E se fosse diferente...? escrita por Klara Valdez


Capítulo 7
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas...
Boa leitura ^^



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— Pronta? — pergunta Meg aparecendo do meu lado com seu arco no ombro.
— Sim — pego o meu arco.
Faz cinco anos que sou caçadora. Cinco anos realizando um dos meus sonhos: viajar o mundo. Já rodamos o mundo várias vezes. E particularmente, meus lugares preferidos são a Grécia, Itália, França e Inglaterra.
Falando em Inglaterra, tínhamos que chegar numa cidadezinha perto de Londres, Ártemis tinha sentido algo estranho por lá. Observo o resto do acampamento improvisado ser desfeito.
— O que acha que é? — pergunto.
— Bem, tenho uma pequena sugestão — ela pega um jornal e me entrega — É o jornal local de ontem.
Não pergunto onde ela o arranjou.
Logo de cara vejo uma foto de ruas simples com algumas casa e lojinhas espalhadas, haviam várias estátuas de pessoas paradas em posições diferentes. A manchete dizia "Caso misterioso em Cambridge".
Olhei pra Meg e eu sabia que ela estava pensando o mesmo que eu.
— Medusa — digo, lembro de quando eu lutei contra ela quando tinha 12 anos. Como fiquei aflita por lutar com algo que eu não podia olhar. E agora ela tinha voltado.
— Prontas? — Thalia aparece do nosso lado e percebo que o acampamento foi desfeito — Hora de ir.
...
Eu sempre gostei da Inglaterra, do seu céu fechado e seu jeito acolhedor, gostava do clima daqui. Era úmido e frio.
O lugar estava vazio, na rua que estávamos tinha apenas umas quatro estátuas de pedra.
— Como vamos saber pra onde ela foi? — Yasmin pergunta.
No mesmo momento vemos pessoas correrem de dentro de um pequeno restaurante no final da rua. Logo atrás uma mulher com cabelos de serpentes perseguia os mortais. Queria saber como viam a Medusa encoberta pela névoa. Talvez uma louca psicopata, ou um animal selvagem. Nunca saberei.
— Acho que achamos — Thalia sorri para a caçadora e corre na frente.
Corremos logo atrás com os arcos levantados, mas parece que a górgona perceber nossa presença e corre pra dentro do que perece ser uma loja de roupas.
Quando chegamos perto da loja Thalia nos para.
— Não podemos entra todas juntas! Vamos nos separar.
A maioria das caçadoras cercaram a loja, uma parte se concentrou na entrada e eu, Thalia, Meg e mais três garotas entramos na loja.
As luzes estavam apagadas, mas eu conseguia ver uma vendedora petrificada no canto esquerdo da loja perto da porta. Sua expressão de horror me fax desviar o olhar.
— Yasmin e Tori, esquerda. Annie e Mary, direita. E eu e Meg vamos pelo meio.
Nós nos dividimos e fomos pelos caminhos indicados separados por estantes e araras de roupas.
— Eu tô com medo — sussurra Mary do meu lado. Ela tinha virado caçadora ano passado e era uma das mais novas entre nós — Como vamos mata-la sem olhar pra ela?
— Não precisa ter medo, vamos arrancar a cabeça dela e vai ficar tudo bem — falo sorrindo, mas duvido que ela consiga ver meu rosto na escuridão.
Ela ri e volta a olhar ao redor.
Paro de andar quando escuto um grito. Por um espelho na parede da direita, vejo Tori virar pedra e Yasmin fechar o olho enquanto Medusa tenta pega-la.
— Vem Mary!
Corremos até elas, mas Medusa vira pra nós. Paramos e fechamos os olhos.
— Ora ora, o que temos aqui? A mesma filha de Atena que me matou à anos atrás.
Sinto uma mão mexer no meu cabelo e viro a cara para o outro lado.
— Onde estão seus outros amiguinhos, o bode e o filho de Poseidon? Uma pena não estarem aqui. Acho que vou ter que me vingar primeiro de você.
Ela para de repente de mexer no meu cabelo e escuto gritos. Fiquei um tempo parada tendo a impressão de que o monstro ainda olhava para mim, mas escuto algo caindo. Abro os olhos por instinto e vejo Thalia, Meg e Mary embaixo de uma estante de roupas e várias roupas jogadas em volta. Como elas foram parar aí?
Corro até lá e tento ajudar, mas a estante era pesada demais.
— Annie, melhor você correr! — fala Thalia.
— Não! Eu já te deixei pra trás uma vez, não vou fazer isso de novo!
— Annabeth, vai! Ela quer você — diz Meg.
As três fecham os olhos ao mesmo tempo e vejo Yasmin correndo falando que vai chamar ajuda.
Sinto as mãos da Medusa nos meus ombros. Ela estava bem atrás de mim.
Vejo uma escada atrás da estante derrubada e corro até lá escapando das mãos da górgona. Subo as escadas com pressa.
Em toda essa confusão, eu não sabia mais onde eu tinha largado meu arco.
No andar de cima tinha mais estantes com roupas.
— Eu vou pegar você pequena semideusa — ouço Medusa gritar.
Pego minha adaga presa na minha coxa. Era a única coisa que eu tinha.
Vou até uma das paredes que tinha um espelho enorme e vejo a Medusa aparecer subindo as escadas calmamente pelo reflexo negro.
— Sabe o que eu acho engraçado? — ela começa a caminhar até mim vagarosamente — O jeito que vocês lutam para sobreviver sendo que um dia iram morrer.
Ela ri e para bem atrás de mim.
