Perfect Soulmates escrita por Naylliw Freecs


Capítulo 2
Invasão


Notas iniciais do capítulo

Eu volteei! Não sei se demorei, mas é um milagre eu atualizar em uma semana, sério mesmo, sintam-se amados por mim hehehe. Nos vemos nas notas finais!!
Boa leitura!



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Marinette não esperava ter visitas à noite. Não esperava ter de voltar a vê-lo tão rapidamente. E com certeza não esperava que Chat Noir resolvesse passar em seu quarto pra lhe dar um "oi". O gato preto simplesmente invadira seu quarto sem mais nem menos enquanto a mesma tomava um banho , não havia nenhum problema certo? Errado! Havia esquecido seu pijama na sua espreguiçadeira e acabou por sair do banheiro apenas de calcinha e sutiã, não podia ser pior certo? Errado! Quando tentou correr de volta ao banheiro escorregou numa peça de roupa jogada no chão e teria levado um tombo feio, se o felino não tentasse a segurar e acabasse indo ao chão junto com ela.

— Uou princesa! Sabe que só tento olhos para Ladybug, mas posso abrir uma exceção se for para uma garota tão bela como você! - O sorriso maroto do herói só aumentou quando viu o rosto mestiça se tingir de vermelho. Normalmente não flertaria tão abertamente com alguém que não fosse sua Lady, mas acabara praticamente de levar um pé na bunda. Ele se declarara pra ela, dissera que seu pior pesadelo era o seu mundo sem ela. De fato devia ter entendido o que ele quis dizer não é?

A azulada se levantou rapidamente sem responder nada, o rosto completamente vermelho, mas não sabia ao certo se de vergonha ou de raiva. Apanhou as roupas que havia esquecido e bateu a porta do banheiro com talvez, um pouco de força demais. Escorregou pela parede até sentir a piso frio sobre suas coxas, suas mãos voaram para a cabeça, penteando os fios com os dedos e tentando controlar sua respiração.

— Marinette! - A voz da Kwami irritada penetrou seus ouvidos e soltou um pequeno grito, um tanto agudo demais.

— Ai meu Deus Tikki! Não basta o Chat Noir invadir meu quarto e praticamente me flagrar nua. Agora você quase me mata do coração!

— Me desculpa Marinette, mas ficar aqui largada no banheiro e esperar um sinal do céu não vai adiantar de nada, se o Chat está aqui com certeza deve ser importante. Agora termine de se vestir e vá falar com ele!

A porta se abriu lentamente. A cabeça envergonhada da garota surgiu olhando para os lados, suspirou aliviada quando não encontrou sinal algum do gato. Devidamente vestida se encaminhou para sua cama pegando um elástico, pronta para fazer seu penteado característico.

— Não devia prender o cabelo assim. Fica muito bonito solto. - Se virou tão depressa que quase caiu novamente. Quase. Sentado em sua janela com o joelho dobrado e a cabeça apoiada nele estava ele. Seu parceiro de luta. Tarado da meia noite, Gatuno invasor de quartos, popularmente conhecido como Chat Noir.

— Ninguém lhe ensinou que é errado invadir o quarto de uma garota no meio da noite? - Perguntou ela com a voz firme, talvez ainda estivesse com um pouco de raiva por te sido vista apenas de roupas íntimas.

— Eu sou um gato de rua, Princesa... - Respondeu pulando da janela e se aproximando lentamente, a garota recuou até ser prensada contra a parede, sentiu a respiração do herói em seu pescoço quando ele curvou a cabeça para frente, roçando seu nariz por sua pele desnuda e fazendo cada milímetro do seu corpo se arrepiar. Aproximou os lábios de sua orelha para sussurrar com a voz rouca. - E gatos de rua não precisam seguir regra alguma!

— O Q-que v-você veio fazer a-aqui? - Se repreendeu mentalmente por ter gaguejado, mas com toda aquela proximidade seu cérebro parecia ter virado geléia, ou quem sabe travado de um modo que só ocorria quando estava perto de certo loiro. Lembrar dele lhe deu forças para por as mãos no peito do herói a sua frente, apenas para escorregar de volta para parede quando se deu conta que não possuía força alguma.

