Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 15
Feitiço do Tempo


Notas iniciais do capítulo

Á Lorena Santos que fez o primeiro comentário da fic, meus votos sinceros que não se decepcione com a história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/723015/chapter/15

Damon e o irmão estavam impacientes com os acontecimentos recentes. Agora sabiam o que eram os Lockwood, sabiam a razão de Katherine retornar, agora sabiam sobre a existência dos originais e da ligação estranha ente Katherine e Elena. Se dependesse deles, Elena estaria trancada ali na antiga pensão com eles, em segurança. Mas ela era teimosa demais, e achava que não estava em perigo real, além do fato que suas amigas, bruxa e vampira, eram suficientemente capazes de protegê-la.

Damon desconfiava que a jovem não tivesse menor noção do quão frágil era o interesse de Bonnie naquilo tudo, ela apresentou Vicki á Alaric e lhe contou sobre seu treinamento para caçar. Agora os dois caçadores passavam horas criando armas contra vampiros, lobisomens e bruxas ou treinando ataque e defesa.

— Por que armas contra bruxas? – ele perguntou á Bonnie quando se encontraram no Grill, casualmente.

— Nunca se sabe. Se há vampiros bonzinhos como Stefan deve haver bruxas más.

Ela estava certa e Damon já tinha cruzado com bruxas bem piores que os vampiros mais cruéis de que se tinha conhecimento.

— Bonzinhos como Stefan? Acha que sou assim tão ruim?

— Eu me referia ao fato dele se esforçar mais para ser humano. E você não é ruim só não é bom e é apropriado que seja malvado. Assim não preciso esperar de você algo que não pode me oferecer.

— Está dizendo que é bom ser mau?

— Estou dizendo que eu gosto de você como você é. Não se esforce para ser quem você foi quando era humano, se quiser mudar seu jeito de ser que seja por si mesmo e não para se adaptar ás fantasias de alguém. Afinal, qual á graça na perfeição?

— Estou começando á descobrir a graça nisso – disse ele tocando o rosto da bruxa que não se afastou.

Bonnie colocou a mão sobre a dele e de repente.

Bonnie e Jeremy se beijavam... Jeremy morria... Bonnie ressuscitava Jeremy... Jeremy libertava um monstro de encapuzado... Bonnie morria... Jeremy morria... Elena queimava a casa...

A bruxa empurrou o vampiro com força. Ele a olhava preocupado, mais com a reação dela do que com a visão bizarra envolvendo o jovem Gilbert. Naquele momento o garoto entrava acompanhado de Tyler e Matt, conversando sobre futebol. Bonnie os seguiu com o olhar até na mesa de sinuca onde começaram a jogar, e se aproximou.

— Eu sinto muito – disse abraçando Jeremy e começando a chorar.

Olhavam para ela com estranheza.

— O que foi Bonnie? – Jeremy perguntou preocupado – Aconteceu algo com a Elena?

Ele estava sendo incluso no mundo sobrenatural aos poucos, Elena temia por sua segurança e exagerava na proteção, negando á ele muitas informações. Sem dar resposta, a bruxa pediu desculpas e foi embora. Damon tentou falar com ela, mas não a encontrou em lugar nenhum. Conversou com Stefan sobre a visão compartilhada e o irmão contou para Elena que agora estava louca atrás de Bonnie para saber mais sobre tal visão e proibiu que Jeremy se envolvesse com qualquer assunto relacionado aos vampiros.

Depois de sua tentativa frustrada de não criar problemas com a recente informação sobre os Lockwood, Mason entregou á Liz segredos que causaram confusões inesperadas. Agora a xerife estava presa no porão aguardando que a verbena saísse de seu organismo para que fosse novamente hipnotizada. Caroline estava revoltada com o fato e ele também, assim que tivesse chance mataria o lobisomem.

— Mas que garota insuportável – disse Vicki voltando para a cozinha do bangalô.

— Está preocupada com a amiga – Enzo comentou com sarcasmo.

— Cala a boca, Enzo – Bonnie resmungou fazendo uma careta para seu macarrão com queijo – Elena só quer saber de algo que não devia.

