notar que todos vaziam o mesmo que eu.

E, no período que permaneci naquela sala, evitei olhar para Esme. Eu não estava com tempo para suas infantilidades.

Emmett e eu entramos em meu carro, e em silêncio fomos até La Push. Eu nunca vira meu primo tão... Confuso. Não era para menos, se eu descobrisse que minha irmã é adotada, acho que reagiria da mesma forma, e fora isso, também tem o fato de que ele descobrira que eu e sua irmã estamos juntos.

Eu podia perguntar a ela se estava tudo bem, mas sabia que não era o momento certo. No momento, haviam preocupações maiores do que isso. Não que eu não ligasse para meu namoro com Bella, longe disso, mas com essa confusão de ela ser adotada e tudo mais, isso pode esperar.

Parei o carro e logo Emmett desceu, perguntei a ele, se ele estava em condições de dirigir e ele somente riu.

- Eu estou confuso com alguns pensamentos, Edward, mas não estou bêbado – zombou e entrou no carro de Bella.

Ainda rindo, liguei meu carro novamente e voltei para a casa de meus avós.

Achei que chegaria lá, e não escutaria nenhum ruído, mas tudo o que eu conseguia ouvir, eram gritos e mais gritos.

Por Deus, o que será que estava acontecendo?

Parecendo pensar o mesmo que eu, Emmett desceu do carro, e junto adentramos a sala.

- COMO VOCÊ ACEITA ISSO, ANABELLE? COMO? – minha mãe berrava.

- Acalme-se, Esme – dizia meu pai.

- CALMA? COMO POSSO TER CALMA SABENDO QUE MEU FILHO, MEU BEBÊ, ESTÁ TRANSANDO COM A PRIMA!

- EU JÁ FALEI, A BELLA É ADOTADA, ESME! PELO AMOR DE DEUS!

- QUE SEJA! ISSO NÃO MUDA O FATO DE QUE ELA ESTÁ DORMINDO COM O EDWARD!

- NOSSA QUANTA MATURIDADE, ESME! PELO AMOR DE DEUS! ELES JÁ SÃO PRATICAMENTE ADULTOS! NÃO ACHA QUE AMBOS DEVEM DECIDIR O QUE QUEREM E O QUE NÃO QUEREM?

Encarei-as, completamente irritado. Olhei para o pé da escada, e notei que Bella estava ali. Encarei-a, completamente incrédulo, e ela me olhava da mesma forma.

- CHEGA! – berrou o vovô. – VOCÊ DUAS, PAREM JÁ COM ISSO! JÁ TIVEMOS PROBLEMAS O SUFICIENTE PARA O RESTO DO MÊS! – respirou fundo. – Acredito que Edward e Bella, já sabem exatamente o que querem ou não, e se é do desejo deles, ficar juntos, não você, Esme, e nem você, Renée, que vão poder impedir. Estamos entendidos?

Todos encaram o vovô, sem nem piscar. Naquele momento eu desconheci a minha mãe. Eu já a desconheci desde mais cedo, mas agora... Aquela mulher não era a minha mãe, não mesmo. Eu queria acabar com aquela discussão...

- OKAY, CHEGA! – berrei – Mãe, tia Renée – olhei para as duas – Se eu e a Bella estamos juntos é porque realmente nos amamos.

- E você lá sabe o que é amor, Edward? – Esme riu, desdenhosa – Você é apenas uma criança e ainda não sabe escolher direito.

- Não vou discutir com você, mãe – suspirei – Eu já tomei a minha decisão e ninguém que vai me impedir. – meu olhar voltou para a garota parada nos últimos degraus da escada.

Bella estava completamente assustada, não era pra menos, então andei até ela e peguei uma de suas mãos, ela tremia.

- Não há nada que possa nos impedir de sermos felizes – falei pra ela, Bella esboçou um pequeno sorriso – Nada. – acariciei sua bochecha e ainda de mãos dadas, puxei-a e saímos de casa.

Fui andando até a garagem e ainda podíamos escutar os gritos histéricos da minha mãe, mas pouco estava me importando. Abri a porta do meu carro para a Bella e pedi que ela entrasse, ela fez sem pestanejar, fiz o mesmo e dei partida no carro. Cantando pneu antes de sairmos da mansão Cullen.

