Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 1
Brincando de onça e a bolinha de gude.


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fanfic. Espero que gostem. Não se esqueça de me dizer o que está achando. Esse primeiro é só a introdução então é bem parado. Bejinhos



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Finalmente, o período letivo havia acabado. Sara tinha passado em todas as suas matérias, mesmo que em algumas apenas a prova de recuperação foi a salvação. Naquele momento, ela tinha o fim de semana pra relaxar. Talvez ela tivesse que ir para a faculdade para refazer seus planos de estudo para o semestre seguinte, mas por enquanto não havia nada a ser feito.

Ao lado do kitnet alugado em que ela morava, havia um pequeno milharal. O dono dali havia decidido que era mais lucrativo o usar para plantio do que para construir algo para alugar. A verdade era que aquele terreno só trazia insetos para as casas vizinhas, mas não havia como reclamar. Aquela era uma cidade rural. Para Jhin, um gato preto de pelo curto, aquele era o melhor lugar do mundo, depois da pia do banheiro onde ele adorava tirar uma soneca. Ali, ele podia exercitar seus instintos de predador e travar batalhas épicas com os mais diversos inimigos, incluindo o mais perigoso deles, seu próprio rabinho.

Sara se sentava no asfalto em frente ao milharal, enquanto o felino pulava e espreitava tudo lá dentro, até mesmo o ar. Ela poderia simplesmente deixar ele sair sozinho e ir fazer outra coisa, mas o gato não gostava nada de ficar longe de sua mamãe humana. Assim que ela se levantava do chão, ele já corria para perto dela, com medo de ser deixado para trás. A todo momento ele corria para fora do milharal, pulando na humana sentada, como se ela fosse uma de suas presas, para depois voltar correndo para o sua pequena selva. Sara achava aquilo muito engraçadinho, então ficar ali não era chato. Ela sempre dava boas gargalhadas vendo seu pequeno "brincar de onça" e costuma só se levantar para ir embora quando a fome incomodava, seja ela ou o gato.

Daquela vez quem sentiu fome primeiro foi Sara, então quando anoiteceu ela se levantou. Ela deu alguns passos em direção a própria casa, para só depois o gato perceber que ela não estava mais ali sentada. O felino correu com toda a sua velocidade para alcançar sua mamãe e passou por ela, parando frente ao portão. Preguiçosamente, Sara alcançou o bichano e depois de dar uma boa coçada atrás das orelhas dele, abriu o portão. Ela entrou na pequena vila de kitnets e esperou o gato. O estranho era que em vez de entrar, o felino havia se entretido com uma pedrinha redonda. Ele rolava a pedrinha de um lado para o outro, muito concentrado naquele movimento. Sentindo o estômago roncar, Sara pegou seu bebê e a pedrinha no chão, fechando o portão atrás de si.

Dentro da casa, ela soltou Jhin e deixou o novo brinquedinho dele a sua frente. Depois de colocar comida para o felino que ainda brincava com a pedrinha, ela colocou uma lasanha congelada no microondas. Era sexta feira, então nada mais apropriado do que um jantar "especial". No segundo que o gato ouviu seu potinho de comida ser colocada no chão, ele deixou a pedrinha de lado. Comida era mais divertido que pedrinhas rolantes. Ele abocanhou sua ração com muita empolgação, provando que também estava com fome.

Como Sara tinha que esperar a lasanha ficar pronta e sua mãe iria visita-la na manhã seguinte, ela pegou a pedrinha para jogar fora. Ela havia acabado de limpar a casa, então nada de deixar o gato esparramar terra por todo o lugar. Ao colocar as mãos naquilo, Sara percebeu que a pedrinha na verdade era uma bolinha de gude. Limpando a bolinha com a camiseta velha com a estampa de uma de suas bandas favoritas, foi possível ver algo lá dentro. Havia alguma coisa se movendo ali. Alguma coisa viva, com um brilho sútil e quente. Era como se fosse vivo. 

O primeiro apito do microondas a tirou de seu transe momentâneo. Ela havia viajado em uma bolinha de gude transparente por quase 10 minutos. Definitivamente ela tinha que relaxar. Toda a tensão e estresse da semana de provas fez ela ver coisas. Aquela esfera transparente não passava de um brinquedo. Não tinha nada que pudesse se mover ou viver ali dentro. Né?

Com medo de ter achado algum tipo de placa biológica que algum dos estudantes de biologia havia perdido, ela se pôs a analisar aquilo de novo. Ufa! Não tinha nada vivo ali. Não era uma bactéria ou fungo experimental, nem o trabalho acadêmico de ninguém. Espera! Se mexeu de novo!

Ela correu até a torneira e lavou toda a crosta de terra que cobria aquilo. Nunca antes Sara havia visto algo tão transparente. Parecia água sólida. Tá, água sólida é gelo, mas você entendeu. Era incrivelmente incolor e translúcido. Era quase como se não existisse e definitivamente havia algo ali dentro. Algo que havia gostado dela, mas como é que ela sabia disso? Ela chacoalhou a cabeça. Definitivamente ela estava ficando louca.

O computador dela chamou, indicando que os amigos dela estavam prontos para jogar e só estavam a esperando entrar na áudio-conferencia para começar. Jogar um pouco de League of Legends ia ser legal. Ela estava a 1 vitória de sair do bronze, finalmente. Depois de tanto tempo sem ter tempo de jogar, ela iria deixar os trolls para trás.

