Passaram o resto dá madrugada analisando a caixa a procura de digital, cabelo ou alguma nova evidência. Não conseguiram nada de novo e o pouco que coletaram sabiam que os levariam direto a vítima. Todos os passos dos peritos foram vigiados de perto pelo detetive Blake, observou atentamente os dois trabalharem. Vez ou outra Sara se mostrava frustrada por não conseguir nada e em vários momentos pareceu chateada.

Blake já havia estado em um dos casos em que ela trabalhou, e agora, podendo vê-la trabalhar estando mais perto dela, pode ter a certeza do quando ela é atenta e determinada quando estava em uma cena de crime.

Nesse caso ela aparecia mais determinada.

Sua atenção também estava em Nick, mas Sara tinha sua atenção e admiração. A admirava, em alguns momentos os dois trocaram olhares, mas Sara logo dava atenção ao trabalho. A supervisora do turno da noite o havia encantado desde a primeira vez que a viu. Soube que ela foi casada com o antigo supervisor, agora ele ex marido.

Azar o dele!

—Droga!

Sara esbravejou, fazendo com que Nolan afastasse seus pensamentos e prestasse atenção nela. 

—Mais uma vez não conseguimos nada. —Falou Nick. Começou a guardar sua coisas. —Vamos voltar para o lab., e ver o que descobrimos sobre Müller. Saber o motivo de ele ter atraído à atenção desse psicopata.

Sara desistiu de tentar encontrar algo e concordou com Nick. A caixa não os levaria ao responsável, era total perda de tempo. Ela se afastou do caixa, deu permissão para transferir a coisa para o laboratório. Não conseguiram nada ali, mas ainda tinham trabalho a fazer, como Nick disse, teriam que descobrir o porquê de Müller ter se tornado vítima do ”Sr. Caixão."

—Terminamos aqui. —Falou Sara, ao se aproximar de Blake. Ele balançou a cabeça concordando. —Vamos ver a autópsia de Müller e quero que você faça uma investigação sobre ele.

—Tudo bem! —Falou Blake, sério. —Conseguirei tudo sobre ele.

Sara agradeceu, dando as costas para ele, voltou para perto de sua maleta e guardou sua coisas. O sol já estava alto no céu, todos os polícias que estavam no local durante a madrugada já se foram, apenas ela, Nick, Nolan e o rapaz responsável por transportar o caixão transparente, ainda estavam no local. 

Em poucos minutos, ela dirigia de volta ao laboratório.

*****

—E então, doutor? —Sara questionou o experimento legista no momento que adentrou a sala. All ainda estava com Müller não mesa. Mas Sara sabia que não havia muito a ser revelado. —O que temos?

All lançou um olhar decepcionado para Sara, pois a notícia que daria a ela não tinha nenhuma novidade. E a viu baixar a cabeça em compreenção e logo em seguida suspirou em derrota.

—Sinto muito. —Falou All, também decepcionado. —Não foi dessa vez. Mas uma hora ele vai cometer um erro.

—Quantos mais terão que morrer para isso acontecer? —Sara disparou, encarou All, que ficou em silêncio. Não sabia o que dizer. —Quantos...?

Sara foi embora.

Era notável a decepção dela, Sara sempre se mostrou ser uma ótima perita e nesses anos em que a conhecia ela evoluiu bastante. Sua determinação e coragem continuavam como sempre e agora sendo supervisora do turno, se mostrava competente e uma boa líder.

All poderia dizer com convicção que ela se tornaria melhor que Grissom.

Sara saiu dá sala do doutor um pouco decepcionada, embora já soubesse o que lhe esperava, mas não custava nada ter esperanças. Passou na sala da Mandy, mas as notícias também não foram boas, as digitais no envolope pertenciam a pessoas conhecidas.

A dela e de Nick estavam lá.

Foi até a sala de convivência, os colegas já lhe esperavam. Cumprimentou a todos, sorrindo, e os liberou, ela iria esperar para saber se Nolan havia conseguido algo sobre a vítima.

—Sara, vem tomar café com a gente. —Pediu Greg. Ele notou o quanto a amiga estava frustrada com o caso. E ficou preocupado quando soube que ela poderia mais vez está na mira de um louco. —Por Favor!

Implorou, sabendo que a amiga iria negar.

Sara ouviu sua barriga roncar, só então se deu conta de que tinha apenas feito um lance rápido antes do turno começar.

Concordou.

Não tinha muito que fazer.

Deixou uma mensagem para Nolan, pedindo que quando tivesse algo ligasse para ela.

Estar com os colegas e amigos sempre lhe deixava mais feliz. E poderia conversar com eles sobre qualquer coisa, principalmente com Nick e Greg que eram como seus irmãos.

Sabia que sempre poderia contar eles.

Antes passou em sua sala.

E quando estava prestes desligar o notebook, recebeu uma ligação pelo Skype.

Sorriu e saldou sua ex-sogra.

—Olá dona Beth. —Gesticulou para a senhora. —Tudo bem?

Ela afirmou, balançando a cabeça. Sara temeu que ela mencionasse algo sobre filho, mas a senhora falou apenas como estava sua vida, o que vinha fazendo... Nunca imaginou que teria esse tipo de conversa com ela. Por muito tempo dona Beth deixou claro que era contra o casamento dela com o filho, mas um dia tudo mudou, pena que logo depois o seu casamento teve um fim. No entanto, seu relacionamento com a senhora continuou a melhor.

—Eu tenho um convite para você, Sara. —Dona Beth gesticulou de repente. Sara esperou. —Eu quero que você venha para o meu aniversário.

Sara gelou, isso significava que veria Gil. E não estava preparada para reencontra-lo.

Beth pareceu ter lido o seu pensamento e gesticulou apressada.

—O Gil não virá. —A expressão da senhora deixou claro o seu descontentamento. —Os aeroportos parecem estar paralisados por conta de uma tempestade. E ele não poderá vir.

Sara balançou a cabeça, entendo. Não tinha porque não ir, embora não quisesse se afastar do lab. agora, mas o caso de Müller infelizmente se encaminhava para mais um sem solução e não iria encontrar o ex-marido.

Uns dias de folga seriam bem vindos.

—Tudo bem.