- Onde estamos indo? – ela me indagou.

- O nosso lugar – encarei-a com um sorriso.

Bella não retribuiu o sorriso, mas assentiu com a cabeça apenas. Sem demora chegamos a First Beach e eu estacionei o Volvo no lugar de sempre. Saímos do carro e andamos de mãos dadas até a praia. Eu me sentei na areia e puxei Bella para o meu colo, ela se aninhou ali, como um bichinho indefeso, deu um longo suspiro e ficou quietinha. Ficamos longos minutos em silêncio, apenas escutando o barulho das ondas.

- Sei que é uma pergunta idiota, mas – hesitei – como você está?

- Tentando assimilar tudo – ela me respondeu, num murmúrio.

- Seus pais te contaram a verdade? – indaguei, receoso com a resposta.

- Sim – Bella respondeu, sem hesitar.

- Está chateada com eles?

- Não – respondeu do mesmo modo.

- Quando você quiser desabafar, contar o que aconteceu, pode falar comigo... Não quero pressioná-la a nada – disse, sincero – Não posso imaginar como você está se sentindo, mas quero que saiba que eu estarei sempre ao seu lado, independente de qualquer coisa. Eu amo você, Bella.

- Obrigada – ela levantou a cabeça e nos encaramos.

Seus orbes de chocolate transbordavam em lágrimas, puxei-a para um abraço novamente e a senti soluçar, ela chorava novamente. Chorar é bom, alivia a tensão e acalma. Mas me doía vê-la assim, tão indefesa, tão confusa e perdida.

Bella chorou por muito tempo, incontáveis minutos. E a cada vez que eu a escutava soluçar, eu sentia uma pontada em meu peito. Eu queria ajudá-la, mas não havia nada que eu pudesse fazer, nada que eu dissesse iria aliviar a sua dor. E o máximo que eu podia fazer, eu já estava fazendo, que é consolá-la e ficar ao seu lado.

Então, subitamente, Bella se desvencilhou de meu abraço e limpava suas lágrimas. Ela disse que não adiantava ficar chorando, a verdade doía, mas ela não estava triste, apesar de tudo ela tinha pessoas que a amavam e ela é filha de Renée e Charlie Swan, tanto quanto Emmett era, essas foram suas palavras. Eu sorri ao vê-la falar assim, mostrava que apesar de todo o nosso passado, ela amadureceu e isso era uma prova.

Perguntei se ela queria ir pra casa, e ela me respondeu que sim. Então eu atendi ao seu pedido, voltamos pra casa. Assim que entramos, não encontramos ninguém na sala, Bella disse que queria ficar sozinha em seu quarto, assenti e fui para o meu. Fui direto para o banheiro e me despi, entrei para debaixo do chuveiro e deixei a água fria me aquietar. Eu estava tenso e nervoso com toda essa situação, é claro.

Demorei mais que o normal no banho, saí não totalmente relaxado, mas um pouco mais calmo. Desliguei o chuveiro e peguei minha toalha, sequei-me e quando saí do banheiro para ir ao closet pegar uma roupa, dei de cara com minha mãe, que estava sentada de pernas cruzadas em minha cama. Ela me lançou um olhar mortal, seus olhos verdes estavam feito fendas, Esme me avaliava como se não me conhecesse, mas era eu que a estava avaliando assim.

- O que você está fazendo aqui, mãe? – a indaguei.

- Vá se vestir e volte – falou, séria – Precisamos conversar.

Revirei os olhos, eu já sabia muito bem qual era o assunto. Fui até o closet e vesti uma roupa confortável, calça de moletom e uma camiseta. Saí de lá enxugando meu cabelo e minha mãe ainda estava na mesma posição.

- O que você quer? – perguntei, ríspido.

- Edward, isso é jeito de falar com a sua mãe? – se fez de vítima.

- Mãe, eu sei bem o que você quer conversar – falei, impaciente – Então vamos parar de joguinhos e falar sério, ok? – a encarei – Diga.

Esme Anne Platt Cullen me olhava incrédula, mas sinceramente eu não estava com um pingo de paciência para aturar os histerismos de minha mãe.

