No More Secrets: Segunda Temporada. escrita por CoelhoBoyShiper


Capítulo 3
Destruir.


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu tava animado.
Pois é, dois capítulos no mesmo dia, no mesmo mês.
Quero palmas.
Haha!
AGORA SIM, a parte da história que vocês queriam:
Boa leitura!



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O que estava na tela, era o nome: Pacifica.

Ele atendeu.

— Olá, Pacifica. Quanto tempo e...

— Corta a besteira. — o tom dela era firme.

— O q-quê?!

— Eu sei o que você fez, Dipper. Você estragou tudo. Algo sério aconteceu e eu preciso te contar.

 

— D-Dipper... tudo bem? — Wirt perguntou preocupado, mas a pergunta não chegava nas percepções do garoto. — Aconteceu alguma coisa?

Pines estava parado na beirada da cama, a mão escorrendo suor e o rosto tomando uma expressão pálida. Por um instante, as paredes pareceram se fecharem sobre ele, o seu mundo desmoronando feito uma trilha de dominós e suas percepções alçando voo para longe da sua capacidade de pensar. Com a garganta retesada e o pânico atravancando as palavras, Dipper tenta responder à ligação.

— Sobre o que...? Como...? — as palavras que ele desejava dizer ficavam engarrafadas sobre o obstáculo que era o nó da sua garganta.

— Precisamos conversar em particular, o mais rápido possível. Se possível, agora mesmo!

Dipper foi capaz de olhar mais uma vez para o menino ao lado dele. Wirt permanecia vermelho, com uma expressão confusa e preocupada. Tampando embaraçadamente o peito que fora desnudo pelo namorado mais cedo. Por mais que Dipper quisesse permanecer ali, tocando aquela belíssima oportunidade única, um arroubo de decisão tinha que lhe atingir. O seu rosto tomou uma expressão triste.

— Wirt... eu preciso ir. — as palavras doeram nele como se ele tivesse se automutilado com milhares de agulhas.

— ... — os olhos conturbados do garoto diziam claramente o que seus lábios eram incapazes: “quê?”.

— Me desculpe. Eu preciso falar algo sério com alguém.

Wirt permaneceu atônito, tentou dizer mais alguma coisa, algo que impedisse ele de ir. As palpitações inconstantes do seu coração soavam como sussurros de súplica pela presença Dipper próximo a ele. Uma presença de um sentimento incomum despertava dentro dele: ele queria saber com quem Dipper falava, e o que seria de tão importante para que ele tivesse de deixar o encontro dos dois. O que era de tão mais importante do que ele? Wirt se assustou subitamente quando realizou que tinha uma pontada de uma espécie de raiva taxada no seu peito com aquele acontecimento. “É isso que as pessoas chamam de ciúmes?” pensou. Segurou-se de imediato e, pegando o caminho da razão, aquiesceu com o olhar, permitindo a partida de Dipper da sua casa.

O menino entendeu e, ainda no telefone, se aproximou de Wirt, lhe dando um beijo terno de despedida na testa.

— Eu prometo que vamos nos encontrar de novo amanhã. — sussurrou, afagando os cabelos ainda úmidos dele, sentindo pela última vez aquele irresistível cheiro de maça verde que o fazia repensar deixar aquele lugar.

Dipper saiu da cama, evacuando pelo corredor. Desceu as escadas e saiu pela porta de trás, evitando ter que topar com Greg ou com pais de Wirt que poderiam chegar a qualquer momento. As árvores desnudas permaneciam a dançar com o vento e o céu da tarde já estava praticamente dominado pela noite, um pequeno ponto dourado o encarava de volta feito um pequeno olho o espiando por de trás de uma das montanhas, o último resquício do sol, a escuridão tomava conta de tudo como se uma gota de aquarela preta houvesse caído numa folha em branco, borrando toda a pintura. A chuva havia diminuído, se preservando a pequenos filetes d’água quase imperceptíveis. A música romântica do toca fitas de Wirt ainda ecoava pelos arredores como uma trilha sonora de um filme, desajustada com os sentimentos preocupados de Dipper.

