Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 2
Estrelas também comem e a bolinha faz sua mágica.


Notas iniciais do capítulo

Aqui temos um pouco de ação e claro, um pouco mais da interação entre nosso trio. Espero realmente que gostem ♥



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Como o céu noturno daquele lugar era lindo. Depois de anoitecer, Sara até esqueceu da fome que estava a torturando desde que havia caído naquele mundo. Primeiro ela tentou se concentrar nas histórias que TF e Graves comentavam, mas aquilo era chato. Definitivamente não era nem um pouco interessante saber em que hospedaria eles dormiram há anos atrás, como é que eles fizeram para roubar e transportar um baú inteiro de moedas de ouro por de baixo do nariz de um comerciante famoso, e de como eles haviam escapado bem debaixo das barbas de Gangplank.

Sara já conhecia essa história e sabia muito bem que eles só haviam escapado por causa da confusão criada pela Miss Fortune. Até porque não é possível se interessar por nada quando se está passando fome. Por algum tempo ela se deixou perder na naquele céu. Mesmo com toda aquela beleza, a fome ainda se fazia presente. Ela falou várias vezes que estava com fome, mas foi ignorada. Vendo que não tinha outro jeito, ela esperou emburrada até que fosse a hora dos dois trocarem o fardo de novo. Assim que TF a pegou do ombro do amigo a e jogou sobre o próprio ombro (como se ela fosse um saco de feijão) Sara se moveu.

Ela o conhecia muito bem para saber que só tinha uma coisa que faria com que ele deixasse de ignora-la. Chateada, ela deu um tapa na aba traseira do chapéu do Mestre das Cartas, fazendo-o ter que levar a mão a cabeça para impedir que o chapéu caísse no chão. Ele continuou a ignorando mesmo assim, então Sara repetiu o gesto e dessa vez com mais força. O chapéu voou dá cabeça dele, que ele rapidamente pegou no ar.

Com violência, Twisted Fate jogou a garota no chão, fazendo com que ela caísse sentada a frente dele. Ela soltou um gemido abafado de dor. O ossinho do bumbum dela havia com toda certeza se machucado. Mesmo assim, ela segurou o choro e respirou fundo.

— Ninguém toca no chapéu! – Twisted Fate esbravejou.

— Eu. Tô. Com. Fome! - Ela afirmou com toda a convicção que alguém com muita fome e uma enorme dor com cóccix pode ter.

— Pelo visto você quer ser amarrada. - Graves interveio.

— Vocês também não comeram nada o dia todo! Todos nós precisamos de comida!

— Eu vou andando. - O mago informou impaciente.

Não importava mais se a garota valia uma fortuna, ela havia conseguido despertar o desprezo do Mestre das Cartas.

— Vai dizer que também não está com fome?- Sara o confrontou.

— Nós não temos comida! - TF rebateu.

— E por que vocês não conseguem?

— Estamos há um dia de caminhada dá cidade mais próxima.

Sara encarou os dois decepcionada. Pelo visto faltava um cérebro na cabeça dos dois.

— Tobias. Use a cabeça para alguma coisa além de usar esse chapéu!  Você consegue chegar na cidade em menos de 2 minutos.

Os dois olharam para ela espantados e depois olharam um para o outro. Pelo visto ela saber o nome do infame Twisted Fate era inesperado.

— Como você sabe o meu nome? - TF perguntou surpreso.

"Porque eu li as crônicas de Águas de Setina." Sara pensou. Era exatamente por isso que ela sabia que se Graves estava sem a arma significava que eles estavam a caminho de Piltolver para conseguir uma nova. Dizer a verdade estava fora de cogitação, então ela se resumiu a dizer:

— Eu sei de muita coisa.

— O que mais você sabe sobre nós? - Graves perguntou.

Aquilo era uma oportunidade.

— Eu digo, se nós comermos.

Em concordância, Graves olhou para o amigo. TF entendeu a mensagem. Ele tirou uma de suas cartas da manga e fechou os olhos se concentrando. Sara e os dois campeões tinham um trato. Em um piscar de olhos Twisted Fate desapareceu, deixando a garota e Graves sozinhos no meio das estradas.

Agora Sara precisava inventar alguma coisa para explicar o que sabia. Falar "de onde eu venho, vocês são personagens de um jogo que eu e meus amigos gostamos" não era uma opção. O que ela poderia dizer? Talvez falar que realmente era uma estrela e que estivera observando os dois por algum tempo fosse o suficiente, mas ela não era uma estrela. Ir contra o que ela havia dito desde o começo podia se tornar um problema.

— O que é isso? - Graves perguntou.

Sara se virou e viu nas mãos dele o celular dela. Ela havia esquecido completamente do item, assim como do pequeno orbe transparente que a levou até ali. Rapidamente, ela colocou a mãos no bolso de seu short jeans e tirou de lá os fones e a pequena bolinha. Dessa vez não havia nada dentro da esfera, assim como aquilo parecia ser só mais um cristal barato. Quando ela chegasse na cidade um mago ou mesmo um mercador poderia ajuda-la a descobrir o que era aquilo e como aquilo havia a levado até Runeterra.

Antes que ela pudesse se levantar para responder a Graves, TF reapareceu. Ele pegou a garota do chão, a levantando pela cintura e gritou para o amigo :

— Corre!

