Bella PDV

— AAAAAAAAHHHHHHHH! JÁ CHEGA! – Berrei sem me importar com o susto alheio.

Saí de perto de Rosely, que estava me sufocando enquanto apertava o trançado de fitas do vestido nas minhas costas.

— Bella, não reclama! O vestido é assim e ponto! – Alice disse.

— Ah não! Eu não quero mais ser nenhuma Christine! PAREI!

— Você não tem escolha, querida. O seu Fantasma da Ópera já deve estar pronto, e você é o par dele, queira ou não queira isso! Vai ter que acompanhá-lo na fantasia! – Disse Rosely.

Olhei para Rose e Alice querendo chorar!

— Mas eu preferiria ter sido a Elizabetta ou a Rose em vez de Christine! Como essa garota usava espartilho tão apertado? – choraminguei.

— Era moda na época, oras! – Alice disse vindo até mim e tomando o lugar de Rosely, tornando a me apertar. Eu tive que segurar na barra da cama enquanto eu era puxada.

— E aliás, - Rosely disse, — Ninguém pode ser a Rose, por que a Rose sou eu!

Ela desfilou pelo quarto com sua fantasia de Rose – de Titanic.

— Combinou com você! – Alice elogiou o vestido vermelho dela.

— Claro, por que a Rose está fantasiada de Rose! – Ironizei.

— E não seria diferente! Para que eu ia querer ser outra pessoa? A final, meu Jack me espera! Vamos logo com isso, meninas, não quero esperar muito para vê-lo.

— Nem eu quero demorar a ver meu Drácula! – Alice suspirou.

— Vai rolar mordida essa noite, é Elizabetta? – Rose falou de forma ambígua para Alice.

— Do mesmo jeito que algum Fantasma vai levar a Bella pra algum esconderijo subterrâneo, não é? – Ela brincou pra mim. — Já acabamos Bella!

Suspirei aliviada, e super apertada. Fui até o espelho que Esme trouxera de volta há pouco tempo, e até que eu gostei muito do resultado.

— Certo. Temos o Fantasma da Ópera e eu, o Jack e a Rose, - rolei os olhos — e o Drácula com sua Enriqueta...

— Elizabetta! – Alice me corrigiu.

— Tanto faz! Mas sobrou o Jake...

— Soube que ele está de Romeu... – Rose falou. — Emmet me contou.

— Iiiiii... Quem será a Julieta? – Perguntei. — Jake nunca escondeu um segredo de mim!

— Vai ver é por que é JulietOOO – Alice riu.

Acertei uma almofada nela.

— Jacob não é gay, minha querida. Deve ser alguma garota muito especial...

— Querem saber? – Rosely veio até o meio do quarto com sua pose altiva. — Não estou nem aí! Jacob que vá com quem ele quer! Eu quero meu Emmet! Vocês já acabaram?

Nós nos olhamos.

Alice já estava com seu vestido preto e provocante de Elizabetta que era realmente lindo! E a deixou alta. Seu cabelo estava mais comportado e tinha uma tiara linda em sua cabeça. Eu já estava toda apertada no vestido de Christine e meu cabelo tinha mais cachos que uma bananeira. E Rosely estava poderosa com seu cabelo ondulado e longo, caindo sobre o vestido de Rose (ô.õ) que marcava as curvas dela sutilmente.

— Certo. Vamos descer! – Anunciei ao final.

Jenny PDV

Eu estava tão feliz que não cabia em mim, mas, agora que a hora chegou, eu havia esvaído completamente. Eu estava me segurando na parede, rente a abertura que dava para a escada. Se eu desse um passo, o pessoal lá em baixo me veria.

Eu podia ouvir a voz de todos eles lá em baixo.

“Bella, você está maravilhosa!”. Edward dizia a Bella.

“E você está lindo!”.

“Ai que nojo!”. Rosely brincou.

“Mas é claro que você é a mais bela de todas, amor!”. Era a voz de Emmet.

