— Bem, o Arthur disse esses dias que você não pode fazer bebês. – Ele soltou um leve riso ao falar do modo que o pequeno havia dito. – Enfim, eu não quero me meter na sua vida, mas isso é verdade?

— Isso é pessoal Nick. – Grissom respondeu um pouco incomodado.

— Desculpe eu estar sendo insistente. É que eu queria saber exatamente o que sentiu quando descobriu isso e como lidou com essa situação. – Nick perguntou meio nervoso, como se estivesse enrolando para chegar a um ponto.

— Como eu disse Nick, isto é pessoal. Mas eu não lidei com a situação. – Respondeu simples recordando-se que manteve isto em segredo por um longo tempo, contanto para Sara somente no dia de sua reconciliação. Na realidade ainda evitava pensar neste assunto. – Onde está querendo chegar?

— É que também não posso ter filhos.

— Você?

— Não eu, a Fin. Bem, ela não pode engravidar.

— Vocês já pensam nisso? Parece que foi ontem que vocês começaram um relacionamento. – Grissom sorriu, ainda via aqueles peritos como meninos. Parecia que o tempo havia passado somente para ele, e que eles ainda pareciam as “suas crianças” como ele sempre os chamou desde quando era supervisor da noite há quase quinze anos atrás.

— Parece, mas não somos mais tão jovens e temos um relacionamento bem maduro. Fin descobriu há pouco tempo, ela nunca havia pensado em ser mãe, mas acho que a convivência com Arthur aflorou o lado materno dela. – Ele sorriu. – E não sei exatamente o que pensar ou fazer. Quero ajuda-la.

— Fique ao lado dela, não cometa os mesmos erros que eu cometi. Paguei caro por eles. – Grissom confessou. – Há tantos meios de paternidade hoje, já pensaram em fertilização in vitro ou até a possibilidade de adoção? Arthur não é meu filho de sangue, mas é meu filho de coração e tenho certeza que o amor que sinto por ele não seria diferente se tivéssemos o mesmo DNA.

— É, talvez você esteja certo. O problema é que ela parece estar tão frustrada.

— E como não estaria? Para um homem é só o problema de não poder conceber uma criança, mas para a mulher é toda a questão da gestação, de sentir o bebê se mexer, de gerar o filho dentro de si. É obvio que ela se sente mal por isso, você tem que mostrar para ela que não será menos mãe por isso.

—Nossa. – Nick fitou o seu supervisor de um modo estranhamento surpreso. – Desde quando começou a entender as mulheres desse jeito?

— Digamos que elas não vem com um manual de instruções. – Ele soltou uma risada. – Mas os erros e a convivência fazem com que a gente aprenda pouco a pouco esse universo um tanto amplo, complicado... Bem, eu diria complexo.

— Eu diria confuso, misterioso, inexplicável, indecifrável, ininteligível... – Ele riu. – Obrigado Grissom.

— Disponha.