- Me diga o que há em sua cabeça, meu filho – começou a dizer – Porque eu não o conheço, você não é disso... Nunca foi – disse aturdida – Você e a Bella nunca se gostaram...

- As coisas mudam – a interrompi – Aconteceu mãe, eu conheci uma nova Bella... Uma Bella que mudou e o grande causador fui eu, ela é diferente... Diferente de todas, eu a amo. – disse, convicto.

- Você não sabe o que é amor, você é só uma criança, querido – ela disse, desconversando – Isso não passa apenas de uma paixonite, e ela é sua prima.

- Ela não é. – disse, entre os dentes – Ok, fomos criados como primos, eu a considero como uma, mas na realidade não somos! – exaltei-me – Podemos namorar sem nenhum problema!

- Não! Não podem! – Esme se exaltou – Você quer desestruturar essa família, Edward? Você está ficando maluco?

- Menos mãe, bem menos – disse, revirando os olhos – Você por um acaso ouviu alguém reclamar ou ficar do seu lado desde que você fez esse show todo? – indaguei, com raiva – Alguém se quer apoiou você? NÃO! – berrei – ENTÃO SE ACOSTUME, ESME CULLEN! PORQUE SERÁ ASSIM DE AGORA EM DIANTE!

- COMO VOCÊ OUSA GRITAR COMIGO, EDWARD ANTHONY CULLEN? – ela berrou de volta – EU SOU SUA MÃE!

- MAS NÃO PARECE! – rebati.

- O que está havendo aqui? – do nada meu pai entrara em meu quarto, acompanhado de Alice – Posso saber o motivo dessa gritaria? – indagou, olhando pra mim e para sua esposa, eu me recusava a chamá-la de mãe.

- SEU FILHO, CARLISLE! – Esme estava insana – ELE INSISTE EM CONTINUAR COM ESSA IDIOTICE DE NAMORAR A PRIMA!

- Isso não é idiotice, mamãe – Alice interveio – Eles se amam, sou testemunha.

- ENTÃO VOCÊ SABIA E ESTAVA DE COMUM ACORDO COM ELES? – ela berrou com a filha caçula – O QUE HÁ COM ESSA FAMÍLIA? – gritou completamente louca e jogando as mãos para o alto.

- Esme, pare de gritar. – meu pai disse, absolutamente sério – Já não basta o escândalo de mais cedo? Meus pais não têm mais idade para isso, a pressão da minha mãe não pode subir, você sabe que ela tem hipertensão. – o lado médico estava presente, mas a seriedade imperava.

- Ok, desculpe-me – ela disse, suspirando.

- Obrigado – meu pai agradeceu – Agora, vamos esclarecer umas coisas. – olhou seriamente para a mulher – Edward já é bem grandinho, ele tem vinte anos e já sabe o que é bom e o que é ruim. Se ele escolheu a Bella, se ele a quer e ela também o quiser, não vejo empecilho algum para que eles não fiquem juntos.

Senti uma gratidão imensa pelo meu pai, ele me entende, ainda bem. Pelo menos dele eu tenho o apoio.

- Não será você quem vai impedi-lo de namorar quem ele quiser, nós não criamos os filhos para nós mesmos, criamos para o mundo – ele disse, sereno – Você consegue compreender isso?

- Sim, mas ele vai ficar com a prima? – choramingou Esme – O que irão dizer? Isso é horrível, Carlisle! Não admito isso! Essa família é maluca, vocês podem aceitar, mas eu nunca aceitarei! – disse, ríspida.

- Faça o que quiser. – disse, encarando a mulher que se diz minha mãe – Pense o que quiser, não me importo com a sua opinião, Esme.

- Edward. – meu pai me repreendeu – Não seja tão radical.

- Ela está pedindo por isso – apontei – Estou farto dos ataques dela, farto! Cansei. – suspirei – Agora, se puderem me fazer um favor – passei a mão pelo cabelo, agoniado – Saiam do meu quarto. Quero ficar sozinho.

- Essa conversa não acabou. – Esme disse, toda irritadiça.

Todos eles saíram de meu quarto, mas a baixinha voltou e me deu um abraço apertado.