“É, mas eu não sou a madrasta da Branca de Neve, então, corta essa de ‘mais bela de todas’. É desnecessário dizer isso! Mas, quanto a você... Jack se afogaria de inveja se te visse!”.

Houve risos no cômodo.

“E eu, Tchu... Jasperzinho?” Alice falou.

“Nem com mil banhos de lua Elizabetta ficaria tão linda assim!”. Foi o que soou mais romântico.

 “Ah, vem cá meu vampiro!”. Alice suspirou.

Ouvi alguns outros fazerem som de vômito.

“Ah! Parem de lambição!” – Bella exclamou. “Cadê o Jacob, heim? Só está faltando ele!”.

“Ah! Ele deve estar tentando achar um par de última hora na lista telefônica!”. Era a voz de Emmet brincando.

“Ou ele tá tomando coragem pra dizer que o Tyler não quis vir com ele!”. Edward falou e todo mundo riu.

“Ai. Como vocês são maldosos!”. Bella riu.

Meu coração parecia uma bomba descontrolada dentro do meu peito. Eu aqui, morrendo de medo de descer, e acabo descobrindo que Jacob ainda não está pronto! Certo. Eu vou...

— Pronta? – Sua voz rouca e suave sussurrou no meu ouvido.

Eu quase dei um salto, mas Jacob me segurou pela cintura.

— Você está pronto para encarar todos eles? Senão, você pode ir à frente, e a gente se encontra depois, em algum lugar onde eles não...

— Jen, pare! – Jake pôs um dedo sobre mês lábios.

— Tudo bem. Certo.

Respirei fundo três vezes.

— Vamos lá então!

Jacob segurou firme minha pequena mão dentro da grande mão dele, entrelaçando nossos dedos. Eu nunca me acostumo com o calafrio que isso me faz sentir. E enfim, seguimos em direção à escada.

Já no primeiro degrau ficamos visíveis para os outros. Mas eles estavam entretidos em suas risadas. Descemos uns três degraus quando, de repente, Bella virou o rosto e se deparou com nós dois.

— AH. MEU. DEUS! – Ela arfou.

Todos os demais se viraram para encarar.

Se Jacob não estivesse me segurando firme e me passando segurança, eu juro que teria desabado ali mesmo.

— J-J-J... – Edward parecia embasbacado.

Eu dei uma rápida scaneada pelas emoções naquela sala: Alice e Jasper estavam sorrindo maravilhados, e Jasper me fez um sinal com o polegar para cima. Isso me fez sorrir. Rosely e Emmet pareciam assustados, mas Rose deu uma piscada pra mim gesticulando sobre o decote. Emmet assobiou e fez um gesto machista para Jacob, que riu ao meu lado. Edward estava com a cara mais pálida que eu já vi e parecia petrificado. Bella estava boba, sorrindo tão estática, que poderia acabar babando. E, por fim... Meu pai e Esme. Ele estava indecifrável. Sério. Esme tinha lágrimas escorrendo e molhando seu sorriso que não poderia ser maior.

Resultado: tá tudo misturado!

— Filha... – Carlisle foi o primeiro a se pronunciar. Jacob e eu já havíamos terminado de descer.

— Oh, Jenny!

Esme veio até mim e me abraçou apertado. Sobre o ombro dela, vi meu pai fechar a boca e comprimir seus lábios numa linha fina. Logo depois, Esme se afastou.

— Uhum... – Jake pigarreou. — Gente, esta é minha acompanhante: Jennyfer!

— Mas com certeza não! – Edward falou alterado.

— Edward! – Bella interveio segurando o braço dele.

— Ela é uma criança, seu pedófilo! – Edward apontou um dedo para Jacob.

— Eu... – Eu ia começar a falar, mas meu pai interrompeu:

— Edward! – Seu tom foi repreensivo e forte. — Eu sou o pai dela aqui, preferiria que você deixasse isso comigo.

Esme abraçou o braço do meu pai o apoiando e depois foi até Edward, repetindo o gesto. Bella abraçava Edward pela cintura carinhosamente, e falava alguma coisa para ele se acalmar.

— Pai, Jacob me convidou para o baile e eu não vi nenhum impedimento! – Apressei-me em dizer.