— O que é? — ele perguntou finalmente quando se viu sozinho.

— O que te fez alterar o tempo? — a pergunta de Pacifica, direta e seca, desabou sobre o garoto, mas ele não caiu.

— Como sabe disso?

— Então assume que foi você?

— ... — Dipper sentiu uma veia latejar, estava em pânico como se estivesse encarando a pessoa no telefone cara a cara.

— Por que isso é importante pra você?

— Pelo mesmo motivo que é importante para as criaturas de Gravity Falls.

— O quê?

Pacifica suspirou do outro lado, como se tivesse dito algo óbvio inúmeras vezes e, ainda assim, Dipper não havia sido capaz de compreender. Pelo jeito, o jeito incomodado de Pacifica não havia se modificado, ela ainda permanecia como era na infância.

— Os monstros de Gravity Falls estão descontrolados, Dipper. Eu nunca vi algo assim antes. Começou aos poucos, bem discretamente, há três anos, e agora a situação está mais evidente do que nunca e fora do controle. Desde quando você e sua irmã impediram o Weirdmaggedon e voltaram para Piedmont, as criaturas começaram a agirem... diferente. ­— ela fez uma pausa como se tentasse procurar a palavra certa para a situação que estava inserida.

— Diferentes como?

— Elas começaram a ficarem mais agressivas. Perceptíveis. Revoltados com algo que eu não compreendia. E, de certa forma, mais fortes. Dipper... — ela tomou o ar como se estivesse a ponto de dizer algo sério. — elas até feriram algumas pessoas. Muitas pessoas por aqui estão se sentindo em perigo e com razão. Nós não temos mais a arma que apaga memórias, então, não podemos fingir que nada está acontecendo.

— E o que eu tenho a ver com tudo isso?

— Pelo visto, tudo. Eu descobri que você tinha uma enorme parte por trás disso quando eu e Soos conseguimos capturar uma das criaturas que estavam a atacar um dos cidadãos. Era o shape-shifter. Ele disse que, assim como todas as criaturas da cidade, fora avisada sobre a volta de uma entidade que esteve adormecida aqui. Essa mesma criatura ameaçou, assim que voltasse, destruir toda a Gravity Falls e escravizar seus monstros. Elas disseram que essa criatura queria controlar um exército de monstros para algum plano maligno.

“Uma criatura que esteve adormecida...? Que vai retornar...? Ah, não!”

— Você não está me dizendo que...?

— Sim, Dipper. Todos nós achamos que eles se referem a Bill Cipher.

Um arrepio rasgou a coluna vertebral de Pines, que abafou um grito.

— Enfim ­— Pacifica prosseguiu —, o shape-shifter também nos disse que a criatura maligna adormecida havia contado aos monstros que tinha vindo de uma linha temporal diferente...

“Ah, não! Ah, não! Não! Não! Não...!”

— ... e que ele havia ficado preso numa dimensão temporal devido a alguém que havia enganado ele, atrapalhando seus planos de dominação mundial ao alterar as regras do tempo e espaço...

Dipper já sabia o que viria a ser, o chão abaixo dele trincou, o medo o engolindo aos poucos.

— ... e esse alguém era você, Dipper Pines.

— E por que elas estão ferindo as pessoas da cidade?

— Não sabemos ao certo, mas o shape-shifter disse que elas estão fazendo isso para chamar a atenção de Stanford, para que ele voltasse com o Stanley, e desativasse a barreira que mantém as bestas aqui dentro da cidade.

— Eles querem desarmar a barreira para fugir da criatura então. — Dipper arriscou uma dedução. — Eles não estão revoltados... estão desesperados! Eles têm medo de Bill Cipher e quererem sair daí imediatamente.

— Exato, e isso tem um problema: seja lá o que você tenha feito com o tempo, enfraqueceu a barreira.

— O quê?!

