Tão Perto... Tão longe... escrita por Esmaryn


Capítulo 2
Prisioneira


Notas iniciais do capítulo

Bem rápido, né? Nem parece que sou eu que estou postando rsrs, enfim, espero que gostem de verdade :3.

Boa leitura!!!



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O confronto dos dois causou uma grande explosão, a água ficou instável, quase impossível de permanecer em pé. Naruto e Sasuke voaram longe. Kakashi pulou e segurou Naruto, já Sasuke foi salvo por uma massa branca, eu não consegui identificar o que era até eles caírem na água, onde a massa tomou forma de um homem, ele disse algo para Sasuke, mas eu também não entendi o que era.

— Naruto, eu mandei você ir embora, não foi? – Kakashi estava claramente irritado.

— Agora... A coisa ficou clara. – Naruto disse ainda fitando Sasuke.

— Do que você está falando? – perguntei. Mas não houve resposta.

Notei que Sasuke fitava Naruto tão sério quanto ele e me arrepiei. Uma forma em espiral começou a aparecer perto do homem branco, e o tal de Tobi tomou forma.

— Eu disse pra você voltar e descansar. – ele falou para Sasuke e depois se virou para Naruto – ora essa, não é a Kyuubi...?

Um momento de silencio. Ele continuou.

— Haverá um momento certo para enfrentar todos eles... Agora venha, Sasuke.

Sasuke não se mexeu e Naruto começou a andar na direção dele.

— Naruto...! – protestou Kakashi.

— Só tenho que falar uma coisa cara a cara pro Sasuke.

Tobi também protestou, mas Sasuke apenas se levantou e esperou Naruto.

— Sasuke... Você se lembra do que me disse lá no Vale do Fim? Sobre os melhores ninjas? Depois de tantas batalhas... Agora eu percebo várias coisas. Quer dizer que a gente virou ninjas de primeira, Sasuke. Tanto eu quanto você... – ele parou e levou o dedão até o peito – mas me fala Sasuke... Será que você percebeu mesmo o que se passava aqui dentro... No meu coração? Eu sei que você também viu. Se eu e você... Se a gente se enfrentar... Vamos os dois morrer.

Sasuke-kun não dizia nada, apenas fitava Naruto com olhos indecifráveis.

— Quando você vier atacar Konoha... – continuou Naruto – eu vou ter que te enfrentar. Por isso, guarde seu ódio até lá e jogue todo ele em mim. Eu sou o único capaz de aguentar o tranco! Esse papel é meu! Pode deixar que eu divido o fardo de todo o seu ódio, eu morro com você!

— Qual é a sua, Naruto?! – Sasuke falou – por que essa insistência toda comigo?!

— Porque você é meu amigo. Eu ainda não desisti disso! – os olhos de Sasuke se arregalaram suavemente. – e quando a gente chegar onde tiver que chegar... Os dois mortos... E a gente deixar de ser Jinchuuriki da Kyuubi e Uchiha... Sem nenhum peso pra carregar... Quem sabe então, a gente não passa a se entender?

Naruto... Meus olhos se encheram de água.

— Eu... Não vou mudar! Nem quero me entender com você! – Sasuke falou com os dentes cerrados – e o único que vai morrer aqui... É você.

— Chega Naruto. Não vale a pena você estragar sua vida correndo atrás do Sasuke, você ainda quer ser Hokage. Deixe que eu o enfrento. – Kakashi disse.

— Como se alguém que nem consegue salvar um amigo pudesse ter direito ao título de Hokage. Eu é que vou lutar com o Sasuke!

— Humpf! Que seja, você vai ser o primeiro que eu vou matar.

— Sasuke, onde está Karin? – Tobi perguntou.

— Sei lá, talvez esteja morta em algum lugar.

— Temos de substituí-la.

— Eu sei... – então Sasuke lançou um olhar sinistro na minha direção. – Sabe Naruto, vou te dar mais um motivo pra querer me enfrentar.

— O quê? – Naruto deu um passo à frente.