— Não viu...?

O olhar severo de meu pai para Edward fez com que ele se calasse e não dissesse a frase toda. Bella ainda tentava acalmá-lo junto com Esme.

— Eu sinto muito não ter vindo aqui...

— Mas eu disse pro Jake manter segredo! – Completei o que Jacob dizia.

— Mas mesmo assim eu reconheço que deveria ter pedido sua permissão, senhor Cullen... – Jake esse sobrepôs.

Meu pai continuou ilegível. Edward passou de branco para vermelho, mas parecia incapaz de falar ou fazer mais alguma coisa além de olhar ameaçadoramente para Jacob.

— Gente, eu acho melhor esperarmos na limusine! – Disse Emmet de forma sensata.

— Tem razão Bebê! – Rose concordou.

— Vamos... – Jasper liderou os outros em direção à saída.

— Vem Edward... – Bella começou, mas Edward a interrompeu.

— Não, Bels, eu tenho que...

— Você ao tem não, Edward. Vá com eles, - Esme disse.

Edward a olhou por um tempo, mas logo cedeu. Ele e Bella saíram também.

— Eu peço minhas desculpas por qualquer desonra ou ousadia, senhor Cullen. – Jake parecia sério de um jeito que eu nunca vi antes. — Eu convidei Jenny para ir ao baile comigo por que nós dois... Nos damos muito bem, e eu não poderia ter companhia melhor para esta noite. – Ele sorriu para mim de forma segura. Eu tentei retribuir, mas eu estava morrendo de medo.

— Hum... Carlisle... – Esme hesitou.

Meu pai ainda estava sério. Ele andou compassadamente até perto de Jacob e o olhou nos olhos de forma ponderada. Não disse nada e Jacob também não. Então, ele veio para minha frente e me olhou. Senti minhas lágrimas brotarem nos meus olhos. Eu pisquei forte para fazê-las voltar.

— Você pode esperar lá fora, Jacob? – Ele perguntou, mas olhando pra mim.

Jacob apertou minha mão antes de soltá-la. Esme pegou Jacob pelo braço e o acompanhou até a cozinha. Aposto que água com açúcar seria bom.

Senti meu peito estremecer num soluço de choro, mas eu o sufoquei. Meu pai se virou de costas pra mim e sentou no sofá. Abriu espaço lá e deu umas tapinhas no estofado, me chamando. Sentei-me ao seu lado e percebi que minhas pernas estavam perdendo mesmo as forças de tanto medo. Ele segurou minha mão nas deles, que estavam frias.

— Jennyfer, por que não deixou que Jacob me dissesse? – Seu tom brando de sempre me trouxe um pouco de paz.

— Por que eu senti que queria assim.

— Por quê?

Suspirei profundamente. Eu precisava falar a verdade.

— Por que... Eu... Estou cansada de ser a Pequena Jenny pai. Desde que tudo mudou, e Esme e Edward entraram nas nossas vidas, eu acabei me tornando uma garotinha de novo. Uma garotinha que eu não sou mais. Eu quis fazer uma coisa por conta própria. E não é nenhum crime estar indo ao baile com Jacob.

Carlisle me encarou por uns segundos. Seu rosto desfez a placa gelada enquanto eu falava e depois ficou repleto de ternura.

— Oh, Jen... – Ele me abraçou. r10; Você não está gostando deste rapaz, está?

Eu simplesmente não suportei. Segurei o ar nos pulmões, mas acabei soluçando e as lágrimas romperam a barreira. Minha resposta não poderia ter sido mais clara. Carlisle apenas continuou me abraçando e massageando minhas costas.

— Filha, filha... – Ele suspirou. — Jacob é um rapaz estudioso e responsável, mas... Ele tem dezenove anos! – Ele soava plácido.

— E eu dezesseis! Não é tanta diferença assim! E mais: nenhum de nós se importa...

— Seria estranho se vocês se importassem... – Estranhei sua frase e me afastei para olhá-lo. Meu pai sorria um leve sorriso no canto do lábio. — Vocês acham que esconderam de mim? De Esme?