— Sim. A entidade que está voltando, o Bill, está drenando muito da magia em que a cidade está afundada, e isso está piorando as coisas por aqui. As criaturas estão tentando de tudo para perfurar o campo de força, e, de acordo com a mensagem que Stanford me mandou, não vai demorar muito até elas conseguirem.

— Ah, meu deus...

— Você sabe o que isso vai causar, não é?

— Caos. — ele respondeu com a voz trêmula. — Se as bestas saírem aqui da cidade, eu nem sei o que irá acontecer...

— Pois é.

“Como o Bill está conseguindo fazer isso? Eu fiz tudo corretamente! Por que a volta no tempo causou isso tudo? Sempre das outras vezes na qual eu viajei no tempo com Mabel, nenhum problema como esse aconteceu. Então, o que teve de diferente agora?”

— E o que o meu tio-avô vai fazer diante disso? — ao mencionar Ford, o nó na sua garganta se apertou mais, quase o asfixiando.

— Eu não sei ainda. — ela respondeu. — Mas, ele disse algo interessante... ele falou que, geralmente, um problema como esse, devido à viagens no tempo, se dão quando o viajante traz algo do seu tempo para outra linha temporal.

— Como assim?

— Por exemplo: vamos supor que você está no futuro e viaja para o passado, e nesse passado, você traz algo, como um objeto, que tem ligação direta com o tempo que você veio. Isso causa um desequilíbrio enorme, de acordo com o que o seu tio falou. Então, quando você viajou no tempo, você trouxe alguma coisa relevante com você? Pode ser qualquer tipo de coisa que represente o tempo que você alterou.

No momento em que aquelas palavras correram através da linha de telefone, o peito de Dipper deu uma quicada tão violenta que toda sua anatomia estremeceu e organismo dele ameaçou apagar, deixando-o cair de boca no chão a qualquer instante. Seu corpo inteiro pulsava uma energia quente, os pulmões se contraíam, prontos para explodir.

— Sim, Pacifica. Eu trouxe algo comigo.

— Era o que faltava. — debochou. — Então só pode ser isso. A culpa de tudo. Seu tio avô ainda não tem certeza o suficiente, mas, pelo o que ele disse, a destruição das coisas que você trouxe seria a chave para o fim disso tudo. Eu não faço ideia de há quanto tempo você usou a viagem no tempo, nem porque fez, mas é seu dever corrigir tudo isso antes que as coisas fiquem piores. Destrua isso que você trouxe com você imediatamente! Qualquer coisa, me ligue, eu também irei te ligar caso tenha alguma notícia. Você me escutou, não é?

— Sim, Pacífica.

— Certo. Até mais, Dipper.

A linha sumiu e o silêncio se debruçou sobre ele.

Dipper agora sabia muito bem.

Sabia muito bem o que ele tinha que fazer.

Só não sabia se ele seria capaz.

“Como eu vou destruir aquilo?”


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido! E eu agradeço caso você tirar um pouco do seu tempo para dar sua opinião sobre isso tudo?
O que você acha que vai acontecer em seguida?
Qual era a coisa que Dipper terá de destruír? (muita gente já sabe, né?)
Será que ele será capaz de fazer isso a tempo de impedir que Bill Cipher volte e que a barreira de Gravity Falls se parta?

Vou ver se escrevo o próximo capítulo este mês ainda! o/

Sobre os meus planos na segunda temporada, fiquem calmos, este é apenas o começo de tudo.
Eu vou fazer desta temporada uma grande evolução em No More Secrets e estou guardando o melhor para o final, então, paciência. O enredo vai ficar mais rico e vai tomar um rumo inimaginável!
Essa temporada ainda vai tirar a sua respiração muitas vezes e te surpreenderá em muitas outras, é tudo questão de tempo. Então peço, gentilmente, que colaborem comigo! ^^'' Ainda tem muito mais por vir.

Por ora, é só isso. Espero que estejam curiosos para ler assim como eu estou para ver o que vocês vão achar. :P Fazer N.M.S está sendo minha paixão e eu prometo não decepcionar vocês.



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