A sua aparência me dava ânsia, e o jeito que as serpentes se mexiam me dava agonia.
Fecho os olhos e me viro tentando acertar seu pescoço com a adaga. Sinto que acertei de raspão seu peito e ela cai no chão desnorteada. Tento sair correndo para a escada, mas ela puxa meu pé de volta e eu caio de cara no chão. Meu queixo sangra.
— Você não vai escapar assim — ela começa a rastejar pela minha perna enquanto eu tento me soltar — Eu vou matar você é depois vou atrás dos seus amigos.
Ela já tinha chegado na minha cintura e ela me vira de barriga para cima. Fecho os olhos no mesmo segundo.
— Não sei porque insiste em ficar viva. Eu posso te ajudar! Ser um semideuses deve ser algo difícil, você deve sofrer muito — ela passa sua mão asquerosa na minha bochecha — E eu posso acabar com esse sofrimento, basta você abrir os olhos.
Flashes dos anos passados começam a passar na minha mente, todas as lágrimas que derramei desde que cheguei no acampamento e perdi Thalia para um ciclope. Todos os amigos que perdi ao longo dos anos.
Me lembro da pontada de dor que sentia sempre antes de dormir depois de saber quem eu realmente era.
Sinto a tristeza tomar conta de mim e a cada segundo que passava eu tinha mais vontade de abrir os meus olhos.
Então escuto o barulho de uma lâmina e algo cair do lado da minha cabeça.
Abro os olhos e vejo a cabeça da Medusa virada para o outro lado solta do corpo. O corpo dela havia virado pó, me cobrindo do pescoço aos pés.
— Um "obrigada" não seria ruim — olho pra cima vejo Percy com Contracorrente na mão.
Suspiro.
— Obrigada — as palavras saem cuspidas da minha boca. Me levanto e tiro o máximo de pó que consigo de cima de mim e olho de novo para ele.
Não tinha mudado muito em cinco anos, continuava com a mesma aparência de antes, mas agora ele tinha uma barba rala, o que o deixava com uma aparência mais madura, e um olhar mais profundo.
— Como veio parar aqui? — pergunto.
— Ultimamente eu ando por aí sem rumo, quando eu canso, volto para o acampamento. Meu pai não precisa de mim. — ele guarda contracorrente no bolso — Eu estava andando por aqui, achei estranho as ruas estarem vazias e vi as caçadoras em volta dessa loja e resolvi entrar pra ver o que tava acontecendo.
Ele com certeza não entrou da maneira convencional.
Ele sorri e eu sorrio de volta. Confesso que fiquei feliz por vê-lo depois desses cinco anos. Eu olhava para seu rosto e, apesar de ter mesmo de antes, eu via que ele havia mudado, ele parecia mais adulto. Nossos olhares não se desviavam. Verde no cinza.
Ouvi passos apressados na escada e várias garotas com casacos prateados aparecem.
—Annabeth! — Thalia corre até mim e me abraça — Eu fiquei com medo de perder você. Eu vi quando você largou seu arco pra ajudar a gente e não pegou de volta — ela me devolve o arco.
— Você não o "novo" deus? — Mary pergunta a Percy — O que tá fazendo aqui?
— Tava de passagem e vim dar um "oi" — ele acena e da um sorriso amarelo.
— Oi Percy — Thalia sorri por um segundo — Adeus Percy. Vamos meninas, a gente acabou aqui.
Percy a olhou com cara de "Realy?"
Elas começaram a descer as escadas e eu só observava.
— Você não vem Annie? — pergunta Meg, a última a descer.
— Já tô indo — espero ela descer e me viro para Percy — Obrigada de novo, se você não tivesse aparecido eu teria virado pedra — dessa vez eu falava com sinceridade
Ele sorri.
— Já ouvi dizer que a batida da asa de uma borboleta pode influenciar no curso das coisas,...
— Efeito borboleta — dizemos ao mesmo tempo.
Rimos juntos. Ficamos nos olhando por um tempo.
Eu não sabia mais o que sentia em relação a ele. Eu estava confusa, mas eu sabia que não queria mais ficar desse jeito com ele. Eu me sentia bem do lado dele novamente. Eu me sentia como à 8 anos atrás quando tínhamos 14 anos e estávamos na escola de Nico e Bianca, quando dançamos no baile sem se importar com o que havia em volta. Quando éramos amigos.
— Annabeth?
— Sim.
— Podemos voltar a ser amigos? — ele pergunta com receio e um olhar triste, como se estivesse lendo a minha mente.
Sorrio, mas, em vez de responder, eu o abraço. Ele apóia a cabeça no meu ombro e me aperta contra o seu corpo.
— Annabeth! — escuto Thalia gritar lá de baixo.
— Preciso ir — me solto e corro até a escada, mas antes de descer eu aceno sorrindo e ele acena de volta.
— Você demorou! — exclama Meg.
— Você ficou muito tempo sozinha com aquele garoto, sabe que isso não fica bem pra você, podem pensar besteira... — Sabrina fala olhando as unhas. Suspiro. Eu odiava aquela garota.
— Eu não me importo com o que pensam, só me importo em manter meu compromisso com Ártemis.
Passo por ela a empurrando "sem querer".
Saímos da loja e vemos que as ruas ainda estavam desertas. Exceto por uma pessoa próxima a entrada da loja.
— Annabeth, preciso falar com você.


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Notas finais do capítulo

Tenso. Adoro terminar capítulo assim.



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