— O que? …

— Esme estava aqui em casa quando ele te trouxe da sua última aula de direção. Esme viu... Algumas coisas. E ela me contou. Se eu não soubesse disso, agora eu estaria tendo um troço, sei lá! Estou pensando sobre vocês desde aquele dia! Eu só... Estava esperando que você viesse me contar, a final, Jen, eu sou seu pai! Pode haver Esme e Edward, sim... Mas antes deles, éramos apenas você e eu, e, para certas coisas, isso não precisa mudar. Ainda somos nós dois.

— Então você vai deixar eu ir com ele?

Perguntei ainda mais emocionada, depois de abraçar infinitamente Carlisle. Ele me afastou um pouco e olhou pra um canto da sala. Segui seu olhar e Jacob estava encostado na parede, ouvindo a conversa.

— A traga antes da meia-noite, Jacob Black! – Meu pai disse me erguendo do sofá e dando minha mão para Jacob segurar.

— Eu sou Julieta, não Cinderela, pai!

— Muito obrigado senhor Cullen. – Jacob disse e sorriu para meu pai.

— Ainda não me agradeça. Vamos conversar, senhor Black. Noutra vez. Agora vão. Não atrasem os outros meninos!

Jacob e eu seguimos para a porta.

— E... Jenny! – Esme chamou surgindo numa outra porta. Eu me virei para ela. — Deixa que, de Edward, eu cuide depois, ok?

Assenti silenciosamente e sorrindo grata. Jacob e eu seguimos para a limusine que meu pai alugou.

Edward PDV

— Mas, Bella! Jacob é quase um homem! Jen é uma...

— Garota! Não um bebê, Edward! – Bella me interrompeu.

— É, Edward! Deixa ela! – Rosely brigou comigo pela trigésima vez.

— Edward, se fosse só você o assustado com isso tudo, até eu dava razão, mas eu também estou! – Emmet disse. — Depois da Bels, Jen é como minha irmã também! E, cara, vai por mim, o Jacob não é nenhum tarado!

— Concordo plenamente! – Bella disse prontamente. Algo me incomodou.

— E ele também não é o tipo que tira asas dos anjinhos por aí! Eu conheço a estirpe do Jacob! Ele nunca tinha beijado uma garota até os dezessete anos! – Rosely confessou como se falasse do tempo. Alice e Bella ficaram boquiabertas. Emmet riu e Jasper pareceu ficar curioso, mas desviou a atenção para fora pela janela.

— A Jen e o Jake estão vindo aí – anunciou Jasper. — Seja sensato Edward, não fale ou faça nada, pelo menos não agora, que estamos indo para o baile. Não é hora de deixá-la mal.

— Meu Tchuco tem toda a razão! – Alice disse e deu um selinho em Jasper. — Não faça burradas Edward! Ouça sua voz da razão!

— Você? – Falei. Alice abriu um sorriso satisfeito e fez que sim com a cabeça.

— Fica calmo, Edward. Eu confio no Jacob. – Bella me disse me deu um rápido beijo. Isso sim me acalmou.

No segundo seguinte, Jacob abriu a porta da limusine e Jenny entrou. Ela estava corada, e sus olhos um pouco rosados. Ela havia chorado. Jasper tem razão: não era hora de eu fazê-la ficar mal. Jacob entrou em seguida e sentou ao lado dela. Um silêncio pesou em nosso meio.

Eu não sabia o que fazer direito. Eu olhava para Jacob e pensava em mil e uma coisas. Mas seu sorrisinho cínico naquela hora, no quarto, fez meu sangue ferver. Ele não pode ter induzido a Jen a nada! Mas depois, eu olhei para ela e ela parecia envergonhada, e fitava seus pés. As mãos dos dois estavam dadas e entrelaçadas.

Foquei minha atenção na Jenny. Estava tão diferente produzida daquele jeito... Mas algo nos olhos dela ainda se mostrava inocente e medroso. Eu não queria que ela sofresse por minha culpa.

