Milo não abriu os olhos quando acordou, com a sensação de que ainda estava sonhando. Mas parecia tão vívido, entre seus braços havia algo quente e reconfortante, provavelmente o corpo firme de alguém. E seu sonho havia sido bom, sentiu sua ereção dura. Com um suspiro que logo virou um gemido baixo, estreitou o corpo entre seus braços e seu sexo respondeu deliciado ao contato.

Sorriu e abriu os olhos, a luz do dia se esgueirava pela cortina. Viu uma massa de cabelos de um ruivo intenso, macios contra seu rosto. Respirou o cheiro gostoso deles, deliciado.

Demorou cerca de um minuto para um sonolento Milo passar para um mais acordado, arregalando os olhos ao perceber quem abraçava feito um travesseiro, roçando sua ereção com tanta liberdade. Com cuidado tirou os braços ao redor do corpo, sentando-se na cama.

Camus dormia tranquilamente de costas para ele, uma mão debaixo do travesseiro e a outra pousada no colchão. Seu rosto pouco lembrava da expressão dura que costumava ter. Milo quis gravar aquele rosto para sempre na sua memória, era suave e um pouco vulnerável. A boca avermelhada estava entreaberta, bastante tentadora.

O estranho é que o francês estava deitado na sua cama e não estava em roupas de dormir, mas vestindo uma calça social e camisa quase toda abotoada.

Então as lembranças o atingiram de chofre. Havia exagerado na bebedeira, fizera Camus carregá-lo até sua morada. Não se lembrava do que falara, mas com certeza seriam coisas que teria vergonha até o resto da sua vida.

Olhou para si mesmo. Estava de cueca e camiseta, indício de que Camus o despira para que pudesse deitar. Mas o fato do outro estar completamente vestido só podia significar que agira de forma muito carente, o havia puxado para a cama e prendido entre seus braços como se fosse o seu travesseiro.

“Oh, pelos deuses…”

Continuou encarando boquiaberto o ruivo deitado ao seu lado quando o mesmo começou a acordar, primeiro esticando os braços e as costas, virando na cama. Abriu os olhos castanhos, esfregando-os como uma criança e olhando Milo, como se fosse surpresa nenhuma estar deitado na mesma cama que ele.

— Bom dia…? - murmurou Camus, em uma voz sonolenta.

E quando Milo encontrou sua voz, tudo o que conseguiu falar foi:

— Eu o tive a noite toda aqui e não tirei proveito? - gemeu baixinho.

— O que? - o francês pareceu muito confuso.

Percebeu logo que proferiu seu pensamento em voz alta. Mas então sentiu seu estômago se revoltar, e tudo que deu tempo de fazer foi pular em cima de Camus e vomitar no chão do outro lado da cama. Gemeu e disse em uníssono com Camus:

— Perfeito.