O casal havia voltado cerca de quinze dias antes e já tinham sido atualizados de todos os acontecimentos da cidade. Vicki ficou chocada quando soube que Caroline era uma vampira agora e que estava namorando seu irmãozinho. Depois de conhecer Alaric e começar a treinar com ele, tomou a decisão de contar para Matt sobre o que acontecia, parcialmente. Ela apenas contou sobre Enzo, preferiu deixar que ele descobrisse sozinho quem era sobrenatural na cidade e quem não era. Agora Matt olhava para todos com alguma desconfiança, estava se adaptando á verdade e á irmã versão responsável.

— Por que não quer falar com ela? É sobre o Jer.

— Por que está tão preocupada com o Jê-errr? – Enzo estava mal humorado desde a tarde anterior.

— Ele é meu amigo e amigo de meu irmão, para com a crise de ciúmes.

— Não estou com ciúmes, só curioso para entender a razão da preocupação. Ele não é uma criança indefesa e ele com a irmã já têm dois Salvatore como cão de guarda.

Vicki revirou os olhos e enfiou macarrão na boca para não responder ao namorado. Enzo disse estar entediado, saíram na noite anterior para caçar vampiros e não deram sorte, resolveu implicar com as pessoas para passar o tempo. Bonnie pediu á ele que se estivesse planejando se vingar de Damon, fizesse algo que não matasse nenhum inocente, a briga entre eles devia ser resolvida sem envolver terceiros.

— Prenda-o numa jaula e ponha fogo ao redor ou amarre-o numa corrente presa ao carro numa tarde de sol retire o anel do dedo dele e leve-o para um passeio – sugeriu a bruxa.

Enzo comentou com Vicki que a bruxa era maluca em nível preocupante, Vicki respondeu com desinteresse:

— Se não fosse eu estaria morta e você naquele laboratório.

Vendo desse ângulo até que a insanidade de Bonnie não era má. Mas ele não confiava nela, tinha algo nos modos dela que o incomodava como se ela respirasse segredos e mentiras. Ele estava se relacionando bem com o cunhado, Matt Donovan era desconfiado, mas bem menos idiota do que esperava. Viver ali não estava sendo a tortura que achou que seria, e havia Damon. Poucas noites atrás estava andando pela rua caçando uma vitima para enfiar-lhe a presa e encontrou o velho companheiro de cela, passaram as horas seguintes compartilhando Bourbon e discutindo sobre lobisomens, mulheres e passado.

— Eu ainda cumpro aquela meta de vingança – Damon confessou – Matar uma família inteira deles e deixar um para recomeçar de novo. Teve uma sobrevivente que perdi de vista, mas tenho uma boa pista de onde está.

— Qual o tipo sanguíneo dessa sobrevivente? – perguntou Enzo derrubando outra garrafa vazia.

— Não sei, vamos lá perguntar?

E foram. Dirigiram em alta velocidade e só voltaram dois dias depois. Ele resolveu dar uma trégua á vingança, mas teve que se explicar para uma Vicki muito irritada por seu sumiço.

— Da próxima vez que for sumir – disse ela apontando uma estaca para ele – Mande um sms dizendo que está vivo.

Bonnie tinha evitado a morte de Mason com o objetivo de poupar Tyler. Mas agora estava incomodada com a sensação de ter cometido um gravíssimo erro. Ela terminou de se arrumar para ir para o baile dos Lockwood. Estava ansiosa e isso não a ajudava em absolutamente nada. Assim que Caroline a viu, teve um ataque histérico.

— Bonnie! O que houve com você? Á quanto tempo não dorme? Está com uma aparência horrível. Venha, tenho que te deixar apresentável em menos de cinco minutos.

— Não exagere Care, eu estou bem. Levei horas me arrumando.

— Não fez direito ou precisa arranjar um espelho de rainha má para que ele te diga o que você não vê.

Ela estava com olheiras por que ainda não tinha dormido. Passou a noite anterior ocupada trocando a placa da ponte Wickery por uma que lhe custara alguns dólares numa marcenaria que ficava a quatro horas de carro de Whitmore, onde o funcionário manipulado por magia não se lembraria dela. Depois refez o feitiço que Esther usou para transformar aquele pedaço de madeira em uma arma letal. Não teve tempo para descansar e precisava repor toda a energia gasta com a magia. Caroline usou todo seu talento de maquiladora para dar um aspecto mais saudável á bruxa que lhe agradeceu sinceramente.