— Qual é? Alguém morreu aqui? – Perguntei.

Todos me olharam e sorriram

Peguei o controle do som e apertei Play. Começou a tocar “That’s my name” remixado. Vi o sorriso de todos resplandecer. Curvei-me para frente e beijei o rosto de Jen rapidamente. Ela me olhou e sorriu satisfeita, mas não mais satisfeita que Bella, que me puxou de volta e me beijou. Todo mundo começou a uivar e fazer gracinha.

— Ô motorista! Acelera aí, por que senão eles vão fazer festa aqui mesmo! – Emmet gritou.

— E qual o problema? – Rose sussurrou pra ele.

— Ai credo! Parem disso! – Jasper reclamou rindo.

— Você não se incomodaria tanto se estivesse fazendo também! – Alice provocou e, no segundo seguinte, também se beijaram.

Eu me voltei inteiramente para Bella para não ver o último casal fazer o mesmo. Era demais aceitar o namoro de Jenny e ainda ter que vê-la agarrada a Jacob.

Mas tanto faz! Bella fez rapidinho eu me esquecer deles.

Jacob PDV

— Conseguimos driblá-los. Eu disse que ninguém derrubaria a gente! – Falei passando o braço em torno de Jenny. Havíamos acabado de estacionar.

Jen sorriu pra mim com sua doçura infantil, seus olhos ingênuos e sua boca provocante. Toquei-a rapidamente com meus lábios, já que Edward estava olhando e então abri a porta. Deixei que Alice-Elizabetta e Jasper-Drácula saíssem primeiro.

Depois, Jack-Emmet saiu e ajudou sua Rose-Rose a sair. Em seguida, Bella-Christine e Edward-Fantasma foram.

— É nossa vez.

Jen falou um pouco temerosa, mas sorridente.

Assim que pusemos os pés para o lado de fora, dois fotógrafos da festa prepararam suas máquinas. Quando nos erguemos fora da limusine, um grande grupo de conhecidos, que estavam por ali por fora, nos olharam incrédulos.

Eu quase não conseguia entender por que todos eles se assustavam tanto com o fato de Jenny e eu estarmos juntos! Ora, nós passamos metade do dia juntos, pra lá e pra cá! Ou esse pessoal é muito lerdo, ou realmente Jen e eu sabemos ser discreto!

— Isso é tão ridículo! – Jenlieta disse se referindo aos murmurinhos.

— Mas nós não ligamos pra nenhum deles, não é? – Adivinhei. Ela concordou com a cabeça.

Dentro do salão da festa, eu não vi mais Edward, ou Bella, ou Jasper e Alice, ou Emmet e Rosely. Provavelmente tinham achado algum canto para comemorar. Levei Jen até o centro da pista e começamos a dançar.

— Obrigada por esta noite, Jake. – Ela falou pra mim. Mesmo estando bem perto, era quase preciso gritar.

— Por quê? Eu é que tenho o que agradecer!

A puxei para perto de mim e a beijei. Jen era minha melhor aluna, minha melhor tudo. Beijava de uma forma que é quase inexplicável. Dá vontade de querer mais e mais.

Eu não sabia muito de como seria depois desse baile. Mas, por hora, estava perfeito.

Bella PDV

Emmet subiu ao palco para fazer seu discurso. Quem diria que ele seria o orador da turma?

EU!

— A gente aprende mais no ensino médio do que se pensa. – Ele falava. — Mas se engana quem acha que todos saem daqui sabendo trigonometria. Sabendo inglês perfeitamente. Sabendo cada parte de um organismo, ou toda a história da humanidade. Não. Nada disso. Pode ser que, talvez, um ou dois saia daqui sabendo realmente alguma dessas coisas, mas, de fato, o que aprendemos no ensino médio, é algo muito mais valioso. Aprendemos que a gente não caminha sozinho, mesmo você sendo treinado para aprender a se agarrar com as próprias mãos e andar com os próprios pés. Aqui, no ensino médio, eu conheci gente que aprendeu a encontrar as pessoas certas para si, e a ser feliz sobre qualquer preconceito. Eu encontrei pessoas que aprenderam que popularidade e beleza não são tudo, e acabaram descobrindo um valor humano que lhes foi muito mais gratificante: caráter. Conheci pessoas que encontraram o verdadeiro amor, e que aprenderam como lidar com ele, independente do jeito que esse amor chegou, ou qualquer outro fator.