Sasuke deu um sorriso de lado e Tobi desapareceu novamente. Em questão de segundos eu vi a forma em espiral ao meu lado e depois senti tudo girando.

— Não! – Kakashi disse ao longe.

— Sasuke! Por quê? – a voz de Naruto estava mais próxima.

— Por nenhum motivo em especial. – me assustei ao perceber que Sasuke estava ao meu lado.

Olhei para ele alarmada, tentei me soltar, mas Tobi segurou mais forte.

— Vamos logo. – Sasuke falou e tudo girou mais uma vez.

Quando enxerguei novamente, estava escuro, iluminado apenas por tochas intercaladas pelo local, talvez uma caverna ou algo do tipo. Olhei em volta e vi que estávamos em um tipo de sala, havia uma mesa enorme ao centro e apenas isso, nada de moveis ou enfeites.

— Cuide dela – Tobi me jogou contra Sasuke – irei atrás de Juugo e Suigetsu... Também vou resolver umas coisas, vou demorar pra voltar.

— Quanto tempo? – Sasuke falou com tom de voz superior.

— Não sei ao certo. Apenas cuide dela e a faça dar um jeito em seus olhos.

— Como você sabe?

— Não importa. Estou indo.

— E se eu precisar sair?

— Zetsu fará o que você mandar. Basta chamá-lo.

E então ele desapareceu na sala escura.

— Me siga. – Sasuke ordenou e começou a andar na direção oposta a de Tobi.

Fiquei parada, tentando desesperadamente encontrar um modo de correr dali, por mais que eu o amasse, não confiava no homem que ele havia se tornado. Ao perceber que eu não estava logo atrás, Sasuke deu meia volta e parou de frente para mim.

— Me. Siga. — sua voz gélida me fez estremecer.

Hesitei um momento, mas logo o segui. Andamos por um corredor grande e igualmente escuro. Ele virou à direita e eu fui atrás. Assim como na outra sala, os corredores eram iluminados por tochas, algumas pareciam iluminar mais do que as outras. Sasuke parou em uma porta e a abriu.

Era um quarto um pouco mais iluminado, havia um tipo de catre e um armário de madeira ao lado, também tinha uma pia repleta de medicamentos e seringas. Sasuke foi até o armário e retirou de lá uma bolsa cinza, ele me entregou e se sentou na cama.

Demorei um pouco para entender o que ele queria. Mas em seguida me dirigi hesitante até a pia, onde apoiei a bolsa e a abri. Estava repleta de curativos e outras coisas.

Eu estava ciente do olhar de Sasuke as minhas costas, e confesso que fazia com que meu corpo ficasse rígido e gelado, como se cada movimento pudesse ser o último. Fui até ele relutante e evitando o seu olhar. Com cuidado passei um algodão embebido em clorexidina num ferimento em seu braço, limpei todo o sangue e deixei secar enquanto fazia isso no resto dos ferimentos nos ombros e antebraços. Depois concentrei meu chakra verde sobre os ferimentos e fechei todos.

Pela primeira vez olhei em seus olhos, ele me fitava indecifrável. Havia ferimentos em seu rosto também, me apressei em passar a clorexidina, retirando todo o sangue, em seguida pousei as duas mãos em seu rosto e concentrei o chakra. Por um momento eu vi um vislumbre do antigo Sasuke, mas este logo desapareceu. Fiz um chek-up rápido com o chakra, vendo se achava mais algum ferimento, mas ele estava bem.

— Pronto. – minha voz foi tão baixa que eu duvidei se tinha realmente falado.

— Ótimo. – não havia qualquer emoção em sua voz. — siga-me.

Voltamos para o corredor escuro, desta vez entramos à esquerda, numa porta de madeira e com tranca.

— Você pode ficar aqui, será como seu quarto. – ele praticamente me emperrou pra dentro – não tente nenhuma gracinha para escapar, ou então eu mato você. – ele fechou a porta.