O gato se afastou lentamente, piscou os olhos algumas vezes como se tentasse lembrar de algo importante. A resposta que tinha na ponta da língua pareceu se perder a partir do momento que ouviu sua voz. A partir do momento que sentiu o corpo da mestiça se arrepiar tão próximo ao seu. Algo nela parecia lhe lembrar alguém, seu toque lhe fora familiar.

— Chat? - A voz dela lhe arrancou de seus devaneios, o rosto adquiriu um tom avermelhado quando se deu conta do clima tenso que havia sido instaurado. Nunca apreciou tanto a escuridão a sua volta. Apenas um abajur iluminava o ambiente, o mesmo emitia um brilho fraco e opaco, apenas para poderem se situar no quarto.

— Hã? A-Ah, sim! Hm... Um a-amigo seu! Isso! aquele tal de Adrien Agreste. Ele me disse que não te viu desde que o akumatizado atacou a cidade, ficou bastante preocupado com você e assim que me encontrou, pediu para checar se você estava bem! - Seu coração batia acelerado e acabou por se atrapalhar e se enrolar com as palavras. A azulada por sua vez levou as duas mãos a boca tentando abafar o gritinho histérico que saiu de sua garganta, afinal ele se preocupara com ela e fizera questão de enviar alguém para conferir a sua segurança. Deixando-se levar pelo momento içou os braços para cima e envolveu o pescoço do parceiro num curto abraço, em seguida, ignorando totalmente sua companhia, começou a saltitar pelo quarto, dando alguns giros numa dança improvisada sem se dar conta no par de olhos verdes que a observava. Lembrou-se da companhia ao sentir um par de mãos repousar em sua cintura, um corpo se grudando por trás ao seu e lhe guiando numa espécie de valsa improvisada.

— Posso saber por que tanta felicidade? - o invasor sussurrou muito próximo ao seu ouvido, próximo até demais. Em seguida girou seu corpo, como numa daquelas cenas clichês de filmes.

Antes mesmo que pudesse responder, o som estrondoso de um trovão fez ambos se separarem com o susto, não haviam se dado conta, mas uma forte chuva castigava a cidade de Paris naquela noite. Chat Noir olhou pela janela e viu o exato momento que uma lixeira voava em direção a uma árvore e se espatifava no processo. O forte vento açoitava as folhas, arrancando até mesmo alguns galhos. Não havia uma alma viva nas ruas e só então se deu conta que passara o dia todo fora de casa. Talvez seu pai não, mas possivelmente Natalie estaria furiosa atrás do garoto. Seu corpo inteiro se arrepiou com o pensamento de que teria de voltar em baixo daquele temporal para sua casa.

— Me desculpe princesa, mas agora eu preciso mesmo ir. - disse enquanto tomava uma de suas mãos e lhe depositava um curto beijo, suas mãos foram para a tranca da janela, se preparando para abri-la, quando o pequeno corpo de Marinette se fez presente em sua frente

— O QUE?! Embaixo dessa chuva? Você não vai mesmo! Sabe o que pode acontecer? Pra começar você pode escorregar enquanto corre pelos telhados bater a cabeça e morrer! Se for pelas ruas pode ser pego numa inundação por causa de restos de cabelos que taparam um bueiro ou ser atingido por um carro desgovernado e adivinha? Você pode acabar morrendo! Também pode acabar sendo atingido por um raio, além de... - provavelmente teria continuado a falar o resto da noite sobre o que poderia acabar matando o herói de Paris se ele não se desce por vencido e se jogasse no chão, as mãos levantadas num pedido de rendição.

— Certo, certo. Não sabia que gostava tanto de mim assim com toda essa preocupação, fazer o que, eu sei que sou o maior gato! - respondeu dando uma piscadela e sorrindo marotamente para a garota que pela enésima vez naquela noite corou furiosamente.

— N-Não é i-isso... Argh! Gato idiota! - rosnou a garota esbarrando sem querer em seu abajur, ele tombou pelo móvel e se espatifou no chão numa chuva de estilhaços de vidro, deixando o local no mais completo breu. - Merda. - Sussurrou enquanto tateava as paredes buscando o interruptor.