A jovem não entendeu, mas foi só olhar para trás que fez sentido. Um batalhão furioso vinha correndo pela estrada em direção a eles. Sara ainda estava com o orbe em mãos. Ela olhou para ele esperando que ele fizesse alguma coisa. O mais incrível foi que ele fez. Aquilo se multiplicou de tamanho ficando do tamanho de uma bola de cristal. Olhando fixamente dentro daquilo, ela pode ver aquela cena de cima. Haviam barrinhas de vida e mana sobre a cabeça de todos ali, exatamente como no jogo, exceto sobre a dela. No momento seguinte a barra de Twisted Fate estava verde, como se ele fosse o personagem jogável que ela havia escolhido.

— Mas que merda!Como eles nos acharam? - Graves perguntou.

Espera ai. TF sozinho conseguia lidar com aqueles soldados. Ele estava com todas as habilidades e a mana no máximo. Com toda certeza ele não sabia disso, se não já teria se virado contra eles. O que aconteceria se ela tentasse move-lo, como no jogo? Com toda a sua força, Sara se imaginou clicando com um mouse na direção contrária da que o herói corria. Como o esperado( pelo menos por ela), ele a soltou e se pois a correr em direção ao batalhão.

— Ficou louco?! - Graves gritou.

Twisted Fate ficou em silêncio, fazendo o amigo parar de correr. Sara se apressou a sentar no chão de novo e se concentrou na imagem que via dentro do orbe. Aquilo seria fácil. Nenhum dos soldados parecia ter algum poder especial eles. Era quase como se eles fossem "minions". Movimentando as mãos sobre o orbe como se fosse seu mouse e teclado, Sara começou a se preparar para a batalha.

Para espanto do exército, o primeiro ataque de Twisted Fate fez com que boa parte das tropas de frente caíssem. Aquilo realmente seria fácil. Sara havia usado só a carta vermelha. Ataque básico atrás de ataque básico e habilidade atrás de habilidade, o exército se via diminuindo. Graves olhava tudo boquiaberto. Por fim, quando apenas um soldado sobrou, TF olhou para ele com os olhos brilhando no mesmo tom da carta que havia acabado de escolher. O soldado tremeu, vendo que não havia mais nada que ele pudesse fazer, e saiu correndo. Sara fez com que TF aparecesse na frente do soldado assustado usando sua habilidade de teletransporte e acompanhou a fala do campeão quando ele desferiu seu ultimo ataque :

— Calma ai parceiro.

O lampejo de uma carta amarela cruzou o ar e atingiu em cheio o soldado amedrontado, que caiu inerte no chão logo em seguida. Assim que o perigo passou, Sara levantou o olhar do orbe e o viu voltar a ser a pequena bolinha transparente de antes. Ela sorriu para si mesma. Aquilo havia acabado de salvar a pele de todos, incluindo a dela. Com toda certeza os soldados tinham consigo rações. Além de os livrar do perigo, ela havia conseguido comida. Aquele era um momento muito feliz!

Ela se levantou, guardou seu orbe no bolso do short jeans e se pois a caminhar para o que restava da tropa. Graves a acompanhou ainda confuso, mas sem fazer perguntas. Os três vasculharam os corpos atrás de moedas e comida, já que obviamente nenhum dos soldados precisava mais dessas coisas. Sara teria vomitado com a imagem de tantos corpos, mas ela estava com fome de mais para pensar em alguma coisa além de na própria barriga. Depois de pegar a última moeda, os três entraram na floresta ao lado da estrada e caminharam até saírem de vista. Quando estavam longe o suficiente, eles acenderam uma fogueira e comeram em silêncio.

Aquele era um silêncio perturbador, mas Sara só percebeu quando a fome deixou de ser um problema. Os dois homens se olhavam confusos. Depois que o último pacote de ração foi embalado para uso posterior, Graves finalmente quebrou o silêncio:

— Como você fez aquilo? Como sabia que conseguiria vencer todos aqueles soldados?

— Eu só senti que era aquilo que eu tinha que fazer. Era como se eu estivesse dividindo minha consciência com alguma coisa mais poderosa. Alguma coisa que sabia exatamente o que eu deveria fazer e para onde eu deveria ir.

Sara mordeu a língua e se colocou a andar. Havia sido ela, mas ela ainda não sabia como explicar.

— Ei! - Graves chamou.

Ela congelou no mesmo lugar. Devagar ela se virou para os dois homens e sorriu. Aquele era um sorriso amarelo e forçado, mas ela não conseguia fazer melhor. Ela sempre foi uma péssima mentirosa.

— Você ainda nos deve respostas.- Graves completou.

— Como uma estrela cadente sabe o meu nome? Algo me diz que você também sabe o que me fez derrotar todos aqueles soldados.

Sara forçou mais o sorriso. Ela não havia pensado em nada pra responder. O que ela havia feito era algo com o qual ela estava habituada. Bem, em fazer no computador dela, não com um orbe mágico, mas ainda sim habituada.

— Eu não sou uma estrela. - Sara repetiu pela milésima vez, já que não conseguia pensar em mais nada.

— Então o que você é? - Graves perguntou.

Só havia uma coisa a responder. Algo que era o mais próximo que chegava da realidades, por mais louco que fosse.

— Eu sou uma invocadora.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Me digam! Se encontrarem algum erro me avisem. No próximo capítulo o grupinho chega na cidade e eu vou descrever nossa heroína. Beijos e até logo :)



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