Ela colocou a bolinha no bolso e se virou para ir até o quarto atender a chamada, quando o silêncio aconteceu. Não havia mais o barulho do gato mastigando sua refeição, da geladeira funcionando ou mesmo do segundo toque da chamada. Era quase como se alguém tivesse apertado “pause” no mundo. Ela olhou para o chão da cozinha/sala. Jhin estava feliz, comendo, mas por algum motivo ele não se movia. Algo estava errado, ou ela havia ficado louca. Na verdade a ultima opção era muito plausível. Afinal, há pouco ela podia jurar que viu algo se mexer dentro do uma bolinha de vidro.

Como se já não bastasse tudo ter parecido congelar ao redor dela, uma coisa mais louca ainda aconteceu. Ela sentiu o corpo perder o peso e começar a flutuar no ar. A bolinha de gude saiu de seu bolso e flutuou a sua frente. Sara não se atrevia a tentar entender o que estava acontecendo. Era de mais para a cabeça dela. Como ela podia estar flutuando no meio de sua sala/cozinha? Não era como se ela estivesse no espaço ou caindo em uma velocidade alta o suficiente para não sentir a gravidade. Era impossível processar o que estava acontecendo e por um motivo que ela desconhecia, a esfera flutuando a sua frente começou a brilhar. Se esticando o máximo possível e se debatendo no ar tentando se mover, os dedos dela tocaram a esfera. Quando ela conseguiu fechar a mão envolta do orbe, finalmente o pegando, o brilho daquele objeto pareceu engolir tudo que ela conseguia ver.

Por um momento só havia o brilho e a sensação do nada. Até que ela sentiu o corpo ser puxado pela gravidade de novo. Ela fechou os olhos esperando a dor da queda, caindo logo em seguida. A dor não foi tão grande quanto ela imaginou, indicando que ela havia caído em cima de algo macio. Cega pela luz e ainda de olhos fechados, ela se atreveu a tocar o chão. Terra. Mas como? Se ela havia limpado o chão aquela manhã?

Com violência, ela sentiu alguma coisa a empurrar para o chão. Aos poucos a visão dela retornava. Ela estava em uma estrada de terra escura batida e, pelo que parecia, atravessava uma espécie de bosque. Um bosque denso, verde e ensolarado. As arvores eram altas, parecendo formar paredes ao redor da estrada. 

Ela se sentou no chão, completamente confusa e perdida. O que havia acontecido? Ao se virar para onde havia caído, ela viu um homem sentado próximo a ela, ajeitando um chapéu na cabeça, como se tivesse acabado de o pegar no chão.

— Twisted Fate? - Ela perguntou atônita em um sussurro.

— Pelo visto você sabe quem nós somos. - Uma voz grave falou com confiança ao lado dela.

Sara se virou para trás e vou um homem fumando um grosso charuto quase no fim. Ela sorriu com a ironia. No final, Graves tinha um charuto. Aquilo só podia ser um sonho. O mais estranho era que ambos eram tão humanos quanto ela, mesmo que lembrassem muito as representações digitais do jogo. Ela definitivamente havia ficado louca. Não tinha como ela sonhar com eles em feições tão humanas. E definitivamente, Graves tinha a aparência bem mais judiada do que no jogo. Parando para pensar, fazia sentido. Ele havia ganhado muito, para logo depois perder tudo e ser prezo. Ninguém continuaria com a aparência jovem depois de tudo isso.

Sem aviso, ela sentiu alguém a levantar e a jogar por cima do ombro. Twisted Fate havia acabado de a tirar do chão. Ela estava assustada mas não sabia o que fazer. Tudo que ela conseguiu fazer foi perguntar:

— O que você está fazendo?

— Estrelas valem uma boa grana. Não é todo dia que uma estrela cadente cai em cima de mim.

— Que? Estrela? Eu não sou uma estrela!

— Quer dizer que você não caiu do céu envolta em um brilho celestial?- Graves debochou.

— Não! - Ela se apressou a dizer.

Parando para pensar, Graves deveria estar certo. Ela se lembrava de se sentir caindo e a bolinha estava brilhando muito, mas ela ainda não era uma estrela.

— Tá! - Ela se corrigiu. - Eu posso ter caído do céu, mas eu não sou uma estrela! Eu nem me pareço com a Soraka!

— Soraka? - Graves debochou de novo. - Quem é Soraka?

— Você vem com a gente estrelinha. E é melhor se comportar, se não quiser ser amarrada.

Depois disso, ela se resumiu a ficar quieta. Já estava desconfortável o suficiente ser carregada daquele jeito e Sara sabia que nenhum dos dois hesitaria em fazer pior do que simplesmente amarra-la. Os dois andaram conversando sobre "os bons tempos" até a noite cair. As vezes eles trocavam o "fardo", parando brevemente para fazer isso. Sara até argumentou que conseguia andar(e até que preferia andar), mas eles não ouviram. Era provável que estivessem com medo de que ela fugisse. Talvez fosse fácil para uma estrela simplesmente voltar para céu. Seria loucura tentar fugir de Twisted Fate, já que ele poderia simplesmente se teleportar para qualquer lugar e a alcançar em um piscar de olhos. Pelo menos ela não tinha que andar, mas seria bom não ficar encarando as costas de alguém. Tudo que ela podia fazer era esperar para ver o que aconteceria em seguida. Quando ela chegasse na cidade, talvez ela descobrisse o que realmente estava acontecendo. Seria ótimo ver a cara daqueles dois quando descobrissem que ela realmente não era uma estrela.


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Notas finais do capítulo

Essa foi a introdução a historia e com toda certeza há muito mais pela frente. Espero que gostem e até a próxima :*



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