“Em síntese, no ensino médio, aprendemos a ser nós mesmos, mas principalmente aprendemos o que é ser isto. E estamos prontos para todo esse mundão lá fora? CLARO QUE NÃO! Mas estamos seguros de que cairemos, e nos ergueremos, e que, mais à frente, nós vamos saber pra que caminho olhar, e que pessoas escolher para ter ao lado. Somos jovens e estamos começando. Ainda tenho muito tempo pra mostrar pro mundão que... O Emmetzinho aqui tá na área!”

— Uhul! Valeu galera 2010! – Emmet gritou ao final!

Edward, que estava ao meu lado, me abraçou e eu não aguentei as lágrimas. O apertei contra mim com força e depois nos dispersamos para abraçar meio milhão de pessoas.

Emmet desceu do palco todo pomposo e ficou com Rose na festa. Alice e Jasper foram dançar e se divertir à vontade. Jacob e Jenny estavam numa mesa, abraçados e felizes. Eu avistei Edward na porta do salão, indo para o jardim. Saí do meio do monte de pessoas e fui até meu Fantasma da Ópera! Mas... Chegando lá, notei que ele não estava sozinho...

– Mãe? Pai? – Perguntei surpresa.

Eu já havia voltado para casa desde que toda nossa galera fez as pazes, mas a situação com meus pais não estava lá muito boa. Charlie se tornou mais reservado e eu quase não via Renné em casa, pois ela havia conseguido um emprego num shopping em Port Angeles, e passava o dia pra lá. Charles trabalhava redobrado, então... Eu ia pra casa do Edward ou do Emmet, ou do Jass. Às vezes ficava em casa quando Jacob vinha me visitar, mas, num geral, a situação não estava muito feliz pra mim.

– Como vai Bebel? – Mamãe perguntou toda emocionada vindo me abraçar.

– Viemos ver o tagarela do Emmet na oração final! – O que? Meu pai estava brincando?

Fiquei meio sem jeito ao passar por Edward e chegar até Charlie e o abraçar.

– Mas eu... Eu... – Não soube o que dizer.

Charlie estava vestido formalmente pela primeira vez em anos e minha mãe usava um vestido discreto, mas que brilhava um pouco. Eu estava chocada com a presença deles.

– Nós não íamos ficar sem ver você de... Christine! – Mamãe falou visivelmente tentando entornar as lágrimas.

Edward se afastou um pouco de nós, de modo que meus pais e eu formássemos um pequeno círculo, mas ele continuou por perto e sorriu pra mim, me encorajando.

– Eu não sei o que dizer... – Fui o mais sincera possível.

– Nem precisa amor! – Charlie disse. – Nós é que temos muito a dizer.

– Com certeza!

– Certo. Então, digam!

– Seu pai e eu, - Renné começou, – chegamos tarde aqui por que estávamos num encontro...

– OQUE?

– Um encontro! = Meu pai respondeu dando de ombros.

– Mas vocês nem terminaram de se divorciar! Vocês já estão namorando outros? Desde quando? Por que não me... Me... – Senti que eu ia começar a perder o controle, mas por sorte, Renné me cortou:

– Estamos saindo juntos, Bels!

Olhei para Edward ali perto e ele comprimiu os ombros, parecendo tão desentendido quanto eu, mas, de novo, sorriu.

– Quem explica isso? – Foi tudo que eu pude dizer.

Charlie se adiantou:

– É uma ideia maluca da sua mãe, Bebel, de nós nos divorciarmos e voltarmos a namorar... – Meu pai falou como se não fosse totalmente de acordo. Mamãe acotovelou as costelas dele.