- Estou do seu lado e da Bella, mano – disse em meu ouvido.

- Obrigado. – agradeci e dei um beijo em sua testa.

Alice me lançou um sorriso e saiu. Eu respirei profundamente e me joguei em minha cama. Já passava do meio-dia e eu ainda não tinha comido nada, mas estava sem apetite.

(...)

O dia passou lento e tedioso, pedi para a Alice pegar alguma coisa para eu comer, pois não estava a fim de dar de cara com a minha mãe. Eu e Bella estávamos nos falando por mensagens, quer dizer, eu estava falando com ela, mas Bella me mandou uma mensagem fria dizendo que não queria falar nada, que estava cansada e que queria um pouco de paz.

Não chiei, pois eu queria lhe dar espaço. Imagino que a cabeça de Bella deve estar a mil por hora. Fiquei o restante do dia trancado no quarto, conversando com Alice, Jasper e Rosalie. Emmett estava conversando com os pais e Bella estava sozinha em seu quarto, ela disse que queria ficar só, para por os pensamentos em ordem. E todos acataram sua decisão, por mais que eu quisesse ir lá, abraçá-la e beijá-la, mas me segurei. Ela ainda era minha e eu a amo mais do que tudo.

A noite chegou e Alice pediu uma pizza. Emmett apareceu e ele também estava disperso, ele contou a verdade para nós. Contou que na verdade a Bella é prima dele, que os pai dela era irmão do tio Charlie, e que ele e a esposa morreram num acidente de carro e a Bella foi a única sobrevivente. Tio Charlie e a tia Renée tinham perdido um bebê umas semanas antes de a Bella nascer e quando aconteceu o acidente com os pais biológicos dela, eles a pegaram e a adotaram como filha. História trágica, mas eles amam a Bella tanto quanto amam o Emmett.

A única coisa que podíamos fazer era esperar que Bella assimilasse tudo e voltasse a ser a garota sorridente de antes.

-xx-

Narrado por Bella Swan

Haunted – Taylor Swift

(n/a’s: escutando galerinha!)

Eu já havia me decidido. Já sabia o que fazer da minha vida agora. Muitas coisas aconteceram comigo nesse verão, um verão que eu não queria. Mas tudo acontece para um bem maior e eu tenho que aceitar.

Você e eu andamos em uma linha tênue

Eu sabia disso todo esse tempo

Mas eu nunca pensei que viveria para ver isso terminar

Eu fiquei três dias trancada em meu quarto, pensando, tomando decisões. E resolvi muita coisa. Vou me arrepender da solução que encontrei, vou chorar, vou sofrer, mas vou ser recompensada. Eu me confundi, tentei negar, mas existe um sentimento que toma conta de mim agora, ele é tão forte, que eu vou ter que abdicar dele.

Esta ficando escuro e está tudo muito quieto

E eu não consigo acreditar em nada agora

E isso está vindo sobre você como se tudo fosse um grande erro

Eu vou embora. Vou voltar pra Phoenix, passar meu aniversário lá, e depois vou pra Nova Iorque. Irei encontrar Alice, pois vamos dividir um apartamento e começaremos a faculdade. Ela de Moda e eu de Arquitetura. Emmett se transferiu de Harvard, ele vai pra mesma universidade que eu. Ele e a Rosalie, ambos vão cursar suas engenharias em Columbia. Meu irmãozão disse que quer ficar perto de mim, não há motivo, ele poderia continuar em Harvard, mas ele quer por que quer, e por sorte conseguiu uma vaga pra ele e pra Rose. Só que eles dois vão dividir um apartamento no mesmo prédio que o nosso, serão nossos vizinhos.

Minhas malas já estavam quase todas prontas, a passagem já estava comprada para amanhã e eu ainda não tinha falado com Edward, estava o evitando, adiando a conversa que iria acontecer a qualquer instante. Terminei de fechar uma das minhas malas quando a porta do meu quarto foi aberta com violência.

Prendendo minha respiração

Eu vou perder você de novo

Alguma coisa fez seus olhos ficarem frios

- Por que você vai embora? – eu sabia muito bem quem era.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas as segurei. Ainda não era a hora.

- Porque eu quero – respondi, sem encará-lo.

