Perfect Soulmates escrita por Naylliw Freecs


Capítulo 1
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal! Bom, essa é a minha primeira história sobre Miraculous e realmente espero que gostem! Tomei gosto para escrever sobre essa categoria após ler Keep Moving Slow, Dépendance e Minha amada Stalker. Se você ainda não leu, eu recomendo! A história está sendo classificado como +13, todavia a faixa etária pode aumentar futuramente, se for do desejo de vocês (e do meu também é claro kkkk). Não vou mais enrolar vocês. Boa leitura! Com vocês "Perfect Soulmates"



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O silêncio se fez presente no local, algumas poucas borboletas brancas e brilhantes tentavam se aproximar da figura deitada de bruços cruzados sobre o chão frio de mármore, algo líquido e pegajoso, na coloração de vermelho se espalhava para todos os lados formando uma pequena poça: sangue. Olhos verde-Esmeralda encaravam arregalados a pessoa a sua frente, lágrimas fluindo livremente pelas bochechas do gato preto curvado sobre sua parceira, os punhos se chocando contra o piso negro enquanto berrava.

— Não, não, NÃO, NÃÃO. O que você fez?! O QUE VOCÊ FEZ MALDITO? Bugaboo, por favor, por favor, acorda e fala comigo, fala com o seu gatinho... Você não vai me deixar sozinho não é mesmo? Eu preciso de você joaninha, vamos lá preciso ouvir sua voz mais uma vez, ver seus olhos brilhando quando eu faço alguma piada sem graça, você me completa e não pode me deixar, porque eu... Eu... Eu te amo!

A alguns metros de si, uma outra figura se encontrava calmamente recostada na parede, um homem alto com um terno roxo impecável e uma espécie de máscara prateada cobrindo quase totalmente o rosto sorria para o herói de Paris, as mãos fechadas e cruzadas sobre a bengala se afastaram com o movimento de seus braços, abriu ambos como se quisesse demonstrar toda sua glória, tudo que conseguira conquistar.

— Eis a sua amada, meu querido Chat Noir, a tão poderosa Ladybug, aclamada heroína de nossa bela cidade, se encontra subjugada aos meus pés. Agora é apenas uma questão de tempo até que eu lhe tome seu Miraculous e finalmente alcance meu tão sonhado objetivo!

O gato se ergueu e se afastou de sua Lady, os punhos fechados e os olhos semicerrados e inchados após chorar, olhou bem para a sua amada, seus lábios estavam entreabertos, um filete de sangue escorrendo dentre eles, o cabelo havia sido solto em algum momento da batalha e ficara empapado de sangue, além dos pequenos cortes e arranhões distribuídos por seus braços, em seu peito a ferida que atravessara seu coração parecia ainda pulsar.

— Eu vou te matar. - Sussurrou Chat Noir, mas alto o suficiente para que o vilão o escutasse. Vingaria sua Lady, seu amor, sua paixão, nem que fosse a última coisa que fizesse em vida.

— Tolo gato preto, una-se a mim, juntos teremos o poder para não controlar apenas Paris, mas todo o mundo! Ajude-me a transformar esse mundo em cinzas, o poder da criação e da destruição juntos! Imagine? Poderíamos fazer qualquer coisa, reverter a própria morte! - as palavras do inimigo eram frias e tentadoras, o mesmo sibilava como uma serpente prestes a envenenar e devorar sua presa.

— Ela não iria querer isso. - sussurrou o gato, os olhos carregados de determinação e confiança, sua face recoberta por uma expressão férrea. - Não se preocupe My Lady, falhei com você em vida, mas não falharei em morte!

— Mas o que você pens...

CATACLISMO! - urrou o herói sentindo as pesadas lágrimas quentes lhe cobrirem o rosto, sentiu como se estivesse amarrado a um carro no primeiro passo, e então veio o segundo, o terceiro, o quarto e então pulou, Hawk Moth ergueu o pequeno cajado, algumas borboletas tentaram se aproximar, mas era tarde demais, seu oponente se impulsionou para baixo no teto a mão recoberta de energia negra pronta para atravessar o peito do inimigo...
                                  --X--

Abri os olhos vagarosamente. Vi apenas o céu. Céu azul e estrelado de Paris, aí então eu a vi, seu rosto pairou acima de mim, os lábios travados e os olhos azuis carregados de preocupação. Pude sentir sua mão passeando em meu cabelo, uma carícia leve e inocente. Meu ronronar foi inevitável, acabei lhe chamando a atenção

— O akuma? - perguntei ainda deitado, aceitando sua carícia.