— Marinette? Está tudo bem aí em cima? - O grito de sua mãe se tornou cada vez mais alto e se desesperou, ela não podia entrar e ver Chat Noir no seu quarto, qual seria a desculpa? Ah não mãe, é só um gato invasor e tarado que quase me via nua, nada demais.

— Está sim Mãe! Derrubei uma coisa sem querer hehehe, não se preocupe!

— Tudo bem então! - esperou atentamente até que ela se afastasse, o gato preto encolhido num canto do quarto numa tentativa de se esconder caso alguém viesse. Mas ela não veio e ambos suspiraram aliviados. Marinette voltou a tatear as paredes e acabou por chutar sua cadeira, cambaleou para trás pulando num pé só, os olhos lacrimejando com a dor.

— Cuidado! - tentou lhe alertar Chat, mas já era tarde e seu pé desceu com tudo sobre os cacos de vidro. Foi como pisar em brasa ardente, todo seu corpo se arrepiou e o pé inteiro ardeu, as lágrimas rolaram livres pelo seu rosto e sua visão se tornou turva, provavelmente teria caído e se machucado ainda mais, no entanto mãos fortes a agarraram pela cintura e a ergueram do chão, em seguida foi pega no melhor estilo princesa possível. Foi guiada até o lado oposto do cômodo, podia ver apenas um par de esmeraldas brilhando um pouco acima de si, podia sentir o sangue escorrer de sua ferida e a cada movimento que fazia, uma onda de eletricidade parecia percorrer todo o seu corpo. O gato por sua vez não parecia ter dificuldades em enxergar naquela escuridão, foi direto até o interruptor e as luzes se acenderam, incomodando momentaneamente a azulada, seus olhos se fecharam com força e mais lágrimas deslizaram por sua pele pálida, não queria demonstrar fraqueza na frente do parceiro, mesmo que ele não soubesse que ela era Ladybug, era vergonhoso, mas por alguma razão não parava de doer e acabou por fungar um pouco alto demais lhe chamando a atenção.

— Ah princesa, não chore, puurfavor. - choramingou o gato para a companheira lhe puxando para mais próximo de si, fazendo a garota se aninhar em seu peito. Ver aquela cena lhe partia o coração e não sabia ao certo por quê. Enxugou suas lágrimas com os dedos e subiu as escadas para lhe deitar em sua cama.

— Tem um kit... De primeiro socorros lá em baixo... Numa gaveta perto da máquina de... Costura. - falou Marinette em quanto mais lágrimas ameaçavam a vir e em poucos segundos Chat conseguiu encontrar a pequena caixa e voltou para examinar o pé da garota.

— Ah merda... - sussurrou quando viu o motivo de tanto choro, além de um corte que atravessara o seu pé horizontalmente, um dos cacos de vidro perfurara o seu calcanhar e adentrara profundamente em sua pele. - Então é isso... Vai precisar levar uns pontos princesa.

—N-Não posso ir... Ao h-hospit...

— Shhh... Tudo bem, eu sei o que fazer. - Respondeu com um sorriso sincero que acalmou o coração da mestiça. - Mas isso vai doer pra caralho! - O palavrão lhe rendeu um tapa na cabeça, mas mesmo assim riu e se abaixou verificando o que precisaria ser feito.

—E então?

—Acho melhor você morder algo. - respondeu novamente enquanto a mestiça empurrava o próprio rosto contra o travesseiro, abriu a caixa de primeiros socorros e ensopou alguns pedaços de tecido com álcool e os reservou, puxou também uma agulha e linha para os pontos que seriam necessários.

O herói precisou respirar profundamente e tomar coragem para o que precisaria fazer, encostou a mão no pé da garota e sentiu seu corpo se enrijecer, suspirou mais uma vez murmurando um "relaxe" e com toda frieza dentro de seu mole coração puxou o caco de vidro de uma vez. Ouviu o grito abafado contra o travesseiro e rapidamente empurrou um pano molhado com álcool contra o corte. Mais um grito que partiu seu coração. Esperou pacientemente o fluxo sanguíneo diminuir, precisando trocar o pano ensopado de sangue algumas vezes, quando por fim pareceu cessar limpou mais uma vez com álcool e deu o aviso do que estaria por vir.