- Mentira. – ele respondeu, e era totalmente verdade.

- Não – rebati e cometi o erro de encará-lo, senti meus joelhos cederem e as lágrimas aumentarem – Eu vou, já está na hora – disse, desviando o olhar, eu não estava suportando.

Vamos lá, vamos lá

Não me deixe assim,

Eu pensei que tinha feito você descobrir

Alguma coisa vai terrivelmente mau

Você é tudo que eu queria

- Vou fingir que acredito – ele disse, sarcástico – Então, conte-me a verdade... Por que você vai embora? Se ainda falta duas semanas pras férias acabarem? – indagou novamente.

- Porque sim, já disse – respondi, irritada – Está na hora de acordar e voltar pra realidade.

Consegui encarar seus olhos verdes, vi a dúvida e a confusão transparecendo neles.

- Como assim? – perguntou.

- Edward – hesitei e fechei os olhos – Não sei como te dizer isso, mas... – hesitei mais uma vez, mordi os lábios e segurei o choro.

Vamos lá, vamos lá

Não me deixe assim,

Eu pensei que tinha feito você descobrir

Não consigo respirar quando você vai embora

Não dá para voltar atrás, agora eu estou assombrada

Desviei de seus olhos e passei a mão em meus cabelos, completamente nervosa. Acho que eu não iria conseguir. Respirei fundo e voltei a olhá-lo, e percebi todo o meu mundo ali.

- O que? – pressionou.

- Acho melhor nós terminarmos. – murmurei.

- Terminarmos? – repetiu – Como assim terminar, Bella?

Não sei como eu consegui proferir aquelas palavras, era uma sensação extracorpórea. Era completamente surreal, não parecia eu. Então, sem que eu percebesse, as palavras já saíam pela minha boca.

Estava lá e vi você ir embora

De tudo que nós tínhamos

Mas eu ainda quero dizer cada palavra que eu disse a você

- É, terminar – suspirei – Eu percebi que tudo que vivemos aqui em Forks não era real. Eu confundi os sentimentos, desculpe-me, mas acho melhor assim... Não quero brincar com seus sentimentos, acho que ultrapassei os limites.

- Co-como é? – ele murmurou, baixinho, parecia não acreditar.

-xx-

Narrado por Edward Cullen

“Acho melhor nós terminarmos.”

“Acho melhor nós terminarmos.”

“Acho melhor nós terminarmos.”

Não consegui acreditar naquelas palavras. Não, não podia ser real.

- Co-como é? – gaguejei.

Ele vai tentar me livrar da dor

E ele só poderia me fazer sorrir

Mas o tempo todo eu estou desejando que fosse você ao invés dele

- Sinto muito – Bella disse, mordendo os lábios – Eu não queria machucar você ou se quer fazer você pensar que tudo que estávamos vivendo era verdade, eu...

- Você está me dizendo que essas últimas semanas que passamos juntos foi apenas um joguinho idiota seu? – indaguei, rispidamente.

- Sim – ela respondeu, num sussurro e sem me encarar.

Não.

Não.

NÃO!

- Não, é mentira sua Bella – murmurei, negando – Isso não é verdade! Eu conheço você! – esbravejei – Você não seria capaz disso, Bella! Não comigo!

- Sinto muito – ela disse, num sussurro.

Prendendo minha respiração

Eu vou te ver de novo

Alguma coisa me mantém segurando no nada

Perdi o controle.

Peguei Bella pelos ombros e a puxei bruscamente para mim.

- Diz que não sente nada quando eu te toco – disse, em seu pescoço – Diz que foi uma completa farsa aquela noite praia de La Push onde você gemia o meu nome. – disse, entre os dentes.

Ouvi o soluço alto de Bella, ela estava chorando.

Vamos lá, vamos lá

Não me deixe assim, eu pensei que tinha feito você descobrir

Alguma coisa vai terrivelmente mau

Você é tudo que eu queria

- Me solta – pediu, sucumbindo as lágrimas.

- Não posso, não enquanto você não me falar a verdade – disse, ríspido.

- Eu já disse – ela insistiu – Sinto muito por tudo, eu não pensei que as coisas chegariam a esse ponto – falou, entre as lágrimas, que jorravam por suas bochechas – Me solta, por favor! – implorou.

