Sara estava sentada na cama de Arthur, recém havia deixado o quarto de Eli, e agora dava um beijo de boa noite em seu pequeno filho. Era impressionante como uma criança de cinco anos pudesse ser tão esperta e ter tanto do seu coração. Ela deu um beijo sobre sua testa, não era sempre que podia dar um beijo de boa noite, seu trabalho impossibilitava dela de fazê-lo. Pensou na proposta de Grissom, ele iria embora do laboratório e ela ficaria como supervisora do turno do dia. Nunca havia pensado em trabalhar de dia, mas o fato de saber que poderia ficar mais presente na vida de Arthur e ver mais seu marido mais que uma ou duas horas por dia, tornava a ideia tentadora. Fora que o salario que seria diminuído de Grissom, seria aumentado para Sara, e eles mal sentiriam mudanças no quesito financeiro.  

— Boa noite pequeno príncipe. – Murmurou para seu filho que já estava adormecido. 

Sara estava sem sono, obviamente por que seu relógio biológico não a deixaria dormir. Desceu até a sala, pegou uma revista de palavras cruzadas que Grissom havia deixado sobre a cômoda e abriu-a. Começou a completar algumas lacunas que ele havia deixado em branco e logo começou uma completamente nova. 

Ela estava distraída quando a campainha tocou. Quem faria uma visita àquela hora? Pensou a morena enquanto se levantava para atender. Olhou pelo olho mágico e viu Elizabeth, impaciente na porta. O que ela ousava fazer ali depois de haver pedido a guarda de seu filho? Será que se arrependera e agora queria fazer um acordo melhor? Suspirou e abriu a porta. 

— Senhora Wynard, o que a senhora quer? – Ela deu espaço para que a mulher entrasse em sua casa. 

— Vim conversar com você sobre Arthur, Sara... 

— É, não preferia ter feito isto antes de ter aberto um processo judicial para conseguir a guarda do meu filho? O que pretendia com isso? – Ela fora direta, tinha que falar. 

— Você sabe Sara que eu sou a avó dele, e que toda a família dele está em Los Angeles, e não aqui em Vegas. – Ela falou séria. – Você uma vez me disse que tinha medo que achássemos ele um bastardo, para nós ele será parte da família. Ele é um bastardo para Grissom e para aqueles que Arthur chama tanto de tio. Você acha mesmo que eles tem a capacidade de cuidar e dar amor que nem a família de verdade dele daria?  

— É claro que sim. Eles amam Arthur e Arthur os ama também. Isso é muito mais que ligação de sangue senhora Wynard. – Sara já estava altamente estressada com a conversa e tentava manter a calma. 

Elizabeth Wynard então tirou uma arma com silenciador e apontou para Sara. 

— O que você está fazendo? – Sara perguntou assustada. 

— Eu disse para você Sara. Venha morar conosco. Tentei ficar com o menino, mas o advogado disse que nenhum juiz levaria o processo a diante por que você era a mãe. Mas sem mãe, o menino não tem mais ninguém, somente a mim. – Ela falou descontrolada, tremendo a arma.  

— Elizabeth, você está completamente descontrolada. Olha o que você está dizendo? Por favor, baixe essa arma. – Sara tentou se aproximar. 

— Não Sara, eu estou muito lúcida. – Falou fitando-a. – Vou lá buscar Arthur e você não poderá fazer nada...  

— Você sabe o que é perder um filho, por que você vai tirá-lo de mim? Por que vai me fazer passar pelo que você passou? 

— Exatamente Sara, passei isso por sua culpa. – Ela apontou a arma novamente com as mãos trêmulas. – Você mesma disse que mataram meu filho por sua culpa, para se vingar de você. Ele não tinha nada haver com isso, até você aparecer e colocar ele em risco. E já que você me fez perder meu filho, agora eu vou ficar com meu neto. Com o filho do meu Taylor. – Elizabeth tinha muita raiva em sua voz, e muita mágoa também. 

Elizabeth disparou contra Sara e nesse momento sabia que teria que agir rápido. Subiu até o quarto de Arthur, e tirou da bolsa um pano e clorofórmio, e colocou perto do nariz do garoto apenas como modo de prevenção para que ele não acordasse enquanto ela o levava. Ela também pegou algumas mudas de roupa do garoto e colocou em uma mochila. 

Sara havia caído sobre o tapeta da sala, ela então reunindo suas forças tentou se mover. Todo seu corpo doía, mesmo querendo estancar o sangue com a mão, seu único pensamento no momento era proteger Arthur. Se arrastou pelo chão com ajuda de mão e pés como se estivesse escalando, para conseguir se mover em direção a escada, tentou colocar-se em pé segurando-se no corrimão, tinha que conseguir subir, mas não conseguia. 

Ela caiu. Sua visão começou a ficar turva. A última coisa que conseguiu ver, fora Elizabeth carregando seu filho descendo a escada com ele desmaiado em seu colo. 

— Por favor... Arthur... Não... – E ela então apoiando a cabeça sobre o primeiro degrau da escada, logo após caiu inconsciente.