O quarto era relativamente grande, havia uma cama de casal no centro, um criado mudo ao lado da cama, uma mesinha com vários papeis espalhados em cima, um armário de madeira com algumas coisas dentro e por fim, um banheiro médio.

Joguei-me na cama e desabei em chorar. Agora eu era uma prisioneira ou algo assim? O que ele ganharia com isso?. Eu nunca havia me sentido tão vazia em toda a minha vida. Sasuke queria atacar Konoha, o que eu faria? O ajudaria a destruir meus amigos? O que houve com o Sasuke-kun que eu conheço?

Quando me acalmei tentei dormir um pouco. Não consegui. Então apenas fiquei sentada na cama fitando a porta. Acho que se passaram vinte minutos até que alguém a abriu e entrou no quarto.

— Não está dormindo? – Sasuke parecia surpreso, porém continuou indiferente.

Não respondi, apenas desviei o olhar.

— Bem, você pode não querer dormir, mas eu quero, então é bom fechar logo os olhos.

Não sei exatamente porque dei a resposta a seguir, talvez por estar cansada demais para pensar, ou simplesmente porque eu queria que Sasuke parasse de bancar o idiota e voltasse a ser como era. Eu não queria que ele me matasse, mas não pude evitar um pouco de veneno na voz.

— E daí se eu estou dormindo ou não? É só você ir pro seu quarto e dormir. – abracei os joelhos em cima da cama.

— Acontece – ele deu um passo à frente e me encarou – que esse é o me quarto.

— Você disse que era o meu.

— Não tem outro quarto com cama, e, além disso, preciso estar de olho em você Haruno. – ele entrou e fechou a porta.

Encolhi-me mais no meu canto, desejando poder sumir.

Ele se aproximou lentamente, retirou a camisa e os sapatos. Sentando-se na cama ele remexeu em algo na gaveta, uma coisa prateada e circular. Demorei a entender o que era: uma algema.

— Me dê sua mão.

            — Você está brincando comigo ou o quê? — o encarerei incrédula.

Em um movimento rápido ele me segurou pelos pulsos e me puxou de modo que meu rosto estivesse a centímetros do dele.

            — Estou te oferecendo clemência, então sugiro que me obedeça. Não pense que sou o mesmo de antes. Eu sou um monstro Sakura e não vou parar por suas palavrinhas bonitas. Por isso, a partir de agora, quero que esqueça Konoha, esqueça o Naruto e principalmente esqueça que um dia eu fui seu amigo. Não há mais compaixão dentro de mim, sou incapaz de sentir algo além de ódio e egoísmo. Se preza sua vida, faça o que eu digo sem hesitar e então lhe darei a chance de ver a ressurreição de um clã lendário. — as palavras jorraram entre seus dentes e eu pude sentir cada uma delas como uma facada.

Eu queria responder, queria dizer que ele estava errado e que eu não iria ajudar a acabar com o mundo que era importante para mim, mas estava boquiaberta e congelada de medo. “Esqueça que um dia fui seu amigo”, a frase ecoava na minha mente. Ele tinha razão, não passava de um monstro.

Obedeci e estendi minha mão direita. Ele prendeu a algema no meu pulso e no pulso dele, de modo que se eu tentasse fugir, ele sentiria. 

— Ótimo. —ele se deitou virado para mim, ainda me encarando. — durma. — e com essa palavra ele fechou os olhos.

Tentei fazer o mínimo de barulho possível ao me arrumar sob os panos. Deitei virada pare ele, embora a algema fosse longa o suficiente para eu deitar virada para o outro lado. Seria difícil dormir depois de tudo o que acontecera, e eu estava com medo, muito medo. Lutei para impedir que as lagrimas caíssem, não poderia chorar agora, não com ele tão perto. Mais uma vez as palavras dele apareceram na minha cabeça e enquanto eu pensava nelas olhava para Sasuke, para o modo como o rosto dele relaxava conforme caía no sono, e por um momento, eu imaginei que não era tão ruim estar ao lado dele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sasuke está malvado ou só cruel mesmo? kkkk
Beijos, até o próximo capítulo!



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