Kingdom Hearts: Motherland escrita por Kyra_Spring


Capítulo 22
LIBERI FATALI - Capítulo 0: Despertar




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            Naquela noite, Sora teve um sonho terrível.

            Ele era uma criança, não devia ter mais de sete ou oito anos. E, naquele sonho, ele corria desesperado por um labirinto cujas paredes eram formadas por espinhos entrelaçados de milhares de roseiras. Havia enormes rosas brancas naquelas roseiras, mas elas, ao invés de tornar a cena bela, só a tornavam ainda mais assustadora.

            Sora não sabia do que estava correndo, só sabia que tinha que fugir, que tudo dependia daquilo. Ele sentia múltiplos cortes e arranhões em sua pele, e eles ardiam, mas mesmo assim ele não podia parar de correr. E continuava entrando em becos sem saída, e se perdendo em corredores que pareciam mudar a cada vez que passava por eles...

_Não pare de correr, Sora! – ele podia ouvir a voz de alguém em sua mente, mas não conhecia aquela voz... – O que quer que aconteça, não pare de correr!

            E ele continuou. Então, ele percebeu um som atrás dele. Era como uma brisa anormal, que passava muito rapidamente pelas roseiras. O farfalhar das folhas e das rosas contra os espinhos era o único sinal de que havia alguém atrás dele.

            E o som ia ficando mais próximo... mais e mais próximo...

            Então, ele acabou tropeçando num desnível do chão e caindo. Por muito pouco, não caiu de cara em um tufo de espinhos no chão. Ele torceu o tornozelo e ralou os joelhos. Tentou se levantar, mas não conseguiu. E o som ia se aproximando, e se aproximando, e...

            Tudo o que ele pôde fazer foi se virar.

            E, quando se virou, ele viu o que o perseguia.

            Vindo na sua direção, havia uma névoa negra e espessa. Uma névoa que iria engoli-lo...

            E ela se aproximava... era fria, quase congelante... e ficava mais próxima... até que...

_NÃO! – ele se levantou com um solavanco, gritando e banhado em suor. Seu coração esmurrava o peito como se quisesse sair de lá. E levou algum tempo até que ele conseguisse controlar outra vez a respiração e pensar com clareza.

            “Esse sonho... de novo...”, ele pensou, quando se convenceu completamente de que estava na sua cama, em casa, e não perdido em um labirinto de roseiras. “Já é a terceira vez só essa semana... o que ele significa?”. Desabou novamente sobre seus travesseiros, exausto. Ele queria voltar a dormir tranqüilamente, mas sabia que, naquela noite, isso seria impossível.

            Foi então que percebeu uma coisa que o deixou ainda mais apavorado.

            Ele não estava sozinho. Não. Havia mais alguém ali, com ele.

            Discretamente, ele invocou a Keyblade. Ele não sabia quem ou o quê estava ali, mas o que quer que fosse... iria aprender a não invadir a casa dos outros à noite.

            Então, ele se levantou, a Keyblade em punho, a respiração presa, tentando ouvir algum som que entregasse a presença do oponente. A luz da lua que entrava pela sua janela ajudava a delimitar a silhueta das coisas, mas aparentemente não havia nada fora do normal ali. Aquilo deixou Sora intrigado; seria tudo aquilo apenas obra da sua imaginação? Era bem possível, afinal de contas ele havia acabado de ter um pesadelo e isso poderia...

            Mas ele não chegou a concluir esse pensamento. Porque alguém saltou sobre ele.

            Sem que ele pudesse reagir, a pessoa que o atacou conseguiu tirar a Keyblade dele, jogá-la longe, derrubá-lo no chão com uma rasteira e apontar uma espada diretamente para o seu pescoço. O toque frio da lâmina em sua garganta era desesperador. Ele havia sido subjugado tão facilmente assim? Será que aquela pessoa estava ali... para matá-lo?

            Então, ele prestou atenção. A pessoa devia ser um pouco mais alta que ele, e usava um capuz. Mas era possível ver parte do rosto. Era um rosto fino, de traços delicados. Uma garota, provavelmente. Ela usava roupas e luvas de combate, mas estava descalça. Provavelmente, era dessa forma que ela conseguia se movimentar sem fazer barulho. Se ela fosse uma assassina, então com certeza seria uma muito eficiente.

_Quem é você? – sua boca estava seca como um punhado de areia – O que você quer?

_Você é Sora, mestre da Keyblade, estou certa? – a voz dela era forte, clara e objetiva – A criança destinada.

_Do que você me chamou? – ele perguntou, intrigado. “Criança destinada... Shiva me chamou assim, naquela vez...” – Eu vou perguntar de novo: quem é você e por que me atacou?

_Eu não vim aqui para matá-lo sem necessidade, mestre da Keyblade – ela disse, mas mesmo assim não se moveu um milímetro e manteve a lâmina da espada no pescoço dele – Mas você traz consigo aquilo que pode ser a ruína de todos os mundos, e eu vim para impedir que você faça isso.

            Sora engoliu em seco. Ela sabia. Droga, ela sabia! Como ela poderia saber?

_Não me leve a mal – para a surpresa dele, porém, a voz dela relaxou, e ela embainhou a espada e ajudou-o a se levantar – Eu precisava ter certeza de que você ainda era o Sora. E o pavor que acabei de ver em seus olhos é algo que Erinia não poderia imitar – ela suspirou, sentando-se na cama dele – Você ainda é você mesmo... que bom...

_Quem é você? – ele perguntou pela terceira vez. Ela o encarou, e puxou o capuz para trás, revelando um rosto estreito, cabelos negros trançados, e grandes e expressivos olhos azuis. E ela respondeu:

_Meu nome é Mizu, Rainha Negra de Waterfall City e líder da EDEN. Eu vim para ajudá-lo... ou para destruí-lo, se for necessário.

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Notas finais do capítulo

Este é o início da continuação de Motherland, Liberi Fatali, que será publicada em breve. Espero vê-los aqui para lÊ-la, babies. Beijos, e até mais!



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