— Consegui purifica-lo, não se preocupe... E Chat... - ela puxou levemente minha cabeça para cima, nossos olhos se encontraram e senti meu rosto esquentar- Obrigada... - ela sussurrou.

— My Lady, me responda por favor. - senti uma leve dor de cabeça, quando por um momento o mundo pareceu girar e dar piruetas - Eu morri?

— Não gato bobo, você não morreu. - disse ela com um sorrisinho de canto nos lábios. Ah como eu amava aquele sorriso, poderia me perder nele por dias.

— Mas então por que eu estou vendo um anjo? - respondi me impulsionado para cima, deixando nossos rostos a centímetros de distância, meus olhos fixos em seus lábios. Podia sentir sua respiração se misturando a minha, nossos olhares se encontraram e percebi o rubor que surgiu em suas bochechas, as deixando em vermelho escalarte. Continuei me aproximando até que ela revirasse os olhos e empurrasse meu nariz com o dedo e se afastasse de mim reclamando algo como "gato tarado" ou "idiota".

Bom, agora permitam-me explicar o que aconteceu. Era mais uma tarde tranquila, chata e entediante numa aula de Literatua, tentava manter meus olhos abertos, mas ficava difícil com o professor que mais parecia uma múmia discursando sobre como era importante estudarmos as propostas literárias da arte Barroca, em que isso vai ser útil na minha vida? Pois é, eu também não sei. Mesmo assim me empenhava ao máximo para prestar atenção em suas observações. Pude ouvir o leve som de uma música vinda ao meu lado. Era o Nino, que não mostrava sinal algum de que daria atenção ao nosso professor, os fones estavam em seus ouvidos e sua cabeça subia e descia lentamente no ritmo da música. Bufei e voltei a prestar atenção na aula.

O toque do sinal veio como um momento de salvação para muitos que saíram da sala de aula o mais depressa possível, arrumei meus materiais e olhei para o lado em busca de Nino, mas ele já havia ido embora me deixando sozinho. Foi o que pensei.

— A-Adrien? - dei um pequeno pulo com o susto, mas me virei e vi Marinette parada, olhando em minha direção com o rosto totalmente vermelho, estaria doente?

— Ah, oi Marinette! Você está bem? Me parece um pouco doente. - falei erguendo minha mão até sua testa para checar sua temperatura, nesse momento seu rosto atingiu o mais profundo nível de vermelho que já vira no rosto de alguém. Estaria com raiva de mim? - Me desculpe, fiz algo errado?

— Cla-Claro q-que não, é só o ca-calor. Di-digo você é Quente, digo, calor is-isso calor! - ela se atrapalhava em suas próprias palavras a medida que ia falando e tenho que admitir, ver ela vermelha como um tomate, gaguejando e se atrapalhando era algo extremamente fofo, senti uma vontade imensa de apertar suas bochechas, mas me contive.

Alguns gritos do lado de fora da escola me arrancaram de meus devaneios, a palavra "Akuma" surgindo em minha mente ao mesmo tempo que procurava uma desculpa plausível para a garota a minha frente.

— Eu preciso ir!

— Eu preciso ir!

Antes mesmo que eu pudesse lhe dizer que era muito perigoso, ela saiu correndo pela porta da sala tropeçando nós próprios calcanhares. Corri em sua direção, mas quando cheguei a porta vi apenas a escola vazia, me xinguei mentalmente por ser tão lerdo, do jeito que a Marinette era desastrada ela ia acabar tropeçando num besouro e caindo de cara no akumatizado.

— Mas que droga! - meus olhos varreram a sala por alguns segundos, não havia mais ninguém no local além de mim, mais uma onda gritos vindos do lado de fora me chamaram a atenção. Paris precisava de mim. Não, de mim não. Precisava de Chat Noir - Plagg, mostrar as garras!

À luz esverdeada tomou conta do local assim que meu Kwami foi tragado para dentro do anel, o uniforme negro passando a fazer parte do meu corpo. Corri para fora da escola me deparando com o céu nublado da cidade, algumas pessoas estavam jogadas de qualquer modo pelas ruas e calçadas e pareciam sussurrar algo enquanto se contorciam, as lágrimas chegavam a fluir livremente pelo rosto de algumas. O desespero tomou conta de meu corpo no momento em que não vi sinal algum de Marinette.

— É realmente uma cena triste, não acha Chat? - sua voz fez meu coração perder uma batida, mesmo sem saber quem era a garota por trás daquela máscara, eu era completamente apaixonado por ela. Quando me virei e vi seus olhos azuis, como duas safiras, um sorriso maroto se formou em meus lábios.