- Eu te amo, Bella – disse à frase que toda mulher ama ouvir e ainda mais quando essa é verdadeira – Me diz que esse amor que eu sinto por você é real, por favor. – pude sentir que também estava chorando, mas não me importa.

Vamos lá, vamos lá

Não me deixe assim, eu pensei que tinha feito você descobrir

Não consigo respirar quando você vai embora

Não dá para voltar atrás, agora eu estou assombrada

Bella apenas acentuou mais seu choro, eu ainda a segurava. Se ela estava dizendo tudo aquilo, por que chorava? Ela deveria ser fria e calculista, não era? Bella engoliu o choro e eu a soltei, ela limpou suas lágrimas e me encarou.

- Sinto muito, mas foi apenas um amor de verão, Edward – disse, firme – Perdoe-me por ter deixado isso ir adiante, eu devia ter cortado enquanto ainda era tempo.

Eu a encarei lívido.

Eu sei

Eu sei

Eu só sei

Você não se foi

Você não pode ter ido

Não

- Eu não te amo – ela disse, senti como se mil facas rasgassem o meu peito e cortassem o meu coração em pedacinhos – Por isso é melhor terminar, não quero mais te fazer sofrer. – suspirou – Agora, será que você pode sair do meu quarto?

Eu pisquei freneticamente e não sei como minhas pernas começaram a se mover em direção a porta de seu quarto. Não ousei olhar para trás. Abri a porta e a fechei estrondosamente. Andei sem pensar, sentir, entender, ou qualquer coisa, até o meu quarto e abri a porta, fechei-a do mesmo modo como fiz com a porta do quarto dela e desabei em minha cama.

Vamos lá, vamos lá

Não me deixe assim, eu pensei que tinha feito você descobrir

Alguma coisa vai terrivelmente mau

Você é tudo que eu queria

Parecia que o mundo tinha caído sob a minha cabeça. De vez.

Eu não conseguia sentir nada, só a dor em meu peito. Nem senti quando as lágrimas caíam sem piedade por meu rosto. Eu não conseguia entender, só sentia a dor. Era maior do que perder um parente querido, era maior do que tudo. Eu me sentia numa realidade alternativa, como se tudo que tivesse acontecido entre e eu e a Bella fosse apenas um sonho. O melhor de todos os sonhos.

Vamos lá, vamos lá

Não me deixe assim, eu pensei que tinha feito você descobrir

Não consigo respirar quando você vai embora

Não dá para voltar atrás, agora eu estou assombrada

Eu não conseguia acreditar, mas ela falou tão firme, apesar das lágrimas, tinha tanta certeza em sua voz, quanto um mais um são dois. E uma frase não saía de minha mente:

“Foi apenas um amor de verão.”

Você e eu andamos em uma linha tênue

Eu sabia disso todo esse tempo

Eu nunca pensei que viveria para ver isso terminar

Nunca pensei que ira ver isso

-xx-

n/a’s: TENSO. TENSO. TENSO. Achamos que essa é a palavra que define todo esse último capítulo da Summer Love. T.T³ Enfim, nós duas ainda estamos em êxtase com tudo que escrevemos, ainda estamos nos conscientizando que depois de quase dez meses, a nossa bebê está praticamente finalizada. *se emocionam* Não temos muito que dizer, deixaremos para falar no epílogo.

Se vocês forem legais conosco, postaremos o epílogo no domingo (07/11). E como o Nyah não está colaborando conosco, não postamos as capas dos últimos, então aqui vão os links das imagens:

Capítulo vinte: First Night;

Capítulo vinte e um: Uncontrollable;

Capítulo vinte e dois: Information Overload.

Até o epílogo, obrigada pelas reviews e gostaríamos de fazer um pedido especial: será que dá pra termos pelo menos mais duas recomendações? Pra fecharmos a fanfic com 10? *-* Mas podem recomendar mais que isso, só queríamos mais duas, pra ficar bonitinho.

Desculpem-nos pela demora, estávamos nos desencontrando muito, mas finalmente conseguimos um tempo e finalizamos.

Beijos gigantescos,

Bee G. & Lady S.


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