— Bonnie! – Elena correu ao seu encontro e a abraçou como se não se vissem á anos – Precisamos conversar, Damon disse que você teve uma visão...

— Elena, o que faz aqui? Devia estar em casa com Stefan, protegida.

— Eu sei. Mas estava preocupada trancada sem noticias, só vim para ter certeza que as coisas dariam certo. Eu juro que vou voltar para o carro e esperar até que terminem, mas primeiro queria falar com você.

— Por favor, não quero falar disso aqui e nem hoje. Estou ocupada demais para lidar com esse assunto.

— Mas é sobre o Jeremy e eu...

— Não importa – a frieza de Bonnie ao cortar a amiga, fez Elena dar um passo para trás – Se algo acontecer com seu irmão a culpa é sua. Foi você que permitiu que ele se envolvesse com assuntos para quais não está preparado.

Ela se virou ignorando a suplica baixa de Elena. Não queria ter sido grosseira, mas não estava se sentindo bem. De repente ela queria que todos se machucassem, queria vê-los chorando e implorando por misericórdia. Ouviu a voz da ruiva [...] essas linhas em sua volta são alterações esperando ser reparadas e cada vez que uma mudança ocorrer seu corpo vai sofrer o impacto. É melhor se acostumar com os desmaios, convulsões, esquecimentos temporários e mudanças de humor. Trancou-se no banheiro respirando com dificuldade. Ela sabia o que ia acontecer naquele baile, Elena ia precisar dela, precisou de um esforço hercúleo para ignorar a vontade de ir embora e deixar que Katherine fizesse seu joguinho maligno.

— Elena precisa de mim – disse para seu reflexo no espelho.

Damon estava despreocupado, tinha elaborado um plano com Alaric e Enzo para deter Katherine. Ter a presença do vampiro por perto estava sendo útil, já que Stefan só tinha tempo para Elena e Alaric estava ocupado com sua vida agitada que envolvia o namoro com tia Jenna, pelo menos quando se tratava de livrar-se de vampiros difíceis, o professor ainda se dispunha a ajudar. Caroline estava mal-humorada por terem lhe negado informações de algum plano, mas ela estava sob o domínio de Katherine e até que aquela relação de sangue fosse cortada, a loira não era confiável. Tinha Bonnie que estava estranha, mas Stefan garantiu que ia cuidar dela. É claro que ele não ficou feliz com a informação, mas Vicki estranhamente consciente do que acontecia ao seu redor, o fez crer que era melhor deixar Bonnie baixar à guarda e vir até ele por conta própria.

— Com a mania que ela tem de causar aneurisma quando zangada, eu prefiro ficar longe do alcance dos feitiços dela – concluiu Enzo.

Eles estavam certos, o moreno sabia. Como na semana anterior quando Bonnie viera até ele em busca de proteção. Para que ia se desgastar correndo atrás da bruxa quando ela ia e vinha sem esperar dele nada além de companhia? E havia Elena, ele sabia onde estava se metendo com aquele flerte todo. Sentia-se atraído por Elena Gilbert tanto quando percebia a atração dela por ele, assim como um dia foi apaixonado por Katherine.

— Procurem um quarto – Katherine disse na noite passada quando estavam no Grill, ele e Elena estavam jogando e casualmente seus olhos se encontravam e sorriam.

— Pode sentir inveja, eu permito – provocou sorrindo meio de lado para a loira.

— Inveja de você com Elena? Nunca. Furiosa por estarem traindo Bonnie e Stefan? Sempre. Torcendo por um romance entre Stefan e Bonnie? Por que não?

— Stefan e Bonnie? – ele encurtou os metros de distância entre eles num piscar de olhos – Do que está falando?

— Teorias, nada que deva levar á serio além da afinidade que existe entre eles. Já notou como estão próximos recentemente?

Deixando a questão no ar, a loira se afastou indo de encontro á Matt. Agora Damon olhou em volta, onde estaria o irmão e sua bruxa? Será que estava enganado e os dois... Não. Stefan amava Elena e Bonnie nunca trairia a amiga, ela não era desse jeito. Caroline estava sendo perversa por infantilidade. Repetindo á si mesmo que a loira estava delirando, ele foi procurar por Katherine, tinha assuntos para resolver com aquela mentirosa que para variar estava se passando por Elena no baile dos Lockwood.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os vampiros que se mordam 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.