— Felizmente My Lady está aqui para animar meu dia não é mesmo? - agarrei uma de suas mãos e a levei aos lábios num simples encostar, ela riu enquanto empurrava meu rosto com uma de suas mãos.

— Não é hora para isso Chat!

— Certo, certo. Vamos deixar para mais tarde! - pisquei para ela enquanto seus olhos reviravam - Mas me diz Bugaboo... O que aconteceu por aqui?

— Ao que parece, estava ocorrendo um concurso de filmes de terror profissional no hotel do prefeito Bourgeois, um renomado diretor chamado Alexandre Redi foi humilhado pela comissão julgadora e acabou se transformando no Rêve Sombre. Quando alguém é atingido por seu poder simplesmente desmaia e começa a se contorcer no chão, como ninguém acordou ainda, sou incapaz de dizer o que acontece durante o sono. Quando eu cheguei aqui ele já havia ido embora, aquela garota chamada Alya me mostrou a filmagem, então lhe pedi para ir se esconder num local seguro, foi aí que vi você chegar. - Ladybug suspirou cansada, as sobrancelhas curvadas numa expressão entristecida. Meus olhos estavam levemente arregalados com o tanto de informações que minha parceira havia conseguido em tão pouco tempo.

— Vamos. - disse ela me agarrando pelo pulso, usou o ioiô para nos içar até o telhado de uma casa e se dispôs a correr.

— Para onde exatamente?

— O hotel do prefeito. Rêve Sombre com certeza vai querer se vingar dos jurados que consideraram seu filme ruim, precisamos impedi-lo! - assenti em quanto concordava mentalmente, apertamos o passo, bastão e ioiô facilitando o transporte pelos telhados.

Pudemos vê-lo antes de chegar ao hotel. O prefeito e sua filha corriam em sentido contrário ao akumatizado, o mesmo parecia estar furioso, suas roupas eram totalmente negras, um lenço cinza escuro se enrolava em seu pescoço e quase chegava ao chão, uma boina vermelha escura repousava em sua cabeça. Tinha a pele num tom arroxeado e em suas mãos segurava com força um claquete.

— Vocês acabaram com tudo aquilo que eu tanto me empenhei em fazer! Todo meu trabalho duro e suor foi tratado por vocês como algo inferior ao lixo! Acham que meu filme não foi aterrorizante o suficiente? Pois bem... Eu lhes mostrarei o que é terror de verdade! - ele ergueu o claquete e o bateu com força sussurrando "ação". Um raio negro partiu de lá e atingiria em cheio o prefeito, mas antes que isso ocorresse Ladybug atirou o ioiô em sua direção, o fio se enroscou em seus pés e com um puxão ele foi ao chão.

— Maldita Ladybug! - rosnou o sr. Sombre se virando em nossa direção - Quando acabar com esses dois tomarei seus Miraculous!
Mais uma vez o akumatizado bateu o claquete é um raio partiu na direção de Chloé, atirei o bastão tentando pará-lo, mas era tarde demais.

— AHHHH! Papai me salve! - gritou a loira usando seu pai como um escudo humano, o raio atingiu seu peito e o mesmo desabou no chão desacordado.

— Menos um, agora é sua vez garota burra!

Antes que Rêve Sombre pudesse atacar Chloé me aproximei pelo seu ponto cego e lhe dei uma rasteira, ele foi ao chão enquanto Ladybug usava seu ioiô para prender seu braço e lhe atirar para o outro lado da rua.

— Corra para o hotel, procure um local seguro e se esconda! - sussurrei para a garota que assentiu em quanto corria em direção oposta à luta. Quando nosso inimigo se levantou, My Lady já se encontrava ao meu lado, ele tentou nos acertar com o claquete, os raios de energia negra ficavam cada vez mais rápidos e precisos, era cada vez mais difícil de desviar. Como numa dança, uma dança mortal, onde um passo em falso nos levaria a derrota.

— O Akuma tem que estar no claquete! - gritou ela para mim, o ioiô girando formava um escudo contra os ataques de nosso oponente, foi aí que reparei em algo, a cada vez que um raio era expelido de sua arma, sua boina brilhava e ele só atacava novamente quando ela voltava a emitir aquela luz, num espaço de tempo de três segundos.

— A boina! Está na boina! - gritei para ela, mas fui ignorado.