— Agora vem a parte difícil, talvez doa muito... Okay?

Não ouviu resposta alguma. Pegou a agulha e a linha e continuou seu trabalho, escutou apenas um burburinho abafado dessa vez, tinha de admitir que Marinette possuía garra e ao contrário do que pensara o corte não estava tão profundo, mas era o suficiente para precisar dar alguns pontos, também não estava muito largo, precisou de apenas alguns minutos e três pontos bem feitos já se encontravam no pé de sua colega de classe. Limpou cuidadosamente mais uma vez com álcool por garantia e enfaixou o machucado. Trabalho feito.

— Muito bem mocinha, você foi bem forte e merece alguma coisa de recompensa por isso! - Parabenizou e piscou para a azulada que se ajustou na cama soltando uma breve risada

— E o que o senhor poderia me dar senhor gato? - Respondeu já entrando na brincadeira, os olhos brilhando em diversão. A resposta não veio, então se virou para cima encontrando os olhos verdes e brilhantes marejados.

— Foi culpa minha... Me desculpe... - suas palavras eram carregadas de culpa e se remoíam com a preocupação.

— Se você não estivesse aqui, provavelmente teria me machucado ainda mais, foi um tremendo golpe de sorte você vir me visitar gatinho... Apesar de ser um tarado descarado, gatuno invasor e aproveitador de garotinhas indefesas e eu ainda estar com um pouquinho de raiva do flagra que você me deu, foi... Bom, passar essa noite com você. - O sorriso que deu foi tão caloroso que fez o rosto do garoto esquentar e só depois de alguns minutos quando se deu conta do silêncio, lembrou-se de responder.

— Você é incrível... Marinette - sussurrou e não obteve resposta. Ela já dormia tranquilamente, a respiração pausada e os lábios entreabertos, o cabelo ainda estava solto e espalhava-se pelo travesseiro. Com certeza era uma das cenas mais lindas que já presenciara - Eis aqui o seu presente, minha princesa - abaixou-se e beijou sua bochecha rapidamente, apagou as luzes e retornou para a janela vendo a fina garoa que agora caia lentamente. Lembrou do abajur quebrado no chão e cuidadosamente juntou todos os pedaços num canto bem visível para que ela pudesse ver quando acordasse. Encarou a garota mais uma vez e abriu a janela, saltou pelo parapeito e em seguida para um telhado próximo e se dispôs a correr no meio da noite, pelos telhados de Paris.

 

Os raios de sol incomodaram Marinette que se remexeu na cama pela quarta vez querendo voltar a dormir, seu despertador tocou mais uma vez e a mesma resmungou lhe desligando de vez, sua cama estava tão confortável...

— ACORDA MARINETTE! - O berro de sua Kwami quase a fez cair da cama, se levantou tão rápido que bateu a cabeça em Tikki a fazendo voar para o outro lado do quarto

— Ai, me desculpa Tikki! Espera... o que é isso? - Escutou o resmungo da amiga, um simples "não foi nada" e então observou melhor o objeto. Era um pequeno papel, dobrado e deixado ao lado de sua cama. Havia algo escrito, numa caligrafia tão impecável que até lhe deu inveja

Adorei a noite com você, princesa! Muito Obrigado.

Não havia remetente, mas não precisou para saber que havia lhe deixado aquilo. Inconscientemente sorriu, até ver o que sua Kwami tentava lhe mostrar. O relógio.

— AI MEU DEUS TIKKI! EU TÔ ATRASADA!


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Notas finais do capítulo

Bom, bom, bom... E então? O que acharam? Algum erro? Desculpem se tiver algum, sempre escapa.
Pessoas, apesar de essa ser minha primeira história de ML, não é minha primeira fic, e eu geralmente demoro muito pra posta, tipo muito mesmo, meses. Mas, eu realmente Tô gostando do rumo que isso tá tomando e quero fazer um acordo com vocês! Vou me empenhar ao máximo pra liberar pelo menos 2 capítulos por semana, ok?
Uma última coisinha, eu simplesmente amo mitologia, seja ela qual for, por tanto não estranhem quando algo mitológico aparecer, é meio que tipo meu amor particular
Por enquanto é só isso, até a próxima!



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