– Eu tenho certeza de que sei o que estou fazendo! – Mamãe defendeu sua tese. – Não dava mais pra viver na ociosidade. E eu precisava tirar seu pai daquele sofá! Eu só... Dei um susto. – Mamãe admitiu timidamente, piscando pro meu pai. – E deu certo!

Eles deram um selinho modesto e eu fiquei boquiaberta.

– OK. Deixa-me ver se entendi: vocês se divorciaram para poder ficar juntos? Vocês não vão... Se separar? Vocês...

– Exatamente, anjo! – Mamãe assentiu orgulhosamente.

– Culpa de Renné! – Papai acusou de brincadeira.

Eu estava completamente perdida. Como se tivessem me socado. Olhei para Edward de novo e ele ria balançando a cabeça, como se concordasse com meus pensamentos: meus pais era um casal muito estranho!

– Espero que se divirta, Bels! – Papai disse me dando um beijo no topo da minha cabeça.

– É, anjo. Agora vai se divertir com seu Edward, - mamãe piscou para Edward. Eu corei. – E seu pai e eu vamos nos divertir por aí!

Os dois me abraçaram e saíram por aí. Edward veio até mim todo garboso.

Edward PDV

– “Chega de falar sobre escuridão, Esqueça todos estes temores: Eu estou aqui, Nada pode prejudicá-la... Minhas palavras acalentarão e acalmarão você...” – Eu comecei a citar os versos da música “All I Ask Of You” de O Fantasma da Ópera pra Bella. Ela sorriu e entrou no jogo:

– “Diga que me ama Em todos os Momentos que estiver acordado,  Encha meus pensamentos Com conversas sobre o verão... Diga que precisa de mim Com você, Agora e sempre...  Prometa-me que tudo O que diz é verdade - Isso é tudo que eu peço A você..”.

Cheguei perto e enlacei Bella pela cintura. Ela retirou sua máscara que cobria metade de meu rosto.

– “Divida cada dia Comigo, cada Noite, cada manhã...” – Nós dissemos juntos.

– “Diga que me ama...” – Fala da Christine.

– “Você sabe que eu amo...”. – Disse junto ao seu rosto.

– “Me ame – isso é tudo que eu peço a você...” – Finalmente terminamos o longo refrão.

Puxei Bella para junto de mim e a beijei. Ela sorria no beijo. E, enfim, parecia que tudo estava certo. Todas as confusões e preocupações havia se dissipado e naquela noite, teríamos tempo só para nós dois.

 Bella e eu fomos para o jardim dos fundos do salão, e nos sentamos num balanço que tinha por lá. Como era pequeno, Bella ajeitou o vestido e se sentou no meu colo.

– Tudo é sua culpa sabia? – Bella começou a falar, abraçando meu pescoço para não cair.

– Minha culpa como? – Levei na esportiva, já que o tom dela era de brincadeira.

– Desde que chegou a Forks, tudo mudou, não percebeu?

– Ah, essa culpa? Sim, eu já havia percebido isso... – Brinquei.

– Pois é... Você é culpado por Rose ter enxergado Emmet, por Alice ter enxergado o Jasper, por minha mãe ter enxergado meu pai, e até mesmo por Jacob ter enxergado sua irmã! – Bella riu.

– Mas também sou o culpado por ter feito você me enxergar!

– Uhm... Você está tão gaiato!

– E você está tão linda...

Comecei a beijar Bella pelo pescoço e ela ria.

– Sinto falta do meu colega de quarto.

– Eu já falei: minha mãe vai adorar te receber como hóspede por uns dias... – Brinquei piscando um olho. Bella riu. – Mesmo que isso signifique dividir meu quarto com uma garota insuportável! – Rolei os olhos. Bella me deu uma bofetada de leve.

– Insuportável é você! Riquinho metido à besta!

– Sua delicada, metida à durona!

Bella e eu nos beijamos e quase caímos do balanço. Fomos para o gramado e nos deitamos por lá.

A festa estava acontecendo, mas não lá no salão, e sim aqui.

Jenny e Jacob... Isso era rolo pra outra hora.

Agora, era só Bella e eu!

END!!!