Ladybug atirou o ioiô em direção ao claquete e o puxou com força, ele voou das mãos do vilão e ela o partiu ao meio no joelho. Akuma algum saiu de lá. O sr. Sombre riu desfazendo o laço de seu lenço em torno de seu pescoço e o usando como um chicote, o açoitou e um raio de energia partiu em direção de Ladybug. O tempo pareceu correr mais lentamente. Me atirei em sua direção, não havia mais tempo. Girei o bastão em pleno ar, o raio negro se chocou contra a defesa improvisada, mas o impulso atirou a mim e a Ladybug para trás, giramos pelo asfalto até pararmos. Ela caiu por cima de mim, as pernas enlaçadas na minha cintura, nossos narizes roçando um no outro.

— Oh! Está tão apressada assim Bugaboo? - Ri enquanto aproximava meu rosto ao seu.

— Lucky Charm! - gritou a heroína rapidamente antes que fosse atacada novamente, os olhos se revirando em quanto se levantava e em suas mãos caiu um pequeno bumerangue. Olhou em volta enquanto eu lhe protegia dos ataques de nosso inimigo, sua face determinada a acabar com aquela luta.

Em poucos segundos o bumerangue passou voando pela minha esquerda, bateu na lâmpada de um poste a estilhaçando, os cacos de vidro caíram sobre o sr. Sombre, o obrigando a parar os ataques e se proteger, logo depois bateu na traseira de um carro e foi ricocheteado indo direto na cabeça do akumatizado, arrancando a boina de sua cabeça para enfim regressar às mãos de My Lady. Mas ele já havia lançado seu ataque. O raio negro partiu de seu lenço na direção dela. O desespero tomou conta de meu corpo e eu me movi sem pensar. Foi como se uma pedra de gelo batesse em minhas costas. Sorri para ela, meus sentidos se tornando lentos enquanto me entregava a escuridão.

 

— Chat Noir? - sua voz doce e inebriante me tirou de meus devaneios, seus olhos apesar de ainda estarem levemente repuxados numa careta pareciam ainda carregados de preocupação.

— Sim?

— O que você viu? Quer dizer... Você sussurrou  meu nome enquanto estava desacordado! Mas... Não precisa dizer se não quiser, eu entendo... - sua cabeça abaixou e seu brinco apitou, ainda restavam quatro bolinhas negras, ainda tínhamos tempo. Mesmo sem pedir sua autorização, sem pensar em sua reação, corri em sua direção e a abracei. Senti meus olhos lacrimejarem e minha visão ficar turva, mas não me permitiria chorar em sua frente.

— Está tudo bem Bugaboo, eu... - engoli em seco antes de continuar, pensando num modo de lhe falar aquilo, não queria aparentar estar desesperado, mas sentia minha garganta fechar e o choro ameaçar a vir - ...eu vi meu mundo sem você.

Senti seus ombros ficarem tensos e rígidos, suas mãos acariciaram minhas costas e minha nuca, pela segunda vez desde que acordara deixei o ronronar escapar de meus lábios.

Chaton bobo, nunca vou te abandonar. - pude sentir quando sorriu contra meu peito. - afinal... Somos uma dupla não é? Parceiros até o fim!

—Sim. - pude sentir o gosto amargo em minha língua, então era assim que ela me via? Um mero parceiro nas lutas contra o mal? - Parceiros até o fim...

Me distanciei quando seu brinco apitou pela terceira vez, ela piscou para mim e acenou, usando o ioiô desapareceu pelas ruas de Paris. Olhei ao meu redor, algumas pessoas tiravam fotos e só então percebi o público que havia se formado a nossa volta, algumas pessoas ainda se levantavam, mas do akumatizado ou melhor, do civil que havia caído nas garras de Hawk Moth não havia mais sinal. Todo o estrago da luta já fora reparado.

— Droga! Quanto tempo eu apaguei? - murmurei para mim mesmo.

Só então percebi que havia me esquecido de algo, ou melhor, de alguém. Estivera tão empenhado em salvar Paris, tão preocupado em defender Ladybug que me esquecera completamente de minha colega Marinette. Não usara meu poder, ainda tinha algum tempo, além de que, era meu dever checar a segurança dos Parisienses não era?

Foi com esse pensamento que me deixei levar pelos telhados de Paris, o bastão se alongando em quanto pulava de casa em casa, rumo à padaria dos Dupain-Cheng.


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Notas finais do capítulo

E então?? O que acharam?
Rêve Sombre --> Sonho Sombrio
Preciso que apontem os pontos que não gostaram para saber onde devo melhorar! Por enquanto é só isso. Logo mais posto o próximo!
Até lá.



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